Colegas de apartamento escrita por calivillas


Capítulo 13
Feliz aniversário




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Enfim, o dia do aniversário de Ed chegou, era uma bela manhã de sábado, por isso acordei cedo, bem-disposta, pronta para ajudar na preparação da festa.

— Bom dia e feliz aniversário — cantarolei, animada, assim que ele saiu do quarto.

— Obrigado — ele me deu um sorriso meio sem graça. E estranho, ver Ed assim, sem palavras.

Aí ficou uma situação estranha eu devo abraçá-lo, beijar seu rosto? Não sei o que fazer. Por fim, me decidi, dei um passo à frente e, meio sem jeito, lhe envolvi em um abraço frouxo e beijo rapidamente o seu rosto. Ele cheira tão bem, mesmo de manhã cedo.

Ficamos um tanto sem graça, depois dessa breve demonstração de afeto.

— Então, o quer que eu faça? — perguntei em um tom forçadamente animado.

— Fazer? — Ele ergue a sobrancelha em interrogação.

— Sim, para a festa de hoje. Como pretende arrumar o apartamento? Precisamos de gelo para as bebidas, comprar copos, guardanapos, comida.

Ele continua me olhando como se eu tivesse falando outra língua incompreensível.

— Não precisa fazer nada, o pessoal só vem aqui, traz a bebida e a gente bebe, ouve música, dança se quiser.

— Isso não parece uma festa! — rebati, inconformada.

— Para mim, parece.

— Para mim, não.

— Então, o quer fazer?

— Sei lá! Vamos arrumar o apartamento, comprar umas coisas para enfeitar.

— Não, nada de balões, bolo ou algo parecido.

— Tudo bem, sem balões ou bolo, mas, pelo menos, precisaremos de comida e copos descartáveis, guardanapos.

Ele soltou o ar com força, resignado.

— Tudo bem. Você venceu, vamos comprar essas coisas.

 Pouco depois, saímos juntos para o supermercado, o que foi muito estranho. Fazer compras, escolhendo isso ou aquilo, mas achei que Ed entrou no clima, até gostou da ideia.

— Seu namorado virá? — ele perguntou, de modo casual, quando voltávamos para casa, carregados de sacolas, sabendo como a vida de Felipe é cheia de plantões e provas.

— Não, ele está de plantão. Mas, Ju e Leo virão.

— Eles são legais. — Percebo que ele não lamentou a ausência de Felipe.

— Também acho.

Juntos, arrumamos todo o apartamento, ele arranjou uma iluminação e um som legais, para criar um clima, apesar de eu ficar preocupada com possíveis reclamações dos vizinhos. Agora, era só esperar.

Na hora marcada, está tudo pronto, Ed sumiu no seu quarto e quando reapareceu... Uah! Ele estava lindo demais! Calça jeans preta, camisa azul, com as mangas dobradas (Eu nunca o vi usando camisa). Muito cheiroso.

Calma. Respire fundo. Não exagere.

Estou aflita porque até agora, ninguém apareceu, mas Ed parece muito tranquilo. Então, a campainha toca e o apartamento é literalmente invadido por uma horda de barulhenta e animada, trazendo garrafas nas mãos, largando por aí. Algumas garotas bem bonitas, que não conhecia, abraçam e beijam Ed de modo um tanto provocante.

Eu me sinto um tanto deslocada, mesmo quando alguns amigos dele veem falar comigo de modo amistoso. Alguém coloca um copo na minha mão, sem ter o que fazer, começo a beber, observando Ed que parece bem feliz, falando com um com outro, jogando aquele charme descomprometido para as garotas, brincando de sedução. Então, felizmente Ju e Leo chegaram.

O apartamento está bem cheio, mais eles avançam pela multidão até me encontrarem. Já estou com o segundo copo na mão, bem mais solta e alegre. Ju me abraça, fala acima do som da música alta.

— Que festa legal! Cadê o aniversariante?

— Não sei — Dou de ombros.

— Pena que Felipe não pode vir — Leo completou. — Vou procurar uma bebida. Você quer Ju?

— Sim — ela respondeu e começamos a dançar juntas.

Leo desapareceu em direção da cozinha, quando Ju me avisou.

— Ed está vindo para aqui. Ele está muito gato!

Fingi não me importar, quando ele se aproximou, todo charmoso, Ju lhe deu os parabéns, mas logo uma garota bonita o tirou de perto da gente.

— Hoje, ele tem que se dividir com todas elas — Mal disfarcei meu tom de ironia, Ju me olhou de soslaio, desconfiada. Eu estou com ciúmes? Que bobagem!

Leo voltou com três copos deu um para Ju e outro para mim, recomeçamos a dançar, animados. Nessa noite, eu quero me divertir!

Outro copo na minha mão, eu dançava muito e ria muito, com um e com outro, nem sei com quem, enquanto a festa continuava bastante animada. Já estava bem empolgada, um tanto tonta, o mundo envolto em uma tênue nebulosidade, o tempo avançando bem devagar, tudo estava confuso a minha volta, ou seria eu? Foi quando alguém me segurou pela cintura, começou a danças comigo e eu nem liguei. Lá pelas tantas, ele tentou me beijar, eu resisti, até outras mãos me tiraram dali e me levou para um lugar mais tranquilo, me deitou em um lugar macio e confortável, me cobriu, porém, antes que ele se afastasse, segurei a mão do meu salvador.

— Meu herói — digo, com a voz arrastada, e o puxei para mim, nossos lábios se tocam, quentes e intensos.

Tão bom! Aí, eu apaguei, caio em um sono profundo, alheia à festa que continuava do outro lado da porta.

Acordei, no silêncio, minha cabeça latejando, entreabri os olhos com dificuldade, custei a focar o ambiente a minha volta. Onde estou? Demorei a perceber. Meu Deus, no quarto de Ed! Olhei para o lado e lá está ele dormindo profundamente, com seu belo rosto tranquilo.

Ai! Não posso acreditar aconteceu! Eu transei! E com Ed! E ainda por cima, não me lembrava de nada, se foi bom ou ruim!

Mas, espera aí! Eu estou toda vestida, com a mesma roupa de ontem à noite, só me faltam as sandálias, olhei para ele, que também está usando roupas. Talvez, não houvesse acontecido nada. Apenas dormimos na mesma cama. O que não deixa de ser bem estranho.

Levantei com cuidado, corri para o banheiro, não tão depressa por causa da dor de cabeça. Respirei aliviada! Pelo visto, eu continuei a mesma do dia anterior.

Precisava de um analgésico, vou até o meu quarto e para a minha surpresa total, havia um casal na minha cama. Cheguei mais pertinho, eram Ju e Leo dormindo de conchinha. Sem fazer barulho, vou para a cozinha, ao passar pela sala, deparei com alguém dormindo no sofá, outra pessoa na poltrona, até mesmo no chão. Pulo por cima dos dorminhocos espalhados pelo chão.  A festa foi realmente muito boa.

Fiz um café, enchi a minha caneca, estava tão distraída que não percebi que tinha companhia. Levei um susto ao me voltar para me encostar na pia e dar de cara com Ed, parado, na porta.

— Bom dia.

— Bom dia.

Não tinha nenhum comentário sarcástico, nem sorriso malicioso.

— Como fui parar na sua cama, ontem à noite?

— Você não estava muito bem e a sua cama já estava ocupada, então...

— Entendo.

— Não se preocupe não aconteceu nada.

— Eu sei, mas foi estranho.

— Para mim, também, nunca só dormi com uma garota, mas não tinha outro lugar, a casa está cheia — ele me deu um sorrisinho maroto.


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