Filha da Tormenta. escrita por Khaleesi


Capítulo 14
A Filha do Rei Louco.


Notas iniciais do capítulo

Percebi que o número de pessoas que estão acompanhando a história aumentou um pouquinho nos últimos dias, e fico muito feliz por isso. Gostaria de tentar um contato maior com vocês do que simplesmente chegar aqui e postar um novo capítulo. Quero saber de vocês o que estão achando, se devo mudar algo, melhorar em algo. Tudo isso será muito bem vindo por aqui ♥



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Já havia alguns dias que estava em Pedra do Dragão e não conseguira conversar com a Rainha novamente, nem com Tyrion, nem com ninguém além de Davos ou Missandei. Sim, a conselheira da Rainha sempre estava por perto. "Minha rainha pede desculpas por não poder encontrar com vocês, ele se recordou do que a garota lhe dissera dois dias atrás, possui assuntos importantes para resolver, nos quais não pode deixar para outra hora. 

Jon não conseguia imaginar outra coisa que não fosse tão importante quanto a ameaça ao Norte, para além da Muralha. Ele estava em uma das torres do castelo, observando de um lado as pessoas que iam e vinham lá em baixas e os soldados de Daenerys, que hoje estavam particularmente agitados. Ele estava especialmente mais carrancudo naquela manhã, sentia-se um prisioneiro naquele lugar, e estava frustrado com o fato de não ter conseguido um terço do que planejara quando fora até lá. 

Tão absorto estava em seus pensamentos, que nem percebeu quando Tyrion se posicionou ao seu lado.

— É uma vista bonita daqui de cima - o anão falou, assustando o jovem lobo branco.

— Sim, é sim - foi só o que ele conseguira responder.

— Para que veio aqui realmente, rapaz? - ele perguntou sinceramente, olhando para o horizonte à sua frente.— Não quero pensar que somente para nos contar sobre monstros de histórias infantis para uma Rainha.

Jon o olhou, um feixe de irritação visível em seus olhos, mas ele relevou. Nem mesmo ele acreditara em mortos-vivos ou em Rei da Noite, até que vira um. Ele se lembrou de como ficou assustado quando viu o cadáver de um homem se levantar, com seus olhos azuis. Queimou sua mão quando o matou, a cicatriz que carregava nas mãos nunca o deixaria esquecer daquele dia

— Não espero que acreditem em mim - ele disse, pensativo, fazendo Tyrion suspirar. 

— Curiosamente minha Rainha acredita em você - ele disse, chamando a atenção do rapaz.— Espero que saiba o que fazer. 

— Não sei o que espera que eu faça, Lorde Tyrion - ele disse sinceramente. — Me casar com uma mulher na qual eu não sei nada, apenas sei ser filha do Rei Louco? E depois que ela conquistar Westeros e ter tudo sob seu poderio, o que ela fará comigo, com o Norte?

— Dany não é como o pai dela, meu rapaz. Me toma por um tolo? Acha que eu a seguiria se fosse igual ao pai? - Tyrion falou impaciente.— Ela é boa, sempre disposta a ajudar os mais fracos, a libertar pessoas das mãos de pessoas más. É esse o seu desejo. Só não espere que ela lhe empreste seu exército para lutar as suas batalhas sem lhe dar nada em troca. Ela é uma mulher inteligente, Jon. Sabe o seu amor pelo seu povo, pelo seu Norte. Sabe que vocês jamais entregariam ele facilmente de bom grado, apenas por desejarem seguir ela. É por isso que ela propôs um casamento, para reinar com você ao lado dela como seu rei consorte, para que ela possa mostrar sua essência para eles, e há maneira melhor do que mostrar isso ao lado do Rei que eles escolheram?

— Ser rei consorte é apenas um título inútil, o reino todo seria dela, o Norte seria dela e eu não posso defender meu povo se ela resolver mostrar sua tirania Targaryen.

— Ela tem poder Jon Snow, isso é fato. E esse poder não é de hoje, garoto. Há anos ela o possui, e ainda sim ela sempre utilizou dele para ajudar as cidades e os seus povos. Mas você nunca saberá disso se não se permitir olhar por outro lado, um lado que não resuma a sua história aos feitos de seu pai - Tyrion respirou fundo. Sabia que Jon tinha a cabeça dura como uma rocha, e que seria necessário paciência para fazê-lo ver sua Rainha como quem ela era realmente. — Há algo?

Jon o olhou curioso. 

— Há algo que eu possa fazer por você? Além de tentar fazê-lo conhecer a rainha que escolhi seguir?

O Rei do Norte pensou por um tempo.

— Vidro de dragão - ele disse por fim. — Esse é um dos motivos de eu ter vindo aqui - e então explicou ao Tyrion o porquê.

***

Dias atrás chegara um corvo para Olenna avisando-a sobre os planos de Randyll Tarly de invadir suas terras e roubar-lhe seu ouro e sua comida. Ela não demorou muito para contar a Dany, que logo reuniu seu conselho. Varys confirmou a atitude do Lorde Tarly, e disse que em breve ele sairia de Westeros acompanhado de toda a força Lannister para que saqueassem a cidade, e tão logo traçaram um plano minucioso para impedi-los.

O plano estava perfeito e seria posto em prática naquela manhã. Lady Olenna iria acompanhada de Verme Cinzento e um grupo de imaculados pelas estradas, chegando em pelo menos 3 dias até sua casa. Enquanto isso, Dany ficaria esperando a hora certa para agir.  

Após a saída de seus homens para se prepararem para marchar até Jardim de Cima, Tyrion e Dany conversaram a sós, e ele finalmente pôde questioná-la sobre ter escondido dele a proposta que fizera ao Rei do Norte. 

— Quando eu vim para Westeros, sabia que precisaria me casar novamente para ganhar a confiança das pessoas que aqui moram. Jon me pareceu a melhor das alternativas por ora. Casar-me com o Rei no Norte tratá muitos benefícios para nós, Lorde Tyrion. Perdoe-me por não ter lhe dito antes, eu não pretendia o fazer ainda, era só uma ideia a principio, não conheço os outros lordes das outras Casas, mas certamente Jon me parece o mais apropriado - falou, e Tyrion compreendeu que ela se referia a situação com os Tarly. Jon era honrado demais, jamais a trairia por tão pouco como apenas uma posição maior dentro daquela roda. Mesmo que não confiasse nela cegamente.

— Você está certa - ele concordou.— Ter Jon ao seu lado é muito mais seguro do que qualquer outro lorde.

— Sim. E você irá sondá-lo para mim. Convença-o de que aceitar será o melhor para todos, de que eu não sou o monstro que ele pensa. 

E foi o que ele fez antes de voltar até ela mais tarde naquele mesmo dia, após a pequena tropa sair.

— Vidro de dragão - ele disse assim que entrou nos aposentos de Dany, que o observou curiosa.

— E o que seria isso? - ela perguntou.

— É um tipo de vidro natural formado pela ação vulcânica, é também chamado de obsidiana. Aparentemente é possível forjar armas a partir desse vidro que serve para matar os mortos-vivos. Esse é um dos motivos da vinda do nosso jovem lobo até aqui, ele deseja extrair.

Dany assentiu lentamente, analisando as palavras de sua Mão. 

— Então daremos a ele o que deseja - ela disse por fim.

 


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Notas finais do capítulo

Eu acho importante que tenha mais desconfiança por parte do Jon quando se trata de Daenerys e acho mais ainda importante a ideia de que ela não imponha as coisas em cima dele, exigindo que ele se ajoelhe e etc. Para quem leu os livro assim que nem eu, sabe que Dany nunca foi desse jeito, de impor ou mandar nas pessoas com tamanha arrogância como eles fizeram na séria, ela sempre foi calculista, observadora e muito inteligente, sempre teve ideias muito boas para conquistar seu lugar e as pessoas.
Casamento político sempre fora algo comum em Westeros (Cersei e Robert é um exemplo claro disso), para garantir vantagens, e quando Dany saiu de Meeren (na série), ela deixa Daario para trás justamente pois sabia que um amante não seria bem visto, além de que ela sabia que em algum momento precisaria se casar novamente para ganhar a confiança do povo. Estar ao lado de uma pessoa nascida e criada em Westeros pode passar para o povo a confiança sobre quem ela é, e Jon ao meu ver pode ser um bom meio para conseguir isso, principalmente pelos nortenhos serem muito conservadores e desconfiados, e estar ao lado de um poderá abrir a mente dos outros também.



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