Apesar de todos os pressupostos de Draco, Harry apareceu no dia seguinte. Estava claramente abatido, e era óbvio que não havia dormido direito, mas hey, ele aparecera, e ele merecia um certo crédito por isso. 

Veja bem, Draco não tinha o mínimo de pena por Harry Potter. 

Ok, talvez tivesse por já ter passado por uma situação muito semelhante à do menino-que-sobreviveu, mas ele era por um acaso obrigado a ter compaixão por ele?

Ok, ele fora o culpado por Harry estar assim, e ele certamente deveria sentir compaixão pelo garoto. A verdade é que Draco estava com um peso na consciência, algo familiar e corriqueiro, mas profundamente detestado pelo loiro. 

Suspirou, sem tocar no seu café da manhã. Ele observava o menino de olhos verdes e cabelos revoltosos, que também brincava com a comida. 

Os olhos dos dois se encontraram, verde no cinza, e Draco rapidamente desviou o olhar, sem nenhuma provocação. 

Não demorou muito, na verdade, foi questão de segundos, para que Harry Potter se levantasse de seu lugar bruscamente e deixasse o Salão Comunal, deixando Draco com a impressão de que ele fizera algo de errado. O loiro simplesmente suspirou e esperou alguns minutos para que se levantasse também, após forçar seu café da manhã para dentro de si. 

Pansy lhe mandou um olhar compreensivo e um sorriso encorajador. 

Ele se sentiu um pouco menos pior naquele momento, mas sabia que só se livraria daquele sentimento de culpa quando ajudasse Harry Potter, assim como todas as vezes que ele lhe ajudara. 

Estava determinado.