Cupido Ruim escrita por Tricia
Notas iniciais do capítulo
Sim, eu não nego que esqueci o dia dos namorados em que deveria ser postado esse capítulo. Todas as vezes que eu penso ou faço uma fic temática eu esqueço quando devo postar e só vou lembrar um dia ou uma semana depois. Por que? Não sei.
De qualquer maneira o capítulo esta aqui bonitinho como deveria estar e eu espero sinceramente que gostem.
Boa leitura.
Apoiei minha cabeça na parede gelada com os olhos fechados. Os passos de um homem preocupado ecoava no piso e uma mulher comentava sobre uma tragédia no noticiário transmitido pela televisão presa na parede. Ótimo jeito de passar uma sexta à noite...
— O que eu daria para não estar aqui – a voz da mulher veio acompanhada de seus passos.
— Então por que veio? – questionei ainda mantendo meus olhos fechados.
Ela bufou não respondendo minha pergunta. Alguém recebeu noticias ruins, constatei ao ouvir lamentarem alto, um homem.
O pé de Jade batia incessantemente no chão.
— Da para parar com isso? Esta me irritando.
— Problema seu – a resposta veio rápida e nada gentil. Abri meus olhos, focando na figura em pé com um copo de café e ainda batendo o maldito pé no chão.
Um pequeno sorriso se repuxou no canto dos lábios cobertos por batom ao mesmo tempo em que uma das sobrancelhas arqueava em desafio.
Tsc.
— Você é sempre assim?
O sorriso alargou.
— O tempo inteiro – afirmou com deboche.
Um suposto enfermeiro passou soltando um “boa noite” que claramente era direcionado a Jade, todavia, ela se quer percebeu, a imagem da ruiva vindo em nossa direção com seus saltos altos tomou a atenção da morena e a minha.
— Como esta o Robbie?
Já fazia longos minutos que eles haviam sido levados para dentro e nos deixando esperando no escuro. A West ficara bem decepcionada por não poder assistir todo o “sofrimento” do Shapiro em primeira mão.
Ele havia conseguido. Definitivamente Robbie conseguiu ser ainda mais dramático no pronto socorro quando chegamos.
— Dormindo. A medica disse que ele não estava ajudando então precisaram acalma-lo com um remedinho – a ruiva envolveu uma mexa de cabelo vermelho nos dedos – ela disse que ele ainda vai dormir por um tempo.
— Que ótimo – Jade desdenhou olhando ao nosso redor com impaciência, a TV transmitia a noticia de um homem que se matara no banheiro de casa e o preocupado homem já não estava mais aqui.
— Eu vou ficar até ele acordar, vocês podem ir embora se quiserem.
— Podemos ficar Cat.
A morena grunhiu.
— Fale por você – ela estendeu a bolsa de Cat que vinha mantendo em seu ombro – Eu vou embora. Adeus.
Os passos eram pesados e certos na direção da entrada sem olhar para os lados nem para trás.
Ótima amiga.
— Beck, pode leva-la – o tom de Cat não parecia nada abalado pela desfeita obvia da morena.
— Cat.
— Vai lá Beck, por favor – lei do universo: não importa quantas vezes fosse usado, o olhar piedoso que Catherina Valentine mostra sempre que quer muito alguma coisa consegue jogar qualquer um contra a parede. A inocência de criança é a arma mais poderosa de Cat – Ela não conhece muitas pessoas por aqui e se acontecer alguma coisa ruim?
— Eu acho que ela sabe se cuidar – dei de ombros.
— Ela sabe, mas eu me preocupo. Então por favor, Beck.
— Tudo bem. Por você.
— Obrigada.
Não fora difícil encontrar a figura impaciente na frente do hospital com o celular na orelha e o pé batendo incessantemente no chão novamente. É a porra de um habito, só pode.
— Ei – ela se virou – Vamos. Eu te levo.
— Já estou dando um jeito, Oliver – conti a vontade de revirar os olhos, complicar as coisas mostrava-se uma coisa muito comum vindo de Jade para coisas simples.
Aproximei-me, tirando o celular de suas mãos e assumindo a ligação, ouvindo um alto “ei” da mesma.
— Desculpe, foi um engano. Lamento incomoda-lo – disse ao taxista do outro lado da linha.
— Por que fez isso Oliver?!
Estendi o celular de volta.
— Porque agora você não pode negar minha carona.
— Eu posso sim – aquele brilho de desafio tomou os olhos azuis e o toque da mão de Jade para pegar o aparelho permitiu-me sentir a pele fria e macia por poucos instantes.
Sorri.
— Posso ficar aqui interrompendo suas ligações a noite toda.
Se ela cedeu aceitando a carona de bom grado como uma pessoa racional faria? Não. Ao invés disso, ela guardou o celular, fechou o sobretudo e girou sobre os calcanhares deixando as palavras no ar enquanto se afastava:
— Você pode interromper minhas ligações, mas pode ficar me seguindo a noite toda? – o deboche na voz era quase palpável.
Aspirei o ar noturno levantando a cabeça para olhar o céu estrelado. Seguir ou não seguir?
Talvez impedir?
Antes que meu cérebro de fato escolhesse a opção mais lógica, o meu corpo já havia tomado sua decisão e meus pés moviam-se em linha reta atrás da mulher problemática que em momento algum olhava para trás.
— Por que é tão difícil aceitar uma simples carona? – questionei quando cheguei ao seu lado.
— Por que insistir tanto? – devolveu.
— Você não conhece muitas coisas por aqui. Só queria ser legal – dei de ombros – Deveria tentar de vez em quando ser também.
Tsc.
— Você só quer ser o cara legal que todo mundo adora.
— Talvez eu goste de ser o cara legal que as pessoas adoram.
Os passos cessaram. Os olhos azuis pousaram sobre mim com um leve arquear de sobrancelhas que parecia ser bem comum dela a julgar pelo tanto de vez que a mesma fizera tal gesto só esta noite.
— Seja um pouco inteligente e então se afaste do que pode ser um grande problema para você, Oliver – aconselhou cruzando os braços abaixo dos seios fartos.
— Gosto de problemas de vez em quando – mais uma vez meu corpo respondera antes que eu pudesse ponderar com sanidade. Ela estava me afetando e algo me dizia que ela sabia disso a julgar pelo sorriso que se formou nos lábios avermelhados, desprovido de qualquer tipo de inocência ou incerteza. Tremendamente convidativos.
Dois passos dados pela morena e estamos próximos o suficiente para sentir a respiração de Jade e ouvir sua voz soando baixo:
— Você vai acabar se arrependendo tanto no final, Oliver – comentou, os olhos mais escuros do que vira antes e seu tom carregado da sensualidade de seu sorriso de mais cedo.
— Eu duvido muito.
— Veremos.
Os lábios macios da mulher cobriram o meu conduzindo um beijo lento repleto de promessas das quais só um tolo fugiria. A calma não era algo que eu esperava a principio, mas tão logo ela esteve se fora dando lugar a urgência e uma exigência de controle que poderia sim atribuir ao que esperar de Jade West.
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Chegamos ao final deste capítulo
Espero que tenham gostado se não gostaram de algo, me contem
bjss