Colegas de apartamento escrita por calivillas


Capítulo 4
Um noite inesquecível




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Posso ser uma boba, mas, no dia seguinte, estou louca para me reencontrar com Felipe, mal segurando a minha ansiedade, havia adorado aquele jeito de menino-anjo dele, no entanto, não queria que ele notasse logo de cara o meu interesse. Sendo assim, mesmo chegando cedo à entrada da faculdade, eu me sentei no mesmo lugar, como quem não quer nada, ouço música e finjo ler, mas, na verdade, ficou observando a minha volta, a procura dele. Depois de algum tempo, já tinha desanimado, quando eu o vejo, tentando vender convites da festa para algumas meninas da minha turma, observei o jeito que falava, o seu dissimulado joguinho de sedução e as risadinhas delas, então, decepcionada, abaixo a cabeça e disfarcei não me importar, nem notar quando ele se sentou ao meu lado.

— Bom dia, Paula — cumprimentou em tom animado.

— Bom dia, Felipe — respondi, séria.

— Então decidiu se vai à festa ou não?

— Já disse que não conheço ninguém.

— As suas colegas ali vão, porque, acabei de vender convites para elas.

— Sorte sua!

— Mas, quem eu quero que vá está fazendo jogo duro. Vamos fazer o seguinte, eu compro o convite para você ir comigo.

— Você está me chamando para ir à festa com você?

— Sim, estou. Eu tenho uma proposta a fazer, Paula. Eu guardo o seu convite, a gente se encontra aqui todos os dias, antes das aulas, até lá, você poderá se decidir.

Fiz cara de falso desinteresse, fingi que estava pensando, entretanto, já tinha tomado uma decisão.

— Feito, você tem até sexta para me convencer a ir a essa festa. — Ele me deu um lindo sorriso vitorioso, fiquei toda derretida, mas, me segurei. — Eu tenho que entrar agora, minha aula começa em 5 minutos. Até manhã, Felipe — disse, já me levantando.

— Até manhã, Paula.

Entrei apressada na sala de aula, me sentei no meu lugar ao lado de Ju.

— Quem era aquele carinha que você estava conversando, na escada?

— Um cara da medicina, que eu conheci outro dia.

— Bem bonitinho — Ela me dá um olhar malicioso.

— Ele me convidou para uma festa — informei, em um tom dissimuladamente casual.

— Ele convidou você para uma festa?! E você aceitou, não foi?

— Ainda não.

— Por que não?

— Porque está muito divertido assim.

— Está fazendo jogo duro? — perguntou, com um sorriso maroto, assenti com a cabeça, retribuindo o sorriso. — E como está sendo morar com Ed?

Porque ela tinha me perguntar isso agora? Meu sorriso murchou.

— Estranho, um dia, ele é legal, em outro mal fala comigo.

— Com o tempo, tudo vai se acertar.

— Espero.

Por fim, na sexta-feira, dou o meu veredicto a Felipe, que irei a festa, mesmo imaginando, que ele já desconfiasse da minha resposta.

Assim, no sábado à noite, estava toda entusiasmada, me arrumando para sair, como há muito, não fazia, por isso, ocupei o banheiro por um tempão, Ed me esperava do lado de fora, fez cara de espanto quando me viu pronta para sair.

— Você vai sair?

— Vou a uma festa hoje — disse, animada.

— Que festa?

— Medicina, fui convidada. Você vai? — perguntei, quando reparei que ele também estava arrumado, com uma pontinha de esperança de haver mais gente conhecida por lá.

— Não curto muito esse pessoal. Vou sair com uns amigos.

Ele me fitou por um breve instante, parecia que ia falar alguma coisa, mas se afastou, me deixando no ar.

Felipe chegou para me pegar, nós nos encontramos na portaria, porque ainda era cedo para explicar sobre mim, Ed e o apartamento.

A festa era em uma boate conhecida, som alto, músicas famosas, muita gente animada, querendo se dar bem, e bebida cara, já que eu não bebo não dei importância. E como Felipe me prometeu, ficou comigo a noite toda, conversamos com seus amigos, um com o outro, dançamos juntos e, como era para se esperar, ele me beijou enquanto dançávamos uma música lenta, e continuamos a nos beijar e beijar até o fim da festa.

No fim da noite, Felipe me levou para casa e nós nos beijamos e nos beijamos ainda mais, combinamos de nos falarmos, mais tarde.

Quando entrei no apartamento não conseguia parar de sorrir, de tão feliz, contudo, meu sorriso desabou quando vi uma garota seminua, correndo do quarto de Ed direito para o banheiro e se trancando lá dentro, fiquei estática no mesmo lugar, sem entender nada, imaginando porque ela estaria fugindo daquele jeito.

— Lu, volte aqui! — Ed gritou lá de dentro, parando na porta usando só cueca do tipo boxe.

Um olhou para o outro e arregalamos os olhos, espantados.

— Paula! O que está fazendo aqui?

— Eu moro aqui! O que fez para aquela garota? — eu o acusei, de modo rude e com a expressão séria

— Eu? Nada! — Ele ficou surpreso com a acusação.

Nesse momento, escutamos o som de alguém vomitando, fiz cara de nojo.

— Lu bebeu um pouco demais.

— Você está tirando proveito de uma garota bêbada?!

— Eu não! Por que imaginou que seria capaz disso? — ele rebateu, irritado.

Eu já estava pronta para retrucar, mas, a porta do banheiro se abriu, a garota surgiu sorridente, jogando os cabelos para trás, sedutora, e andou na direção de Ed, envolvendo o pescoço dele com os braços.

— Eu me sinto bem melhor, agora, Ed — ela diz, com a voz suave, não parecendo nem um pouco bêbada ou fora de si. — Podemos continuar de onde paramos?

— Claro que podemos. Bom dia, Paula — Ele a beijou com vontade e fechou a porta, me deixando com cara de boba, no meio do corredor.

 Fiquei, realmente, mal por acusá-lo daquela maneira, sabia que isso não ajudaria em nada minha política de boa vizinhança, precisava me desculpar, mas, nesse momento, ele estava muito ocupado, teria que esperar até bem mais tarde, ansiando que a tal de Lu o deixasse de muito bom humor.

Dei de ombros e fui para o meu quarto, tentei dormir, sonhando acordada com a noite e os beijos incríveis de Felipe, mas, no silêncio da madrugada, ouvia os sons sutis, gemidos e sussurros, que vinham do outro quarto, queria me abstrair, no entanto, não conseguia.

Como podem transar com uma pessoa que mal conhece? Penso comigo.

É algo bastante estranho para mim, nunca me imaginei fazendo algo parecido. Quando acontecer comigo, quero que seja com alguém especial em um momento especial, e não com qualquer um, que acabei de conhecer, por apenas uma noite. Será um momento para eu recordar para sempre.

Acordei tarde, um tanto desconectada, porque não estava acostumada a virar a noite inteira, me espreguicei na cama e pensei em Felipe e nos seus beijos deliciosos, como foi bom. Mas, voltei à realidade, quando me veio a lembrança do que aconteceu, na madrugada, entre mim e Ed. Esperava que ele não estivesse muito zangado comigo. Assim, enrolei o máximo que pude antes de sair do quarto, mas eu precisava ir para o banheiro. Com muito cuidado, abri uma frestinha da porta, tudo estava em silêncio, dei uma espiadinha, nenhuma movimentação. Então, eu me arrisquei e corri direito para o banheiro. Fiz tudo que tinha para fazer e usei a mesma tática, abri uma frestinha da porta, porém desta vez não deu certo, pois Ed estava parado bem ali na minha frente.


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