A Vida dos Cavaleiros de Ouro escrita por ImperatrizPersefone
Mu
Faz menos de dois meses que estive em Jamiel, mas preciso retornar aquele lugar pois esqueci um livro importante dentro do palácio, é um registro bem antigo que explica todos os poderes do cavaleiro de ouro de aries, ele me ajudou bastante a aperfeiçoar os meus golpes durante os anos que estive sozinho nesse lugar.
Chego em Jamiel e resolvo andar um pouco pelo vilarejo, é um local pequeno onde mora os poucos lemurianos que ainda vivem, pois há algumas décadas houve uma grave doença que matou muitas pessoas, somente houve alguns sobreviventes e eles sobreviveram porque meu pai trouxe remédio dos humanos para eles já que aqui não temos nenhum contato com humanos.
Estava andando por um imenso campo cheio de árvores e flores, como sinto falta desse lugar, o ar é bem mais puro que no santuário, como estou bem relaxado, resolvo me deitar debaixo de uma árvore e acabo adormecendo.
Acordo ouvindo um choro e não parecia ser de um animal, me levanto e vou até o local de onde vem o barulho, vejo um pequeno garoto ruivo caído no chão, parece que tropeçou em um galho de árvore alto e acabou caindo e machucando a perna direita.
Abaixo e pego o pequeno no colo, assim ele se acalma um pouco e para de chorar, percebo que suas roupas estão muito sujas e pequenas para ele, vejo que é um lemuriano ou pelo menos um mestiço como eu já que tem as pintas características do povo lemuriano.
Ouço o seu estômago roncar de fome, não penso duas vezes e o levo ao castelo comigo, entro no meu quarto, encho a banheira com água e com muito cuidado dou um banho no ruivinho que deve ter menos de três anos, depois do banho, passo um remédio nos seus machucados e com delicadeza penteio os seus cabelos que estavam duros de tanta sujeira, mas agora estão macios, como não tenho roupa do seu tamanho o enrolo em uma coberta fina e peço que fique deitado na cama enquanto arrumo algo para ele comer.
Usando os meus poderes em instantes chego na vila, compro alguns alimentos prontos e também roupas e descubro a origem do pequeno, o que me deixa muito triste.
Volto para o castelo e vejo que o menino está deitado como lhe pedi para ficar, pelo menos é obediente, me sento ao seu lado e lhe dou um sanduíche e um refrigerante que ele come com muita vontade, parecendo que está dias sem comer.
Depois dele comer, o visto com a roupa que comprei e ele adormece, passo as mãos delicadamente em seus cabelos e me lembro do que soube sobre a sua família, a sua mãe era lemuriana que se envolveu com um humano e acabou engravidando e sendo abandonada, voltou a viver nessa vila mas sofria muito preconceito por ser mãe solteira e de um filho mestiço, mas mesmo assim ela lutava pelo filho, há uns cinco dias adoeceu e acabou morrendo, desde então o garoto de apenas dois anos anda sem rumo já que ninguém o aceita por ser meio humano.
Lembro-me que também sou mestiço e também fui abandonado pela minha mãe e as pessoas dessa vila não gostam de mim por causa do meu sangue, todas as vezes que estive aqui fiquei afastado deles, só ia para a vila para fazer compras.
Sinto um pequeno cosmo vindo do ruivinho e abro um sorriso, sei que sou muito novo para assumir responsabilidade tão grande de cuidar de uma criança tão pequena mas jamais o deixaria sozinho correndo risco de alguém querer o matar por puro preconceito, eu o levarei para o santuário e cuidarei dele como se fosse o meu irmãozinho.
Não deixarei mais que ele passe fome, frio ou sede, esse menino foi um presente que os deuses me deram e cuidarei dele com todo o meu amor, dedicarei o maior tempo possível para lhe dar atenção.
Olho para a sua face tão serena e me sinto péssimo por no passado ter me afastado do meu pai, não tinha o direito de fazer isso enquanto outras crianças mais novas que eu não tem ninguém para as proteger, as cuidar e lhes dar amor, mas prometo que serei um bom irmão para esse garoto e lhe darei muito carinho.
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