Mágicos escrita por Aiwa Schawa


Capítulo 1
Nullus


Notas iniciais do capítulo

É, não tenho muito a dizer, criticas são aceitas de braços abertos e qualquer outra coisa também



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Uma grande tempestade veio.

Meu país se circundou por uma guerra civil, sou o terceiro filho de um soldado. Ele e meu irmão mais velho estão em casa, lutando pelo o que acreditam.

Enquanto isso, eu... eu estou fugindo.

Durante toda minha vida nunca fui excepcional em nada, por algum motivo nasci com minha pele branca como neve, meus cabelos também nunca viram cor, meus olhos são vermelhos assim como meu sangue, desde criança fui aprendi, nunca olhar outros nos olhos, sempre usar chapéus e cortar meus cabelos assim que passarem da testa.

Nunca consegui acompanhar minha família em treinos, nunca consegui estudar tão bem, desde que me lembro, sempre me pensei como alguém amaldiçoado, até 1 ano atrás considerei servir como um kamikaze.

Entretanto aqui estou, passei por dezenas de nações, no fim atravessei o grande mar para e enfim ao meu objetivo chegar.

Lá estava o tal arrebol, cheguei logo ao pôr do sol, as carruagens estavam já a postos, tudo que tinha em minhas mãos, estava no porto do sul da Inglaterra.

Esse era meu objetivo, por toda viagem apenas pensei em vir aqui, assim, em somente 2 meses cheguei à grande nação britânica.

“Eles me disseram para apenas... viver aqui...”

No fim ainda sou o filho de um soldado, minha família confiou que poderia fazer isso, sei atirar e trouxe a arma de meu pai comigo, não há mais o que preciso.

Estava com uma jaqueta de botões e camisas e calças de cores pálidas, pensei que assim me misturaria a multidão.

Homens altos de cartolas, mulheres com longos vestidos, carruagens indo e vindo pelos caminhos, tudo que falavam que a Inglaterra guardava.

“Ah claro! As carruagens! ”

Desci do navio para a rua, pôs meus dedos entre lábios e joguei o ar pela rua. Resultou-se assim numa agradável melodia que atravessou os arredores.

“Que coisa! Não pensei que conseguiria fazer de primeira, mesmo treinando toda a viagem, acho que estou com sorte afinal! ”

Uma carruagem parou a minha frente, o homem nas rédeas tinha uma cartola bem maior que os outros homens, seus cabelos já eram brancos e cobriam quase todo o corpo.

“Bem, deve ser algo do país, aqui era tão longe que nunca tinha estudado sobre antes dessa viagem”

A porta se abriu pelo comando do homem.

“Interessante, essa tecnologia parece bem útil”

Entrei na carruagem, o homem a fechou.

—Então jovem, sabes seu destino já?

—Como... ah! Sua voz está vindo dessa.... —Era uma parte de dentro da carruagem em que a parede estava mais funda, tentei mexer e ela abriu, mas só pude ver a nuca do homem nas rédeas.

“Que invenção inútil, não é como se o motorista pudesse olhar para trás, ele precisa coordenar os cavalos”

—AH!... Não pense desse jeito, não há nada inútil em nossa casa.

—Oh! Você adivinhou o que eu ia dizer? Ou sou eu pensando alto novamente?

—Não, não. Nenhum desses, não há algo como “pensamentos” aqui, bem, pelo menos na sua visão.

—O que...?

—E esta invenção tem sim utilidade, basta olhar para os dois lados ao mesmo tempo.

A nuca dele começou a ser cortada, parecia que espinhos estavam saindo da pele dele, levantando a pele sem nunca a cortar, lentamente os espinhos fizeram uma forma, a forma de um rosto.

Já havia abaixado minha mão para a cintura, puxei meu revolver e atirei na entidade.

Sem deixar recuo ou o barulho me afetar, atirei 5 vezes no homem.

Assim que a fumaça da arma dissipou, ele estava vivo, de alguma forma sobreviveu aos 5 tiros.

Dei uns passos para trás, minhas pernas bateram em algo e perdi o equilíbrio, cai em algo que não era a madeira dos assentos.

Fiz um giro imediato, devia ser outra pessoa, minha arma já estava em mãos então atirei antes mesmo de ver quem estava lá.

—Dessa vez nosso convidado é um guerreiro?

Da fumaça, de onde atirei, uma mulher nativa da Inglaterra, um longo vestido azul com linhas diagonais indo para direita e esquerda, para cima e para baixo, argolas de prata nos braços, olhos laranja como as brasas do fogo, um cabelo roxo borbulhante.

—Você não parece um demônio, ainda bem que minhas balas não funcionam aqui.

—Hum... você já entendeu isso.

—Claro, não tem buracos de bala atrás de você. Fugiremos então!

—Não. O homem é seu aliado, assim como eu, perdão por não ter falado isso antes.

Ela não parecia estar mentindo, ela gesticulou para que sentasse ao seu lado, o fiz e a carruagem começou a se mover.

Agora percebia como as janelas da carruagem estavam em um puro breu, não pensei que jamais cruzaria com elementos místicos assim, era apenas infortuno não poder negar o que via.

—Vejamos... —A mulher tirou um livro gigante do outro assento, ao botar sobre suas mãos ele se abriu e as páginas voaram com um forte vento— Entendi... logo após o fim da grande guerra, últimos anos da segunda revolução industrial, há uma guerra em torno da China também... você está no meio disso tudo.

—Não precisa dizer tudo isso.

—Só estou me situando..., mas sim, saiba que somos seus aliados, toda vez que precisa da nossa carruagem assobie como você fez agora, iremos aparecer.

—Como?

—Você agora reside em nossa morada, sempre saberemos onde você está.

—Como assim...?

—Por agora você não precisa pensar nos detalhes, só pense em nós como seus aliados, assobie e apareceremos, iremos lhe levar a qualquer lugar sem custo algum.

—Ah! Portanto queria que fossemos à Camb...

—Parece que você já sabe onde é seu destino. Manfred nos levara até lá —Esse era o homem duas-caras.

—E nis...

Me senti cansado, substancialmente perdi todas minhas forças.

Aquela mulher, Elizabeth, ela me segurou em seus braços, ainda tentava manter meus olhos abertos.

—Agora você voltara a seu mundo, ficar muito tempo aqui talvez seja cansativo para um humano. Mais, você precisa voltar agora, siga seu destino.

Meus olhos finalmente fecharam com as palavras dela.

Assim que os abri novamente, estava descendo de uma carruagem, ela partiu antes que pudesse averiguar a quem ela pertencia.

Agora estava perdido.

Andei pelas ruas, acabei indo a uma boa cidade, tinha um parque enorme, vários rios e pontes de ponto a ponto, casas belíssimas.

“Não é como se eu fosse morar em um desses lugares...”

As vezes parava em frente as casas, olhava-las uns instantes antes de seguir, deveria dormir nas bases das pontes, lá ninguém me veria, seria bem frio, mas não iria chover por cima de mim, não seria tão mal.

Em minha andança, enquanto olhei por segundos de mais numa casa riquíssima, tentando me apegar a uma minúscula esperança de dormir lá, de alguma forma, pensando com tudo, dando vez a cada possibilidade.

A porta abriu.

Imediatamente voltei a minha realidade, por lá ficaria até que a guerra acabasse, tinha fugido de minha casa e iria ter que sofrer sozinho, me esconder como um camundongo.

Me virei para sair de lá e não chamar atenção.

—Garoto, um momento.

—Sim? —“Ele parece bem rico, esses cabelos grisalhos e essa barriga, roupas marrons bem bonitas... até onde me foi dito isso podia acontecer, ele deve me dar um punhado de moedas para levar uma carta para ele, algo assim”

—Qual seu nome? —“É só lembra, não posso usar meu nome verdadeiro por aqui, se contar darei duas noites para me encontrar com os homens da lei”

—Rafael.

—HÁ! Ótimo! Espere... aqui está, apresente isso quando chegar —Ele procedeu para me entregar um envelope com selo dourado, era como havia pensado.

—Onde devo entregar?

Ele me deu as direções e me deixou ir.

Era bem perto da casa dele, me peguei com o questionamento de por que mandar alguém entregar isso, porém me convenci de que ele era apenas muito ocupado de cheio de dinheiro, o que importava era ele me dar algumas moedas, ou uns pães, em seguida podia tentar conseguir um trabalho manual, seria um grande sacrifício, mas nada perto do que o resto da família fez...

Era um prédio enorme, um casarão de mármore e tijolos, cinza e preto, o resto da cidade era claramente diferente, botei os pés na fundação e segui em frente, já havia escurecido, a única luz era a de uma vela perto da porta.

Acionei a campainha.

“Vou direto para alguma dessas bases, deixo esse bilhete para lá, apenas não desisto porque já estou muito perto”

A porta abriu, uma velhinha me atendeu.

Entreguei a carta sem falar, sem olhar para ela, o interior estava bem iluminado.

—Ah... garoto, estou um pouco cansada... leia para mim —A velha tirou o lacre e me deu a carta, era eu que devia ler agora.

Meu inglês ainda não estava muito bom, nem sabia se conseguiria ler aquela carta, porém ela tinha me pedido, havia de ao menos tentar.

—“Boa tarde Miss Anabel, por essa carta aviso que em breve vira um aprendiz à vossa instituição, caso ele apareça enquanto estiver fora, lhe digo, será um garoto albino, de pele branca tal qual as nuvens do céu e olhos vermelhos como rubis pelo que me dizem, ele...” como?!...

—Sim...?

—Nada... continuando... “o nome dele é Rafael, ele estudara para futuramente se tornar um homem da lei, acomode ele, o garoto não tem família alguma em vossa pátria, mas ainda assim é vosso aliado e um servo da rainha. Atenciosamente, Eric Ignatius Cumberbach.

—Entendi... me siga...

—Espera!... Acho que esse é outra pessoa... a carta... deve...

—Hahaha... você vai se enturmar com esse senso humorístico...

—É que...

—Seu nome é Rafael não? —“Droga, os dois se conhecem, não posso me contradizer”

—Sim.

—Já vi, seus olhos são vermelhos e sua pele é branquinha como a neve que caiu há uns dias, não tem como duas pessoas serem iguais e terem o mesmo nome, me siga pela esquerda e nunca adentre o corredor direito.

—Certo... —Engoli o vazio, suando frio segui a senhora até um aposento.

Uma cama ocidental, luminária na parede, uma mesa de estudos com uma gaveta preenchida de velas.

Ela saiu e disse que era ali que moraria.

“Socorro... isso é muito azar, vou ser descoberto logo, eles vão me levar a guilhotina como um infiltrado...”

“Não. Isso é muita sorte! Qual é a chance de duas pessoas terem o mesmo problema? Virem à mesma nação, passarmos pelo mesmo nome, minha sorte finalmente está virando! Talvez deus tenha me ouvido afinal! ”


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Notas finais do capítulo

Até que o formato desse site é bonitinho em, espaçamento e tudo.



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