Os Guerreiros de Andrômeda - Arco 1 escrita por MoonBunny


Capítulo 3
Cap 3 - Por favor, tudo menos zumbis


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora para postar esse capítulo, foi meu aniversário e eu me perdi completamente do tempo, esqueci até as datas.

Espero que gostem do capítulo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/779088/chapter/3

Iris bufava irritada já havia dois tempos de aula, o que, como sempre, preocupava o jovem loiro que sentava atrais dela. Ele tentou cutuca-la, sussurrar, mas fora ignorado em todas as tentativas de aproximação.

Tirou uma pequena parte de sua pagina do caderno de anotações e escreveu com sua grafite.

“Tudo bem? Por que esta tão irritada? Pode me falar?”

Arremessou o papel acertando em cheio em cheio o caderno da menina a sua frente. Passou poucos segundos e ela esticou a mão pra trás despojando o papel amaçado na mesa do loiro.

Ele pegou o papel e o abriu com dificuldade, detestava quando a menina amassava o papel daquele jeito.

“Problemas envolvendo a...Humanidade e suas modas esquisitas, depois te explico direito.”

“PS:Boa Mira”

O menino sorriu e fez um pequeno carinho na costa da amiga e voltou a olhar para o quadro tentando voltar a anotar o conteúdo que havia se adiantado numa velocidade impressionante.

***

O loiro estava sentado em um dos bancos na praça central da academia, sentava cruzando suas pernas como se estivesse em uma almofada, com ambas encolhidas e olhava fixamente para o celular onde o jornal da academia falava novamente sobre a falta de respostas sobre a “invasão” na escola havia poucos dias, fazendo Rabbit suspirar.

— Talvez eu devesse ter tido um pouco mais de cuidado para não ter causado tantos estragos

Olha novamente ao telefone pela nova atualização da mídia social dos alunos na escola, o blog de assuntos diversificados estava lotando de comentários em poucos segundos até impressionando o loiro que pressionou o dedo na tela do telefone vendo o novo blog criado pela administradora principal das redes sociais da escola.

Obviamente o nome Mia era vinculado a novidades e desvendar mistérios. Rabbit não pode evitar soltar uma risadinha, embora muitos achassem a menina uma enxerida e até mesmo uma fofoqueira, o menino valorizava o esforço dela e sabia o quão ela amava jornalismo.

Abriu a matéria sobre o novo sucesso do momento entre alguns jovens de outras escolas e que era algo que a Academia Royal não poderia ficar de fora, algum tipo de colar. Passou a tela com o dedo descendo a matéria vendo diversas fotos de colares diferentes e endereço da loja.

O menino se perdia lendo os comentários dos jovens, a mania dos alunos da academia de sempre quererem ficarem por dentro das novidades e modas poderia ser considerado irritantes para alguns, mas Rabbit como aluno da mesma, sabia que isso só acontecia pelo verdadeiro desejo dos alunos e todos amavam o que faziam, ninguém se obrigava a nada e isso deixava o menino feliz.

— Eles estão bastante animados com isso – Uma voz surgiu por trás dele o fazendo tirar os olhos do telefone e sorrir para sua amiga.

— E você nem um pouco?

— Não – Disse num suspiro e sentando do lado do loiro colocando duas bebidas entre os dois – Morango – Apontou pra bebida dele

— Obrigado! – Agradeceu muito feliz já começando a tomar a bebida – Mas... Por que não esta animada como o resto da escola?

— Bem... Não é o acessório em si na verdade... Mas coisas que andam acontecendo...

O menino a encarou em silencio enquanto ela olhava para o nada pensativa, logo virando o rosto o encarando e ele sorrindo para ela fazendo sinal de que ela poderia continuar.

— Ultimamente... Ando sentindo coisas estranhas... Sensações negativas... Mais fortes do que realmente parecem.

— Como assim?

— Lembra daqueles braceletes?

O menino fez um sim com a cabeça

— Eu senti algo muito ruim naquela coisa – Deu ênfase no muito – Uma coisa fora da normalidade, como se algo maligno estivesse naquilo e além disso, também teve o caso da organização da cerimonia de entrada.

— A que você ficou doente?

— Exatamente! Rabbit, eu tive uma febre fora do comum de tão alta, impossível algo acontecer assim em um curto espaço de tempo

O loiro encarou a morena enquanto ela olhava para o nada com uma mistura de preocupação e irritação, o loiro sabia o que ela sentia, ele sentia também. Sempre soube que seria difícil esconder tudo o que acontecia de Iris, afinal, ela possui habilidades psíquicas muito fortes e ela poderia ser a amis afetada de tudo aquilo.

O garoto fez carinho na bochecha da menina chamando a atenção dela e a abraça logo depois num abraço reconfortante.

— Porque não saímos um pouco? – Separou do abraço a encarando feliz – Podemos dar uma volta, fazer umas compras, arejar um pouco as coisas, no final do dia podemos nos encontrar no lugar onde Seiya sempre treina.

— Não sei...

— Vamos, assim você se distrai um pouco e podemos mudar um pouco do ambiente da escola para variar

Ela logo sorri com a animação do loiro e confirma dando uma puxada na bochecha dele.

— Vou encontrar com o Seiya rapidinho, nos encontramos na sala?

O menino sorriu e confirmou com um gesto de cabeça agitado fazendo a menina rir. Ela se distanciou mais um pouco e ele desmanchou seu sorriso e terminou o conteúdo da sua bebida.

— Preciso tomar mais cuidado... Não posso deixar as pessoas que me importo se machucarem de novo...

Encara um pouco as folhas das arvores pensativo, mas logo balança a cabeça se animando novamente e vai em direção a sua sala.

***

Em casa o loiro sai do banho soltando um suspiro relaxante, trajava um moletom com capuz branco e uma calça de moletom preta.

Saltitando desceu as escadas até a cozinha e no caminho para a geladeira deu uma arrumada na bagunça que seus irmãos mais novos deixaram na cozinha que o loiro tinha certeza de que numa leve preparação de leite com achocolatado, eles acabaram fazendo uma pequena “guerra” com o pó marrom e não limparam.

— É bom que vocês dois tenham tomado um banho ao menos – Se pronunciou alto para eles ouvirem no andar de cima e pode ouvir barulhos do teto da cozinha.

Suspirou abrindo a geladeira e pegando um pedaço de chocolate enquanto ia para a sala sentar no sofá e colocar em algum programa qualquer de noticias e mexer no telefone.

“Esta tudo certo para amanhã?” – Mandou a mensagem para Iris

“Precisa mesmo ser amanhã?”

“Porque não seria amanhã? Hoje é sexta!”

“Exatamente, é sexta feira e queria poder dormir um pouco mais”

“Na ultima vez que saímos para fazer algo seu, você invadiu minha casa  e me puxou da cama!”

“São duas situações completamente diferentes”

“Amanhã as 10:30 na frente da ponte”

“OK!!!!”

E assim eles encerraram a breve conversa fazendo o loiro rir da resposta irritada da amiga, mexeu em mais algumas coisas no seu telefone e o deixando de lado começou a assistir o noticiário.

A noticia chamativa atrairia a atenção de qualquer um “Gangues atacam policiais na ultima noite”. A noticia foi um pouco curta, dos policiais informando que encontraram um grupo de pessoas de idades diferenciadas e quando os interrogaram foram atacados, a única coisa que eles lembraram foram olhos vermelhos e se sentirem tremendamente fracos.

O garoto ficou encarando a televisão enquanto tentava entender a reportagem, mas logo pôde ouvir a porta sendo aberta e seu pai entrando na sala.

— Boa noite pai

— Boa noite coelho – Disse sentando no sofá soltando um suspiro de alivio e faz cafune na cabeça do loiro.

— Como foram as coisas na empresa, matérias novas?

— Mais do que era de se esperar, muitos só falam sobre os “gangsters de olhos vermelhos”, mas poucos esta sendo informado sobre este caso.

— Sei que você vai conseguir – Sorriu para o pai recebendo um sorriso de volta e outro afago em sua cabeça.

— Sabe da sua mãe?

— Ela saiu um pouco depois que eu cheguei...

Um pouco depois de ter dito isso a porta da frente foi aberta novamente com sua mãe adentrando na sala com algumas compras e ajeitando seus cabelos castanhos que estavam um pouco bagunçados e os alinhando perfeitamente.

— Desculpem o sumiço, fui me encontrar com uma antiga amiga da época que era modelo e acabei perdendo a noção do tempo.

Rabbit sorriu para a mãe demonstrando que estava tudo bem e seu pai a abraçou forte a beijando logo depois.

— Não precisa se desculpar por algo tão bobo, sei que sente saudades de algumas amigas e o quão difícil é encontra-las.

— Obrigado por entender querido – Ela deposita um beijo nos lábios dele com amor e faz carinho na bochecha dele.

— O que são essas sacolas mãe?

— Bem, é difícil não sair com ela e não fazermos compras e acabamos passando em muitas lojas

— Nossa... 1...2..3..4...5 sacolas?

Ela mexeu no brinco um pouco culpada, mas logo recebeu um carinho do loiro mais velho e sentou com eles no sofá para conversar um pouco os três juntos.

Rabbit ficou feliz em passar um tempo com seus pais, depois das rotinas envolvendo lutar contra monstros, ter um pouco de normalidade em família o alegrava bastante enquanto eles falavam dos seus dias e o perguntavam do seu e ver as compras de sua mãe.

— O que achou desse Rabbit? – Ela perguntou ao tirar de uma caixa um lindo colar. Ele era bem simples, mas muito bonito. Sendo fino e com um tom prateado em seu comprimento haviam diversas pedras de cores frias e emoldurando a pedra esverdeada no seu centro.

— Esta linda mãe – A olhou com os olhos brilhando de tão lindo que aquilo estaria nela

— Comprei pensando nos seus olhos – Ela disse com um sorriso carinhoso como o do filho

— É daquela loja nova?

— Sim, apesar de colares tão bonitos, eles são até que bem baratos

— Lembro de ter feito uma matéria sobre esta loja, fico impressionado em como ela ficou famosa em 3 dias.

Depois de conversarem mais um pouco Rabbit foi para seu quarto para adiantar as tarefas do final de semana, já que não teria tempo no dia seguinte, pois sairia com Iris. Terminou seus exercícios e se deitou cansado e logo dormiu.

***

Na manhã seguinte o garoto correra até o ponto de encontro com sua amiga, onde em poucos segundos apareceu no mesmo momento.

— Que bom que veio

— Tinha como não vir? Sabia que se tentasse ficar em casa você apareceria na minha porta – Disse fazendo careta e colocando a mão na cintura.

Começaram a passear pelo parque enquanto conversavam. A temperatura finalmente havia se amenizado e um sol radiante esquentava o solo em clarões agradáveis e leves brisas trazendo o aroma das flores. A primavera era realmente uma época perfeita para parques com diversos botões de flores desabrochando.

— Viu o noticiário ontem? – Ela perguntou

— Sim, dos gangsters de olhos vermelhos – Colocou as mãos dobradas nos olhos como se fosse um óculos para dar algum ênfase no que quis dizer.

— Até isso tem acontecido, será que foram os mesmos arruaceiros que atacaram nosso auditório de noite?

— Não sei... Mas vamos parar de pensar nisso – Acelerou o passo ficando na frente dela – Estamos em uma das melhores estações, a primavera é a época de novos começos, novos desafios, flores desabrochando mostrando seu ciclo de vida e espíritos dos apaixonados! – Parou um pouco encarando a menina que estava com uma careta de quem não estava entendendo nada – Quer dizer que vamos terminar nosso ensino fundamental e temos de viver nossos momentos como “pré” alunos de ensino médio com muita energia jovem e boas recordações!

Ficou encarando a menina com felicidade e ela continuava com uma careta indecifrável jogando seu cabelo para o lado.

— Qualquer pessoa que ouvisse isso iria ficar super animada e feliz, mas como eu te conheço a bastante tempo e literalmente todo ano você diz algo do tipo – Deu ênfase no todo – Você não me surpreende em nada, só ficou tocado pelas flores abrindo.

— Malvada – Ficou de cabeça baixa encarando a verdade nas palavras da amiga

Ela soltou um sorriso e juntou os braços ao dele.

— Vamos fazer compras então

***

Uma coisa todos sabiam quando se andava com Iris e Rabbit, eles amavam ver diversos tipos de lojas e admirar seu conteúdo e quando tinham dinheiro, sofriam para ver no que gastariam para não ficar no negativo quando precisassem.

Passaram por diversas lojas com todos os tipos de conteúdo, livros, acessórios, roupas, brinquedos, deram uma passada em um fliperama ao qual assimilaram um desejo competitivo e todos ficaram assustados em sua competição no jogo de dança, ao qual Iris ganhou.

Logo entraram numa longa rua onde tinha somente conjuntos de lojas de roupas e acessórios, sendo do masculino ao feminino e de crianças a adultos.

Olhando as lojas eles passavam de uma por uma, principalmente algumas que tinham estilos loucos do antigo retro brega dos anos 60 e 70, ao qual Iris ameaçou Rabbit caso ele colocasse em qualquer rede social a foto dela usando uma calça dourada ridícula boca de sino.

Rindo eles pararam na mais recente loja daquela rua e pela fila do lado de fora, ela parecia fazer bastante sucesso.

— Essa é a loja daqueles colares né – Perguntou pra sua amiga

— Deixa eu ver... – Ela mexeu em poucos segundos no telefone – Sim, pelo blog da Mia aqui é o local exato.

— Podemos dar uma olhada, vai que você se acalma mais em relação a esse lugar

— Ok...

Adentraram a loja bem movimentada, graças ao grande espaço interior conseguiam se mover sem grandes dificuldades.

A loja possuía uma decoração refinada, porem não muito sem graça. Tendo vários desenhos de estilos de seus colares, a vitrine mostravam todos os modelos e pedras que poderiam ser enfeitados. O ar possuía um perfume inebriante, os dois jovens ficaram cativantes por algo que não era enjoativo, mas doce e suave.

Foram atendidos por uma funcionaria muito simpática, uma mulher alta com um sorriso doce e longos cabelos escuros com uma franja que quase cobria seu olho direito. Os indicou modelos de colares e pedras que combinavam com qualquer um, mesmo os dois deixando claro que só estavam olhando.

— Você possui um pescoço muito bonito – Ela disse para Rabbit enquanto o distanciava de sua amiga que era atendida por outra vendedora

— Obrigado... – Tentou ser gentil mesmo não tendo entendido o estranho elogio

— Cores neutras parecem combinar bastante com você, gosta de prata?

Ela continuava a bombardeá-lo com diversas perguntas até a deixar fazer uma amostra de colar para ele.

Mesmo sendo somente uma exibição gratuita, ele não pode evitar observar a beleza daquele acessório e como a mulher tinha habilidade os juntando, como se ela tivesse nascido para isso, ela estava um pouco séria dedicada em seu serviço, como se estivesse saindo de si.

Logo ela o entregou o cordão. Todo adornado em prata e com diversas pedras neutras de coloração branca, preta e cinza com uma pedra que lembrava um diamante no meio.

O menino recebeu a ajuda da mulher para colocar o cordão e segurou o espelho para ele se ver, realmente era uma peça muito bonita, como se tivesse sido feita para ele, destacava seu rosto muito bem. Rabbit nunca foi uma pessoa vaidosa, mas se achou muito bonito com aquele colar.

— Você ficou maravilhoso! – A mulher disse com um enorme sorriso

O menino concordou, tocou o metal prateado frio em sua pele o admirando mais e se sentindo inclinado a compra-lo.

— Deve ser muito caro

— Não, prometo fazer um preço muito especial para você.

— Eu...

Estava pensando sinceramente a compra-lo quando sentiu algo zumbir em sua cabeça, sentindo-se levemente zonzo ele se apoiou no balcão. Sua visão estava levemente turva e tinha certeza que alguém sussurrava em seu ouvido. Virou encarando a vendedora que continuava a olha-lo sorrindo, mas ainda sentia palavras sendo sussurradas “Compre”, “Obedeça”.

Palavras desconexas, mas que faziam sua cabeça doer como se fosse explodir, ele fingiu ter sentido uma leve dor de cabeça, mas tirou suas mãos do apoio do balcão e disse que não iria levar o colar fazendo a mulher ter um semblante indecifrável no rosto.

Ele se afastou o mais rápido que pode da vendedora e do colar tentando mascarar sua ansiedade em ir embora com um sorriso muito alegre no rosto.

Avistou Iris com um colar em seu pescoço, normalmente acharia lindas a peça dourada com detalhes ônix, vermelhos e ambares na garota, mas conhecendo finalmente a verdadeira natureza daquele colar, tinha que tira-la dali o mais rápido possível.

— Rabbit! Que bom que você apareceu, o que achou?

— Ficou... Bonito em você... – Disfarçou com um sorriso

— Estava pensando em levar, queria sua opinião, mas a outra vendedora te puxou de mim

— Sim...

— Já esta interessado em comprar um senhor? – Perguntou a vendedora que atendia Iris

— Não... Não me interessei, obrigado – Sorriu simpático para ela que por alguns segundos fez a mesma expressão da vendedora que havia dispensado, mas que logo voltou para o sorriso simpático – Iris... Temos de ir

— Já? Você que quis vir e não vai levar nenhum

— Estou sem grana – Deu uma risada nervosa – E não acho que precise de nenhum colar novo

— Tem certeza?

— Sim... É que... Vi a hora! Estamos atrasados, seu irmão já vai sair do treino

Ao dizer isso ela arregalou os olhos e olhou o relógio, o loiro torcia para estar certo e que por algum milagre, fosse realmente a hora que o irmão de sua amiga saísse do treino do time, mas ficou surpreso com a exclamação de sua amiga.

— Por Brahma! Ele já saiu faz 10 minutos! – Ela encarou o relógio desesperada

— Como?!

Olhou o relógio da amiga e ficou assustado, eles haviam entrado na loja eram 13:00 e o treino de seu irmão terminava as 15:30, para ele ter saído faz 10 minutos, eles estavam naquela loja faz duas horas e quarenta minutos.

— Temos de correr! – Ele falou segurando a mão da amiga

— Sim... Posso deixar reservado o colar...

— Não vai dar tempo, podemos vir aqui outro dia ok? – Sorriu forçado tentando disfarçar seu desespero.

— Ok

Saíram correndo da loja o mais rápido que podiam para encontrar com Seiya. Iris por um minuto decidiu que podia correr tanto quando Rabbit e levantavam poeira com sua tremenda velocidade, encontraram um conhecido no meio do caminho e a pobre menina quase fora atropelada pelos dois.

Seiya finalmente tinha terminado de dar as ultimas instruções e estava apoiado no muro esperando sua irmã e seu pequeno amigo para que pudessem passar na sorveteria antes de todos seguirem caminho, mas eles estavam atrasados e já havia ligado para a irmã duas vezes e tentara ligar para Rabbit que sempre atendia o telefone de primeira por sua vontade natural de sempre estar de prontidão para oferecer ajuda, algo que sempre cativou bastante o moreno.

— Seiya... Acho que vamos ter uma tempestade... – Comentou um dos jogadores fazendo o moreno olhar para cima avistando nenhuma nuvem no céu.

— Mas esta um dia tão claro – O olhou confuso

O garoto do time apontou para trás das costas do capitão e ao virar pode ver uma avalanche de poeira indo na direção deles.

— Ah... É minha irmã...

Rabbit e Iris corriam tão intensamente que mal notaram quando chegaram no campo de treinamento do time de Seiya. Iris abriu os olhos observando ao redor enquanto corria.

— Rabbit chegamos! – Sorriu

— Eba!... Pera... – Tentava diminuir a própria velocidade, mas tinha corrido tão rápido que se tentasse diminuir bruscamente cairia no chão – Não consigo parar!

— Rabbit desacelera! – Diminuiu a velocidade parando perto de seu irmão enquanto ambos observavam o “carro” loiro ir adiante sem conseguir parar em direção do time que ria da situação

— Olha a frente!!!! – Gritou chamando a atenção do time que mal teve tempo de desviar e foram atropelados pelo jovem – Desculpa... – Comentou levantando a cabeça que estava doendo, olhou para baixo e estava deitado em cima de três jogadores do time meio tontos pelo tombão enquanto outros quase tinham caído juntos – Oi pessoal... Então... Treinando muito? – Perguntou sem graça pela situação que tinha passado vergonha e levantou tentando ajuda-los a se levantar também.

— Estão atrasados, aconteceu algo? – Seiya perguntou ajudando Rabbit

— Perdemos a noção do tempo – Falou Iris

— Pelo menos não estão machucados

— Por que? Aconteceu algo? – Rabbit olhou confuso para Seiya

— Saiu nas redes sociais que ontem a noite aquele pessoal de “olhos vermelhos” atacou algumas pessoas na rua – Falou um dos jogadores mexendo no telefone

— Onde você viu isso? – Iris perguntou jogando o cabelo

— Blog novo da Mia – Falou mostrando o telefone

— Serio, seu pai já pensou em contratar ela? – Iris perguntou para Rabbit

— Não, mas estou pensando em perguntar se ele aceitaria – Deu uma risadinha

— As coisas andam um pouco agitadas, depois da sorveteria acho melhor deixarmos o Rabbit em casa ai vamos para casa, não quero deixar vocês andando sozinhos por ai.

— Incorporando o irmão mais velho – Brincou Rabbit – Mas vocês ainda irão ter de andar muito se me deixarem em casa, não precisam.

***

Depois de algumas discussões embebidas em sorvete Rabbit conseguiu convencer Seiya e Iris a deixa-lo ir sozinho para casa.

Pode chegar e estava tão cansado que dormiu depois de um tempo deitado e ouvindo música, mal conseguiu jantar.

De madrugada acabou acordando com barulhos vindos de fora, tirou o fone e esfregou os olhos, tentou se concentrar para ouvir melhor os barulhos, parecia que alguém estava perambulando pela casa e não sendo nenhum pouco discreto. Achou estranho pelo fato de seus pais já estarem dormindo naquele horário, junto de seus irmãos. Ele se inclinou olhando pela janela do lado de sua cama e o portão estava fechado.

Ouviu barulhos na sua porta e ela sendo aberta, se assustou um pouco e se encolheu na cama enquanto a observava sendo aberta. Tateou a cama até encontrar sua pelúcia de chaveiro, pois assim ele poderia se defender caso se transformasse. A porta foi sendo aberta lentamente e revelando a figura de sua mãe que apesar de estar em pé estava com os olhos fechados.

O menino suspirou de alivio e encarou a mulher.

— Mãe?

Ela andou até ele ainda dormindo e o menino estranhou, nunca vira a mãe andar dormindo antes, nem sabia que ela poderia sofrer de sonambulismo. A encarou e deu um leve sorriso para poder se levantar e leva-la para cama, mas antes que pudesse fazer isso, sentiu ser empurrado fortemente na cama e uma pressão enorme em seu pescoço acompanhada de uma dificuldade para respirar.

Sua mãe estava tentando enforca-lo, olhou para cima e pode ver seus olhos que agora estavam abertos emanando uma cor vermelha e seu colar brilhar. O colar começou a irradiar mais forte e com seu brilho começar a retirar de Rabbit uma aura a sugando.

— C...Como imaginei... Isso é obra de uma mandrágora... – Falou com dificuldade segurando mais forte sua pelúcia – Pelo poder de Lys!

Uma forte luz branca emanou do jovem afastando a mulher dele um pouco atordoada. Logo a luz diminuiu revelando o garoto agora transformado com seus olhos cinzas e seu cabelo inteiramente branco.

A mulher avançou nele, mas ele desviou agarrando o colar e o arrancando o pescoço dela o quebrando no chão.

O colar evaporou numa fumaça negra e ela caiu desacordada na cama. Rabbit a ajeitou e sorriu.

— Desculpe mãe... Tenha bons sonhos.

Encarou a janela seriamente e a abriu saltando da mesma caindo no muro de sua casa e pulando por casas e prédios até a loja de colares, já não havia mais duvidas, aquele era o lugar que estava causando todas essas confusões.

***

Estava parado bem em frente a loja, no momento só tinha tentado aproximações diretas, mas não tinha conseguido um bom elemento daquilo, talvez precisasse ir um pouco mais na surdina, mas não sabia por onde ele poderia se aproximar mais. Um barulho chamou sua atenção e pode ver diversas pessoas perambulando como sonâmbulos. Um pouco assustado deu alguns passos para trás tentando achar algum lugar para se esconder, mas acabou trombando com uma lata de lixo fazendo um enorme barulho.

Todos abriram os olhos brilhando em vermelho o encarando, os colares brilharam mais e correram em sua direção

— Droga... Acho que não tenho como pensar numa abordagem menos direta agora

Jogou-se contra a porta a arrombando e arrastou um dos balcões até a porta impedindo as pessoas de entrarem.

Arrastou-se até o chão sentando e soltando um suspiro aliviado.

— Já sei como os personagens de Resident Evil se sentiram

Batidas no vidro da loja eram ouvidos, mas parecia segurar bem. Se levantou observando o ambiente ao redor para ver se tinha alguma ameaça.

Andou entre os balcões, entrou nos locais que tinham diversas joias e sempre que as apertava e quebrava podia ver a fumaça negra.

Procurou ao redor procurando qualquer pista, mas não encontrara nada.

— Nenhum sinal de uma mandrágora... – Parou para pensar em alguma coisa que poderia estar faltando, mas não conseguia pensar em nada – Entramos na loja... Todos estavam numa fila pelo caixa... O tempo passava muito rápido – Arregalou os olhos até lembrar de algo – Posição do relógio... Todas as empregadas se moviam em posições de um relógio...

Passou a andar em sentido horário passando por onde estava cada uma das funcionárias, do caixa até todos os balcões, terminou no ponteiro das 12 horas, onde ficava uma parede.

— Aqui estará a decima segunda funcionaria

Fechou o punho e deu um soco na parede a quebrando revelando um pequeno corredor que levava ao alçapão. Estava entrando no corredor, mas ouviu os barulhos ficando mais intensos, olhou para a porta e os olhos vermelhos ficaram com uma intensidade maior ganhando mais força, quebraram o vidro em poucos segundos adentrando o salão e correndo até o albino.

Correndo para o alçapão ele abriu a ponta e pulou, não sabia para onde estava indo, mas não podia machucar pessoas, sentiu uma enorme ventania como se estivesse caindo de um prédio. Sentiu o chão e seus pés tremeram o fazendo cair sentado no chão.

Levantou vagarosamente olhando ao redor e observando o local, era como uma estufa gigante e ao mesmo tempo uma fabrica. Haviam diversas arvores que possuíam galhos misturados com metal dourado e prateado e flores que no seu centra haviam joias. Possuíam diversas esteiras e toneis que eram enchidos com as joias e possuíam alguns andantes de olhos vermelhos ali que de seus colares saiam a aura colorida que ia até a grande joia no teto do local.

— Isso é algum tipo de base secreta?

Ele se escondeu atrás de um tonel de joias enquanto ouviam sussurros, olhou escondido algumas figuras humanoides de plantas andando para todos os lados coletando as joias e fazendo colares enquanto uma enorme flor se abria na frente do cristal revelando uma mandrágora.

Ela possuía uma figura humanoide como as anteriores, mas essa parecia a mais humana das duas anteriores, ela realmente possuía características de uma mulher, mas seu corpo era encrustados de joias e raízes prateadas e douradas a cobriam como algum tipo de roupa estilo uma segunda pele.

— Vamos, precisamos coletar cada vez mais energia para Pervinca poder dar a nossa mãe.

Pode observar que quando toda a energia saiu dos colares dos sonâmbulos, eles brilharam com mais intensidade e começaram a sugar a energia do próprio portador.

O garoto vendo a cena não poderia ficar quieto ao ver o sofrimento daquelas pessoa, mesmo querendo entender mais o que a mandrágora falava.

Ele em um salto ficou em pé em cima de um dos caixotes de joias chamando a atenção de todos.

— Aqueles que usam pessoas como meros seres descartáveis e abusar de suas mentes e corpos não devem ser perdoados...

— Pera! Quem deixou ele entrar? Acabem com esse coelho irritante! – Ordenou a mandrágora

— Espera ai! Pelo menos deixa eu terminar meu discurso! – Falou choroso enquanto as criaturas humanoides avançavam contra ele – Eu sou... Kyah!!! – As duas criaturas esticaram seus braços formando uma camada de vinhas pontiagudas que avançavam contra ele e pulou por cima do ataque – Sou Sailor Rabbit e no permitirei que continue! AHHH – Pulou de mais uma barragem de ataques de outras três criaturas.

— Sailor Rabbit... Que nome ridículo – A mandrágora começou a rir

— Hey! Não precisa ofender! – Gritou choroso

Pulou dos ataques das criaturas e avançou contra elas jogando uma em cima de outras duas. Outra avançou com os ataques de vinhas pontudas e ele pulou por cima e com um chute quebrou a vinha fazendo a criatura sibilar de dor.

Mais seus ataques avançavam e cada vez mais Rabbit tinha dificuldade de desviar. Ele desviou entre os containers de joias que eram perfuradas pelas vinhas e aproveitou aquilo para usar os containers para desviar e atacar.

Enrolou as vinhas em outros containers e avançou por cima da criatura com um chute a jogando por cima de outras duas e avançou contra outra com um soco. Outra avançou nele e girando desviou do ataque acertando a criatura atrás de si e agarrou a mesma a jogando em cima de uma delas.

Nisso ele concentrou a energia brilhante em seu punho.

— Impacto do coelho! – Acertou as duas criaturas que evaporaram num brilho de luz

— Como Pervinca tinha dito – Sussurrou a mandrágora e começou a soltar um som de sua boca fazendo os movimentos das criaturas pararem.

Elas começaram a estremecer e voaram como se estivessem sendo sugadas em direção a mandrágora cobrindo seu corpo que estava tomando mais raízes e folhas se compactando e formando uma armadura de plantas.

Ela estende seu braço direito jogando um grande tentáculo de madeira que Rabbit facilmente o agarra com as duas mãos e segura.

— Sabe... Este truque esta ficando um pouco velho

— Concordo – Sorri – Mas existe uma diferença em quem sabe usa-lo e quem não sabe.

Ao dizer isto o tentáculo se parte nas mãos de Rabbit virando diversas vinhas que contornam seu corpo e o prendem.

A mandrágora ri e move rapidamente o braço jogando o corpo do albino contra um container de joias o fazendo soltar um grunhido de dor ao sentir suas costas baterem violentamente contra o metal.

Move seu braço novamente jogando o corpo do garoto contra uma rocha e outra contra uma arvore e o estende ao teto e o bate contra o chão.

— Como conseguiu matar outras duas de nós com essa habilidade tão estupida?

Ela se aproximava e em seu braço esquerdo as vinhas se contorciam e cresciam formando uma lamina em seu braço.

Rabbit estava caído dolorido no chão, tentou se levantar e tentar revidar, mas novamente foi erguido e jogado contra o chão tossindo sangue no mesmo.

Ela se aproxima e pisa na barriga dele o encarando nos olhos. Ela sorri e levanta o braço e desce a lamina até o peito de Rabbit para o acertar.

Rabbit fecha os olhos esperando o ataque, mas nada acontece, abre seus olhos confuso e observa a lamina ter sido parada por outra, virou a cabeça para o lado observando a lamina brilhante e enxerga uma mascara. Uma mascara branca com um grande sorriso e duas curvas dos olhos, uma tem uma lagrima e outra uma estrela.

— Você realmente deseja morrer aqui? – Pergunta a voz abafada, o menino balança a cabeça fazendo um não – Então não morra aqui, a luz de Lys não pode se extinguir aqui.

Ele faz força com a lamina empurrando a mandrágora e cortando as vinhas que prendiam o guerreiro coelho.

Rabbit se levanta e visualiza melhor o mascarado, ele era mais alto que Rabbit e usava uma roupa toda escura cobrindo sua aparência.

— Obrigado...

— Me chame de Pierrot

Ele avançou contra a mandrágora cortando as vinhas e avançando contra a lamina da mandrágora. Rabbit pulou em uma cambalhota e deu um chute no peito da mandrágora a lançando-a contra o cristal no teto.

Pierrot curva sua espada fazendo Rabbit cair em pé em sua lamina o dando apoio para dar outro salto e concentrar a energia em seu pulso e avançou contra a mandrágora.

— Impacto do coelho! – Soca o estomago da mandrágora e a luz destrói seu corpo e o cristal juntos fazendo uma enorme aura voltando para o corpo das pessoas que tiveram sua energia sugada.

Ele cai em pé e vira para o mascarado sorrindo para ele.

— Obrigado...

O enorme salão começa a tremer e a terra estremece como um terremoto e pedras caem do teto enquanto as arvores murcham.

— Temos de sair daqui antes que tudo desabe.

Eles pegaram as pessoas que estavam desmaiadas e subiram as escadas até a saída do local. Eles saíram do local entrando no salão da loja que tinha sumido.

Rabbit olhou ao redor e todos os moveis e joias haviam desaparecido, era somente uma loja vazia.

— Acho que tudo era uma alucinação – Colocou delicadamente as pessoas no chão e se vira sorrindo novamente para o mascarado – Muito obrigado por me ajudar

— Não precisa me agradecer, não podia deixar você morrer ali por um simples inimigo como aquele, você precisa melhorar seu estilo de luta.

— Desculpe, ainda estou começando – Falou um pouco envergonhado

— Você esta aprendendo e bem rápido, tenho certeza que será um bom guerreiro no futuro – Anda até a porta – Até a próxima, Sailor Rabbit – Salta sumindo na noite.

O garoto encarou a noite com um sorriso por ter um aliado em sua luta e que não estava sozinho nisso, mas foi bruscamente puxado de sua felicidade com um clarão vindo de trás de si. Vira-se encarando ninguém menos que Mia o encarando com um enorme sorriso e uma câmera fotográfica.

— Um guerreiro coelho que luta para salvar os outros? Isso é uma baita noticia!

— Ah não...

— Qual seu nome?

— Você... Não sabe quem sou...

— Não! Por isso quero saber – Falou animada

— Sou Sailor Rabbit... Err... – Tentou pensar em algo, estava muito nervoso – Tenha uma boa noite! – Pulou e assim como o mascarado de antes sumiu na noite.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Os Guerreiros de Andrômeda - Arco 1" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.