Melodias do Coração escrita por Luana de Mello


Capítulo 11
Por Um Amigo


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, espero que gostem



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"— Por favor Naruto-kun?! — ela pede com sua voz doce.

 Não Hinata, não podemos! — rebato nervoso.

— Você não quer? Eu sei que quer e eu quero você! — ela diz e vem chegando mais perto.

— Hinata, e se alguém chegar? — pergunto e seguro as calças que ela tenta baixar.

— Ai a gente se esconde! — Hinata diz e se coloca a distribuir doces beijo na minha barriga."

Puta que pariu! Que sonho foi esse? Meu Jesus Cristo, acho que vou ter um infarto, sento na cama com o coração aos pulos, passo a mão pelos cabelos completamente suados; por que foi que os deixei crescer mesmo? Ah, Hinata me pediu, e não tem nada que ela me peça, que eu seja capaz de negar. Segundo ela, fico melhor assim, e se ela acha isso, eu é que não vou discutir. Levanto da cama já sabendo que não vou voltar a dormir, e ainda são cinco e meia da manhã, e tudo isso por causa de um maldito sonho, aí caramba, eu pareço um adolescente descontrolado! Visto uma calça moletom, um casaco e calço um tênis, preciso descarregar essa energia, e não existe melhor maneira de fazer isso, do que correndo. Olho para o calendário e sorrio bobo, hoje faz um mês que eu namoro a garota mais linda do mundo, eu me sinto o cara mais feliz e realizado, não há como explicar. Desço as escadas com calma, não quero acordar minha mãe, que apesar de estar mais calma por causa de Hinata, ainda não conseguiu largar do meu pé, eu sinceramente acredito que minha mãe pensa que ainda sou um bebê; chego na porta sem maiores incidentes, mas quando ponho a mão na maçaneta e estou prestes a sair, ouço um pigarro que me faz pular no lugar.

— Otousan, por que você sempre faz isso? — pergunto pondo a mão no coração.

— Eu gosto de ver suas reações, é muito engraçado. — ele responde rindo baixinho.

— Pois eu não acho! — rebato e tento me segurar para não rir, mas falho miseravelmente.

Ficamos os dois assim, rindo feito idiotas no meio do hall de entrada no escuro; acho que no mundo todo, não existiria pai melhor para mim.

— Otousan, por que você sempre acorda essa hora? Sempre que vou sair, você já está em pé. — pergunto achando isso muito curioso.

— Naruto, você já reparou que sempre acordou esse horário? — ele pergunta e eu nego — Pois sim, você sempre acordou esse horário, mesmo quando era só um bebê. E já fazem dezenove anos que eu acordo esse horário também, não consigo evitar.

— Por que Otousan? — pergunto mais curioso.

— Esse foi o horário que sua mãe entrou em trabalho de parto. — ele responde e eu me surpreendo — Lembro daquele dia como se estivesse acontecendo agora, nós eramos tão jovens, não sabíamos o que fazer direito, era um tremendo caos. Eu estava com tanto medo, sua mãe senti dores horrorosas e eu não podia fazer nada, só lhe dar apoio, foi então que as coisas se complicaram mais; você não nascia e o médico nos deu a pior noticia que se pode receber, você estava sentado e com o cordão ao redor do pescoço, uma cesária de emergência teria que ser feita, porque para completar o pacote, sua mãe estava com um começo de pré-eclampsia. Eu achei que ia perder vocês dois aquela hora, entrei em desespero, a minha sorte é que seu avô segurou as pontas comigo e depois de muita espera você nasceu, era tão gordinho; o alívio foi enorme, grande mesmo, eu até desmaiei, acordei horas mais tarde já no quarto com vocês. Acho que é por isso que sua mãe é tão protetora com você, no fundo ela ainda tem medo que o cordão esteja te sufocando; desde aquele dia eu acordo no mesmo horário, para celebrar mais um dia de vida do meu filho!

Quando meu pai termina de contar a história, eu fico muito emocionado, não evito que essa emoção venha a tona, e quando dou por mim, estou chorando abraçado ao meu pai, é como eu disse, meu pai é o melhor do mundo.

— Eu te amo tanto Otousan, todo dia agradeço a Kami por ter você a Okasan! — falo ainda abraçado a ele.

— Nós também te amamos filho, temos muito orgulho do homem que se tornou, mas no fundo, sempre vamos te ver como nosso bebezinho gordinho! — meu pai brinca e eu rio um pouco — Por isso, sempre tentamos te proteger, mesmo quando não precisa, afinal, esse é o dever de um pai! Agora vai lá para a sua corrida, eu te dou cobertura dessa vez, ou vai se atrasar para o trabalho.

— Vê lá em Minato? Você sempre cai na lábia da dona Kushina. —  digo e saio para fora escutando sua risada.

Quando piso na rua, chocando meus pés no asfalto, só consigo pensar que Kami foi muito bom para mim, quando escolheu aqueles dois para serem meus pais. Corro e sinto o vento gelado acalmar meus nervos, alterados pelo sonho de mais cedo; dou voltas e mais voltas na quadra, e hoje não encontro ninguém na rua, é sempre assim, quando começa a esfriar, nem mesmo os cachorros querem sair de casa. Ainda não estamos no inverno oficialmente, mas a neve já começou a cair, e a paisagem fica muito mais linda, tudo fica lindo igual ao meu anjo; assisto bobo, enquanto caminho de volta para casa, os primeiros raios de sol tocarem a neve, refletindo em seus cristais, isso sim é a imagem da perfeição. Pensando nisso, recordo do modo como Hinata me chamou, quando confirmamos quem eramos um para o outro, ela me chamou de 'meu sol', se ela me compara ao sol, eu devia compará-la a neve; que para mim é sinônimo de pureza, delicadeza e ainda tem uma beleza única, igual a minha Hinata. Me sentindo mais relaxado, entro em casa se fazer barulho, subo para o quarto, tomo um banho e me preparo para ir trabalhar; arrumo minha mochila com meu quimono e uma muda de roupa para trocar lá na academia, e também o presente de Hinata. Quando estou pronto, desço para tomar café, desde que Hinata começou a trabalhar na Academia comigo, eu mudei um pouco minha rotina, agora eu saio para correr, volto em casa e me apronto, e depois vou até sua casa para buscá-la e vamos juntos para o trabalho. Na porta da cozinha, escuto os cochichos dos meus pais, eles devem estar aprontando alguma, faz dias que todos estão assim, meus amigos, Hinata e nossas famílias; eles acham que não percebo, mas eu sei do que se trata, estão preparando alguma surpresa para o meu aniversário, daqui a sete dias. Decido que vou deixar eles tentarem me surpreender dessa vez, entro na cozinha como se não tivesse ouvido nada.

— Bom dia Okasan, bom dia Otousan! — cumprimento feliz.

— Bom dia meu peixinho! — minha mãe brinca e eu reviro os olhos, ela adora implicar comigo.

— Fala campeão! — meu pai cumprimenta e eu rio, mas é um cara de pau mesmo.

— Então, hoje é um dia especial, não é? Você e Hinata estão fazendo um mês de namoro, você já comprou um presente?Já sabe o que fazer? Quem sabe um jantar romântico? — olho para minha mãe perplexo, eu não acredito que ela estava contando.

— Calma Okasan, é o aniversário de um mês de namoro, ainda não são as bodas de diamante! — rebato enquanto me sirvo de torradas.

— Mas você preparou alguma coisa especial para ela? Olha lá em Naruto! Eu não te criei para ser um homem insensível! — ela rebate brava.

— Calma dona Kushina, eu não esqueci e já tenho o presente da Hina há anos, tá tudo sob controle! — digo rindo, até parece que a namorada é da minha mãe.

— Aquele filho? — ela pergunta emocionada.

— Sim Okasan, não dúvidas, é ela que quero ao meu lado o resto da vida! — digo feliz.

— Eu fico muito contente filho, saiba que considero aquela menina a filha do meu coração! — minha mãe fala já chorando um pouco.

— E como estão indo as aulas dela, filho? — meu pai pergunta para mudar de assunto.

— Vão muito bem, ela já têm três turmas diferentes, minha Hina é muito competente! — respondo orgulhoso — Só tem uns espertinhos que se matricularam para espichar a asinha pra cima dela!

— Deixa de ser ciumento! Você sabe que ela te escolheu, não tem por que ficar assim. — minha mãe intervem.

— Eu sei Okasan, mas isso não me impede de sentir! — respondo emburrado — Mas não tem problema, sempre que posso, eu mostro para eles qual o meu lugar na vida dela!

— Naruto, vê lá em, não vai dar uma de possessivo. — meu pai aconselha.

— Eu sei Otousan, não faço isso, não quero que ela se chateie comigo. — respondo e tomo um gole de suco — Na verdade minha estratégia é outra, sempre que posso eu me exibo com ela, mostro pra todo mundo o quanto ela é sensacional e o quanto me orgulho disso, e que tenho muita sorte dela estar ao meu lado!

— É bom mesmo ser assim, ou ia ganhar uns cascudos para não ser idiota! — minha mãe retruca, eu não disse? Parece que a namorada é dela!

Lógico que não digo isso para ela, não estou afim de ir trabalhar com um galo na cabeça. Termino meu café, beijo minha mãe coruja e faço meu costumeiro toque de mãos com meu velho, então corro para a garagem com o maior sorriso do mundo nos lábios, meu coração até palpita quando penso que vou vê-la daqui uns minutos; e olha que faz só algumas horas que a deixei em casa, depois que passamos no hospital, ontem ao finalzinho da tarde de sexta. Ligo o motor e saio feliz pelas ruas, dou graças a Deus que o transito está bem calmo hoje, por que essa cidade é um caos durante a semana; acho que quando eu for construir a minha casa, vou fazer mais afastada de tudo, vou ver com Hinata o que ela acha, nós poderíamos morar na cabana, basta fazer alguns ajustes, tornar o lugar mais ecológico e auto sustentável, ela gostou tanto de lá, sem falar que teria bastante espaço para Kurama correr e fica a apenas uma hora da cidade, vou começar a trabalhar nesse projeto hoje mesmo e quando tiver pronto, lhe faço uma surpresa, vou ver com meus pais o que eles acham, e na nossa formatura da faculdade eu posso lhe fazer uma surpresa, isso, vou fazer isso! Chego a frente da sua casa e estranho não encontrá-la me esperando, será que ela se atrasou? Ou será que lhe aconteceu alguma coisa? Mas não pode, ontem ela estava bem e animada com a aula que daria hoje; desligo a moto e desço, vou até a porta da frente e toco a campainha, vai ver ela só perdeu a hora, escuto passos no hall e espero.

— Ah que bom que chegou cunhado, precisa tirar minha nee-san daqui o mais rápido possível! — Hanabi fala afoita.

— O que foi que aconteceu, pestinha? — pergunto preocupado e a sigo para dentro.

— Você já vai ver. — ela responde.

Caminho atrás dela, o coração cada vez mais apertado, qualquer coisa que faça Hanabi ficar séria desse jeito, é com certeza um grande problema.

— Eu não vou assinar contrato nenhum, e pode ter certeza que vou recorrer ao juiz e anular isso! — ouço Hinata falando alto da sala.

— Você não tem escapatória sobrinha, seu pai assinou antes de morrer! — ouço uma voz estranha rebater.

— Meu Otousan não estava em seu juízo perfeito, estava delirante pela doença que o consumia! — Hinata grita e eu me assusto, ela não é assim — E você pode muito bem ter manipulado tudo e falsificado essa assinatura, seu velho nojento!

Assim que chego a sala, vejo duas pessoas que eu nunca mais queria ver na vida, o tio e o primo Otsus sei lá o que, Hinata, Neji e Hizashi os encaram sérios; mas o que mais me chama atenção é Hinata com o rosto coberto por lágrimas, ela treme da cabeça aos pés, e quando seus olhos se fixam em mim, ela fica a ponto de desabar. Mais que depressa me ponho ao seu lado e encaro aqueles dois embustes.

— Posso saber o que acontece aqui? — digo sério.

— Isso não é da sua conta, moleque! — o velho retruca presunçoso.

— Deixa Otousan, eu quero ter o gosto de contar, eu vim tomar o que é meu! — o primo engomadinho fala e me entrega um documento.

Eu o leio e fico pasmo, a que ponto chega a ambição das pessoas? Bom, se era para fazer uma armação dessas, que pelo menos tivessem feito direito, isso não vale nem aqui nem na China. Eu rio, rio muito, todos me olham espantados, devem achar que fiquei louco.

— E vocês dois acham que um contrato de nupcias do século passado, e ainda com a assinatura de um enfermo nos seus últimos dias, vale de alguma coisa na América? — eu debocho e rasgo o contrato — Isso sem falar que Hinata é menor de idade, tudo que ela fizer tem que ter o consentimento do seu guardião legal, e você cara pálida, nunca mais fale dela como se fosse uma mercadoria! Eu já estou doido pra te arrebentar a cara, não me dê mais motivos pra isso!

— E você acha que no Japão não vale moleque? Já se esqueceu que as tradições japonesas são as mais arraigadas de todo o mundo? — o velho retruca e ri-se — Ela está sob a guarda e tutela de uma família inteiramente japonesa, e a lei diz que sendo assim, ela responde ao nosso governo e aos conselheiros do clã. Basta eu dar um telefonema, e um oficial de justiça do clã faz a cerimonia na mesma hora, e não há nada que você possa fazer garoto, Hyuuga Hinata se casará com meu filho hoje!

Olho para Hizashi e ele concorda, nós já havíamos nos preparado para algo assim, um dia depois do jantar na minha casa, eu, Neji e Hizashi nos reunimos e traçamos uma medida extra, algo que nos desse segurança que esses dois não iriam vir aqui, e tentar levar Hinata a força como estão fazendo agora. Desde que os dois apareceram e revelaram suas reais intenções, nós ficamos apreensivos, conversamos com o pai do Gaara que é juiz e é especialista em relações e legislação entre nações, e ele nos instruiu como proceder e qual o meio mais seguro de garantir que eles nunca consigam fazer valer qualquer contrato ou mandato do conselho do clã. Meu tio Iruka nos aconselhou a pegarmos um advogado de fora da família, quando lhe pedi que aceitasse o caso, para que os engomadinhos não alegassem conflito de interesses, caso isso vá a juízo. Olho para minha pequena, ela está apavorada e chora sem parar, se encolhe atrás de mim como forma de se proteger.

— Mas acontece que a guarda de Hinata não está com o seu tio. — rebato e vejo o sorriso do velho morrer — Ela está sob a minha guarda e da minha família, e na condição de minha prometida e futura esposa, eu tenho todos os direitos legais e de tradição, como você mesmo disse, temos a certidão oficial emitida pelo clã Hyuuga e pelo governo, e antes que pergunte, sim eu sou maior de idade, sou emancipado desde os dezesseis anos, minha família e eu temos moradia e trabalho instáveis e temos dupla nacionalidade, basta verificar meus bisavós, tanto maternos, quanto paternos; então não respondemos somente ao governo japonês ou ao conselho de clãs, como ao americano também!

— Mas isso é um absurdo! Impossível o clã ter concordado com isso, uma herdeira mulher tem que se casar para assumir os negócios da família, é a tradição! E na falta de um pretendente adequado, o parente mais próximo não consanguíneo direto deve ser eleito o marido!

— Acontece que perante as leis da América, ela é menor de idade e não pode se casar, e como sua guarda está com uma família com nacionalidade americana, que reside no país a mais de dez anos, ela responde a lei daqui, e o governo japonês já homologou a decisão, Hinata não se casa até ser maior de idade! — concluo triunfante e sorrio debochadamente.

— Você está blefando moleque, impossível o clã ter aceitado uma coisas dessas, ainda mais para alguém sem nome ou prestígio no nosso pais! — o velho fala ficando cada vez mais roxo de raiva.

— Se você não fosse tão arrogante Hamura, saberia que as famílias Namikaze e Uzumaki, são as mais antigas e tradicionais do Japão, os Uzumakis por sinal, são descentes diretos do último imperador, então meu caro conterrâneo, quem fica sem nome e prestígio perto deles são vocês! — Hizashi fala pela primeira vez desde que cheguei, é possível ver sua face se iluminar quando conclui.

— Vamos meu anjo, ou vamos nos atrasar para o trabalho! — digo e lhe puxo pela mão e ela pega seu capacete no sofá.

— Você sabe que vou achar uma maneira Hizashi, vou até o fim do mundo, mas eu ganho dessa vez! — o velho fala espumando de ódio.

Ignoro totalmente isso, não há meio legal para ele conseguir o que quer, e se ele tentar qualquer coisa por baixo dos panos, eu vou saber, ainda mais tendo um melhor amigo com um irmão detetive do FBI; Itachi já vem investigando essa família há anos e só queria um motivo para levar a investigação adiante, parece que eles fizeram algo grande e agora tem um alvo nas costas. Quando chegamos perto da moto, Hinata fica parada e me olha de um jeito estranho, parece dividida se fala ou não.

— O que foi Hina? — pergunto e lhe afago a bochecha — Sei que quer falar alguma coisa.

— Quando você fez isso? Como? Não é nenhum truque, é? Por que se for eles v... — não deixo que ela termine, lhe dou o beijo que eu queria ter dado assim que a vi.

— Acha mesmo que eu ouviria toda a sua história e deixaria por isso mesmo? No outro dia já me reuni com Hizashi e Neji, nós planejamos tudo e chegamos a conclusão que não era seguro seu tio continuar como seu guardião legal, não sei se lembra, mas eu faltei três dias aquela semana, fui ao Japão e me reuni com os conselheiros do clã com seu tio, nós resolvemos tudo aquela semana mesmo. — conto e Hinata arregala os olhos.

— Mas isso é muito sério Naruto, você não pode assumir uma coisa assim, eu não devia ter trazido esse problema para sua vida! — ela fala afoita.

— Amor, o que você não entende é que eu faria qualquer coisa por você, nada é grande demais, ou complicado demais quando o assunto é você, eu faço qualquer coisa pra te ver feliz! — declaro com convicção, por que é verdade, eu morreria por ela sem pensar duas vezes — E eu só sou responsável por você, quem tem sua guarda mesmo são meus pais, e não se preocupe com isso, eles não se importaram nem um pouco, era isso ou deixar a dona Kushina cometer um homicídio.

— Eu acho que fui muito abençoada sabia? Como eu posso te agradecer por isso? — ela pergunta feliz.

— Só fique ao meu lado para sempre e me encha dos teus beijos, que eu amo, aí já pode considerar a dívida paga! — eu brinco um pouco, mas me lembro de um ponto que tenho que explicar — Hina, eu firmei um contrato com o conselhos de clãs e com o conselho Hyuuga, mas eles nem prestaram atenção em nada, só assinaram, mas no contrato diz nas letras miúdas, que quando você for maior de idade, pode desfazer qualquer acordo assinado sem sua presença ou consentimento!

— Eu estava pensando nisso mesmo, acho que vou querer deixar de ser sua prometida. — ela fala séria.

— Vai? — pergunto num fio de voz, o coração pequenininho.

— Sim, vou deixar de ser no dia que me tornar a Sra. Uzumaki! — ela responde e gargalha alto.

— Ah sua pilantra, quase me mata do coração! — digo e lhe abraço, mas aí lembro que temos que trabalhar ainda — Vamos Hina, ou Kurenai vai nos matar!

Quando vou subir na moto, ela pega a mochila das minhas costas e guarda uma sacola dentro, que eu nem tinha reparado que ela carregava, então põem a mochila nas suas costas e sobe na garupa, ela coloca o seu capacete estiloso, como ela chama, só por que diz: "essa garupa já tem dona!" . Lembro que fiquei muito vermelho quando lhe entreguei já me desculpando por ter deixado Hanabi escolher, mas me surpreendi quando ela me abraçou e agradeceu sem parar, dizendo o quanto tinha gostado. Dou partida na moto ao mesmo tempo que Hinata gruda seu corpo no meu e passa seus braços ao redor de mim, sempre que ela faz isso, eu sinto eletricidade me percorrer sem parar; dou pisca alerta para sair do acostamento, e antes de sair pelas ruas, vejo pelo retrovisor os dois engomadinhos indo até seu carro, o velho grita e gesticula sem parar ao telefone, enquanto o cara pálida nos observa com a expressão de quem comeu limão. Rio disso, antes de tirar Hinata de mim, ele vai ter que me matar, ou vai morrer tentando; dirijo com calma pelas ruas até a Academia, não preciso correr, temos mais vinte minutos antes do nosso horário, eu que gosto de buscar Hinata mais cedo para poder ficar namorando com ela até dar nosso horário, mas acho que hoje não vai dar, quando chego ao estacionamento, Asuma já está abrindo as portas e janelas. Eu estaciono a moto e Hina praticamente pula dela, então nós dois corremos para dentro e passamos por ele como um raio, eu me despeço dela na porta do vestiário feminino e corro me trocar para a primeira aula do dia; o resto da manhã é bem tranquilo e passa voando. A turma do Jujutsu veio com todo o gás, eles estavam ansiosos para revisar tudo para o torneio, daqui a três semanas, e foi isso que fiz, revisei cada um dos movimentos, até os menos usados no tatame; quando falta quinze minutos para acabar a aula, eu já não me aguentava mais, o calor desgraçado, o ar condicionado não vencia, e como não vesti o quimono para essa aula, pedi licença para as alunas, para poder tirar a camisa, elas não veem problema e nem eu, já que elas não são as malucas do Krav Magá. Estava entretido passando um exercício de resistência em caso de imobilização, quando uma batida tímida na porta me faz tirar minha atenção da aula, e quando olho para a porta quase morro do coração; Hinata estava paradinha lá, as duas mãos nas costas, a camisa polo pingando suor, uma mini saia toda rodadinha, meias até acima dos joelhos e tênis. Ela com toda certeza vai me fazer entrar em combustão.

— Desculpa atrapalhar Naruto-kun. — ela fala e parece meio irritada — Mas você teria um colchonete para me emprestar? Eu preciso ensinar alguns saltos e os que tenho não são suficientes.

— Tenho sim, entra que eu te alcanço. —digo e ela me segue até o fundo da sala — Hina, você vai ensinar salto de saia?

— Vou sim, do mesmo jeito que você ensina artes marciais sem camisa! — ela rebate e pondo o dedo no meu peito, então me dou conta que ela está com ciúmes, não consigo evitar de sorrir disso.

— Eu coloco a camisa se você por uma legging. — proponho e ela me sorri marota.

— Fechado, mas isso não é uma saia, é um short. — ela responde erguendo o babadinho.

Eu gargalho alto, ela me passou a perna bonito, Hinata caminha para a saída levando três dos meus colchonetes, toda feliz e é seguida pelo olhar de todos os marmanjos do lugar; eu visto a camisa e estou pronto para reclamar com eles, quando ela volta a aparecer no batente da porta com um sorriso vitorioso nos lábios.

— Antes que eu me esqueça, Sakura-chan nos intimou a ir almoçar na casa dela amor, o pessoal todo vai e não se esqueça que mais tarde temos a nossa comemoração de aniversário! — dito isto, ela sai rebolando pelo salão até sua sala.

— Não sabia que estava saindo com a professora de dança, sensei. — Kevin comenta abobalhado, ainda olhando a direção que ela seguiu.

— Eu não estou saindo com ela. — digo e eles abrem grandes sorrisos — Hinata é minha namorada!

Na mesma hora os sorrisos morrem, eu rio internamente e estou pronto para recomeçar a aula, quando escuto um grito irritado do lado de fora. Todos corremos para o salão para ver o que houve, encontramos Suzanna gritando estérica no chão, Hinata também está no chão junto com os colchonetes, mas sua cara é bem mais irritada, atrás delas está toda turma de Krav Maga e a turma de dança de Hinata; sem pensar duas vezes corro até ela.

— Hina, o que te aconteceu?

— Essa maluca me derrubou no chão. — Suzanna grita.

— Cala boca Suzanna! — Karin intervem — Você que estava andando de costas e se exibindo.

— Watashi wa kono meinu kara me o hikisakudeshou! — Hinata fala brava e eu me assusto. (Eu vou arrancar os olhos dessa vadia!).

— Ei, se vai me xingar, fala igual gente, diz na minha cara anãzinha idiota! — Suzanna grita descontrolada.

— Eu acho melhor você parar de xingar a minha namorada Suzanna! — digo baixo, contendo a raiva borbulhante que cresce em mim.

— Ainitsuite wa dōdeshita ka? — pergunto perdido, sem entender o que aconteceu. (O que foi que houve amor?).

— Ai? Anata wa watashi ni, kono mōhitori ga kanojo ga kyō anata o kanojo no beddo ni tsurete ikitai to ii tsudzukeru toki, sore o denwa shimasu ka? — ela se vira furiosa para mim e eu me irrito mais com sua afirmação. (Amor? Você me chama assim, quando essa outra fica dizendo que vai adorar ter você na cama dela hoje?)

— Hinata, anata wa kore ga shinjitsude wanai koto o shitte imasu, watashi no kokoro to karada wa anata no monodesu, watashi no ai! — digo e lhe afago o rosto, sei que ela acredita em mim, ela sabe que é verdade. ( Hinata, você sabe que isso não é verdade, meu coração e meu corpo são seus, meu amor!)

— Sore de, dentō ga sadameru yō ni, watashi wa kono hanzai o kiso sa semasu ka? — ela pede e eu entendo o quanto isso é importante para nós, para que não haja dúvidas em nosso futuro. (Então me deixe cobrar essa ofensa como manda a tradição?)

— Moshi Kurenai soshite Asuma Dōi suru, sore wa watashide īdesu. — respondo e ela me sorri feliz. ( Se Kurenai e Asuma concordarem, por mim tudo bem.)

— Kurenai-sama, Asuma-sama, eu sei que parece inusitado o que vou pedir, pode parecer até bobagem para vocês, mas peço que considerem em seus corações. Essa mulher, caluniou Naruto-kun, espalhou uma mentira infame e manchou sua honra! — Hinata fala firme e surpreende a todos pelo seu tom — Segundo o nosso código de conduta mais antigo e respeitado, o antigo código Bushido dos Samurais, diz que uma reparação deve ser exigida e cumprida, como não podemos exigir que sua língua caluniadora seja cortada fora, eu peço que me permitam um duelo Kendô, para cobrar essa ofensa e restituir a honra do meu prometido!

Quando Hinata termina de falar, todos estão espantados, para não dizer estarrecidos.

— Em que consiste, basicamente esse duelo Kendô? — Asuma pergunta interessado e Kurenai lhe dá uma cotovelada.

— Kendô: O Caminho da Espada, é um duelo para ensinar disciplina e caráter, utilizando a antiga arma Samurai, a Katana. Mas como também não posso usar uma espada, posso utilizar os bastões de Aikidô. Significa basicamente que, se eu perder, estava errada e a minha oponente pode exigir qualquer retratação, se eu ganhar, a honra será restituída ao meu prometido e minha oponente será para sempre alguém sem honra. Na tradição o ofendido deve lutar, mas como fui eu quem ouvi a ofensa e sou parte interessada, posso tomar parte. — Hinata explica e seus olhos brilham de ansiedade.

— É isso mesmo Naruto? — Kurenai me pergunta — Você conhece essa arte?

— Sim, se você não lembra Kurenai, estava no meu currículo, e toda criança japonesa de família tradicional como as nossas, aprende essa arte desde cedo. — explico e Hinata me sorri.

— Mas Suzanna não sabe essa arte, isso seria justo? — Kurenai pede aflita.

— Não tem problema Kurenai, tudo que eu quero é fincar um pau na cara dessa garota! — Suzanna rebate e parece bem animada, só tenho dó dela — Já se esqueceu que aprendi outra arte com o sensei bonitão ali?!

— Eu tenho uma condição também Kurenai. — digo irritado — Se minha Hime ganhar, Suzanna sai da minha turma, não vou ensinar uma pessoa que não entende os princípios básicos das artes marciais, que falam sobre tudo, que devemos ter honra. E isso vale para qualquer um que ficar inventando essas mentiras a meu respeito.

— Bom, se é assim, onde vai ser esse duelo? — Kurenai pergunta escondendo a empolgação, acontece que Suzanna já deu em cima do Asuma diversas vezes.

— Aqui e agora! — Hinata fala decidida e me estende a mão.

— Kevin, Marcus, peguem dois bastões de Aikidô por favor. — peço, enquanto apoio Hinata para que ela tire os calçados.

Os rapazes saem comentando alto como isso vai ser o máximo, minha Hina senta em uma poltrona e me ponho de joelhos e lhe tiro as meias vagarosamente, apreciando o contato com suas pernas durinhas; ela sorri lindamente para mim, os olhos de lua brilhando de excitação, ouço alguns marmanjos suspirando atrás de mim, sei que agora muitos deles estão olhando abobalhados para suas pernas, mas não me atenho a isso, sei que só eu posso tocá-las assim. Me coloco as suas costas, com as duas mãos passando por seu pescoço, vou juntando seus longos cabelos e ergo seus fios no topo da cabeça, faço um enorme coque e os prendo com o elástico que ela me alcança. Quando Hinata está pronta, vai para o centro do salão, pega o bastão que Marcus lhe alcança, ela assume uma postura séria, como nunca vi igual; Suzanna se aproxima e pega o bastão que Kevin lhe alcança, ela tem um sorriso jocoso nos lábios, mas tenho a séria impressão que ele logo vai sumir. Hinata faz o cumprimento em respeito ao oponente e Suzanna ri-se, então logo parte para o ataque, Hinata desvia e gira o corpo para o lado, a outra passa direto e é vaiada pela roda que se formou; ela volta a atacar minha pequena, que dessa vez faz uma série de contra ataques que Suzanna quase não consegue bloquear, Hinata segue atacando, batendo o bastão dos lados, buscando uma abertura, até que ela consegue uma e acerta em cheio a barriga da outra com a ponta do bastão, essa arfa com o impacto e se desequilibra, Hinata aproveita a brecha, gira o corpo rapidamente e lhe bate abaixo das costelas, então se ouve o primeiro estalo e o primeiro grito. Todos ficam surpresos, acho que não pensaram que ela bateria de verdade, e ela não parece nem perto de acabar; Hinata dá espaço para o oponente se levantar, como manda a tradição, Suzanna se ergue do chão, já não está mais tão confiante, os olhos ardem de raiva. As duas recomeçam e Hinata deixa que a outra ataque primeiro, deixa que a golpeie sem parar, enquanto ela só bloqueia e esquiva, até que Suzanna parece estar com os braços cansados e vai diminuindo a velocidade; é então que Hinata mostra do que é capaz, ela contra ataca e dessa vez não dá chance de Suzanna se defender, ela golpeia o corpo da outra sem piedade, o bastão gira em suas pequenas mãos e ela ataca, bate nas costelas, nas pernas, nos braços, na cintura, nas mãos, qualquer lugar que esteja ao seu alcance, Suzanna só pode tentar andar para trás para desviar, enquanto no salão todo, só se escuta os estalos dos golpes que ela recebe e seus gritos de dor. Ela cai no chão ofegante e choramingando, Hinata se afasta de novo, sem demonstrar nenhuma compaixão, deixando todo mundo que assiste estupefato; já eu só consigo sorrir orgulhoso. Quando minha Hina está de costas indo para seu lado para recomeçar a luta, Suzanna se levanta rapidamente e corre em sua direção com o bastão erguido, Kevin faz menção de interferir mas não deixo, confio na minha pequena; Hinata gira rápido e lhe acerta uma flying kick que lhe arranca o bastão das mãos de Suzanna, e quando seus pés tocam o chão, ela bate com toda força em suas costas, o estalo que se ouve dessa vez é medonho, a outra fica estirada do chão uivando de dor, Hinata continua apontando o bastão para o seu rosto, o único lugar que não está roxo, enquanto todos batem palmas para minha pequena que continua com uma expressão severa.

— Você está desarmada e incapacitada, se fosse uma Katana, eu teria te matado no primeiro golpe! — ela fala friamente — Além de não ter honra, é traiçoeira como uma cobra, gosta de atacar pelas costas, mas parece que te tirei a peçonha!

Hinata se afasta da outra com uma expressão de puro nojo, caminha lentamente até mim, seu rosto de porcelana corado, os cabelos e as roupas molhados de suor, ela está tão linda agora, que parece até absurdo. Ela para a minha frente, as palmas param e se faz silêncio, Hinata curva ligeiramente seu tronco em minha direção e ergue os dois braços segurando o bastão, como se fosse uma katana, ela quer fazer tudo como a tradição diz. 

— Está restituída a honra ao meu prometido e sua família! — ela fala com a voz embargada.

— Eu tenho a maior honra em ter a ti minha prometida, senhora dos meus dias e dona das minhas noites! — recito um verso antigo, que fala do amor eterno.

Hinata ergue os olhos surpresa e feliz ao mesmo tempo, pequenas lágrimas rolam por suas bochechas coradas, ela sabe o que acabei de prometer, conhece a história, sabe que esse verso foi dito milhões de anos atrás por dois amantes que não podiam ficar juntos, mas eles foram contra todos e para não se separarem, morreram juntos, mas antes prometeram que se buscariam pelo infinito e se amariam em todas as vidas seguintes pela eternidade. Acabei de prometer a minha Hinata, que mesmo depois dessa vida, eu a buscarei e a amarei em todas as vidas que virão, serei dela pela eternidade. Por isso, quando um casal assume um noivado, são chamados de prometido e prometida, por que são dois amantes que se buscaram pela eternidade para ficar juntos e se amarem até o fim dos dias. Depois que a confusão acabou e que Suzanna foi embora com o rabinho entre as pernas, Kurenai decidiu fechar a Academia mais cedo, todos foram para casa comentando a luta espetacular que assistiram; Hinata e eu fomos aos vestiários e tomamos um banho e nos trocamos para ir a casa de Sakura, quando chegamos ao estacionamento, lembrei que não tinha lhe entregado seu presente ainda.

— Espera um pouco amor. — peço e começo a abrir a mochila.

— O que foi? — ela pergunta intrigada.

— O seu presente, eu não te entreguei ainda. Hoje nós fazemos um mês de namoro. — digo feliz e lhe entrego a caixinha — Espero que goste!

Ela abre e fica surpresa com o que vê, me olha com suas duas luas muito abertas.

— Naruto-kun, eu não posso aceitar algo assim, por favor me desculpe, mas não posso. — ela tenta me devolver.

— Meu anjo, eu quero que aceite, por que isso simboliza o que você é para mim. — digo e pego o anel e lhe coloco no seu dedo anelar direito — Esse anel passou de geração em geração, foi da minha mãe, e como ela não teve filha, deu-o para mim, disse que eu deveria dá-lo a mulher que seria a minha escolhida para viver ao meu lado o resto da vida, para quem eu amasse verdadeiramente, que fosse especial e merecedora do meu coração. O curioso disso tudo, é que dois dias depois de ganhar esse anel, eu te encontrei naquele parquinho, e naquele dia mesmo eu já sabia para quem eu entregaria a joia!

— Mas Naruto-kun, assim eu fico sem jeito de te entregar o meu presente! Ele parece tão bobo agora. — ela rebate e parece ficar constrangida.

— Meu amor, o meu maior presente é você! Eu sofri por anos pensando onde você estaria, se lembraria de mim, e quando você voltou para a minha vida, eu só pude agradecer e sonhar com o dia que eu teria uma família contigo. Não há nada mais valioso para mim, só você Hinata! — confesso e sinto lágrimas rolarem por meu rosto.

— Você é meu maior tesouro, Naruto-kun, você é meu sol! — ela afaga meu rosto, então pega um embrulho na sacola que tinha em mãos antes — Quero saiba que o fiz com todo o meu amor, com todo carinho do mundo, não queria te dar algo pronto, queria fazer eu mesma algo especial para você!

Ela me entrega o embrulho, que eu abro com cuidado, dentro encontro um lindo cachecol vermelho, as linhas bem trabalhadas, a cada pequeno espaço, as tramas se encontram e formam pequenos sóis e luas unidos. Fico emocionado que ela se lembre, que tenha tido todo esse carinho e cuidado, e ainda cumpriu uma promessa feita a muito tempo.

— Você lembra? Aquele dia, aquele garoto estragou o seu cachecol vermelho, você ficou triste, disse que foi um presente da sua avó que tinha virado estrelinha. — ela relembra com a voz embargada — Mas no minuto seguinte estava sorrindo e dizendo que sua avó te perdoaria, por que tinha salvado um anjo a custa dele. Eu te prometi que faria um igualzinho, nunca tive a chance de te entregar, e a medida que os anos iam passando, eu ia aumentando a malha, imaginando que não daria mais em você, nas últimas semanas eu o aumentei mais, para que possa usá-lo mais tempo! O começo dele ainda é o cachecol que sua avó lhe deu, eu o mantive.

Sem dizer mais nada, lhe abraço, inspiro o perfume dos seus cabelos, me perco nela, em seus braços; como eu poderia não amá-la? Como poderia ser insensível a porção de sentimentos que ela colocou nesse trabalho durante anos? Ela resgatou para mim, uma parte importante da minha vida, que achei que estava perdida, o último carinho da minha avó está unido agora ao da minha amada, e não poderia ter presente melhor. Quando me afasto de Hinata, vejo sua face molhada de lágrimas, o narizinho vermelho, mas o sorriso em seu rosto é o mais lindo do mundo. Eu a beijo apaixonadamente, a beijo com carinho, com amor, com a saudade que ainda carrego em meu peito, a beijo até não ter mais ar em meus pulmões; quando nos afastamos, eu sorrio feito criança, enrolo meu cachecol no pescoço e a puxo pela mão, nós subimos na moto e rumamos para a casa de Sakura. Os nossos amigos todos já estão lá, conversam animados e fazem festa quando nos veem, nós nos juntamos a eles e contamos todas as novidades da manhã, e assim se segue o nosso almoço; em meio as implicâncias de Hanabi com Konohamaru, a indecisão de Shikamaru e Temari, a birra de Sasuke e Sakura, as conversas cheias de segredos de Neji e Tenten, a indiscrição de Sai e Ino, e a bagunça generalizada que Gaara, Kankuro, Lee e Chouji são capazes de fazer. Depois do almoço, nós arrumamos toda a bagunça da cozinha e nos sentamos para jogar cartas, enquanto as meninas assistem um filme; em dado momento, Sasuke me faz um sinal discreto e some de vista, eu finjo que vou ir no banheiro e vou ver o que ele quer.

— O que foi idiota? Por que saiu na surdina da sala? — pergunto baixinho.

— Eu tive uma ideia para me acertar com Sakura, você lembra que ela tinha um diário que escrevia todas as coisas quando criança? — assinto e ele continua — Então eu pensei em dar uma olhada nele e ver o que posso fazer!

— Não sei não Sasuke, acho que isso não vai dar boa coisa. — aviso, com medo das consequências.

— Não vai nada, conhecemos essa casa, sabemos todos os esconderijo que ela guardava aquele caderno, basta me ajudar a procurar, o resto eu faço. — ele fala subindo as escadas e não vejo outra alternativa, subo atrás dele.

Passamos os próximos dez minutos procurando no quarto da testa e nado do maldito caderno, não o encontramos em lugar nenhum, eu já começava a me desesperar, quando Sasuke acha algo parecido com um diário, mas estava trancado, então ele encasquetou de achar a chave.

— Sasuke, deixa isso pra lá cara, vai que alguém nos pega aqui. — falo olhando para a porta.

Bastou eu fechar a boca, que ouvimos as risadas de Hinata e Sakura no corredor, foi ai que me desesperei de vez, comecei a girar nos calcanhares, procurando um lugar para me esconder, mas não tinha nenhum; o idiota do Sasuke já ia se enfiar no guarda roupas.

— Não, ai não idiota! Não sabe que elas sempre abrem o guarda roupas quando estão em bando? — digo puxando ele pela camisa e olho para nossa única saída — Rápido, para a janela, vamos para a janela!

Puxo Sasuke comigo, e no último segundo, conseguimos nos dependurar do lado de fora da janela, não sei como deu tempo, mas no momento seguinte ouvimos as duas entrando no quarto. Agora só podíamos torcer para nenhum vizinho ver e pensar que somos dois pervertidos espiando.

— Não acredito que fez isso, Hina. — ouço Sakura dizer espantada.

— Fiz Sakura-chan, não aguentava mais aquela dissimulada fazendo piadinhas toda vez que cruzava comigo. — Hinata responde, entendo de imediato de quem ela fala, então esse problema já acontecia? Por que será que ela nunca me falou? — Agora aquela vaca nunca mais se mete com o meu Naruto-kun, nem ela e nem as outras lambisgoias!

Não evito de sorrir com isso, ela fica tão fofinha com ciúmes.

— Eu queria poder fazer o mesmo e tirar essas oferecidas de cima do Sasuke! — Sakura reclama e o idiota quase se entrega — Eu quase morro quando a prima do Naruto se joga pra ele.

— Sakura-chan, acho que devia falar para ele o que sente! Você tentou fazer ciúmes e deu no que deu, quem sabe assim ele se decide? — Hinata aconselha e vejo Sasuke abrir um sorriso de orelha a orelha.

— Não! Já chega, se ele quiser, ele que me procure, cansei de ser boba, ele nem me pediu desculpas por roubar meu primeiro beijo! — Sakura reclama e olho feio para o verme, ele só me encolhe os ombros, mas como é tapado!

— As coisas vão melhorar Sakura-chan, vai ver, Sasuke-kun é doidinho por você, logo ele se confessa, alguns garotos tem medo, devem achar que garotas mordem! — Hinata fala e gargalha.

— E como estão você e Naruto, Hina? — Sakura pergunta animada — Alguma novidade? Você parou de ter aqueles sonhos?

Que sonhos? Do que elas estão falando? Olho para Sasuke, que também está sem entender nada.

— Nós estamos muito bem, os sonhos que não passaram ainda, só estão piorando, essa noite sonhei que ele me esperava no meu quarto e estava sem nenhuma roupa. — Hinata conta e meu queixo cai, sinto minhas bochechas ficando super vermelhas — E hoje quando ele me ajudou a me preparar para o duelo, e colocou aquelas mãos nas minhas pernas, ah Sakura-chan, eu achei que ia derreter inteira!

Sasuke me olha espantado, o rosto vermelho, tão envergonhado quanto eu.

— O que você tem que não para de se remexer, Sakura-chan? — ouço Hinata perguntar depois de um tempo.

— Ah, é que fui inventar de raspar as pernas ontem, e como está frio, me deu a maior alergia. — a testa bufa irritada.

— Não sei por que você não quer ir fazer com cera comigo! — Hinata contesta.

— Tá maluca Hina? Cera quente dói pra caralho! — a testa fala indignada.

— Nem é tanto assim, dói só na hora, e depois os pelos demoram a nascer, isso sem falar que você pode fazer toda a virilha e fica lisinha, lisinha, do jeitinho que nascemos! — Hinata conta animada e eu fico mais embasbacado, tentando afastar a imagem que se formou na minha cabeça.

— Tá legal eu vou, na próxima vez que você for eu vou, deixo os pelos crescerem agora então? — Sakura pergunta e deve ter obtido uma resposta, pois logo volta a falar — Mas não é vergonhoso deixar alguém te ver lá?

— Não seja boba Sakura-chan, é outra mulher que vai te depilar, não se preocupe com isso! — Hinata acalma a testa e ri-se um pouco — Vamos descer? Quero ver se ganho do Naruto-kun no jogo de cartas, quem sabe eu aposte alguma coisa?

Escutamos as duas rindo e saindo do quarto, esperamos um pouco e então subimos e entramos novamente. Meus braços já estavam dormentes, Sasuke me encara com os olhos arregalados e sei que devo estar do mesmo jeito. Nós acabamos de ouvir uma conversa pela janela, uma conversa sobre nós, e com detalhes muito interessantes.

— A gente nunca pode contar o que ouviu aqui! E você não vai nem pensar nisso. — digo para ele.

— Pelo menos agora eu sei que Sakura ainda gosta de mim, e você devia ficar feliz, sua garota tem sonhos picantes contigo! — Sasuke fala e lhe dou um tabefe — Tá bem, não falo mais!

— O que a gente não passa por um amigo! — reclamo e desço as escadas com Sasuke atrás de mim.

 


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