Queen of Hearts escrita por Luna Lovegood
Notas iniciais do capítulo
Ei, aqui estou eu, Luna. De novo. Começando um novo projeto. De novo.
Recentemente eu finalizei Prenda-me se for capaz, e com Guilty Pleasure chegando ao final eu resolvi já apresentar meu novo projeto. Queen of Hearts é, como em todas as minhas fanfics uma mistura de romance, um pouquinho de ação e drama, e claro uma dose gigantesca de muito amor meu por Oliver e Felicity. Como eu tô com saudades desses dois T.T
Vou trabalhar as coisas um pouquinho diferente do meu habitual (falo mais disso nas notas finais), mas eu amo um desafio! Eu espero contar com vocês me acompanhando em mais esta fanfic.
Beijos e boa leitura!
Coming like a hurricane, I take it in real slow
The world is spinning like a weathervane
Fragile and composed
I am breaking down again
I am aching now to let you in
(Hurricane - Fleurie)
ღ
Felicity Smoak
Luzes vermelhas e azuis tremulavam pelo ambiente escuro. Meus olhos seguiam hipnotizados as cores e sua dança ritmada, as diferentes formas que assumiam quando balançavam sobre a destruição e o caos ao meu redor, ou como se multiplicavam ao refletirem sobre os pedaços de um espelho. Tudo estava jogado ao chão, danificado ou de alguma forma irremediavelmente quebrado para sempre, assim como eu. Ignorei o som estridente das sirenes que atacavam meus ouvidos e as vozes altas que faziam suposições errôneas sobre o que teria acontecido ali.
Concentrei-me nas luzes, naquele ponto limpo da parede em que nada estava destruído, e as luzes pareciam apenas brincar uma com a outra.
Eu estava contente em olhar para as luzes e evitar o olhar das pessoas.
Suas perguntas, e suas condolências.
No meu pequeno mundo, eram apenas as luzes e eu.
Puxei meus pés trazendo-os para frente sem me incomodar de estar sentada no chão, e no aspecto que teria meus jeans novos depois de eu arrastá-lo pela sujeira e cortá-los nos cacos de vidros que formavam um tapete debaixo de mim.
Eu não me importava com algo tão fútil.
Abracei minhas pernas e apoiei meu queixo sobre os joelhos, usando daquele único ponto de paz para encontrar meu equilíbrio novamente, lembrei-me de suas palavras na hora do tormento, e as repeti na esperança de fazer o mal-estar passar. “Respire, Felicity. Apenas respire, concentre-se em mim e nada mais...”, mas elas não pareciam ter o mesmo efeito quando não era sua voz que as dizia, ou o seu toque suave ao me aquecer, fazendo-me esquecer de tudo ao meu redor.
Por que parecia que a temperatura havia despencado muitos graus?
Esfreguei-meus braços várias vezes tentando obter calor, mas não consegui. Movi meus olhos pelo lugar, buscando por algo que pudesse usar para me esquentar, lembrando-me de um casaco que havia sido jogado ao chão sem cerimônia. Esse foi meu erro. No instante em que movi meus olhos da parede e suas luzes calmas, eu o vi.
O homem morto passava por mim sendo carregado em uma maca, com um lençol sujo com seu próprio sangue cobrindo-lhe o corpo. Mas o seu braço estava caído e balançando para fora, os dedos quase escovando o chão. Era errado chamá-lo de “homem morto” quando eu conhecia seu nome? Seu rosto? Era nisso que nos resumíamos após a morte?
Apenas um cadáver sob o lençol?
E se era, então como teriam sido seus últimos instantes? Apenas em pura agonia? Ele viu a morte chegar, e ainda assim implorou por sua vida?
Teria erguido aquela mesma mão, dizendo para que parassem?
Parecia um jeito horrível de morrer.
Eu teria sido a próxima?
A náusea voltou e minha vista se tornou desfocada e embaralhada, eu já não conseguia mais localizar aquele maldito ponto de paz. Tudo o que eu sentia eram as paredes vindo em minha direção, ameaçando caírem sobre mim, o pânico se instalando novamente. Meus pensamentos se tornaram uma massa confusa e indistinta de tudo o que eu poderia ter feito diferente naquele dia, e que culminariam em um outro fim. De como eu poderia, neste exato momento, estar apenas cochilando em meu sofá, após uma muito extensa maratona de alguma série da Netflix. Mas, se este tivesse sido o caminho tomado, o quanto mudaria o meu destino e o dele?
— Felicity Smoak? – ouvi meu nome ser chamado, quebrando meus pensamentos confusos e conflituosos, foquei no homem fardado a minha frente. Era suposto que me sentisse segura ao seu lado, mas o frio ainda arrepiava minha pele e meu estômago ainda protestava fortemente. - Sua vez.
— Isto não é real. — disse para mim mesma, apertando meus olhos esperando acordar a qualquer instante no meu sofá.
Mas não aconteceu.
E quando toquei o curativo improvisado em meu braço, o ferimento ainda latejava e me dizia que isto era sim real, e não um maldito pesadelo.
— Senhorita Smoak. – o tom foi incisivo desta vez, sem espaços para compreensão ou o mínimo de humanidade, era apenas mandatório.
Me ergui do chão, temendo que minhas pernas fraquejassem e cedessem ou que todas as paredes sujas de sangue viessem diretamente ao meu encontro novamente. Eu precisava de um ponto de paz que impedisse a ruptura, de algo minimamente belo para me concentrar, como minhas luzes.
Mas a medida em que eu andava seguindo o homem, as luzes ficavam para trás.
E meu mundo parecia ceder.
Eu estava na borda quando eles me encontraram.
Tão azuis quanto um oceano aberto, sem nada ao redor para me oprimir.
Eu tive seus olhos nos meus uma última vez.
E eles aqueceram meu coração. Guardei aquele instante, aquela lembrança de algo efêmero e belo antes de mergulhar de volta na brutalidade do mundo.
Sabendo que nunca mais os veria outra vez.
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Oi de novo!
Este foi um começo curto, e com um ar mais pesado, mas surpreendentemente essa fanfic vai ser um pouquinho mais leve... A sinopse é um trechinho do que vem por aí... Enfim, perguntas? Comentários? Puxões de orelha por eu não ter atualizado Guilty ainda?
Beijos e até breve ;)