Bros escrita por Lins Girl


Capítulo 1
Capítulo 1 - Mary 1


Notas iniciais do capítulo

Eu simplesmente precisava escrever essa interação do Peter com a Morgan.

Espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/778265/chapter/1

Morgan Stark & Peter Parker

Peter correu pelos corredores das Industrias Stark, tentando escapar daqueles que impediriam sua saída. Ele passara quase o dia inteiro pensando em Morgan e na ligação que recebeu na noite anterior, Peter ainda conseguia sentir como suas mãos suavam e como seus pelos se arrepiaram logo antes do telefone tocar. Havia algo errado, mas ele não conseguiu ouvir ou ver nada fora do comum nas proximidades de sua casa.

Pepper

O nome apareceu na tela do celular de Peter e o projeto para o novo arco da Lila logo foi esquecido. Ele lembrava de ter derrubado um porta-lápis enquanto tentava alcançar o aparelho do outro lado da mesa, tudo parecia estar no meio do caminho, mas enfim ele pôs as mãos no telefone e atendeu.

“A-alô!”, Peter balançou a cabeça para tentar se concentrar na ligação. Sabia que logo Michelle desceria as escadas para ver o que acontecera, mas naquele momento ele só precisava se concentrar na pessoa do outro lado da linha.

“Peter, ela não dorme há quase duas semanas. Já tentei de tudo para tirar ela de lá, mas Morgan é exatamente como o pai-“

“Ela não vai parar até que tudo esteja pronto e certo.”, ele murmurou, interrompendo Pepper. “Quer que eu fale com ela?”

Ele ouviu uma respiração profunda do outro lado e sabia que Pepper precisava de ajuda.

“Por favor.”, a urgência na voz da mulher fez o corpo inteiro de Peter se arrepiar, o Sentido Aranha se manifestando mais uma vez.

“Amanhã, após o trabalho, ou antes mesmo do fim do horário eu vou até aí, tudo bem?”, Peter acenou para MJ, a mesma descia as escadas com a garotinha deles nos braços e ele sorriu para mostrar que tudo estava bem. “Desculpa por não poder ir hoje à noite, mas MJ e Jazzy precisam de mim.”

“Não peça desculpas, eu entendo. E amanhã está ótimo!”, Peter sentiu o sorriso de Pepper do outro lado da linha. “Até amanhã, Peter.”

“Até.”, ele desligou e largou o aparelho na mesa. “Como estão as minhas mulheres favoritas?”, ele esticou a mão e puxou Michelle para sentar em seu colo, deixando um beijo leve em seus lábios.

“Nós estamos bem.”, ela inclinou o rosto quando a garotinha de quase dois anos, colocou a mãozinha em seu rosto. “Mas nós queremos saber sobre você, Pete. Morgan e Pepper estão bem?”

Ele balançou a cabeça e encostou a testa no ombro da esposa.

“Morgan não sai do laboratório há dias, Pepper está preocupada e pediu para que eu fosse até lá.”, ele soltou a respiração e olhou para Jasmine, o rosto de repente com uma expressão cansada.

“Eu espero que a Morgan te escute, ela precisa descansar, não importa qual seja o projeto da vez.”, Michelle levantou e colocou a criança nos braços do marido.

Peter riu, lembrando da vez em que Morgan construiu um carrinho de bebê motorizado para Jazzy, alguns dias e várias xícaras de café depois e ela parecia um zumbi.

“Eu vou tentar falar com ela amanhã.”, MJ beijou o rosto dele e o da filha. “Tenha um bom plantão hoje, mamãe.”, Peter imitou uma voz de criança e sorriu para a esposa, que já subia as escadas pronta para o trabalho.

E agora ali estava ele, correndo para pegar Jasmine na creche e seguir para o novo Complexo dos Vingadores, para onde Pepper e Morgan haviam se mudado desde o final da construção, há vários anos.

Após pegar Jasmine, Peter colocou a menina na cadeirinha e colocou as músicas infantis no sistema de som do carro, ouvindo com clareza enquanto a filha tentava imitar as palavras, ainda sem conseguir falar todas completamente. O caminho parecia encurtar quando Peter se distraía com ela, então, logo ele estava abrindo o portão para o grande complexo.

“Chegamos.”, ele murmurou ao parar o carro no estacionamento e logo tirou a filha do carro, deixando ela caminhar ao lado dele até a porta automática do prédio.

“Ora, vejam só o que os bons ventos trouxeram.”, a voz sarcástica de Natasha passou pelos ouvidos do homem e ele sorriu.

Até hoje ele se pegava pensando na história que lhe contaram sobre o sacrifício de Natasha e como Steve a trouxera de volta ao devolver a Joia da Alma. Era difícil de acreditar, mas ali estava Natasha Romanoff, um dos maiores exemplos que ele tinha.

“Nat”, Jasmine balbuciou o nome da “tia” e soltou a mão do pai, correndo de maneira desajeitada até a mulher.

“Olha só se não é a minha florzinha favorita.”, Nat abaixou e pegou a menina nos braços. “Estava com saudades”, ela beijou o rosto da garotinha e sorriu para Peter. “Como Michelle está?”

“Bem, um pouco cansada por causa dos plantões no hospital, mas bem.”, Peter abraçou a heroína e sorriu. “Como estão as coisas por aqui?”

Uma explosão foi ouvida e um pouco de fumaça rosa começou a invadir a recepção do prédio, onde eles ainda estavam.

“O de sempre”, Nat deu de ombros e puxou a barra da jaqueta de Jasmine para cobrir o rosto da criança.

Peter balançou a cabeça e viu Pepper saindo da sala de onde a fumaça vinha.

“Nunca mais deixem Lila e James juntos no laboratório”, a loira apontou para a sala e tossiu antes de se virar para Peter e Natasha. “Eles são terríveis.”

“Pepper, estamos falando da filha do Barton e do filho da Nat e do Steve. Claro que eles são terríveis.”, Peter deu um passo para trás antes de Natasha dar um soco nele.

A espiã xingou baixinho e deu as costas para os dois, levando Jasmine consigo, provavelmente para que os outros Vingadores pudessem vê-la também.

Peter riu pelo nariz e olhou para a mulher a sua frente. Pepper abriu os braços e ele a abraçou, a vontade de chorar sempre presente em momentos como aquele, mas ele sabia que precisava sempre ser forte.

“Mostre o caminho, mãe.”, ele falou assim que se afastaram, Pepper balançou a cabeça e sorriu. Eles sabiam que aquela brincadeira de Peter sempre possuía um fundo de verdade.

Ela segurou a mão dele e o levou até o elevador, deslizando o dedo sobre o símbolo do Reator Ark no painel digital, indicando o andar dos Starks.

“Bem-vindo de voltar, Peter. Como está a Sra. Parker?”, a voz de Friday invadiu o sistema do elevador e Peter sorriu.

“Ela está bem, Fri. Obrigado por perguntar.”, ele olhou para o teto como se a IA estivesse ali.

“Por nada.”, e então o silêncio tomou conta do pequeno cubículo.

“Ela só sai do laboratório para comer e às vezes nem isso. Eu não faço ideia no que ela está trabalhando, ela mudou a senha manual e pediu a Friday para não deixar ninguém entrar.”, assim que a loira começou a sair do elevador, Peter a seguiu, ouvindo atentamente o que ela dizia.

Assim que pararam na frente da porta de vidro, escurecida pelo comando da adolescente, Pepper desejou boa sorte a Peter e continuou caminhando, entrando em uma porta no final do corredor.

Peter olhou o teclado digital por todos os lados e sorriu, sabia que nunca adivinharia a nova senha, mas poderia tentar fazer outra coisa.

“Você pode ser filha de quem é, mas eu também tenho meus truques.”, ele murmurou e ouviu a voz de Friday dizendo que ele não poderia entrar.

Peter não perdeu tempo e tirou do bolso um pequeno projeto que ele e Morgan desenvolveram quando ela tinha doze anos. As pequenas aranhas mecânicas começaram a andar pelo painel e desativaram a trava por dentro, permitindo o acesso dele. Ele sorriu, travesso, e abriu a porta com um empurrão.

Morgan estava de costas para a porta, a música “Hot Blooded” tocava na maior altura dentro do laboratório, ela não o ouvira entrar. A mesa em que ela trabalhava estava cheia de peças soltas e embalagens de sanduíches e refrigerantes, ele podia ver as mãos da menina mexerem sem parar.

Ele andou devagar e parou de modo a poder ver o que ela fazia. De certa forma, no fundo, ele já sabia do que se tratava.

“Vai ficar aí olhando ou vai me ajudar a terminar?”, ela levantou uma chave de fenda e apontou para um papel esticado na mesa no lado oposto ao que ela estava.

“Se eu ajudar, você promete ir dormir e parar de deixar a sua mãe preocupada?”, Peter apoiou a mão em cima do objeto no qual ela trabalhava, impedindo que ela seguisse em frente com o trabalho.

“Tá, tá. Agora, olha o projeto e vem me ajudar, Pety!”, ela balançou a mão com desdém e franziu o cenho ao notar algo que poderia ser feito.

Ele andou até a mesa e notou o projeto completo disposto e, olhando para o lado, ele pôde ver que estava quase todo feito, faltavam pequenos detalhes.

A armadura dourada e lilás estava disposta em uma grande cúpula de vidro no canto do laboratório, Peter não tinha certeza se a mãe da menina iria aprovar aquilo. Ele olhou ao redor do laboratório mais um pouco e viu a foto de Tony emoldurada, pendurada na parede junto aos diversos certificados de premiações de tecnologia de Morgan. A escrita “I LOVE YOU 3000” estava desenhada a mão, nas cores vermelho e dourado, a cima das molduras. Desenhos do Reator Ark e de cheeseburguers estavam espalhados por todos os cantos.

“Eu ainda não sei usar a nano tecnologia na armadura como o papai fazia, então decidi começar do começo.”, de repente, ela estava ao lado do “irmão” e passou o braço por cima do papel que continha o desenho da armadura, derrubando pequenos objetos no chão durante o processo. “Bem, não exatamente do começo, mas você entendeu.”

Morgan fez uma bola de chiclete com o doce que estava mastigando e apontou para o topo da página, onde se podia ler “Mary 1”

“Espero que não precisemos chegar a “ Mary 50”.”, Peter riu e observou a armadura na cúpula. “Pelo que vejo, está quase pronta, faltam alguns dedos e colocar o reator no lugar.”

Morgan deu de ombros e fez outra bola de chiclete.

Ela voltou para a mesa e apertou um botão, a cúpula se abriu e ela sorriu. Ela sentou na mesa e entregou os dedos da armadura para Dum-E, que agora possuía outra cor e trabalhava mais rápido.

“O papai nunca acertou no circuito do Dum-E, faltavam alguns detalhes, mas eu dei um jeito e agora eu o uso como meu assistente aqui no laboratório.”, Morgan sorriu lembrando dos inúmeros vídeos do pai fazendo testes nas armaduras.

“Depois de instalarmos o reator, você vai tomar um banho, comer e depois vai para a cama.”, Peter ordenou, apontando o dedo para a adolescente.

“Você trouxe a Jasmine?”, Morgan ignorou o que Peter dissera e pegou o reator nas mãos, indo na direção da armadura, pulando a estrutura do robô assistente e parando para observar o buraco em forma de um triângulo de cabeça para baixo no peito da armadura.

“Pronto, Pety?”, ela balançou a mão para que ele se aproximasse e entregou a solda a ele. “No três.”

Ele balançou a cabeça afirmativamente e ela contou até três.

Os dois começaram a trabalhar juntos, ajeitando de um lado e soldando do outro, até os fios estarem conectados e o reator encaixado no lugar certo.

“Pronto. Peter Benjamin Parker, eu te apresento Mary 1.”

“Sua mãe não vai gostar nada disso.”, ele finalmente externou os pensamentos de mais cedo.

Morgan deu de ombros mais uma vez e bocejou.

“Você precisa dormir, exagerou dessa vez, maninha.”, Peter bagunçou as longas mechas do cabelo preto da menina e a abraçou.

Ela se acomodou no abraço dele e balançou a cabeça admitindo o erro.

“Desculpa, Pety. Quando terminei o projeto, eu não conseguia pensar em outra coisa, só...”, um bocejo interrompeu a fala dela. “Eu só precisava deixar ele orgulhoso.”

Peter sorriu e beijou o topo da cabeça dela.

“Tudo bem, eu entendo.”, ela levantou a cabeça e sorriu. “Mas me prometa que vai pedir desculpas a sua mãe e não vai mais fazer isso.”

“Eu prometo. Eu sei que a coisa fica séria quando a mamãe te chama.”

Ele guiou a menina porta afora e a levou até o quarto.

“Tome um banho enquanto eu pego algo para você comer.”, Morgan balançou a cabeça e andou para o banheiro, já tirando a blusa do Foreigner que usava.

Peter encontrou Pepper sentada à bancada da cozinha comendo uma maçã. Antes que ele pudesse falar algo ela se pronunciou.

“Vejo que conseguiu tirar ela do laboratório.”, Peter deu um sorriso de lado e abriu a geladeira para tirar algumas frutas de lá de dentro. “Eu também vi no que ela vinha trabalhando todo esse tempo.”

Ele congelou, sabia que aquilo havia deixado Pepper magoada.

“Sei que não posso impedir a mente dela de trabalhar dessa maneira, mas eu também não posso perdê-la, Peter.”

Ele soltou a vasilha com as frutas em cima do balcão e segurou a mão da loira.

“Não sei se conta muito para aliviar o que você está sentindo, mas eu prometo ficar de olho nela.”, ele sorriu e beijou a bochecha dela.

Pepper agradeceu com um sorriso e ouviu a voz da filha cantando “Everybody Loves Me” na maior altura. Ela estava vindo para a cozinha.

“Mãe, Pety, o que tem para comer?”, Morgan beijou o rosto da mãe e sentou ao lado dela.

“Eu vou deixar vocês conversarem. Eu preciso ir para casa, Jasmine já deve estar agoniada com aqueles loucos lá embaixo.”

Ele se despediu calmamente das duas e recebeu um olhar de agradecimento de Pepper.

Ela não precisava agradecer, ele faria qualquer coisa por sua família.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí?
Opiniões?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Bros" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.