Mágicos escrita por Aiwa Schawa


Capítulo 8
VII


Notas iniciais do capítulo

É, finalmente voltar a escrever é ótimo, esses dias de férias tiveram seu charme, mas nada é melhor do que ESCREVER ATÉ CAIR!



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VII.

—Pelos crimes de homicídio, manipulação indevida de magia, manipulação de bestas magicas, traição e formação de alianças pró-magia, eu o sentencio a 600 dias de tortura por instrumentos ordinários seguidos de execução por afogamento.

O martelo bateu e o culpado pelos ataques do lobisomem foi arrastado para fora da corte.

“Uma aliança pró-magia... então era isso que ele pensou que eu era... essa punição foi bem severa também, acho que entendo os motivos, mas os ingleses parecem muito empenhados na missão contra magia”

Joguei esses pensamentos para fora e andei para onde o culpado estava a pouco, de frente ao grande juiz.

—Agora, o jovem que cooperou com Brian Loiret para apreender o culpado que acaba de ser julgado.

—Eu requisito o apoio de um mágico que possa curar enfermidades, tal qual que ele receba autorização de usar seus poderes.

—O que torna seu pedido justo?

—Se ele morrer vai deixar sua irmã mais nova sozinha, creio que não possamos deixar isso acontecer, ainda mais tendo meios para impedir a tragédia.

—Tendo ouvido tudo... seu pedido de apoio e autorização estão ambos negados.

“Eu não queria ter de chegar a isso...”

O martelo, novamente, bateu perante uma cruel declaração.

“Só agradeço por eles não terem retirado as armas de minha posse”

Os sons do martelo e do tiro se misturaram, formando um som novo irreconhecível como qualquer de suas partes originais.

A bala passou por uma luminária, ricocheteou na lâmpada e a explodiu, a lâmpada que saiu voando com o impacto bateu na outra luminária daquela sala perfeitamente simétrica.

Na escuridão foi fácil de sumir, me deixando guiar pelos sons e ecos, indo para a posição certa.

—Não se mova juiz, mude sua decisão, ou eu matarei todos aqui presente.

—Isso não é a primeira vez que ouço isso, considere sua posição de novo, você está a um passo de jogar sua vida fora.

—Considere tu a minha posição, dentre os magos não há poder mais forte que o meu —“É, provavelmente não, é fácil imaginar que existem poderes bem mais fortes, possivelmente ainda nesta sala, porém eu não tenho como ameaçar um mágico com habilidades ordinárias”

Quase perdi minha mira do rosto dele quando as luzes acenderam, estava em cima da bancada dele, o martelo estava ao lado do meu pé.

Todo aquele vento das armas se movendo em um instante na minha direção chegou a ser audível.

O juiz não parecia ter intenção de sair de lá, então me virei para encarar os guardas.

—Vão! Atirem logo! Vocês não são homens?!

Por um instante, alguns deles me tiraram da mira.

—Então juiz? Já reconsiderou?

—Tendo essas habilidades em mente... volte para seu lugar e eu te darei uma proposta.

Com um grande pulo, voltei para lá em um instante.

—Pode ir.

—Você nos devera 4 favores, não importando o quão absurdos os arriscados eles sejam, você terá de os cumprir. Até lá a irmã do garoto receberar autorização para criar plantas medicinais e tratar a condição dele.

—4... —“Seria bom tentar mudar isso, mas é tudo ou nada agora”— Certo, me joguem em cima de qualquer problema que vocês criarem e me façam de peão, eu aceito.

—Assim que cumprir os quatro pedidos mandaremos um mágico, ele será quem o curara definitivamente.

—Nada mal, o que eu tenho que fazer agora?

—Você saberá quando lhe dermos a tarefa.

—Antes que eu saia... caso eu morra antes de completar essas tarefas, o que acontece?

—Um mágico será mandado e o curara definitivamente de sua condição.

—.... Obrigado.

Me retirei da corte, ninguém me parou dessa vez.

Tirando uma moça irritante, ela estava esperando e assistindo a tudo.

—Eu não te avisei que era exatamente isso que eles queriam de você? Agora você é um peão deles.

—Você disse que era a única forma de conseguir uma cura também. Na próxima tente conseguir uma solução esperta, assim como você sempre faz chefe.

Assim que eu dei as notícias para os filhos White, o homem que um dia lutou contra mim cancelou sua magia e eu recuperei a visão do meu outro olho.

“Apesar que eu já estava me acostumando com a falta dele... que reclamação idiota”

Desde desse dia, 6 meses se passarão, dos verões de ar abafado, para o fim do outono e suas folhas laranjas caídas por toda a parte.

Dia 25 de novembro.

O mundo mudava ao meu redor, porém não havia o que se importar, o que não fosse de minha responsabilidade não me valia prestar atenção.

Porém, nesse dia, nele eu não tive escolha se não intervir.

Mesmo depois de tudo que ocorreu a 6 meses, resolvi esquecer e continuar focando nos estudos, havia sempre algo para ler por causa da universidade, alguém precisando da minha ajuda nos arredores e caso não houvesse nada disso, eu iria para o parque e esperaria Maddison aparecer.

A algum tempo ela notou meu interesse pela técnica de pintar, assim neste dia em que eu não tinha compromisso algum, eu estava vendo ela começar um quadro.

Por volta do início da tarde ela começou, dei minha atenção para casa movimento que ela fazia e deixei o tempo passar.

“Parece um bom passatempo”

E com isso anoiteceu, ouvi o badalar do sino da igreja logo após ela acabar o quadro.

—Que coisa... já são 9 da noite... —Resolvi chamar atenção ao fato.

—Ah sim... ainda bem que eu terminei antes —Maddison terminou de guardar o quadro.

—Depois de passar tanto tempo aqui, comecei a sentir como se fosse um lugar espaçoso, interessante, não é?

—Sim, deve haver algo que explique isso.

—Não duvido.

Uma sombra passou pelo canto meu olho.

—Vai voltar ao seu dormitório agora?

—Sim, você devia ir também imagino.

—Eu vou, depois que eu ver o padre.

“Espera... aquelas sombras de antes... não pareciam nada demais, entretanto agora eu acabei de sentir algo estranho, um mal pressentimento”

—Por que você vai ver ele?...

—Não custa nada, ele deve estar em baixo da igreja agora.

—Eu vou junto, ele me pareceu um bom homem.

—Você já conheceu ele? —“Não, mas isso eu conto depois”

—Sim, sim, por acaso enquanto andava pela cidade.

—Está bem, venha.

Meus olhos e minhas pernas me levavam ao ponto, enquanto isso os meus ouvidos buscavam outros sinais de perigo.

“Vou segui-la até achar que não há mais perigo”

Atrás do altar tinha a passagem que levava para o subterrâneo da igreja, um lugar sem iluminação, era bem menor do que a igreja em si, devia estar apenas uns 5 metros abaixo do solo, e entre uma parede e outra havia 8 ou 10 metros pelo o que notei.

—O que é esse lugar?

—Nós deixamos o confessionário aqui, no passado servia para outra coisa, mas eu não lembro o que.

Fomos até o fundo daquela sala, mas nada, era só aquilo que tinha.

—Ele devia estar aqui...

—Como? Onde ele está então? Se não aqui.

—Eu não sei... talvez no convento.

—Vamos logo então...

Algo, tem algo estranho”

—Maddison, silêncio... —Nos levem até o canto da sala e foquei nos arredores.

“Sons de passos, cada passo está bem distante do outro, deve ser só uma pessoa carregando algo pesado”

—Logo... os... amanhã —Não pude ter certeza se era apenas ou uma, ou duas vozes, mas sei que ouvi isso.

—Maddison, tem um ladrão aqui. Se esconda atrás do confessionário.

—...sim.

Os passos se aproximavam, eu me escondi nas sombras esperando.

Pensei em cada pessoa que podia sair daquelas escadas, todas que eu poderia derrotar, depois como o faria.

Uma figura finalmente apareceu, ele estava com a arma em mãos e não parecia ter nenhuma proteção.

“Mas... seria um problema atirar por aqui... vou resolver isso de outra forma então”

Entretanto não seria simples assim, ele era alto e forte, claramente eu perderia numa luta com apenas meus punhos.

Ainda bem que a soqueira invisível ainda estava comigo.

O homem começou a ir até o fim da sala, eu o seguia enquanto preparava a arma.

E então dei um único golpe do braço dele.

Ele gritou de surpresa e sua arma caiu no chão, eu a chutei para longe, mas nisso me deixei aberto e tomei uma cotovelada.

Aquilo foi apenas instinto, por isso eu pude aguentar.

Ele podia ir atrás da arma ou tentar me enfrentar com apenas as mãos, se fosse atrás da arma eu poderia sumir novamente e atacar, se me enfrentasse...

“É só eu vencer”

Assim que recebi um olhar em minha direção, já sabia o que fazer.

Com um passo cortei nossa distância e dei um único soco nele, precisamente colocado no queixo daquele bandido, meu treino de luta sem armas foi intenso, porém não pude completa-lo, assim só posso dar credito a minha sorte por esse golpe.

O golpe foi suficiente para deixar ele parado por uns instantes, iria dar outro golpe, no entanto.

“Passos, bem rápidos, alguém está correndo”

Não dava para saber se era mais de uma pessoa, porém agora eu tinha certeza que ele não veio sozinho.

Estava olhando ao redor para tentar me esconder, mas assim que achei um ponto de vantagem, era tarde demais.

Outro homem com fuzil em mão apareceu.

Pensei que haveria tempo ainda, porém ele não hesitou em puxar o gatilho.

Aquela arma era bizarra, disparou uma rajada de tiros e ainda assim não ouvi o som dos tiros, era um som agudo sem sentido de direção, um objeto maciço sendo cortado.

Houve tempo para pensar nisso, bastante.

Pois as balas me acertaram antes que me escondesse, foram muitas, tentei me jogar no chão para diminuir o dano, no entanto já era tarde.

Quando cai pensei que não poderia mais levantar, mas me acalmei e tentei ver onde cada tiro havia acertado.

“Claro, no escuro ele não poderia acertar tudo”

Era apenas meia dúzia de tiros, nenhum dele acertou um ponto vital.

—Vamos! Vamos!

Um deles gritou e em seguida ambos correram para cima.

“Ainda bem, não sei se pensaram que eu morri, ou se eles não ligavam para isso, só me importo de não ter que lidar com aqueles dois brutamontes nesse estado”

Consegui me arrastar sem problemas até onde Maddison estava.

—Sykle... onde... onde você está?

—Bem, estou bem aqui... —A silhueta dela se formou em minha frente, era isso que eu precisava.

—Não saia daqui... está tudo bem...

—Ah! —Isso foi tudo que eu não precisava falar, num instante eu senti os instintos dela se aguçarem— Você está muito ferido.

Tinha que negar isso.

“Não posso deixar ela sozinha, não depois de ver o que aqueles dois malfeitores fizeram”

—Espera, eu vou junto...

Quando tentei, me levantar não foi difícil, afinal eu estava sentindo dor por todo o meu corpo, logo o meu corpo inteiro estava funcionando.

Mas não tão funcional, tentei dar uns passos rápidos para ir na frente, porém num instante tropecei e meu corpo caiu para dentro de... um quarto?

Depois de recuperar alguns sentidos, eu estava num canto muito bem iluminado, as paredes eram como laranjas que vi numa fazenda e a luz voltava intensamente aos meus olhos.

Quando percebi, eu tinha caído no confessionário e dentro dele havia uma passagem para este quarto escondido.

—Que lugar é esse? Skyle?

—Droga... depois eu conto, tem um telefone aqui, vou ligar para a polícia.

—Mesmo um tanto machucado, me joguei para um canto da sala e mantive a vigilância até alguém chegar.

Assim eu fui retirado de lá, oficiais se reuniram no local, a igreja tinha se tornado uma cena de crime por aquela noite.

Menos de uma hora após as forças chegarem, Brian apareceu para me questionar, imagino porque ele foi pessoalmente.

—Rafael, a quanto tempo.

—Que situação para nos reunir —Um policial, ex-médico de guerra fez tudo que podia para me tratar, ainda assim estava sentindo minha pele queimando superficialmente.

“Será que... sim, apesar de aquelas balas não fazerem barulho, elas não têm muita potência, mal passaram da primeira camada de pele, sinto que isso não foi apenas sorte”

—Realmente —Ele sentou-se, assim como meses atrás quando ele fez as perguntas estranhas para confirma meu status como um mágico— Sendo direto, houve o envolvimento de algum mágico nesse crime?

—Não, enfrentei dois homens armados, entretanto vi que nenhum deles tinha os poderes.

—Ainda bem, tem algo que queira dizer?

—Também não, estava muito escuro.

—Está bem, mas fique por aqui, mais um pouco... só por... precaução... certo?

—Hum... que coisa.

Alguns minutos passaram, só mais esse tempo bastou para eu conseguir andar de novo.

“Eu não vou querer lutar de novo por algumas semanas...”

Comecei a buscar Maddison, lembrando dos padrões e rotinas da polícia, usando todos os meus sentidos, deve ter sido 5 minutos para acha-la no armazém onde o quadro havia sido feito mais cedo.

—Skyle, você está bem?

—Ah! Eu que pergunto —Me sentei de frente a ela, não queria cansar ainda.

—Ótimo, eu tenho bastante sorte, aquilo não foi nada.

—Tem certeza?... Você está cheio de bandagens...

—Não se preocupe, não se preocupe... eu... tive um treino, estou acostumado com isso.

—Treino militar?

—Você é bem mais esperta do que eu, tenho certeza que sabe a resposta.

—Sim... é que eu conhecia alguém que foi para a grande guerra... ele morreu numa batalha...

—Entendi. É a realidade da guerra, mas eu estou vivo agora, devemos agradecer a cada dia além que temos, não é? —Ouvi isso de alguns outros cristãos nesses 6 meses, achei que podia mencionar agora.

—Certo.

Assim que algum silêncio veio, quando pensei que poderia relaxar depois daquela luta.

“Passos leves, mas muito apressados, o barulho é agudo, ela deve ter vindo de salto-alto”

—Por que agora? Logo agora...

—Rafael! —Quando ela chutou a porta, não tinha mais dúvidas de quem havia vindo até aqui.

—Quem é ela...?

—Maddison Skyle, Pietra. Pietra, Maddison Skyle —“Se ela não se apresentar, eu faço isso”

—O que você está fazendo aqui?

—Essa é a minha pergunta, Pietra.

—Olhando bem... Maddison, você faz parte da igreja, não é? Vocês sabiam daquele quarto atrás do confessionário? —“Devia só estar buscando isso, que sorte a minha”

—Sim... ele nunca disse o motivo, mas o padre morava lá, ele também construiu aquele quarto, não o subterrâneo, apenas o quarto.

—É... isso confirma o que eu pensei. A igreja fica vazia após as 9, portanto o padre deve ter sido levado —“De novo isso, o que se passa na cabeça dela? Que lógica é essa? ”

Como!?

—Não se preocupe Skyle, pode não parecer, mas essa é a melhor detetive que eu conheço —“Apesar que eu poder contar todos os detetives que conheço com os dedos me preocupe um pouco”

—Isso é bom, mas...

Repentinamente eu sentir um pouco de dor de cabeça, não como as que vem após uma lutar, foi único.

—Isso realmente não é uma boa notícia para a igreja, a maior autoridade da cidade ser levada na casa de Deus... muito mal, extremamente mal.

—Hum?! Você ouviu isso? Digo...

—Você está plenamente certa Maddison, não tenho dúvidas da sua história.

“O que houve? Eu tenho certeza que a Skyle não falou isso, eu não deixaria algo assim passar, então...”

—Isso seria muito ruim, mesmo pensando que você pode resolver o caso, se...

—Eu vou voltar a investigação, tome cuidado, adeus.

Ela saiu e fechou a porta, nos deixando num momento de silêncio e paz novamente.

Ou era isso que eu queria.

Eu olhei para Skyle, vi o rosto dele, a emoção era algo que até eu poderia ver.

Neste momento eu fiz a minha decisão.

—Skyle, eu vou para a busca também. Não sei exatamente o que você está pensando, porém eu consigo ver que você faria isso se tivesse minha força, portanto seria covardia minha não ir.

—Mas você está ferido...

—Depois que isso acabar, acho que eu vou ter que contar algumas coisas, mas saiba que eu não corro perigo algum. Não são alguns homens com armas podres e miras ridículas que vão me matar.

Eu entendo que não sou bom com palavras, por isso sai do armazém, um homem da polícia estava próximo, disse a ele para proteger aquela testemunha importante e fui achar Pietra.

Achei-a na porta da igreja, cuidei de fazer passos bem barulhentos para não ter que anunciar minha presença de forma verbal.

—O que você está fazendo aqui?

—Eu vou ajudar nessa investigação.

—E por que? Eu não pedi sua ajuda.

—Por mim seria mais fácil de sair pela cidade batendo de porta em porta e vasculhando a casa de todos que vivem aqui, contudo seria mais rápido simplesmente ajudar você a achar os caras e depois eu acabar com eles.

—Você não respondeu o que eu perguntei.

—Ajudar os mais fracos é o dever de um cavalheiro e esse parece um ótimo status para conseguir neste país.

—Ah... não foi porque...

—Rafael, com licença —Brian apareceu novamente.

—O que houve? Eu já estou cooperando com a investigação.

—É? Isso é bom, entretanto o conselho pede mais. Eles acabaram de emitir a sua primeira missão —“Mas que hora... dois trabalhos que tenho pouco tempo para executar ao mesmo tempo— Eles ordenaram que você auxiliasse a polícia nessa investigação, diretamente. Eles disseram.

—...Há!

—Hum...ff...ff... há-há-há-aha-aha-há-haa! —Pietra tentou se conter, mas no fim não conseguiu parar de rir.

—Rafael? Pietra?

—Brian, é nesses momentos que eu me lembro. Realmente tenho sorte.

E assim, eu acabei me envolvendo em mais um caso, nele toda a ignorância que eu dei a esse mundo iria cair nas minhas costas.


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Notas finais do capítulo

E cada vez mais eu penso em transformar isso num battle shounen de uma vez, cenas de luta são muito legais de escrever depois que você pega a ideia



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