Mabel observava bem a mulher, o loiro escutava sem piscar os olhos. Com certeza aquele pervertido se divertia olhando as curvas dela. Pyronica falava sobre como estava a dimensão onde Bill veio, aparentemente ele tinha um grupo que o seguia fielmente, esperavam ansiosos seu mestre retornar.

A garota prestava atenção em tudo por uma fresta do banheiro no qual tirava a camisola. Vestiu o suéter verde escuro estampando um enorme cacto na frente, além da saia laranja.

Tinha se atrasado para o emprego com a confusão de Gideon acabou ligando ao chefe pedindo desculpas e inventando uma gripe.

Saiu do banheiro vendo a cena da mulher demônio esfregando o corpo em Bill que parecia estar gostando.

— Ahram.... - tosse seco para notá-la ali.

— Estrelinha quer o baixinho como recompensa - pergunta mostrando o telepata irritado no frasco.

— Não. Tem como aumentá-lo?

— Quer ajudar quem quis fazer mal a você? 

— Ah..... é.... quer dizer ninguém merece ficar assim né.

— Bill ainda bem que ela não é igual a você - provocou Pyronica.

— Já deu seu recado pode ir agora.

— Ah Cipher sempre um poço de carinho - exprimiu o beijando na bochecha e desaparecendo em seguida numa chama laranja.

Mabel esperou uma explicação mas este apenas ajustou colete preto em cima da camisa amarela.

— Onde vai?

— Trabalhar oras. 

— Ah virou funcionário exemplar agora - debochou.

— Sempre fui querida.

Vão até a loja, alguns turistas observavam os objetos, até passou pela cabeça dela expor o obsessivo telepata mas desistiu seria maldade. Wendy conversava muito no celular com alguém talvez com Robbie. 

— Ah que chatice - diz ela sentando numa cadeira e pegou uma revista para ler.

Bill mostrava cartas de baralhos que seriam supostamente mágicas, depois faz uma demonstração tosca de mágica. O curioso era que se ele quisesse poderia muito bem impressionar aquelas pessoas com seus poderes. 

A garota lê algo sobre fatos estranhos de animais aparecendo na cidade. Pareciam ser de uma espécie diferente, intrigada lembra de quando ia atrás de coisas assim. Talvez fosse algum entretenimento legal afinal ficaria o dia todo sem fazer nada.

Afasta o homem mostrando a revista.

— Olha só que esquisito! Poderíamos ir lá ver porque tais acontecimentos vem ocorrendo.

— Isso não é meu problema.

— Cadê sua sede de aventura?

— Ficou no quarto.

— Bill vai ser divertido!

— Escuta você não tem sei lá, algum romance de vampiro para ler?

— Esses caras nem vão dar trabalho - falou direcionada ao grupo de indivíduos encarando um cristal azul - Além disso Wendy está aí, ela da conta.

— Humm..... ok vamos.

— Uhuulll aaaaeeee - gritou animada.

— Se for fazer todo esse barulho costumeiro seu melhor eu nem ir.

— Ah não..... prometo ficar quieta.

Ele deixa escapar um sorriso, a malícia na sua mente fazia o demônio imaginar coisas que fariam com aquele pequeno corpinho. Depois reprimiu esse desejo, a outra tinha muito para viver não deveria se prender por alguém igual ao demônio.

— Vou buscar minhas coisas - expressou correndo para o quarto.

— Ei cara vão sair? - indagou a ruiva.

— Sim, cuida de tudo aí?

— Pode deixar.

— Pega vinte dólares como recebimento por cobrir meu horário será nosso segredo - sussurra o loiro.

— Certo - diz ela cúmplice.

                             ........

Mabel pulava na frente com a grande mochila, tinha colocado um suéter camuflado para as aventuras. Atrás o loiro revirava seus olhos entediado então decide sumir no ar para pregar uma peça nela.

Ela pega uma flor a cheirando, ouve folhas se mexendo na moita. Assustada aproxima lentamente receosa, mas era somente um animal silvestre que saiu correndo.

Nota que não estava mais na companhia do homem, aflita corre entre as árvores o procurando. Detestava ficar sozinha sempre foi grudada no irmão, tudo estava quieto escutava apenas grilos. Anda sem rumo olhando para os lados quando uma sombra surge de surpresa, em seguida Mabel dispara mais rápida possível. Acaba caindo num buraco pequeno porém com a queda fica toda arranhada.

Tenta levantar contudo seu tornozelo doeu forte, gemeu passando as mãos na região.

— Estrelinha se machucou?!

— Bill! 

— Vou te tirar daí.

Sente seu corpo levitar até a borda para perto dele.

— Posso tentar te curar. 

Os dedos do outro provocava um calor que percorria ela. De novo ficava nervosa, queria estar próxima, escutar a respiração, os batimentos cardíacos dele. Aqueles lábios sempre debochados queria tê-los. Balançou a cabeça para tirar esses pensamentos.

— Desculpe que bobeira minha - dizia bravo. 

— Onde você foi?

— Eu..... ah esquece sou um idiota. Ainda tem dor?

— Passou mais.

Ele a ajuda se levantar, os corpos encostados revelava o desejo de ambos.

— O.... ca...c-caminho é por aqui - gaguejou ela.

— Isso me lembra sobre nosso trato.

— Ah....

— Ainda não pedi meu prêmio.

Mabel é encurralada contra o tronco, sua respiração acelerava tinha que sair dali. Então no horizonte enxerga a enorme cachoeira que emitia uma luz colorida como se fosse refletida num diamante.

— Nossa olha! 

O loiro se vira também admirado flutua até lá acompanhado dela.

— Os peixinhos fofos owntttt - exprimiu ela tirando várias fotos - E aqueles cervos lindos. Parecem o bambi aaaaaa!

— É por isso me fez andar?

— Na verdade não, esperava os tais animais diferentes.

— Tem uma caverna atrás da cachoeira talvez seja lá.

— Ahhh.... me leva!

— Se eu fizer o que está pedindo vai me dar meu prêmio? - pergunta libidinoso.

As bochechas dela coram, mesmo envergonhada concorda cabisbaixa.

— Ótimo! Segure em mim.

Mabel o abraça e é levada para a entrada rochosa forrada pela cachoeira volumosa. 

— Uau aaaa - fala eufórica.

— Algumas plantas daqui são diferente. Esse cogumelo parece radioativo com o verde brilhante - comenta ele.

— Olha estão lá os animais.

Tinham muitos deles, híbridos de muitos jeitos como de vaca e tigre. Ela faz carinho em alguns posteriormente sempre tirava fotos.

— Bill tem até filhotinhos de coelho e...... sapo...... minha nossa pulam igual aos anfíbios.

— Mas o que provoca isso?

— Aqui é Gravity Falls essas coisas nós apenas aceitamos mas quem sabe seja experiência de alienígenas.

— Resposta chata.

Um vulto passa atrás deles o loiro vê apenas de relance, apesar disso segue deixando ela maravilhada com tudo. 

Anda observando cada parte, quanto mais ia o lugar assumia formas bizarras. Parecia ser uma fauna e flora própria. Parou num local escuro quase não enxergava nada, apertou o olho uma luz azul brilhava no fundo.

                          ........

Depois de um tempo percebeu que estava sozinha de novo, caminha naquele túnel esperando o loiro sair atrás de alguma rocha para assustá-la. Nos pés sentia uma queimação, incapacitada para continuar descansa sob a parede.

O misto de leão com asas de morcego aparece e ataca feroz. A garota corre desesperada, entretanto o felino era veloz.

Dava passos às cegas, a adrenalina corria deixando uma corrente elétrica percorrer ela, cansada olhava as rochas passarem e sua respiração falhar.

Sentes os dentes querendo cravar na sua costa, se deparou num beco sem saída. Rugindo o animal pulou e ela solta um grito fechando seus olhos. Passa uns minutos vê que nada aconteceu, com a visão de volta observa uma luz sugar o leão para um redemoinho verde.

Um homem surge encolhido ainda não enxergando direito agradece supondo que fosse Bill.

— Se machucou?

— Meus pés estão ardendo.

— Deve ter pisado em algum veneno. Vou te curar.

Quando ele se aproximar nota abismada que era um homem idêntico ao loiro, mas invés do amarelo, usava tudo azul.

— Não sei muito bem fazer isso na verdade.

— Mas você é.... igual....

— Eu sei todos dizem isso.

— Droga! Já disse para ir embora!

— Esse com certeza é Bill - afirmou ela.

— Desculpe eu só queria te visitar - explicava o outro enquanto amenizava a dor dela.

— Deveria te prender mais 500 anos por me desobedecer.

— Por favor não! Odeio aquele lugar.

— O que foi? Cansou da sua mestra?

— Ela me permitiu vir.

— Ah é? Interessante você precisa de ser mandado?!

— Pronto senhorita. Está melhor?

— S-sim.

— Se quiser vou embora.

— Não precisa o sr. Cipher é assim mesmo - ironizou - Mas alguém poderia me dizer o que está havendo aqui?

Perto dela aparece o círculo azul, uma mulher vestindo roupa de mesma cor sai, parecia estar brava.

— Will eu não disse que já podia sair!

— Ah não a humana veio também?!

— Ela sempre vem comigo para todos os lugares.

— Quer uma coleira e ser cachorro dela não? - questionou o outro ácido.

— Eu gosto da companhia - admitiu.

— Esse lugar sujo e escuro quero ir embora, já!!!

Mabel percebeu quando a outra mulher ficou visível então surpresa viu ser idêntica a ela, esta trajava um terno e saia rodada azul, meias finas, além dos sapatos pretos. Os cabelos castanhos eram maiores, sua expressão tinha nojo, típico de pessoa esnobe.

— Will porque me trouxe aqui?

— Desculpe eu só vim.....

— Pode ir! - sentenciou Bill

— Eu não entendo como vocês podem ser tão semelhantes a nós.

— Simples, existem diversas realidades e dimensões, isso implica vivências diferentes aos mesmos indivíduos, somos de uma diferente da sua - resume o azulado.

— Caramba isso é muito maneiro! - exclama Mabel.

A garota idêntica e Bill reviram os olhos entediados.

— Então eu tenho uma versão tosca?

— Ah e você é uma...... hum... bobona.

Ela ri arrogante e depois novamente chama o demônio.

— Vamos para casa.

— Espere talvez meu irmão possa nos ajudar.

— Duvido.

— O que quer? - perguntou o homem irritado.

— Bom..... acho que papai está vindo exterminar minha realidade e parece estar procurando você.

O loiro muda de expressão instantaneamente ao ouvir aquilo, um misto de medo e receio passa pelo rosto dele.

— Preciso ir embora - diz apenas fazendo Mabel pensar no que seria tão assustador para Bill tão destemido recuar.