Cicatrizes e Flores escrita por Astraeus


Capítulo 27
Capítulo XXVII




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— Potter! — Draco chamou o garoto que andava rapidamente pelos corredores de Hogwarts. 

— Não quero conversar, Malfoy. — Ele respondera. 

— Oras, mas eu quero conversar! — Disse Draco, correndo um pouco para alcançá-lo. Colocou uma de suas mãos no ombro do moreno, que se virou bruscamente, segurando a gola da camisa de Draco e empurrando-o violentamente contra a parede. — Ai! Que violência é essa, Potter?

— Você está se divertindo muito, não é mesmo? — Harry perguntou, praticamente vociferando as palavras. A proximidade dos dois fazia com que Draco fosse obrigado a olhar nos olhos verdes de Potter, que estavam particularmente irados naquele dia. — Eu sou uma ótima fonte de entretenimento, não sou?

— Eu não sei do que você está falando, Potter. — Mentiu Draco, desviando seus olhos cinzentos dos dele. Agora que estava ali, frente a frente com o menino-que-estava-tendo-uma-crise-gay, ele não sabia o que fazer. O que poderia dizer para melhorar os ânimos do garoto? Honestamente, não fazia ideia. Confortar as pessoas não era exatamente o seu forte. 

— Não mente para mim, Draco. Eu sei que você vem tentando me confundir esses últimos dias. — Disse Harry. 

— Te confundir como? Por acaso o seu chilique de ontem é culpa minha? — Draco soltou e se arrependeu logo em seguida. 

— Então você ouviu. 

— Meio difícil não ouvir quando você grita para Hogsmeade inteira! — Draco disse. — E para a sua informação, eu vim aqui tentar te ajudar, não zoar com a sua cara! Agora, você pode me soltar?

Harry acabou por soltá-lo, relutantemente. 

— E como você poderia me ajudar, em? — Ele perguntou. —  Não tem nada em que você possa ajudar, porque como eu disse ontem, coisa que você parece ter ouvido muito claramente, eu não gosto de garotos.

— E eu não estou dizendo que gosta. — Disse Draco, e Harry visivelmente relaxou. Será que Harry era homofóbico? Bem, parece que ninguém é perfeito, não é mesmo? — Eu só… Me escuta, ok? — Ele respirou fundo, desviando os olhos do menino-que-sobreviveu. — Eu não estou dizendo que gosta de garotos, mas… mas se você gostar… e quiser falar com alguém que… você sabe, entenda… Eu… eu estou à disposição. — Sua voz diminuiu. — O mundo bruxo não aceita muito bem isso, quero dizer, pelo menos as famílias de puro sangue não aceitam muito bem. Mas saiba que existem pessoas, mesmo de famílias sangue-puro, como eu, que entendem. Eu não estou sozinho, você sabe, e se você for uh… gay também, ou não sei, bi? O ponto é que você também não vai estar sozinho nessa, ok?

Isso soou definitivamente esquisito, Draco pensou. Ele não tinha coragem de olhar nos olhos de Harry, não tinha coragem de encará-lo. Havia acabado de se assumir para Harry Potter, e honestamente, não tinha a menor ideia do que esperar. 

Parte dele esperava que Harry sorrisse e o agradecesse pela pura bondade que Draco havia acabado de demonstrar. Outra parte dele imaginava que Harry o jogaria contra a parede novamente e lhe lançaria uma imperdoável, talvez Crucio, ou um Avada Kedavra, quem sabe?

Mas o que Harry fez foi contra todas as expectativas de Draco. 

Quando o loiro olhou para cima, ele viu as costas de Harry Potter se afastando dele. O maldito estava indo embora, sem falar absolutamente nada! Draco achou aquilo um ultraje absoluto! Como aquele… aquele… catarro de trasgo podia simplesmente ir embora quando Draco abriu seu coração para ele? Aquilo era absurdo! Pior ainda, agora Draco se sentia envergonhado pelo que havia feito. Como Potter poderia fazê-lo se sentir assim? Como ele poderia simplesmente ignorar a revelação de Malfoy?

Draco contorceu o rosto em uma expressão de absoluto desgosto e arrependimento. ABSOLUTO DESGOSTO E ARREPENDIMENTO!

Ele estava revoltado. Putíssimo. Seu dia estava arruinado. Sim, Harry Potter estragou o resto do seu dia, que já não estava indo muito bem, mas Potter tem o talento inigualável de destruir o dia das pessoas ainda mais. 

Draco virou-se para a parede e bateu sua cabeça ali, com força. Com sorte conseguiria um traumatismo e não teria que lidar com a próxima aula, que por acaso, era a aula de Defesa Contra as Artes das Trevas do terceiro ano. 

Mas que maravilha!


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