Survivor escrita por Juh Castellan


Capítulo 1
O naufrágio


Notas iniciais do capítulo

Hello xuxus e xuxuas, aproveitem essa viagem mto loka que eu tive ;) ♥ S2



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Faz cerca de dez anos desde que tudo em minha vida mudou, desde que vi minha família e meus amigos pela ultima vez.

Eu tinha quatorze anos quando o cruzeiro escolar em que eu estava naufragou. Lembro-me bem daquele dia, em que foi condenada a um caminho longo e tortuoso, a lutar ou morrer, a matar, a SOBREVIVER.

Se eu tive sorte ou azar nessa minha jornada, você é quem decidirá, depende apenas do seu ponto de vista.

 

 

— Filha se cuida, não desobedeça aos professores, não fique sozinha, e nem se aproxime demais das beiradas do navio e... -minha mãe dizia com um ar de preocupação.

— Mãe vai ficar tudo bem, não se preocupe e eu seguirei suas ordens pode confiar em mim. - interrompi minha mãe, pois o cruzeiro logo partiria e eu estava ansiosa. Meu pai me abraçou e me deu um beijo no topo da cabeça.

— Sentiremos sua falta, mas tenho certeza que nada ira acontecer e em breve você estará aqui. - disse meu pai enquanto me espremia contra ele.

O navio sinalizou que já estava de partida, que era hora de embarcarmos. Mal eu e meus pais sabíamos que essa seria a ultima vez que nos veríamos.

Entrei junto com minhas duas melhores amigas, logo nos estabelecemos em nossos alojamentos e ficamos vagando pelo navio. Após alguns dias estávamos em mar aberto sem qualquer sinal de terra por perto. Fomos para o refeitório no fim da tarde, depois de um longo discurso de nosso diretor, nós jantamos. Ficamos um bom tempo no refeitório já que aquele tempo era livre, a noite caia, porém ainda havia alguns tênues raios de luz no horizonte, o que dava uma bela visão pela janela do lugar. Fui ao banheiro, saindo do refeitório percebi que começava a chover. Quando estava lavando as mãos senti um tremor forte que me lançou ao chão e me arrastou para o fundo ate me chocar contra a parede, o barco continuava à virar, por sorte a parede me amparava. A água começava a invadir alagando o chão. Eu precisava me levantar e sair dali, mas a gravidade não estava ao meu favor, me impulsionei para levantar e alcançar a porta, mas estava emperrada e o banheiro se inundando depressa. Eu podia ouvir uma sirene do cruzeiro ressoando, era ensurdecedora ninguém iria escutar não importava o quanto eu gritasse, a janela da porta era alta demais para que eu pudesse enxergar algo. Apenas fechei os olhos e senti o nível da água subir de forma irregular, em pouco tempo já estava na minha cintura e subia cada vez mais, e o chão se inclinava mais a cada momento, eu estava perdendo o equilíbrio, tudo acontecia muito rápido, num piscar de olhos eu já estava submersa apesar da água estar na metade do banheiro não havia onde eu me apoiar, o movimento do navio era forte demais, parecia o fim. Ate que alguém passou em frente à porta, mesmo não alcançando a janela eu consegui ver, eu comecei a gritar e bater nela. Se houvesse uma chance, uma pequena chance de essa pessoa me ouvir, eu tinha que tentar. Por sorte, talvez Deus ao meu favor, aquela pessoa, que passou rápido por mim, voltou.

— SE AFASTE! –ele gritou. E foi o que eu fiz. A porta sacudiu bastante, podia ver que ele à forçava, mas a agua não ajudava.

Ate que enfim a porta se rompe e parte da água acumulada se espalha para fora esvaziando o banheiro. Forcei-me à levantar e o homem me ajudou, ele estava com o uniforme da tripulação, me pegou pelo braço enquanto se apoiava no batente da porta. Então corremos para o convés parcial, estávamos em meio a uma tempestade com uma forte ventania contraria ao nosso fluxo. A embarcação se desestabiliza novamente e ele acaba me soltando, caio para trás, mas por sorte consigo me segurar na borda-falsa e me arrastar para perto do homem. Assim que consegui um pouco de estabilidade me pus de pé e a segui-lo. Corremos pela lateral do navio ate chegarmos à roda-de-proa que se erguia mais a cada segundo, continuamos ate a balaustrada para nos segurarmos nela onde conseguimos avistar de forma turva um bote a alguns metros de nós.

— TEMOS QUE PULAR- ele gritou para mim para que eu pudesse ouvi-lo.

— NÃO! ISSO É IMPOSSÍVEL! OLHA A DISTANCIA!- gritei em resposta.

— NÃO TEMOS ESCOLHA! SE NÃO PULARMOS VAMOS MORRER!

— MORRER NO BARCO AFUNDANDO OU MORRER NO OCEANO GELADO, COM CERTEZA SÃO ÓTIMAS OPÇÕES...

— NÃO TEMOS TEMPO, VAMOS LOGO GAROTA, NÃO QUERO SER RESPONSÁVEL POR SUA MORTE!

— PODE IR ENTÃO

— VAMOS GAROTA, VOCÊ NÃO QUER MORRER AQUI! VOCÊ TEM A VIDA INTEIRA PELA FRENTE, VOCÊ TEM UMA CHANCE DE SOBREVIVER! JÁ QUE VAMOS MORRER DE QUALQUER JEITO POR QUE NÃO MORRER TENTANDO SOBREVIVER?- não pude ver sua expressão naquele momento, mas sinto que poderia ser uma expressão amigável, compreensível...

— Esta bem... – falei num tom mais baixo, acredito que ele não tenha escutado, mesmo assim sinto que ele tivesse compreendido, falei com receio, e eu tenho certeza que ele viu isso e que sentia a mesma coisa, mesmo mostrando coragem para tal ato. Ele olhou para o bote que parecia ter algumas pessoas e então se voltou para mim.

— O que acha de irmos juntos?- ele não gritou, mas falou alto o suficiente para que eu ouvisse. Ele estendeu a mão para mim.

Eu a peguei, nos passamos para o outro lado da balaustrada se segurando firme à ela.

— No três! – ele disse – UM, DOIS, TRÊS...

Fechei meus olhos, apertei ainda mais a mão de meu recém-conhecido companheiro e me impulsionei.


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Notas finais do capítulo

Se tiverem gostado ou tiverem algum "comentario construtivo" a respeito por favor deixem sua avaliação, será um imenso prazer ler.

Muitissimo obrigada e voltem sempre kkkk S2 S2 S2

o segundo cap ja ta pronto, em breve será postado ;)



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