Cupido Ruim escrita por Tricia


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/778630/chapter/1

Suspirei, olhando as prateleiras com comidas de micro-ondas, um pacote de maças, água e uma garrafa de refrigerante que mal deve ter gás depois de mais de uma semana ali aberto.

— Vai ser pizza mesmo – disse para mim mesmo, fechando a porta e indo em direção ao meu celular sobre o sofá. A TV ligada transmitia os créditos finais de um episodio de “Supernatural” que estava sendo reprisado e que eu não tivera a oportunidade de assistir por conta do trabalho durante a semana.

Busquei o número na discagem rápida sentindo meus estomago resmungar pela falta de alimento que me fez voltar à geladeira e pegar uma das maças para intermediar o pequeno problema.

— Aê Beck, você viu aquela corrente de águia minha – André perguntou surgindo no cômodo.  Apontei para a mesinha ao lado do sofá onde a corrente estava em um pequeno molho – Valeu cara.

— vou pedir pizza, pepperoni para você ou vai querer algo diferente?

— Não to de boa, eu tenho um encontro hoje – disse exibindo um sorriso confiante e girando para mostrar que estava realmente vestido para sair, o que justifica de certa forma a corrente, seu “amuleto da sorte”, André nunca sai sem ela, “a ultima coisa que sua amada avó lhe dera antes de perder a consciência” isso comove o coração de algumas garotas.

— Voltou a falar com a Jessica?

— Eu não quero nem saber dela. Meu encontro é com uma amiga da Tori.

Franzi o ceio.

— Tem certeza disso, você sabe que as amigas da Tori não são muito...você sabe... normais.

— Do que você tá falando? É claro que são – contestou indignado indo para cozinha e pegando uma maça também.

— Trina.

— Trina é irmã, não conta.

— Cat.

Ele estreitou o olhar.

— Cat é um caso especial.

Especial de pura doçura e inocência de uma criança no corpo de uma garota de 25 anos. Ela é adorável, mas exige uma paciência considerável às vezes.

— Sam.

— Essa... – ele levantou um dedo pronto para argumentar, mas parou – Eu não tenho defesa pra essa.

Ri. Samantha Pucktt é um caso complicado de garota incrível e problemática que dera conta de arrumar uma baita confusão no ano passado ao tocar fogo “acidentalmente” em uma das renas que decoravam o jardim das irmãs Vegas e destruir a linda vidraça do cara rabugento que morava no fim da rua naquela época, o coitado quase teve um infarto pela bombinha caseira feita pela loira. Agora por que ela tinha essas bombinhas no natal ninguém sabe até hoje.

Só o fred para entende-la bem.

— Você entrou em uma furada – constatei me sentando no sofá.

— Não entrei não. A Tori disse que essa amiga dela não mora aqui, é bonita, inteligente e dedicada ao trabalho. Exatamente o que eu busco em uma garota – argumentou.

— Sei.

— E você sabe como a Tori é insistente – completou.

— E como eu sei. Qual o nome da amiga?

 – Jade West. É de Nova York e esta na cidade a trabalho. Não parece estranho para mim – concordei e ele puxou a manga da jaqueta conferindo a hora no relógio de pulso – Eu preciso ir indo se não quiser me atrasar. Ate mais tarde.

— Ate – acenei, levando o telefone ao ouvindo e ouvindo a voz conhecida de um dos funcionários da pizzaria de Harry do outro lado da linha perguntando meu pedido – Uma pizza grande sabor Calabresa e pepperoni.

Nunca se sabe o que esperar de um encontro às cegas arranjado por Tori Veja.

Todavia, não é difícil deduzir que ele não foi um dos melhores quando André chegou 1 hora e pouco depois e se jogou no sofá de dois lugares, suspirando como um soldado aliviado de não ter morrido na zona de guerra.

— Como foi? – questionei deixando que minha atenção fosse totalmente dedicada ao meu amigo e não ao filme, que passava que por sinal já não era dos melhores também.

— Como foi? Como foi? Foi horrível! Ela me deu medo pra caralho – muitas coisas passaram pela minha cabeça em segundos, mas a única coisa que consegui fazer foi rir, e muito – Não é engraçado!

— Tem certeza?

O olhar dele estreitou como mais cedo, mas ele parecia mais que disposto a manter seu pensamento.

— Agora eu entendo porque a Tori nunca tinha me falado dessa amiga. Ela é tipo a Sam, só que de um jeito putamente sombrio – ele explicou exaltadamente indo para a cozinha, pegando a caixa de pizza da geladeira e a pondo no micro-ondas – Nunca mais quero ter que encarar Jade West na minha vida. Nunca!

Praticamente berrou.

 

Da mesma maneira que ele falara sobre a suposta amiga sombria comigo ele também falou com Tori na manha seguinte quando esta o ligou bem cedo pedindo detalhes sobre o encontro alegando não ter conseguindo muito material da amiga.

Porem, havia o convite para ir a casa dela no fim de semana para uma noite de jogos ou qualquer coisa. É uma tradição que as duas mantem desde o segundo ano do ensino médio que acontece sempre que possível porque Tori e Trina simplesmente adoram convidar pessoas para sua casa. André nunca recusa um convite.  

 

Desci do carro sendo seguido por André, andamos pelo curto caminho da entrada da casa de Tori e Trina e passando pela porta aberta.

— Vamos lá falar com a Tori.

— Vai lá, eu falo com ela depois – disse ao  localizar a Vega mais nova conversando em uma roda de pessoas desconhecidas com exceção de Meredith, a amiga legal e bonita que Tori cismou em arranjar um encontro para mim há 5 meses atrás que fora um fiasco na minha concepção, mas incrível na da morena. Se eu me aproximasse ela talvez tentasse alguma investida ou perguntaria por que não respondi nenhum das muitas mensagens que ela me enviou depois que eu disse que não daria certo.

Ele seguiu na direção do grupo recebendo um abraço de Tori e sendo logo integrado ao grupo.

— Esta perdido Oliver? – questionou Colton, o novo namorado de Trina se aproximando com duas garrafas de cerveja.

— Acho que sim – aceitei a bebida tirando a tampa com facilidade e bebendo um gole generoso – Cadê a sua namorada?

 Não tem como não ver Trina quando esta em um cômodo, ela sempre faz algo para chamar a atenção para si.

Ele deu de ombros bebendo a própria cerveja.

— O botão da calça dela estourou e ela subiu para trocar de roupa.

Ri lembrando que não é a primeira vez que isso acontece com Trina Vega e seus jeans apertados.

— Amooor – a voz de Trina surgiu ao mesmo tempo que a morena descia os degraus da escada com uma de suas botas de salto exageradamente saltos que a faz cair as vezes e outro jeans apertado. Que Deus ajude que este não exploda também

Ela parou brevemente para trocar algumas palavras com Cat e a amiga de madeixas negras que estava com a ruiva.

— Você foi rápida – Colton comentou quando a namorada se pôs em sua frente.

— Pensei em vestir um vestido, mas dai vi essa calça e lembrei que nunca havia usado então por que não estrear? – Trina justificou dando uma girada ao final – A Cat achou bonito – completou olhando para trás na direção da escada onde a ruiva estava sentada agora rindo de algo dito pela morena em pé próxima a janela.

— Você esta sexy nele – meu amigo respondeu recendo um beijo caloroso da namorada.

Continuei observando a dupla da escada. Os lábios da morena moviam-se e seja lá o que ela havia dito fez o sorriso no rosto de Cat sumir dando lugar a aquela costumeira expressão de confusão que a ruiva adotava em muitos momentos ao mesmo tempo em que segurava uma mecha de cabelo.

— Trina, quem é aquela com a Cat?

— É só uma amiga da Tori, Jade.

— Para o seu bem-estar físico e psicológico eu te aconselho a manter uma boa distancia dela – Colton disse sendo prontamente apoiado pela Vega enroscada em seu pescoço.

Como se namorar Trina Vega não ferrasse com a cabeça do ser humano.

 – Eu vou lá das um “oi” – bebi mais um pouco.

— Nós avisamos – a Vega não deixou de dizer quando comecei a me afastar deles.

— Cat.

— Beck, oiiii – Cat sorriu balançando a mão aberta em um comprimento frenético – Faz tempo que não te vejo.

— Nos vimos ontem Cat.

— Verdade – os dedos voltaram a segurar uma mecha de cabelo vermelho – Essa é minha amiga Jadelyn. Eu tenho certeza que você não conhece ela – disse com a alegria de uma criança. A morena balançou a cabeça voltando-se para mim.

— Se não quiser levar um soco em algum momento não se atreva a me chamar de Jadelyn.

— Nunca dizer Jadelyn então.

— O meu irmão costumava chamar a medica que o atendia de “senhorita tartaruga” – Cat comentou atraindo nossa atenção a sua informação fora de contexto – Por quê o Robbie ainda não voltou com a minha bebida?

— Ele deve estar apanhando do abridor de garrafa – Jade respondeu com desinteresse.

— Ele trouxe o próprio abridor de garrafas dessa vez – Cat rebateu com um beicinho infantil, em resposta a isso a morena arqueou uma das sobrancelhas. A troca de olhares durou por poucos instantes antes da ruiva ceder se levantando do degrau – É melhor dar uma olhada.

Os olhos claros acompanharam os passos da ruiva ate que esta passasse pelo grupo de Tori e sumisse de vista. A preocupação da jovem Valentime com o namorado desajeitado parecia a divertir.

— Você ainda não me disse do que devo te chamar pra não levar um soco.

— Jade.

— Jade West? – a morena confirmou e a voz de André falando dela soou na minha cabeça me fazendo procurar meu amigo que conversava com Tori e Meredith sem se quer imaginar que sua acompanhante de um encontro fracassado esta aqui.

— Algum problema?

Voltei-me novamente para morena em um vestido negro com um zíper na frente se destacando, poderia ser vulgar, mas não era.

— Me falaram de você.

Uma risada curta escapou dos lábios de Jade deixando um sorriso presunçoso no lugar.

— Aposto que falaram para ficar longe de mim... para o seu próprio bem.

— Mental e físico – completei, terminando minha garrafa.

— E o que pretende fazer?  - os olhos azuis brilharam deixando-a ainda mais atraente.

Sorri.

— Eu pretendo ficar e conhecer um pouco mais de Jade West.

Ela soltou mais uma curta e agradável risada. O tipo que qualquer pessoa gostaria de ouvir todos os dias. Estendi minha mão.

— Beck Oliver.

— O cara que divide um apartamento com André Harris.

— Então você também ouviu falar de mim.

— Cat disse que você era bonito, mas como ela acha o Robbie bonito...

Dei de ombros.

— O cabelo me deixa bonito.

— Eu tenho uma tesoura aqui, posso cortar seu cabelo e descobrimos se sua beleza provem apenas dele – ofereceu com a simplicidade de quem só esta oferecendo um chiclete, combinado com  o sorriso presunçoso e sexy.

— Acho que vou preferir não saber. Vai que você corta, meu charme vai embora e você perde o interesse em mim e vai embora.

— E o que te faz acreditar que estou interessada em você – uma das mãos foi para o quadril e uma sobrancelha voltou a se erguer.

— Porque você ainda esta aqui comigo.

Sorri e ela bufou. Um grito soou, nos fazendo correr para a cozinha de onde viera.

Robbie grunhia e choramingava apertando a mão com um guardanapo manchado de sangue, uma garrafinha estava espatifada no chão e Cat segurava outra apavorada. Tori e André correram acudi-lo enquanto Meredith tentava acalmar Cat.

— E o abridor venceu a batalha – ouvi Jade comentar com humor ao meu lado, fitei-a, ela parecia realmente ver graça na situação que ninguém mais via por motivos óbvios.

— Eu preciso de um hospital!

— Nem tá tão feio, cara – André tentou acalma-lo.

— Eu to sangrando!

 – Robbie – Cat se aproximou mais do namorado segurando o rosto – Vai ficar tudo bem, Robbie.

— Eu estou sangrando, Cat – choramingou ele de volta, mais baixo e mais lento.

— Que patético – Jade murmurou balançando a cabeça.

— Nós vamos para o hospital – Cat afirmou.

— Nós vamos – concordou Jade.

Em?

— Você vai também? – os olhos de Cat brilharam de alegria enquanto os de Robbie adquiriam um misto de duvida, desconfiança e talvez medo. Se bem que todos olhavam a morena com desconfiança em relação à atitude, ate André que mau a conhece.

Ela deu de ombros.

— Mas é claro... alguém tem que ajudar a segurar seu namorado caso resolvam amputar a mão dele a seco.

E com isso, apenas isso, bastou para o desespero voltar com tudo no Shapiro.

— Não é assim que as coisas acontecem Robbie. Ninguém vai cortar sua mão – Tori tentou acalma-lo olhando com raiva para uma Jade de nada abalada – Eu garanto.

— Como garantiu não se meter na minha vida.

— Agora não, Jade.

— Que seja – a morena foi em direção ao Shapiro juntando seu braço sem nenhuma delicadeza o fazendo grunhir, Cat do outro lado manteve-se quieta – Vamos logo a algum pronto socorro Cat salvar o senhor drama aqui.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O próximo capítulo provavelmente sera postado no dia dos namorados. A fanfic não fala especificamente da data, mas conforme eu fui arrumando ela depois de termina-la me pareceu uma coisa legal posta-la no dia dos namorados. Mesmo eu tendo escrevido ela no natal.
Criticas são bem vindas sempre. Espero que tenham gostado
Bjss



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Cupido Ruim" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.