Contos Sobrenaturais escrita por Sanyago


Capítulo 1
A Fase


Notas iniciais do capítulo

Um prédio abandonado acaba chamando atenção de um grupo de garotos que voltam da escola, principalmente pela sua aparência antiga e mal assombrada.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/779152/chapter/1

A rotina de uma criança sempre foi monótona em sua parte matutina, não trazia surpresa: De manhã cedinho levanta, toma o café e vai a escola! Naturalmente um tédio, mas esse é o ciclo. As seis da manhã na rua de finarcos passavam crianças na calçada, todas bem uniformizadas: camiseta branca com uma faixa horizontal azul, com o semblante da instituição e uma calça azul marinho.

Os jovens lá tinham seus nove aninhos. Mal conheciam a vida. Em seu caminho andavam pela rua finarcos, tão perigosa de dia quanto de tarde (e mais ainda a noite). Era deserta, sobretudo havia um prédio no caminho, condenado a destruição.

Nem ligavam para o apartamento, exceto Lucas, apelidado de “Luquinha” pelos íntimos. Vivia no mundo da lua. Olhava para aquele prédio quando voltava do colégio, até mesmo esquecendo da existência dos outros. As janelas do prédio se encontravam quebradas, a cor cinza mórbida e sem vida assustava, a porta da frente amassada e velha era só mais um toque de assombração. Eram mais motivos, que estes despertavam a imaginação do pequeno garoto de cabelos loiros e enroladinhos como miojo, para vislumbrar o lugar tal qual tivesse vendo uma obra de arte. “Quem foi que morou nesse lugar?” – se perguntava todos os dias. Aliás, “Em que época?”.

Ora, passava por essa rua a mais de seis anos, a casa sempre estava em risco de demolição, porém, por alguma razão nunca fora destruída. Permanecia lá inerte, sem movimento, sem uma pessoa dentro. - Alguém já morou lá? Talvez nos anos 40 ou 50... O que aconteceu com os donos que um dia já teve? – Se perguntava. Devaneava, pensando em qual cor havia de ter antes, talvez as paredes espessas e opacas teriam tido uma cor mais clara não tão chamativa... Quem sabe fora elogiada em sua época!

E as janelas? Cheias de inseto, vidros quebrados e pontudos, já davam impressão a quem passava que cairiam a qualquer momento. Ficava excepcionalmente intrigado com a casa. Seus amigos não entendiam, achavam que ele tinha algum conto dentro da sua cabeça sobre prédios e casas mal-assombradas.

Um dia acabara ficando de castigo na aula e voltara um pouco mais tarde com um grupo de garotos que o conheciam bem – Ricardo, Leandro e Thiago – todos molambentos, ficaram de recuperação em matemática e tiveram aula extra depois com a professora. Mal se aguentavam em pé, Lucas andava como um zumbi, Leandro e Thiago chutavam latas e pedras no caminho.

A calçada toda cheia de sujeira. Descontavam assim suas frustrações em objetos inanimados. Ricardo coçava sua cabeça, pensando na surra e na bronca inevitável após a segunda recuperação. Exaustos já no final da tarde, as cinco, com a cabeça cheio de expressões numéricas, começavam a cambalear. Quanto mais tarde a rua ficava mais assombrada. Ricardo, o mais medroso, já dobrou para outra rua. Lucas o ponderou – Está com medo de que?

— Eu? Nada uai, só acho essa rua perigosa...

— HÃ? Tá, bundão!

Os outros dois riram, mas em poucos segundos o sorriso havia se dissolvido dos seus rostos pequeninos e redondos. Olharam para o segundo andar daquele famoso prédio, fitaram estreitamente na janela. Lucas analisava ainda mais algo se aproximando na escuridão daquele quarto, não conseguia ver com total nitidez. Entretanto, aproximando-se mais, confirmou que perto da janela do segundo andar havia uma mulher estranhíssima os encarando. O tempo parecia ter parado por um segundo aos olhos de Lucas, seus amigos saíram correndo como loucos, o Ricardo já tinha corrido há muito tempo.

Uma tremedeira tomou Lucas, só que por algum motivo não conseguia se mover, não conseguia nem ao menos tirar o olhar. Será que foi um piripaque? Não! Parecia pura incompreensão misturada a curiosidade.  Contudo, com uma grande colher de coragem andou para perto da entrada do prédio. Caminhou quietamente, ainda encarando a mulher lá de cima, até o ponto em que tinha de prosseguir retamente. Estava tão perto da porta que já não tinha campo de visão para a janela. Abriu a porta, que de certo não tinha sentido um óleo passando pela sua entrada há pelo menos dez anos.

O barulho ao abrir provocara-lhe gastura no corpo todo, não viria a espantar-se caso caísse naquele instante. Entrou e viu escadas intermináveis logo a frente. Eram cinzentas e cheias de teias, ficara pelo menos um minuto subindo-as. O local a volta em suas paredes era azulado, porém ganhara tonalidade um pouco mais escura com o tempo e a sujeira. Até mesmo os quadros tinham foco de aranha.

Quando terminou, viu um andar com pisos sujos e empoeirados cor marrom, um quadro a frente, aparentemente parecia de um jantar da corte real portuguesa. A porta a direita do quadro era mais bem cuidada, não parecia tão antiga, contudo, fez o mesmo barulho, só não tão agoniante como o de baixo. Entrou no quarto, era lá que a tal mulher estava. Viu-a sentada numa cadeira de balanço, tinha um vestido longo dos anos trinta, bem claro. Seu rosto era enrugado, os cabelos não grisalhos, mas brancos, branquíssimos como a porta e até mais bem tratados. Pensou que eram feitos de algodão como uma bonequinha.

Seu olhar naquele quarto escuro era ao chão, parecia tão distante, mas não do local e sim da terra. Era quase como se tivesse em outra dimensão. Vazio, opaco, fundo... incompreensível! Lucas não tinha mais coração nesse momento, dançava a uma velocidade fora do comum. A senhora sentada fez um movimento com a mão lentamente e abriu a boca, iria falar algo... Lucas pensara se ela tinha voz a àquela altura.

— Gosta de-dessa casa, garroto? – A voz falhava, um pouco grossa para uma senhora, sobretudo muito rasgada pela idade. Havia um sotaque, Lucas não sabia identificar de que região... talvez o dialeto fosse antigo e misturado com o de agora.

— Gosto... – Respondeu secamente. – Você é a dona dessa... – Fora interrompido.

— Eu gosto muito daqui... – agora o olhar parecia um pouco mais pensativo, mas quase como se não estivesse naquele lugar. – Gosto muito dos me-meus quadrrross, principalmente aquellle allli! – Apontara para parede, em direção a um móvel com alguns quadros pequenos com fotografias, todavia, Lucas percebeu que se tratava do quadro da parede.

Ela começou a contar que era da sua mãe, na época ainda da república oligárquica. “Oligárquica?” Lucas ficara estarrecido. Quantos anos essa mulher tinha? Enquanto pensava, olhava para os lados e para um armário cheio de livros. Se aproximou, mas a mulher continuou contando a história, como se não ligasse nem um pouco para os movimentos, e quem dirá para se Lucas estava prestando atenção.

A senhora contou os dias de conflito ainda quando era pequena, na era Vargas. Não lhe diria o ano exato, - tal pouco saberia – Pensara Lucas. Alguns acontecimentos pareciam condizentes com a época, tão fidedignos quanto um livro de história, mas ao mesmo tempo contava coisas das quais não sabia e outras que tão pouco ele acreditava. Tal como dizer que Vargas havia passado uma semana nesse prédio e contara ao seu pai que saberia que sua cabeça rolaria, e que algo o perseguia nesses longos anos até mesmo na época ao qual pertencia ao movimento “liberal”.

Somente depois de ouvir muita coisa, processara se eram fatos ou mesmo simples fragmentações falsas de uma mente cansada. No entanto, a forma como contava era tal de uma natureza bem verossímil, não pareciam loucuras do tempo, ou mesmo precursões e análises dogmáticas da história, ela acreditava em tudo que dizia.

Depois da história da sua infância, ela fez silêncio, não olhava em direção a ele, fixava ao chão. De repente, levantara da cadeira e Lucas interpretara que fora num quarto dormir, pois esperara por um tempo e não voltara mais. Voltando pra casa, pensou – “O QUE EU FIZ?” “PODERIA TER MORRIDO!”. Quando a realidade bateu, sua burrice travestida de coragem ficava mais notória. Entrar em uma casa abandonada, ver uma velha contando história dos anos quarenta em uma cadeira de balanço e num quarto que era mais escuro do que a noite, faltava-lhe parafusos na cabeça.

Não! - Talvez ele tivesse de ouvir as histórias, disse a si mesmo. Adorava ouvir histórias antigas. Quando se concentrara em uma coisa, não largava, extrairia até o último pingo de conhecimento para satisfazer suas ponderações. Lucas era feito de fases, antes se fascinava por castelos, depois ficara fissurado em casas de séculos passados. No outro dia fora a escola. Seus amigos perguntavam sobre a tal mulher no prédio abandonado, mas Lucas não falara nada, nem contou aos amigos sobre o que aconteceu. – Eles acreditariam? – Pensou rapidamente. Se ele tinha certeza de que tudo o que fez fora loucura, imagine o que achariam as outras pessoas.

Não obstante com a burrice número um, cometeu a número dois. Talvez testar a sorte seja uma forma ao qual Luquinhas se sentia bem. Voltando a rua de finarcos, mais uma vez entrou no prédio. Seus amigos nem mais iam por aquela rua, e acreditavam que ele também não. Ela continua sentada ao banco, na mesma posição e dessa vez contara um pouco da época em que se casara. Falava do período militar com uma interpretação totalmente diferente da qual se ouvia por aí. Não chamava de “golpe” ou mesmo “intervenção”, tão pouco “período” e sim: “era militar”.

Não fazia juízo de valor, dizia que seus amigos tinham tanto medo dos comunistas quanto dos militares. Parecia mais uma observadora de décadas relatando tudo de uma maneira tão neutra que corroborava a possibilidade de o que estava diante dele nem fosse dessa dimensão ou planeta. Humanos escondem seus ideais ou ocultam relatos afim de favorecer um discurso. Não há como omitir ou retrair essa natureza.    

Sem falar que sua aparência de distanciamento ficara maior do que no dia anterior e sua semelhança com a casa agora para Lucas fazia total sentido. Fitava ela com o mesmo olhar de incompreensão e curiosidade de quando olhara a casa. As duas eram um pedaço de conhecimento histórico incrível e sobretudo não pareciam ser compreendidas pelos outros. Por que alguém destruiria essa casa? – Pensou agora. Aquilo era interessante demais pra isso.

Nem ao menos sua voz arrastada lhe chamara tanto mais atenção como antes. Lucas não sabia seu nome, mas por algum motivo pouco se importava. Se interessava mais nos seus relatos. E que diferença faria procurar a história daquela mulher? Segundo ela, era apenas uma dona de casa com um pai que fora dono de grandes terras, casara-se com um corretor da bolsa de valores.

Mais uma vez após o relato sobre sua época de casada, fez-se um silêncio, continuara na sua cadeira de balanço. Lucas agora notara os detalhes da cadeira, o encosto e o braço eram de palha, a cor dos seus braços era branca, bastante desbotada. Os pés eram circulares, formavam quase uma barriguinha do ‘a’ em tipografia junta. A mulher estabeleceu um silêncio maior do que ontem após os relatos, talvez três minutos. Por conseguinte, mais uma vez saiu e se aproximou da porta. Lucas mais uma vez acreditou que fora dormir.  

No outro dia, Lucas parecia cansado. O seu olhar estava de alguém que não dormira direito, queria porque queria saber o resto da história. Passara-se suas histórias da infância, da adolescência e agora chegara finalmente ao clímax, sua vida adulta. Mal terminou a aula e saiu primeiro que os amigos, esbarrando em duas a três pessoas no pátio estendido da escola.  Voltara a velha e empoeirada rua de finarcos.

Mas... algo estava diferente. A senhora que nos outros dias fitava a calçada pela janela e logo após sentava em sua cadeira de balanço, não se via por ali. Nos outros dias olhava do prédio com o mesmo olhar mórbido e vazio. As vezes só via sua silhueta, mas nem isso hoje. Subiu calmamente, abriu a porta que agora ficava cada dia mais solta da parede. Lucas imaginava que mais um dia e já era.

Ele temia o pior, vira o quanto estava debilitada nos outros dias, será que haveria uma próxima vez? Olhou estritamente no vão da porta para o interior do quarto e por incrível que pareça, viu ela sentada novamente na cadeira. Se ontem parecia distante, hoje quase não se via. Estava “transparente” quase. Lucas não conseguia entender e nem se importava tanto, queria porque queria saber o final dessa história. Iria extrair como na época da sua fascinação por castelo até a ultima informação. Se a sorte bateu na porta duas vezes, por quê não uma terceira?

A senhora começou a contar e sua voz estava mais fina, porém era mais baixa que o comum, as vezes enquanto falava, sumia. Tal qual em uma ligação de uma operadora ruim. Ela contara agora a parte mais triste de sua vida, literalmente uma guerra fria em seu coração. Estava no final do perío... não! “Era militar” da qual a mesma nomeava. Começou a dizer sobre mortes de entes queridos. Primeiro descreveu a ocasião em que sua mãe veio a falecer, aos 86 anos. Ficara impressionado como a mente dela parecia exata neste momento.

Lucas era tão novo, pouco imaginava em sua pré-adolescência o que é perder alguém, não sabia como uma coisa dessas marcaria qualquer um. Esquecer é impossível! Após isso, contou o derrame que seu pai teve, ainda vendo o jogo da seleção brasileira. Ela dizia que seus irmãos nunca mais viram um jogo da seleção perto daquela poltrona, nem mais torciam para seleção. Pensavam que se tivessem assistido um programa qualquer, seu pai ficaria um pouco mais de tempo com eles.

Ele refletiu sobre isso, mas como a mãe da senhora a frente já tinha 86 anos, presumiu que o pai tivesse mais ou menos essa idade ou talvez fosse até mais velho. Há coisas que não tem como evitar – pensou ele. Aconteceriam de qualquer forma, mas Lucas usava a razão nesse momento, com literalmente uma inocência de uma criança que não conhece nada sobre o mundo ou mesmo sobre a vida.

Contou que seu marido havia morrido em um acidente dois anos depois, mas que nada disso apagava ou ofuscava as doces lembranças que tivera com a família. A casa era tão boa como essas lembranças, tão bela quanto elas. Para quem via externamente, era só um velho prédio que um dia teve sua importância, mas que ninguém ligava mais. Um prédio antigo, que talvez satisfaria a curiosidade de garotos como Lucas. Seu único interesse infelizmente não era sobre a pessoa que estava ali, nem sabia se era uma pessoa, só gostaria de satisfazer todas as suas dúvidas. Era só isso! Ela era como um objeto de estudo, nada mais, nada menos.  

Verdade dolorosa ou não ainda é a verdade. Os dois ali estavam se satisfazendo de certa forma, um com a curiosidade e o outro com o protagonismo da história, compartilhando sobre sua vida. Nem adianta dizerem que Lucas usara a mulher pra descobrir coisas, ela também o usou a paciência do jovem na hora de relatar suas frustrações durante sua existência. Ache você moralmente mais aceitável ou não.

No final, ela terminara a história, porém não disse o seu nome, nem o nome dos seus amigos ou família, nem ao menos porque ela era a única ali. Presumiu Lucas que era a única viva em toda essa história ainda.

Houve uma pausa grande, contudo menor que no outro dia. Ela continuava olhando para o chão, mas em um momento rápido e ligeiro, completamente inesperado, dirigiu seu olhar pela primeira vez a ele. E então falou – Vo-você tem alguma-ma perrgunta?

As expressões dela não davam mais impressão de uma idosa cheia de informações, parecia mais um pedaço de história, preso a um prédio do passado. Uma visão do pretérito, presa e perdida ao mundo futurista. Lucas tinha uma pergunta, não sabia bem como formula-la. Respirou fundo e perguntou:

— Quem é você exatamente?

— ... Desculpe, eu rrrealmente non sei! ...Acho que sou só... uma página prestes a rrrasgar... uma fase superada!  

Já havia entendido o final.

— Obrigado...

A mulher se levantou, fechou a porta e foi-se dormir. Lucas ficara olhando para aquele lugar, algo lhe dizia que não teria a oportunidade de ver novamente. A cadeira de balanço parou, mas dois segundos depois, voltou a se movimentar, enquanto olhava os quadros. Não havia mais fotos, estava tudo escuro, as fotos pareciam arrancadas. O quadro da parede não tinha mais o retrato e os livros empoeirados já haviam sumido, só ficara as aranhas e as teias. Lucas fechou a janela com dificuldade, mas olhou direito e viu que o vidro estava quebrado. A cadeira começou a se movimentar mais rapidamente e as paredes tremeram fortemente como em um trovão...

Agora sim Lucas correu e finalmente seu medo foi exposto após os acontecimentos. Desceu as escadas gritando feito um louco. – AHHHHHHHHHHH, SOCORRO, ME TIREM DAQUI! Pelo que se vê, ele precisou de três dias para ficar com medo daquele lugar. Ora, se fosse um carro no cruzamento de uma rua, já estaria atropelado. Desceu as portas, os chãos estavam tremendo, no final dos últimos quatro degraus caiu e capotou. Um calo enorme cresceu na sua testa. Levantou rapidamente e abriu a porta...

Ainda estava muito claro naquele verão, viu os amigos passando perto da rua e foi em direção a eles – Por que vieram aqui?

— Hoje é o dia da demolição, eu que não iria perder isso! – Disse Thiago. Ricardo estava atrás dele com medo. - Você é louco de entrar no dia em que o prédio vai cair.

— Então, Lucas, quem era aquela mulher? –  Observou Leandro.

Ele olhou para trás, não acreditando no que via. Tinha dois tratores amarelos já perto do prédio, balançando, e, de repente, foi-se.  Os amigos gritaram porque estavam felizes. Menos um medo ao passar pela rua dos finarcos.

— Lucas, descobriu alguma coisa desse lugar aí?

— Ah... nada relevante!

Lucas era de fases, e a fase do seu interesse por prédios havia acabado. Mas e a mulher? – Bom, se ela não sabia quem era – Pensou Lucas. – Não seria eu que descobriria.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigado pela leitura, todo domingo novas histórias! Um abraço.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Contos Sobrenaturais" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.