— Quer dizer que teremos que ir nessa boate, que é só de fachada. Entrar nessa sala aqui à esquerda, aproximar o celular do computador que possivelmente fica aqui, esperar uns minutos e pronto? – Reade apontava para o esboço em cima da mesa.

— Sim. O celular estará com um dispositivo ativo que copia todos os arquivos e histórico de busca que estão no drive do computador. – Rich explicou.

— Eu vou com Kurt. – Jane falou toda resolvida se posicionando ao lado do marido.

— Eu acho que não. – Patterson já sabia que Jane se colocaria à frente de mais essa missão, como sempre fazia. – Você é muito evidente , precisamos de alguém que passe desapercebido.

— Eu! – Tasha se dispôs. – Quem vai comigo?

— Eu vou. – Reade se colocou em prontidão. – Você vai precisar de alguém pra te proteger.

— Ah, Reade! Eu lá pareço indefesa? – A morena já entrou na defensiva.

— Sim, Tasha e Reade entram na boate e Jane e Kurt ficam lá fora com o carro pra dar cobertura caso alguma coisa aconteça. – Patterson concluiu fazendo mais alguns rabiscos na folha que estava sobre a mesa.

— Nós vamos disfarçar vocês, porque ninguém pode reconhecê-los. – Rich estava todo animado com a missão.

Tasha saiu do quarto se sentindo muito estranha. Ela usava uma peruca loura na altura dos ombros, um vestido preto curto, colado no corpo com um decote que lhe valorizava os seios, a maquiagem forte foi finalizada com um batom vermelho e a garota usava um salto plataforma que a deixava uns dez centímetros mais alta.

— Estou me sentindo ridícula! – Tasha reclamou saindo do quarto.

— Uau! Eu não chamaria assim! – Reade já sabia que ela era linda, mas ela estava tão maravilhosa que ele não conseguia tirar os olhos dela. O rapaz usava roupas normais, jeans e uma camiseta com a foto de uma banda de rock e um boné preto.

— Então, vamos logo porque não podemos nos atrasar para pegar esses arquivos. Precisamos deles pra voltarmos para os EUA. – Patterson os apressou para pararem de enrolação.

— Deixa que eu entro na sala. Me dá o celular. – Tasha tomou o celular da mão de Reade e andou à frente dele.

— Você é mandona mesmo! Olha pra mim. – Ele a chamou e a garota se virou pra ele. – Tome cuidado, eu estarei do lado de fora, qualquer coisa me grite sem hesitar. – Reade segurava na mão dela e olhava profundamente em seus olhos castanhos. Tasha apenas assentiu hipnotizada com a maneira como ele lhe falou.

A boate estava escura e cheia o suficiente para passarem despercebidos. Havia seguranças em alguns pontos específicos do local e eles cuidaram de passar sem serem notados.

Reade estava do lado de fora da sala esperando por alguns minutos que pareciam horas e já estava nervoso com essa demora.

— Vamos lá, Tasha! Ande logo. – Ele falava baixinho para si mesmo.

Nesse momento a garota saiu da sala e ele sentiu uma onda de alívio ao vê-la.

— Conseguiu?

— Sim. – Ela mostrou apontando o celular dentro do decote do vestido.

— Vamos sair daqui.

Eles começaram a andar para sair dali e ouviram passos vindo na direção deles. Reade parou e empurrou Tasha contra a parede prensando o corpo dela com o seu. A morena o olhou assustada com o movimento brusco e o encarou. Eles sabiam que não tinham alternativa, então Reade a beijou e ela enlaçou os braços no pescoço dele enquanto ele a segurava firme pela cintura, seus corpos tão juntos que era possível sentir as batidas descompassadas do coração um do outro. Tasha pensou já ter esquecido como era a sensação de ser beijada por ele, mas relembrou cada detalhe à medida que seus lábios se moviam em sincronia, o beijo foi muito intenso e quando se afastaram ela se estava fraca e desnorteada e o olhar intenso que viu mostrava um reflexo do que ela sentia.

— Vamos embora. – Ele a segurou pela mão e eles saíram apressados.

— O que foi? – Reade perguntou à Tasha que o olhava com um sorriso no rosto enquanto Kurt dava partida na van.

— É que... está sujo aqui. – Ela falou baixo colocando o dedo indicador no queixo dele limpando a marca do batom vermelho que ela usava.

Reade sorriu sem graça e segurou a mão dela com força se lembrando do que acabaram de fazer dentro da boate.