Revenge escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 23
Wolf-Blood




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P.O.V. Emily.

Carl vai trazer a namorada e o irmão da namorada para nos conhecer.

A moça era muito bonita. E o irmão também.

Enquanto a moça tinha olhos castanhos, o irmão tinha olhos azuis e era sem dúvida mais velho que ela. Os cabelos dela tinham mexas loiras e era mais elegante do que eu esperava.

Calças jeans de lavagem escura, skinny, sapatos de salto fino, uma blusa de cashimire. Brincos.

—Bem vindos.

—Não quero te apavorar, mas você fede a sanguessuga.

—Derek! 

—Nós temos um amigo que é vampiro. Não costumamos julgar as pessoas pela sua espécie, mas pelo seu coração. Sou Emily. Mãe do Carl.

—Derek Hale.

—É um prazer.

Hope desceu a escada correndo e abraçou o irmão.

—Ai! Você vai me esmagar.

—Você é muito mole. Parece um crustáceo. 

—Você morre se fica longe de mim por muito tempo.

—Mala. 

—Senti saudades também, mana. Mas, ficarmos perto um do outro nos coloca em perigo.

—Uma ligação não mataria.

—Tem razão.

—Então, vamos entrar. Vou pedir para a Kelly colocar o almoço na mesa, fizemos carne especialmente para vocês.

—Mãe...

—Oh, por Deus! Eu fiz o meu melhor! Como vou saber o que um lobisomem come?

O homem rosnou.

—Você está bem?

—Sim. É só que... nós não gostamos de ser chamados de lobisomens. Nós preferimos Wolf-Blood.

—Oh, minhas desculpas então. Perdoem a minha ignorância.

—Carl disse que vocês são veganos.

—Vegetarianos. Ovo e leite, mas não carne. Peixe de vez em quando.

—Oh! Legal.

—É uma parte chata de se ser bruxa. Quando comemos carne absorvemos a energia da morte, isso bloqueia alguns dos nossos chacras e atrapalha o fluxo de energia.

—Então é meio que um bloqueio?

—É mais como um obstáculo. Mas, é uma maneira de se colocar.

P.O.V. Diana.

A casa era absolutamente enorme. O piso e a lareira de mármore, vasos e enfeites que pareciam custar os olhos da cara. O almoço estava mais para um banquete. A mesa estava toda colorida com frutas, vegetais, saladas e havia a carne.

—É filé mignon. Pedi para a cozinheira fazer ao ponto.

—Está ótimo. Obrigado.

Notei que haviam velas pela casa toda, penduradas em candelabros decorados, de madeira, de metal, dourados, prateados.

—Tem alguma coisa contra luz elétrica?

—Derek! O meu irmão é meio bruto mesmo. São os hormônios de lobisomem.

—Muito bem. Eu não tenho nada contra luz elétrica, mas precisamos das velas.

—Sim. Carl falou que vocês usam como uma bateria ou coisa assim.

—É mais como um amplificador. Chamamos de canalizar, usar como bateria seria chamado sifar e só podemos fazer isso com outras criaturas mágicas. Como vampiros, lobi... wolf-bloods e até mesmo outras bruxas.

—Mas, para sifar de outras bruxas precisamos da permissão dos ancestrais.

—Ancestrais? Tipo as bruxas mortas? Precisam de permissão dos seus mortos para fazer...

As velas se acenderam sozinhas e o meu irmão caiu no chão, apertando a cabeça.

—Mãe!

—Oh, não olhe para mim.

—Nem pra mim.

—Insultar os espíritos de muitas bruxas dentro da casa delas? Não é uma boa ideia.

Meu irmão se recuperou rápido.

—Está me dizendo que os fantasmas das suas ancestrais fizeram isso em mim?

—Exatamente. E você tem sorte. Isso foi um aviso. Se fizer outra vez elas te matam. Como está a carne?

—Está boa.

Foi meio tenso já que a senhora Grayson também ficou meio ofendida com a total falta de modos do meu irmão mais velho.

—Se me permite a pergunta, como essa coisa com as ancestrais funciona?

—Bem, sempre que uma bruxa morre sua magia flui para sua descendente mais próxima. Mas, chega a um ponto onde a linhagem fica longa demais, é muita magia. Ninguém seria capaz ou deveria possuir tanto poder assim. Então, a magia flui de volta para a terra, mas a ligação entre nós e os que vieram antes de nós ainda existe e podemos acessá-la, canalizar ao menos parte desta magia. Minha vez de perguntar. Como exatamente funciona quando se transformam? É doloroso?

—Sim. Nas primeiras vezes é sim. Depois... você se acostuma.

—Vocês não são como os amaldiçoados. Você era um lo... Wolf-Blood antes de tirar uma vida humana.

—É. 

P.O.V. Carl.

A minha mãe só me faz passar vergonha.

—Na primeira vez as mãos tremem, a cabeça dói, é impossível se concentrar em qualquer coisa. As gengivas doem. Calafrios, a boca seca, dores. E quanto a sua primeira vez?

P.O.V. Diana.

Ai eu percebi o que eu tinha dito.

—Ai, eu sinto muito isso não saiu direito. Eu não quis dizer sua primeira vez, primeira vez. Eu quero dizer...

—Sei o que quis dizer. Eu estava com raiva, então eu dei um berro e comecei um incêndio. Por isso foi parar no reformatório. E a minha irmã comigo. Eu não sabia o que havia acontecido. E com o tempo e muita pesquisa nós descobrimos o que eramos. E de qual linhagem provínhamos.

—É. Carl falou que vocês são desta linhagem extra-especial, tipo realeza bruxa. Posso te chamar de bruxa?

—Claro. Só não de feiticeira. Feiticeiros são híbridos, meio humanos, meio demônio.

—Demônios? Sério?

—Sim.

A Senhora Grayson era uma mulher muito elegante. Usava um vestido tubinho, sapatos de salto alto, uma pulseira com coisas penduradas e no pescoço um colar.

—É impressão ou o seu colar tá brilhando?

—Está?

Ela tirou do pescoço e colocou na mesa.

—Me diga o que você vê.

—Está brilhando. Não consegue ver?

—Je ca se incedea rendovan candier.

—O que?

—É isso!

Ela colocou a mão numa das paredes.

—Salve!

Abriu uma passagem e ela voltou carregando um livro. Ela abriu numa página e lá tinha umas escrituras e um desenho do colar.

—Uau!

—Nascida sob a luz da lua de sangue, a herdeira vai unificar as facções. Luz e escuridão, homem e besta.

—O que?

—Nascida sob a luz da lua de sangue, a herdeira vai unificar as facções. Luz e escuridão, homem e besta. É um algum tipo de profecia. E eu estou oficialmente de saco cheio das bruxas das profecias. Mas, faz sentido. Minha mãe me disse que este colar era uma chave. E eu examinei ele de cabo a rabo, não encontrei nada. E acho que sei porque. Luz e escuridão. Asheron e Balcoin. Homem e besta. Wolf-Blood. Acho que as bruxas esconderam alguma coisa no colar. Algo que nem outra asheroniana conseguiria achar. Mas, você não é bruxa. Você é lobi... Wolf-Blood. Tem olhos de lobo.

—E acha que vou conseguir ver alguma coisa no colar com os meus olhos de lobo?

—Não custa tentar. Por favor, estou procurando respostas a anos.

Usei meus olhos de lobo e tinha uma rabisqueira no colar. Era brilhante.

—Tem papel e caneta?

Ela me estendeu o papel e um lápis. Eu desenhei aqueles símbolos na folha. E fiz meus olhos voltarem ao seu eu humano.

—É uma rabisqueira.

A Senhora Grayson olhou para o papel e a expressão dela era basicamente choque.

—Oh, não. Isso não é rabisqueira. Isso é Asheroniano. Uma língua mais antiga do que o Egito, Roma e a Grécia. 

Acho que ela traduziu a coisa.

—Impressionante. A própria Tamara escreveu. Como você disse que era o seu sobrenome outra vez?

—Hale.

Ela foleou o livro e encontrou algo.

—Achei! Aqui veja. Você tem uma dessas não tem?

—Tenho. É de família.

—Parece que vocês são realeza também. As Asheronianas tem o Udjat, mas os primeiros Wolf-Blood tinham essa marca. A lua crescente. Vocês não são amaldiçoados como os lobisomens, são abençoados. Um feitiço sanguinis. Vocês são os descendentes do primeiro Wolf-Blood.

—Cacete!

—Bem vindos ao time Original.

—Time Original?

—Eu, minha mãe, minha irmã. Somos descendentes dos primeiros bruxos. Os antigos bruxos necromantes de Asheron.

—Espera, necromante? Isso não é mexer com gente morta?

—Quando eu era criança eu tinha amigos imaginários. Ai descobri que não eram imaginários. Só falecidos.

—Pode ver gente morta?

—A gente acostuma. Ás vezes eu fico tão confusa que não percebo a diferença entre os vivos e os mortos.

—E tem como fazer isso?

—A gente vê, mas os outros não. Temos que prestação atenção nas reações daqueles ao nosso redor. Já falei isso um milhão de vezes.

—É difícil prestar atenção na reação dos outros. Você sabe que quando eu presto atenção numa coisa é só aquela coisa.

—Eu sei filho, mas faça um esforço. Até eu fico confusa ás vezes.


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