A Vida dos Cavaleiros de Ouro escrita por ImperatrizPersefone


Capítulo 65
Um Presente




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Mu

Faz menos de dois meses que estive em Jamiel, mas preciso retornar aquele lugar pois esqueci um livro importante dentro do palácio, é um registro bem antigo que explica todos os poderes do cavaleiro de ouro de aries, ele me ajudou bastante a aperfeiçoar os meus golpes durante os anos que estive sozinho nesse lugar.

Chego em Jamiel e resolvo andar um pouco pelo vilarejo, é um local pequeno onde mora os poucos lemurianos que ainda vivem, pois há algumas décadas houve uma grave doença que matou muitas pessoas, somente houve alguns sobreviventes e eles sobreviveram porque meu pai trouxe remédio dos humanos para eles já que aqui não temos nenhum contato com humanos.

Estava andando por um imenso campo cheio de árvores e flores, como sinto falta desse lugar, o ar é bem mais puro que no santuário, como estou bem relaxado, resolvo me deitar debaixo de uma árvore e acabo adormecendo.

 Acordo ouvindo um choro e não parecia ser de um animal, me levanto e vou até o local de onde vem o barulho, vejo um pequeno garoto ruivo caído no chão, parece que tropeçou em um galho de árvore alto e acabou caindo e machucando a perna direita.

Abaixo e pego o pequeno no colo, assim ele se acalma um pouco e para de chorar, percebo que suas roupas estão muito sujas e pequenas para ele, vejo que é um lemuriano ou pelo menos um mestiço como eu já que tem as pintas características do povo lemuriano.

Ouço o seu estômago roncar de fome, não penso duas vezes e o levo ao castelo comigo, entro no meu quarto, encho a banheira com água e com muito cuidado dou um banho no ruivinho que deve ter menos de três anos, depois do banho, passo um remédio nos seus machucados e com delicadeza penteio os seus cabelos que estavam duros de tanta sujeira, mas agora estão macios, como não tenho roupa do seu tamanho o enrolo em uma coberta fina e peço que fique deitado na cama enquanto arrumo algo para ele comer.

Usando os meus poderes em instantes chego na vila, compro alguns alimentos prontos e também roupas e descubro a origem do pequeno, o que me deixa muito triste.

Volto para o castelo e vejo que o menino está deitado como lhe pedi para ficar, pelo menos é obediente, me sento ao seu lado e lhe dou um sanduíche e um refrigerante que ele come com muita vontade, parecendo que está dias sem comer.

Depois dele comer, o visto com a roupa que comprei e ele adormece, passo as mãos delicadamente em seus cabelos e me lembro do que soube sobre a sua família, a sua mãe era lemuriana que se envolveu com um humano e acabou engravidando e sendo abandonada, voltou a viver nessa vila mas sofria muito preconceito por ser mãe solteira e de um filho mestiço, mas mesmo assim ela lutava pelo filho, há uns cinco dias adoeceu e acabou morrendo, desde então o garoto de apenas dois anos anda sem rumo já que ninguém o aceita por ser meio humano.

Lembro-me que também sou mestiço e também fui abandonado pela minha mãe e as pessoas dessa vila não gostam de mim por causa do meu sangue, todas as vezes que estive aqui fiquei afastado deles, só ia para a vila para fazer compras.

Sinto um pequeno cosmo vindo do ruivinho e abro um sorriso, sei que sou muito novo para assumir responsabilidade tão grande de cuidar de uma criança tão pequena mas jamais o deixaria sozinho correndo risco de alguém querer o matar por puro preconceito, eu o levarei para o santuário e cuidarei dele como se fosse o meu irmãozinho.

Não deixarei mais que ele passe fome, frio ou sede, esse menino foi um presente que os deuses me deram e cuidarei dele com todo o meu amor, dedicarei o maior tempo possível para lhe dar atenção.

Olho para a sua face tão serena e me sinto péssimo por no passado ter me afastado do meu pai, não tinha o direito de fazer isso enquanto outras crianças mais novas que eu não tem ninguém para as proteger, as cuidar e lhes dar amor, mas prometo que serei um bom irmão para esse garoto e lhe darei muito carinho.


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