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Capítulo 9
IX




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— Então. – Jorge murmurou. – Acho que essas não são lágrimas de cebola.

Cassiopeia se virou para ele em silêncio. Ela estava sentada na escada da pequena casa, e todos já estavam dormindo, menos ela. Bem, e Jorge também, já que ele estava aqui.

— Não. – A loira murmurou, e moveu uma das mãos para limpar as bochechas, mas seu namorado fora mais rápido, usando um polegar pra fazê-lo em seu lugar. – Não são.

— O que aconteceu? – Ele estendeu a mão, tomando a dela na sua e enlaçando seus dedos. – Você está assim desde hoje de manhã.

Ela suspirou.

— Eu sinto falta de casa. – Cas confessou, sentindo o caroço em sua garganta. – Eu não falo com a minha mãe desde Hogwarts, eu não vejo o meu pai desde aquele dia no ministério… George…

Ela cobriu o rosto, segurando as lágrimas e amaldiçoando mentalmente a luz acesa há poucos passos dos dois.

— Merlin, e essa luz mágica idiota. – Ela grunhiu. Não bastava não conseguir se controlar, ela ainda estava com dor de cabeça, e a lâmpada encantada não ajudava em nada.

Quando ela descobriu os olhos, Jorge estava pondo a varinha de volta no bolso e o cômodo estava quase completamente escuro.

— Pronto. – Ele sussurrou.

— Obrigada. – Ela respondeu no mesmo tom.

Jorge sabia que não havia nada que ele pudesse fazer pra ajudar, mas puxou a namorada para sentar em seu colo da mesma forma, abraçando-a por completo e deixando a moça esconder o rosto em seu pescoço.

— Você não está sozinha. – Ele sussurrou, acariciando sua nuca gentilmente. – Você tem os seus tios e a Tonks, e você tem a mim. Eu nunca vi você se dar bem com alguém tão rápido como quanto com a Fleur, o que é muito bom, porque a mamãe a Gina não estão sendo legais com ela. E você tem a minha família. Eu sei que não é a mesma coisa, mas você não está sozinha.

Ele respirou fundo enquanto ela se manteve em silêncio, apenas chorando. Cassiopeia sabia que tudo o que ele estava dizendo era verdade: ela podia contar com os Weasley como amigos e tinha encontrado uma família nos Tonks, mas nada podia preencher o vazio que seus pais e irmão haviam deixado para trás.

Os dois ouviram passos na escada e Cassiopeia se moveu para ver quem era por um momento, voltando a esconder seu rosto ao reconhecer Gui.

— Está tudo bem? – Ele questionou, claramente preocupado. – Fleur disse que Cas não subiu pra cama ainda, ela está preocupada.

— Estamos só conversando. – Jorge explicou. – Sozinhos.

Cas não chegou a ouvir ou ver a reação de Gui, e ele logo partiu, mas ela se afastou de Jorge um pouco depois, secando as lágrimas do rosto com as mãos.

— É melhor eu ir, antes que mais alguém venha atrás de mim.

Jorge apenas segurou sua mandíbula gentilmente e depositou um beijo em seus lábios.

— Quer dormir no meu quarto? – Ele ofereceu. – Fred não deve contar a ninguém.

Ela negou com a cabeça.

— Fleur notaria. – Ela o lembrou. – Não quero dar à sua mãe mais uma razão pra não gostar de mim.

Ele a beijou novamente e os dois ficaram de pé.

— Me avise se precisar de mim, tudo bem? – Ele ficou na ponta dos pés e beijou a testa dela.

Fleur ainda estava acordada quando ela entrou no quarto, e Cassiopeia torceu para seus olhos não estarem inchados do choro.

— Está tudo bem? – A francesa questionou.

Ela só confirmou com um murmúrio. Fleur era agradável, mas uma estranha, e Cas simplesmente não queria falar com ela.

— É um assunto complicado. – Ela se limitou a responder. – Desculpe se te mantive acordada.

Fleur não a pressionou e Cassiopeia se deitou de costas para ela, abraçando o próprio travesseiro e se arrependendo de não ter aceitado a oferta de dormir ao lado de Jorge instantaneamente. Ainda assim, ela tentou dormir. Amanhã seria um dia mais fácil, com certeza.


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