Os Guerreiros de Andrômeda - Arco 1 escrita por MoonBunny


Capítulo 1
Cap 1 - O guerreiro coelho?


Notas iniciais do capítulo

Olá!

Estou trazendo o primeiro capítulo dos guerreiros de andrômeda, espero que todos gostem e que apreciem a leitura.

Está fanfic também está sendo postada no amino de Sailor Moon Oficial.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/779088/chapter/1

O sol radiava uma nova manhã, cercado por poucas nuvens, um novo ano se iniciava para os estudantes, assim como o começo da primavera.

Um despertador toca e seu som que por poucos segundos ressoou pelo cômodo, logo foi encerrado por uma mão repousada no botão de desligar. O jovem saltou da cama se esticando com um sorriso e mexeu em seus loiros cabelos bagunçados.

Saiu do quarto e andou até o fim do corredor, passando pela porta do quarto o de seus irmãos ele entrou na ultima porta, onde era o banheiro.

Banhou-se deixando a água morna levar seu sono calmamente e logo terminar de fazer sua higiene pessoal e vestindo uma simples peça de roupas, uma blusa simples amarela e um short branco.

Saiu do banheiro descendo pela escadaria, até o primeiro andar da casa onde pôde encontrar sua mãe se preparando para iniciar os preparativos do café da manhã.

— Bom dia! – Exclamou se juntando a mesma no balcão da cozinha

A mulher sorriu como se já estivesse o esperando, a moça sempre espera seu filho para juntos iniciarem os preparos para o café de sua família. Afinal, ele sempre conseguia acordar cedo disposto a ajudar a todos se sentirem bem logo pela manhã.

— Panquecas? – A mulher propôs com um sorriso recebendo como resposta um animado movimento com a cabeça do menor confirmando.

Juntos prepararam as panquecas e os outros preparativos do café. O jovem sempre se dispôs a ajudar a mãe nesses preparativos. Ajudar a fazer algo para comerem, fazer o suco a vitamina de seu pai o lanche pra escola, quando não leva dinheiro para o almoço. Também era um momento em que podia compartilhar com sua mãe, mesmo que às vezes nem conversassem, sempre apreciavam esses momentos juntos.

Logo terminaram tudo e já puderam ver o patriarca da família sentado colocando café em sua xicara.

— Irei acordar seus irmãos, melhor ir se arrumar querido – Ela falou depositando um beijo na testa de seu filho.

O garoto subiu as escadas e entrou em seu quarto. Seu quarto tinha uma decoração bem parecida com a personalidade do jovem. Um papel de parede listrado branco com algumas cores pasteis claras. Uma mesa de centro com algumas almofadas. Sua cama macia com o cobertor roxo com coelhos bordados e suas duas pelúcias e vários travesseiros. No outro lado do quarto uma escrivaninha com um espelho e um pouco depois um guarda roupa grande.

Não muito espalhafatoso, mas tinha o jeito do dono dele.

Colocou seu uniforme da escola que compunham uma blusa de botões branca com um blazer azul ao qual tinha o símbolo da escola e uma gravata preta e uma calça social cinza com sapatos sociais.

Olhou-se diante do espelho ao qual penteava seus cabelos, mesmo eles sendo curtos e lisos eles sempre ficavam em fios desalinhados para baixo, mesmo arrumados e não espalhados para todos os cantos, sempre parecia que ele tentava pentear, mas só jogava o cabelo para baixo em vários ângulos diferentes.

Pode se olhar no espelho e ver se tudo estava certo.

Seus cabelos loiros com mexas platinadas estavam no seu habitual, o que contrastava bem com seus olhos prateados e sua pele clara, ainda permanecia baixinho com seus míseros 1,55 de altura, torcia para que tivesse crescido mais nas férias.

Afinal tinha 14 anos, geralmente entre os 13 e 15 anos o corpo muda muito, principalmente o tamanho. Tentou se acalmar lembrando que ainda tinha mais alguns meses até seus 15 anos.

No lado de seu espelho estava seu nome estilizado “Rabbit White”.

— Tudo OK, pronto para começar meu nono ano. Teremos mais um ano cheio de energia jovem! – Falou animado pegando sua bolsa e fazendo carinho no seu pelúcia pendurado num chaveiro – Vamos lá Easter – Falou com seu coelho de pelúcia no chaveiro.

Desceu e deu finalmente um “bom dia” animado para sua família inteira na mesa.

Seus irmãos mais novos Albert de 5 anos, e Anelise de 7 anos estavam comendo com as panquecas, o garoto estava com o rosto todo melecado de cobertura enquanto a menina fazia uma carinha com as frutas.

Seu pai o observou e sorriu olhando para seu lugar na mesa pedindo para ele se sentar. Rabbit não hesitou ao sentar do lado de seu pai e começar a comer as panquecas colocando umas três no seu prato e enchendo seu copo com suco.

Heiz White, pai de Rabbit e patriarca da família. Era dono de uma empresa de jornalismo muito famosa pela Europa, trabalhando em diversas áreas, como revistas de conhecimento geral, fofocas e noticias do dia a dia. Sempre vendendo bastante em formato físico ou virtual o homem era apaixonado pelo seu trabalho e sua família.

— Como sempre tendo um enorme apetite Rabbit – Brincou sua mãe

Maryele White, mãe de Rabbit. Ex-modelo, abandonou a carreira aos seus 24 anos ao se dedicar a ser uma dona de casa e cuidar sua família. O filho não poderia ficar mais orgulhoso da mãe, pois seguia seu sonho em uma realidade que as mulheres a desenvolverem cada vez mais força e opinião na sociedade, algumas julgam as que decidiram tomar rumos “submissos” na visão da sociedade.

— Ele teve a quem puxar – Brincou o patriarca levando um leve tapa da no ombro pela mulher e logo sendo beijado.

— Melhor se apressarem ou irão se atrasar.

Rabbit olhou o relógio e viu que estava na hora de sua caminhada rotineira até sua escola. Num salto, se levantou da cadeira e abraçou sua mãe e deu um hifive no seu pai e dando um beijo em seus irmãos e saiu de casa.

O clima ainda estava frio, embora fosse primavera. A recente mudança das estações ainda se provara incompleta pelas pessoas usando agasalhos de inverno na rua enquanto caminhavam para seus deveres do cotidiano, embora alguns em especial tivessem dificuldade de se locomover por causa de um jovem em particular que tremia na rua tentando inutilmente manter seu calor corporal se abraçando.

— E-E-Estamos na primavera! Porque ainda esta tão frio?! – Rabbit se perguntava enquanto ele tentava encontrar algo em sua mochila, mas desistindo e correndo em direção ao seu destino – Eu esqueci meu agasalho!!! – Gritou choroso enquanto corria até sua escola para se esquentar e não chegar atrasado.

***

Academia Royal era uma famosa escola da cidade, onde se destacava por seus alunos em diversas matérias, sendo educacionais, artísticas ou esportes.

Rabbit tinha sido um dos primeiros a chegar devido a sua corrida e estava de cabeça baixa cansado ofegando por ter corrido demais o longo caminho até ali, a sala só possuía alguns poucos alunos agrupados conversando e outros ouvindo música.

Rabbit tem a atenção chamada por um toque em sua cabeça o fazendo tira-la dentre seus braços e olhar pro estranho que havia lhe tocado, sendo surpreendido por uma garrafa de água estendida em frente ao seu rosto.

— Acho que esta precisando – Disse a garota com a sua costumeira voz forte que contrastava com sua personalidade.

O garoto pegou a garrafa de água como uma tabua da salvação e quase bebeu o conteúdo todo o devolvendo para a garota em seguida.

— Obrigado Iris – Disse cansado

A garota sentou na cadeira atrás dele e continuou o dialogo.

— O que foi dessa vez? Parou para ajudar uma senhora idosa e perdeu o horário? Distraiu-se, novamente, no parquinho no caminho daqui? Não me diga que foi perseguido por cachorros de novo?

O menino sentia uma facada a cada coisa que ela falava, por que Iris tinha de ser tão direta?

— Eu esqueci meu agasalho e não pensei que por estarmos no começo a primavera estaria tão frio... E vim correndo pra me esquentar.

— Você foi um cabeça oca... Não é a primeira vez

— Ei – Falou choroso e recebeu um afago na cabeça da menina

Logo começaram a bater papo sobre suas férias e alguns colegas de classe se juntaram ao dialogo. Todos comentaram sobre viagens ou curtir um pouco o fato de não fazer nada demais e alguns dramas de paqueras aleatórias por ai.

— Iris como foi o retiro espiritual? – Perguntou uma das colegas de classe

— Muito incenso – A menina lembrou revirando os olhos e mexendo um pouco no cabelo – Entendo que seja algo necessário, mas fica um pouco difícil de respiras às vezes.

Rabbit tampou o nariz fazendo uma careta confirmando com um gesto de cabeça fazendo todos rirem.

— Falando nessas coisas – Comentou outra colega – Vocês souberam dos talismãs dos desejos? – Ela disse animada

— Talismã dos desejos?- Perguntou Rabbit – É uma série de TV nova?

— Não Rabbit – Falou rindo – É uma fita magica que somente lugares especializados estão distribuindo, todos que usaram disseram que tiveram o pedido realizado.

— Nossa! – O garoto juntou as mãos e fez uma cara de surpreso – Isso é incrível!

— Iris, vocês não receberam algo do tipo no seu templo?

A menina cruzou os braços e fechou os olhos pensando um pouco por alguns segundos os abrindo logo depois.

— Lembro que meu pai perguntou para alguns distribuidores sobre esses talismãs novos, mas nenhum deles tinha ou conhecia. Parece que foi algo feito pelas próprias distribuidoras – Comentou como se ainda tivesse tentando se lembrar de algo.

— Nossa! Nem seu templo os tem?! Eles devem ser muito raros mesmo, será que são muito caros? – Perguntou uma das garotas

— Uma garota do nono ano B comprou um nas férias, talvez devêssemos perguntar!

E assim as três meninas tinham sumido mais rápido que tinham surgido.

— Não é que elas foram mesmo... – Rabbit falou sorrindo com essa maneira habitual das colegas

— Esses talismãs... – Falou Iris olhando pra porta onde as meninas tinham saído.

— Iris?

— Lembro que eu não tinha um bom pressentimento sobre eles...

O menino fechou um pouco o rosto com o que a amiga disse, com uma cara preocupada segurou o ombro dela a despertando de seu transe e ela sorriu para ele.

— Nossa primeira aula é matemática, me ajuda esse ano como no ano passado? – Perguntou mudando de assunto

— Humm... Estou pensando em deixar você se virar por conta própria esse ano – Falou virando pra direção da lousa ficando oposta a ele e com um sorriso com nariz empinado.

— Buaaa! Iris por favor! – Se segurou na cadeira da amiga choroso

***

Depois de cinco tempos de aula alguns reclamavam como os professores já exigiram diversas tarefas para casa para entregar ainda naquela semana e algumas semana que vem que iria exigir o final de semana trabalhando.

Academia Royal possuía um terreno grande, sendo em parte central a enorme escola que além das salas de aula, tinham as salas de atividades extracurriculares das mais diversas. Como Iris que a anos participava do clube de astronomia e etiqueta e Rabbit que já participou do clube do livro e fotografia.

Além da parte dos quatro prédios que compunham a escola existia as 5 quadras escolares. A quadra A que é uma quadra de baseball, a quadra B que é uma quadra de tênis, a quadra C que é um campo de lacross, a quadra D que é um campo de futebol e a quara E que fica no meio da escola onde fica as atividades de voley e basquete.

— Não acredito que aquele professor de história ficou tagarelando sem parar! – Bravejou Iris batendo o pé – Perdemos uma boa parte, vamos chegar atrasados! – Falou olhando o relógio.

— Calma Iris, tenho certeza que ainda vai dar tempo se corrermos

— Todos já devem estar torcendo, lá é sempre muito animado

Ao ouvir essas palavras as orelhas de Rabbit se mexeram um pouco por ouvir as palavras “torcida” e “animado”.

Sorrindo segurou a mão da amiga que o encarou não entendendo muito, mas logo fez uma cara assustada ao encarar os olhos brilhantes do amigo.

— R...R...Rabbit... C..Calma! – Tentava acalma-lo inutilmente.

Rabbit ainda segurando a mão da amiga correu o mais rápido que pôde até a quadra D que ficava bem longe de onde estavam. Sem parar para respirar em um minuto, podia-se ver poeira saindo por onde ele passava e muitos alunos olhavam sem entender a poeira com berros que voava entre os corredores externos da escola.

Logo pode se ouvir os gritos de alunos e músicas motivadoras e eles tinham chegado. Todos os alunos torciam da arquibancada para os dois times que jogavam em campo, principalmente entre a disputa entre os dois capitães que disputavam a bola arduamente.

— Chegamos Iris! Falei que ia dar tempo de pegar o final do jogo! – Virou pra trás vendo a amiga de joelhos respirando pesadamente – Err... Iris?

A garota levanta o olhar o encarando com um olhar mortal e o menino gela de medo. Antes que ele pudesse falar algo, ela se levanta o segurando pela gola.

— Você esta querendo me matar?! – Ela gritou e ele podia sentir que todos os fios de seu cabelo foram pra trás e suas vestes bagunçaram-se com a força do som – Você sai correndo feito um carro de formula um e acha que eu consigo te acompanhar?!

— D-desculpa... – Tentou falar algo – Mas olha a coisa boa... Chegamos! – Ele fala apontando pro campo onde Iris olha rapidinho com raiva, mas logo a raiva some quando vê o capitão do time azul.

Ela solta o garoto que fica um pouco atordoado quase não conseguindo ficar em pé e se apoia na parede, enquanto a garota se aproxima da grade que delimita o campo de jogo com os bancos e encara o jovem de cabelos escuros.

Os capitães do time azul e vermelho disputavam a bola enquanto se encaravam, sua rivalidade transparecia com as encaradas mortais. O jogo se prolongava cada vez mais com o gol final.

Todo drible que um tentava dar no outro era antecipado pelo movimento do outro e sempre que um membro do time adversário tentava intervir era bloqueado pelo outro.

Aquela era uma batalha somente entre capitães e ela decidiria o final do jogo.

O capitão vermelho conseguiu enganar o azul fingindo que ia jogar a bola para um lado e ir pro outro, enquanto o azul ia intervir nesta técnica o capitão do time vermelho jogou a bola por cima do azul o pegando de surpresa e girando pelo lado que tinha deixado a entender que iria jogar a bola anteriormente.

O capitão azul ficou surpreso e por um segundo não sabia o que fazer, poderia imaginar o seu time perdendo, mas logo se acalmou e por breves segundos, fechou os olhos e confiou em seus extintos.

Ele em um movimento rápido e calculado se abaixou um pouco e girou seu corpo com a perna esticada e impedindo do vermelho pegar a bola, a chutou com a costa de seus pés para outro jogador que estava próximo.

O jogador chuta a bola para seu capitão que corre driblando o resto do time inimigo e marca o gol.

A plateia estava em silêncio, aquilo havia sido surpreendente, todos ficaram surpresos e fascinados com a jogada do capitão azul, mas logo uma salva de gritos e comemorações.

Iris soltou um sorriso de pura felicidade enquanto encarava o capitão azul e Rabbit estava extasiado observando tudo.

A tensão do jogo, a expectativa dos torcedores, os esforços sem limites entre os jogadores naquela disputa e finalmente o clímax do gol. Tanto esforço e tanta energia, Rabbit não se aguentava de tanta felicidade.

— A energia juvenil esta transbordando! – Falou num pulo de alegria e abraçou a amiga – Ele ganho! Seiya ganhou!

A garota abraçou o amigo comemorando junto.

***

Um tempo se passou quando os jogadores estavam nas arquibancadas para falar com alguns alunos amigos e as animações se acalmarem.

Iris abraçou Seiya com força e ele retribuiu o gesto com força e carinho, Rabbit encarou sorrindo e se aproximou dos dois.

Às vezes ele não entendia como os irmãos Indira eram tão parecidos e tão diferentes ao mesmo tempo. Iris possuía longos cabelos escuros que desciam até sua cintura e eram lisos e sedoso, uma pele levemente escura e bronzeada com olhos castanhos avermelhados e possuía 1,58. Já seu irmão mais velho Seiya, era alto tendo 1,83 – O que fazia sentido já que ele era dois anos mais velho – E os mesmos cabelos escuros, mesmo que curtos e bem aparados e a mesma pele levemente escura e bronzeada por sua descendência indiana. A única coisa que os diferenciava era que Seiya possuía olhos castanhos escuros.

Vendo Rabbit próximo Seiya o abraçou com o mesmo carinho que a irmã.

— Seu jogo foi maravilhoso Seiya, tanta energia juvenil. Meu coração quase explodiu!

— Acha mesmo Rabbit, fico feliz que tenha agradado você, mas isso foi só um jogo entre eu e meu vice capitão para ver quem seria o capitão nesse ano – Falou entre uma risada e outra

— Se isso foi só um jogo de capitães me pergunto dos jogos dessa temporada – Falou com os olhos brilhando – Tanta energia juvenil! Meu coração vai sair do meu peito! Irei morrer feliz

Rabbit falou tudo gesticulando animado fazendo os dois irmãos rirem e Iris juntar seus braços com o dele os cruzando.

— Você como sempre é uma criança Rabbit – Falou fazendo o menor inflar as bochechas – Como temos tempo, vamos tomar sorvete em comemoração a vitória do Seiya.

— Sorvete! – Falou feliz de novo

— Você é muito subornável – Comentou Seiya acariciando a cabeça dele.

***

O trio andava calmamente conversando sobre assuntos aleatórios, até mesmo sobre alguns momentos na viajem dos irmãos em que os pais brigavam com eles e quando Seiya acabou derrubando uma bola que quase quebrou uma estatueta sagrada.

O grupo tem sua atenção chamar pelo mesmo trio que falou mais cedo com Iris e Rabbit, mas com uma quarta menina que estava com o braço estendido mostrando um bracelete roxo ao redor do pulso.

— Oi meninas! – Rabbit se aproximou saltitante do grupo de meninas

— Rabbit, essa é a menina que falamos, que tem o talismã

— Jura?! – O menino escarou a menina com espanto e animação – Ele funcionou mesmo?

A menina sorriu e confirmou com um gesto de cabeça.

— Ele funcionou no tempo que me disseram, hoje irei no templo onde comprei e farei a oração para fazer o desejo durar.

— Tem que fazer uma oração

— Sim, bem... Ele terminou com ela para ficar comigo, eu tenho de mantê-los afastados – Diz dando uma piscada e vai embora.

Todos a encaram se afastando e Rabbit vira o rosto olhando para Iris, ele sabia o que ela tinha sentido. Ele tinha sentido o mesmo.

***

Em seu quarto o loiro tentava encontrar qualquer coisa sobre o tal “talismã” que todos da escola estavam falando. Passou uma hora pesquisando e já se via sem esperanças de encontrar algo. A única coisa que as paginas online falavam, foi que um dia vendedores começaram a aparecer na rua dando esse talismã com a promessa de que ele em uma semana realizava seu pedido. E pelas respostas, todos conseguiram realizar o que desejavam, mas lendo os depoimentos, tudo envolvia prejudicar ou machucar outra pessoa por “acidente”.

Rabbit tinha sentido algo muito ruim quando viu aquele bracelete e ele sabe que sua amiga sentiu o mesmo, mas onde será esse tal templo?

Sua atenção foi chamada por duas batidas na porta.

— Entre

Uma pequena garota de cabelos loiros entra no quarto. Com seus olhos azuis e cabelos longos presos por dois laços nas laterais e tímida se aproxima do maior com as mãos segurando a barra de seu vestido azul.

— Irmãozão – Falou tímida – Pode fazer algo pra mim?

— Claro – Sorri doce – O que deseja meu amor?

Ela entregou pra ele um bracelete roxo.

— Isso... É um daqueles talismãs? – Pergunta surpreso e ela confirma

— Eu queria ele para um negócio... Mas achei uma má ideia porque minha amiga tá doente em casa... Pode devolver?

— Claro querida. Onde tenho de ir?

— A moça falou que era uma montanha próximo daqui – Falou tentando lembrar – Aquela do parque... Hummm... Aquela subida com escadas – Tentou explicar um pouco enrolada.

Rabbit pensou um pouco e lembrou do lugar, era onde seu pai tinha ido tirar fotos na primavera das flores desabrochando para a revista.

— Sei onde é – Sorriu – Prometo devolver ok?

Ela sorriu e beijou o rosto do irmão saindo do quarto.

— Bem – Segurou o bracelete o observando – Hora de descobrir o que você é

***

Rabbit estava subindo a escadaria da montanha, a paisagem morta e escura e o vento gelado que cortava sua pele passava entre as arvores fazendo as folhas fazerem um som assustador.

Mesmo usando seu casaco branco ele estremeceu e sentiu sua espinha gelar. A energia que sentia emanando do bracelete estava mais forte, como se ressoasse ao lugar que estava indo.

Continuou seguindo o longo caminho e se deparou com um enorme portão, as duas pilastras se erguiam até os céus se juntando com uma grande grade de metal que ficava erguida para permitir a passagem.

Rabbit deu um paço para entrar e ouviu um tilintar de correntes e olhou pra cima, mal teve tempo de se perguntar o que tinha acontecido. Pulou pra frente caindo no chão e ouvindo o grande portão cair e se fechar fazendo um estrondo.

Olhou pra trás vendo o portão fechado e os dentes de ferro afundados na terra, se não tivesse reagido rápido teria sido partido ao meio.

Correu até a porta e da grande construção velha de madeira e tentou abrir a porta que não se mexia, tentou novamente a puxando e empurrando com força e nada.

***

Na pequena construção atrás do templo, estavam varias pessoas orando para a pequena estatueta da deusa. A denominada sacerdotisa sorria enquanto via as pessoas fazendo orações e agradecendo por seus pedidos.

A pequena estatua brilhou e os braceletes brilharam em conjunto, começando a serpentina no pulso de seus portadores, se alongaram e como serpentes apertaram e percorreram o braço dos donos enquanto eles gritavam e sentiam-se cada vez mais fracos.

A mulher ria do desespero das pessoas.

— Sim! Ofereçam sua energia para a rainha deste planeta e morram se sentindo realizados – Ria

***

O loiro tentava achar um jeito de entrar, pensava em contornar o terreno para ver se conseguia achar alguma entrada secreta ou uma porta dos fundos.

Teve a atenção chamada por um forte brilho em seu bolso do casaco, enfiou a mão tentando ver o que era, mas sentiu uma enorme dor, como se fosse uma corrente elétrica passando por entre seus dedos.

Puxou a mão vendo o que era antes um bracelete se mover como uma serpente tentando chegar ao seu braço. O garoto deu um tapa e jogou a coisa para longe de se retorceu e debateu como se estivesse sendo torturado, até que ficou parada e se transformou em pó sendo levado pelo vento.

O menino deu a volta no templo o mais rápido que pôde e viu uma luz sair das janelas de uma pequena casa na parte de trás do templo e se aproximou devagar para não chamar atenção.

Olhou a cena chocado.

Pessoas desmaiadas no chão enquanto uma mulher ria e uma estatua de uma mulher absorvia uma luz arroxeada que saia do pulso deles.

Tentou se afastar para pensar em como deveria reagir, mas acaba pisando em uma tabua velha fazendo o barulho.

— Quem esta ai? – Ela pergunta irritada olhando diretamente para Rabbit

Ele a encara de volta com uma mistura de surpresa e medo.

— Você... Sinto muito querido, mas não posso deixa-lo fugir depois de ter visto isso.

A mulher sorrindo estende a mão e uma figura escura e comprida segue rapidamente, deixando quase difícil de enxergar. O garoto pula para trás por extinto e vê a madeira da janela ser completamente destruída enquanto um tentáculo escuro fica parado serpenteando.

Ele corre para se salvar, mas outro tentáculo para centímetros a frente dele.

— Ora ora ora, não é que essa praga sabe correr?- Ela debocha aparecendo atrás dele – Não permitirei que saia – Sorriu maleficamente – Primeiro irei te torturar lentamente, depois arrancarei sua energia vital.

Ao falar isso ela começou a se contorcer, seu corpo fazia sons de coisas quebrando e se contorcia como uma cena de filme de terror. O garoto assustado se afastava com medo, mas não conseguia deixar de observar a cena assustadora e nojenta.

Logo a mulher era uma mistura reptiliana de cobra humanoide, possuía tentáculos com bocas como se fossem cobras se retorcendo e a envolvendo.

Rabbit correu ao ver um tentáculo avançando nele e sentiu o chão ser quebrado em baixo dele o fazendo pular e ser agarrado por um dos tentáculos.

Sentiu o ar sair de seus pulmões com a força que era apertado, seu corpo doía e só podia ver os olhos ambares da mulher o encarando junto do sorriso maléfico.

Rabbit tentava em vão com as mãos tentar empurrar o tentáculo ao redor de seu tronco para fugir, mas não conseguia, era fraco demais, não conseguia lutar.

Não conseguia salvar aquelas pessoas, não conseguiu salvar várias pessoas antes daquelas, mal conseguia se salvar, e agora morreria sendo inútil.

Lagrimas saiam de seus olhos, sua tristeza era tanta que mal ouvia a mulher falando.

— Por favor... Me  deixe... Me deixe salvar aquelas pessoas... Me deixe salvar ao menos alguém nessa vida – Pediu para qualquer ser místico de sua imaginação que pudesse ajuda-lo.

A mulher estava se deliciando com o desespero no rosto do jovem, separou os outros tentáculos que formavam seu corpo e se enrolavam formando um tentáculo negro grande que tomava forma, uma cabeça havia se formado e uma grande mandíbula se abriu para devorar o garoto.

O garoto continuava de cabeça baixa com lagrimas caindo no negrume que enrolava seu tronco, sua morte era certa. Mas do nada a mandíbula se afastou e os tentáculos que a formavam se separaram e estremeceram. O garoto levantou a cabeça surpreso e questionando a cena e sentiu seu corpo ser solto e cair sentado no chão sentindo uma dor em seus quadris.

Seu bolso estava brilhando e não havia percebido, a mulher se afastou confusa enquanto o jovem enfiou a mão em seu bolso tirando de lá o seu chaveiro que sempre levava consigo, onde continha um pequeno coelho com as bochechas rosadas que emanava uma forte luz que não doía aos olhos do loiro.

A luz envolveu o garoto que fechou os olhos sentindo aquela luz confortável e calorosa que fazia sua dor sumir, neste tempo sentiu palavras ressoarem em sua cabeça e ergueu a mão onde o chaveiro pousou.

— Pelo poder de Lys!

A luz aumentou iluminando todo o ambiente fazendo a mulher se afastar gritando pela dor daquela luz tão pura.

A luz aos poucos foi diminuindo mostrando a silhueta do jovem. Seus cabelos estavam completamente brancos e duas grandes orelhas da mesma cor saltavam de sua cabeça parecendo orelhas de coelho. Estava com uma blusa branca com um colarinho branco e duas finas listras douradas e uma gravata dourada com o símbolo de uma carinha de coelho branco e um short que cobria seus joelhos branca e botas pretas.

— Você que usa o desejo de pessoas para prejudicar os outros e se aproveitar de suas vidas – Falou abrindo os olhos e encarando a expressão surpresa da mulher – Não permitirei que faça mais maldades! Sou Sailor Rabbit e irei puni-la em nome de Lys! – Falou a frase final apontando o dedo em direção dela.

— Sailor... Rabbit? – O encarou estranhando o nome

— Err... – Fez uma careta triste – Ficou legal na hora que pensei... Mas... Falando em voz alta...

— Pare de besteiras! – Ela gritou furiosa mandando tentáculos em direção do garoto.

O menino saiu de seu constrangimento e encarou os tentáculos, já conseguia entender melhor a velocidade e movimentos deles. Pulou para desviar e os tentáculos foram contra o portão e se viu surpreso por ter pulado tão alto a ponto de estar mais alto que o portão.

— Nossa... Eu consegui pular isso tudo?!

Viu tentáculos ir a sua direção e girou para trás conseguindo desviar e fixou seus pés em cima do portão e pulou novamente a mais uma leva do mesmo ataque.

— Preciso mobiliza-la

Voltou pro solo sentiu os tentáculos irem em sua direção e desviou dando passos pro lado e segurando um deles com as duas mãos e puxou fazendo a mulher perder seu equilíbrio. O menino ficou um pouco assustado com sua força e confiante puxou novamente fazendo a mulher cair, aproveitando isso a puxou em sua direção a fazendo vir em grande velocidade. Girou a fazendo bater contra o portão de metal.

Segurou mais dois tentáculos e pulou a levando consigo e deu uma cambalhota a arremessando contra a escadaria de madeira do templo fazendo uma novem de poeira a encobrir.

O jovem pousou olhando fixamente para a nuvem, mas vários tentáculos investiram para cima dissipando a nuvem e se juntando formando a mesma figura reptiliana negra de antes e avançando em direção do menor.

— Eu irei te devorar!

Rabbit pulou e acertou a cabeça da cobra gigante a fazendo ir contra o chão e cai dando um chute a atordoando e junta seu pulso ao seu peito, fechando seus olhos concentrando uma energia luminosa esbranquiçada que cobre seu punho direito formando uma carinha branca de coelho e abrindo seus olhos, corre por cima da enorme serpente branca em direção a criatura que o encarava assustada e descrente de sua situação.

Ele correndo chega em um instante perto da criatura acertando um soco em sua barriga fazendo um impacto de luz que brilha e pôde ver atravessar e sair luz das costas da criatura humanoide.

— Impacto do coelho – Diz vendo a criatura se tornando cinzas aos seus pés.

Fica parado por um segundo tentando entender o que tinha acontecido, mas um clarão vem a sua mente.

— As pessoas! – Lembra esbugalhando os olhos e corre até os fundos do templo.

Observa as pessoas no mesmo estado que estavam, desmaiadas, mas com pequenos montinhos de cinzas ao seu redor, o que antes eram os talismãs. Entra e pega a estatueta a jogando no chão e quebrando, luzes arroxeadas saem dos pedaços da estatueta voltando para as pessoas.

Rabbit suspira aliviado e sorri.

— Vocês vão ficar bem agora

***

As pessoas lentamente acordaram e não se lembravam o que tinham ido fazer ali. Lentamente voltaram pelo caminho que vieram.

Rabbit sentado em um galho na penumbra as encarava ir embora com um sorriso pacifico, pudera protegê-los.

Ele olhou pra cima vendo a incomum noite estrelada que decorava o céu como se estivesse celebrando o espetáculo que o jovem fez.

Sorrindo o jovem agradeceu ao destino por tê-lo deixado despertar seus poderes.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.

Por favor deixem nos comentários sua opinião.



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