Juntos por uma Eternidade escrita por CamilaHalfBlood


Capítulo 17
Capítulo 17 – Verdades não Ditas


Notas iniciais do capítulo

Eu nãoo atrasssei kkkkk
Espero que gostem do cap pessoas :3



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/778205/chapter/17

Capítulo 17 – Verdades não Ditas

Pov. Bella

“Ela está demorando muito para acordar”— Disse uma voz.

Grunhi sentindo minha consciência voltando aos poucos

— Edward? – forcei meus olhos a se abrirem.

Assim que consegui, uma luz me cegou por um momento. Tentei cobrir meu rosto com meu braço, mas uma mão segurou meu braço impedindo de fazer o movimento.

— Não pode mexer essa mão – ouvi a voz de Edward segurando minha mão com delicadeza – Vai se machucar

A primeira coisa que consegui perceber ao abrir os olhos era que eu não estava mais na casa de Charlie, as paredes roxas e o lustre de cristal que estavam no teto eram inconfundíveis.

Era o quarto de Alice?

— Bem-vinda de volta – disse-me Carlisle

— O que aconteceu? – perguntei olhando em volta, Edward estava ao meu lado, ainda segurando minha mão, seu olhar era quase torturado, e sua preocupação vinha a mim pela nossa ligação.

Já Carlisle estava um pouco mais atrás em pé, dando espaço para o filho.

Olhei para meu braço, a mesma que Edward ainda segurava, percebendo que havia algo em minha pele, uma agulha que saia de uma bolsa que estava pendurada a cima de mim.

Soro talvez?

— Você está na nossa casa – Edward falou – Te trouxe para cá depois que desmaiou.

— Como está se sentindo?– perguntou-me Carlisle

— Um pouco zonza, mas estou bem.

— A quanto tempo você não come, Bella? – Edward me perguntou

— Uma refeição completa? – Ele assentiu esperando minha reposta – Na escola, segunda feira.

— Isso faz dois dias, Bella.

— Eu sei, mas… - suspirei – Eu não tive muita escolha.

— Podia ter falado para mim. – disse Edward – A gente ajudaria você.

— Estou bem. – falei, tentando me levantar – Vou ficar bem.

— Bella – disse Edward me impedindo de me levantar – Acho que você não está entendendo a situação.

— O que quer dizer?

— Você está anêmica.

— O que? – Pisquei enquanto tentava processar a informação.

— Seu nível de ferro no sangue está em situação crítica. – continuou Carlisle – Mesmo que você não tenha se alimentado bem, o período de dois dias não deveriam te prejudica tanto assim.

— Não consigo entender.

— Você disse que estava se alimentando de si mesma – lembrou-me Edward – Quando mudava.

— Mas... Eu devia estar me curando – mesmo que meu lado Vampira estivesse fazendo aquilo, a Água-Light deveria estar fazendo efeito, eu ainda a sentia, a pressão constante que ela fazia em mim – Você pode me ajudar?

— Se o problema é a falta de sangue então acho melhor você se alimentar – aconselhou Carlisle – Posso conseguir algum estoque de sangue para você

— Eu cacei ontem – respondi – Foi por isso que eu faltei na escola

— Ah – o mesmo piscou surpreso – Não tenho como saber se isso ajudou em seu estado, teria que ter te examinado antes disso

— Posso prescrever alguns remédios para você – falou ele depois de pensar um pouco – Vão ser em sua maioria suprimentos, não tenho como saber como vai reagir em você, por isso vou ter que acompanhar seu estado

— Tudo bem – sorri – Obrigada

— Vou ver se consigo algo para você comer. – ele disse, se levantando – Acho que pode tirar o soro já, Edward.

Ele andou até a porta, sorrindo antes de sair do quarto.

Edward por sua vez soltou minha mão, e começou a retirar a agulha que estava em meu braço, cobrindo o pequeno buraco com um pano

Dessa vez não impedi que a cura acontece, mesmo que agora ele fosse ver, o que de fato aconteceu assim que o mesmo tirou o pano para colocar o curativo.

Ele analisou minha pele por um momento, antes de suspirar e jogar o curativo no lixo.

— Não consigo entender. – ele levantou os olhos até mim – Por que não pediu minha ajuda?

— Achei que ia ficar tudo bem.

— Você tem que parar com isso. – Ele disse– Não há nada errado em pedir ajuda.

— Edward... – suspirei – Eu tenho uma coisa para te contar

Ele me olhou esperando eu dizer, mas eu mesma ainda não sabia como começar.

Como se dizia para uma pessoa que ela tinha um anjo, e que esse anjo era ela?

Mordi o lábio sem saber contar, nunca havia tido que contar para alguém o que eu era, afinal todos os que eu conhecia já eram o mesmo que eu, mesmo os Especiais, era apenas mostrar a Agua-Light que eles entendiam o que eu queria dizer.

Mas antes que eu conseguisse formular uma frase, ouvimos uma batida na porta, antes da mesma ser aberta.

— Alice – suspirou Edward se virando para a porta – Eu pedi alguns minutos.

— Oi Bella. – Ela sorriu, andando até nós – Pode dizer a meu irmão que está sendo muito possessivo?

— Err...– passei o olhar entre os dois que ainda se encaravam

— Vai continuar me ignorando? – perguntou Edward

— Vou até você pedir desculpas.

— O que aconteceu? – Perguntei, me sentindo um tanto perdida no assunto que corria.

— Ele surtou por que eu não vi que você precisava de ajuda

— Edward! – olhei para Edward com censura – Alice não tem nada haver com isso

— Obrigada Bella – disse ela – Eu consigo ver o futuro, ou pelo menos as probabilidades de alguns futuros, mas você é um ponto escuro.

Desviei o olhar enquanto pensava sobre isso, para falar a verdade até o momento pensara que Alice conseguia me ver, ou pelo menos deveria,

Nesse momento não deveria ter Agua-Light o suficiente para me cobrir do poder de Alice, até por que boa parte do que ser um anjo significava vinha desse liquido, sem ele eramos como humanos com alguns poderes a mais.

— Eu sei – Edward respondeu uma frase não dita – Estava em panico, me desculpe.

— Tudo bem – Alice sorriu, se sentando ao lado do irmão – Esme pediu para chamá-la.

— Certo. – falei enquanto me levantava – Obrigada por deixar eu ficar no seu quarto.

Edward e Alice me guiaram para fora do quarto enquanto eu ficava mais a trás.

Vi Esme no alto da escada enquanto a mesma sorria para os filhos.

Novamente foi o um choque vê-la depois de tando tempo e o nervosismo quase fez com que eu tropeçar no fim da escada, o que fez Edward me segurar.

— Obrigada. – Sussurrei para ele, fazendo-o sorrir

— Bella, esta é Esme – apresentou-me Edward – Minha mãe.

— Olá, senhora Cullen. – falei sendo supreendida quando a mesma veio até mim me envolvendo em um abraço

— Pode me chamar de Esme – ela se afastou um pouco de mim, sorrindo docemente – Pedimos desculpas, não estávamos preparados para sua visita.

— Não precisa de incomodar – sorri – Eu vou ficar bem.

De repente, estava bem consciente o qual escuro estava o lado de fora da casa, a casa dos Cullens sempre fora muito aberta, as paredes de vidro eram belas e deixavam os dias raros de sol de Forks iluminar a casa de uma forma única.

Mas ao olhar para fora agora, algo me fez tremer.

Pisquei enquanto voltava a olhar para Esme que parecia que esperava ainda eu responder algo.

— O que? – perguntei, corando ao perceber que não tinha escutado o que a mesma havia dito.

— Esme perguntou se pode preparar algo para você comer. – disse Edward segurando o riso

— Haah, sim – sorri, envergonhada – Claro.

— Alice, me ajude por favor. – pediu ela se dirigindo até a cozinha.

Me sentei na cadeira da bancada, enquanto Edward se sentou ao meu lado, olhei por um momento enquanto elas procuravam em seus armários algo que conseguisse fazer para mim.

— Gosta de sopa? – perguntou-me Esme

— Claro – disse mesmo que nunca tivesse de fato comido uma.

Novamente minha atenção foi voltada para o lado de fora, sentindo novamente incomodada com algo, sem conseguir entender exatamente o que era.

— Que horas são? – perguntei

— Quase de manhã. – disse Edward

Olhei para fora, para a floresta que cercava a casa, sentindo novamente aquela sensação me abater.

Não havia nada ali, não que meus olhos conseguissem ver, mas, mesmo assim, eu sentia que havia algo ali, espreitando no meio da escuridão.

E por um momento eu senti, aquela sensação, quase que uma coceira em minha percepção, um buraco que fazia meu corpo tremer.

Me levantei um segundo depois tropeçando para trás.

Mas meu coração estava disparado e o pânico cobria minhas veias.

— Está tudo bem. – disse Edward, se levantando e dando um passo em minha direção – Bella, ninguém vai te machucar aqui.

Por favor, que não esteja aqui por eles”— pedi em meus pensamentos

— São Jasper e Emmet. – falou Esme preocupada, mas algo em seu tom parecia estranho em meus ouvidos – Pedi para eles irem ao mercado.

— Ela está assustada. – disse Edward no mesmo tom que a mãe – Fale para eles não virem para cá agora.

— Eles estão fora da casa? – perguntei

— Você ouviu o que eu disse? – ele me olhou surpreso

— Fale para eles voltarem. – falei com a respiração cortada – Tem algo lá fora.

— O quê?

— Querida, você está segura aqui. – disse Esme calmamente

— Não – balbuciei – Eles não estão.

— Eles sumiram – Disse Alice, percebendo o que eu queria dizer.

Isso foi suficiente para que eu começasse a me mexer.

Corri para a porta no segundo seguinte, sabendo que precisava fazer algo. Precisava agir, mesmo sabendo o que me esperava ali fora.

Por que normalmente eu conseguia saber de onde a coisa viria.

Vi então Jasper e Emmet saírem da floresta, andando calmamente em sua velocidade humana, vi Jasper levantar as mãos como se eu fosse o problema ali.

— Somos apenas nós. – disse ele, no mesmo momento senti um romper de calma me preencher.

Olhamos ao mesmo tempo para a direita quando ouvi um barulho de passos chegar a nós, então por puro instinto coloquei meu escudo em volta dos dois que estavam em minha frente.

A coisa bateu em meu escudo, fazendo um estrondo soar pela noite escura.

Infelizmente não fora apenas ele que meu escudo parou, Jasper que havia visto a aproximação do perigo havia tentando se defender, para então ser apenas lançado para trás pela força do baque.

— O que é isso? – perguntou Edward disse parado ao meu lado agora

Soltei todo o ar que estava preso dentro de mim. Agora que conseguia vê-la, um pouco do meu medo estava amenizado, não completamente já que apenas a presença dela já era um perigo.

Mas se eu pudesse manter ela em meu alcance eu podia protegê-los, havia feito isso minha vida toda e faria novamente.

Andei até chegar ao lado de Jasper, que ainda estava tentando se recuperar do que havia acontecido.

— Desculpe. – estendi a mão para Jasper, que com relutância aceitou.

Olhei para trás, a analisando.

Era uma mulher, tinha cabelo ruivo curto, e usava um vestido longo que caia até seus pés, todo sujo de terra, olhando assim podia até parecer uma pessoa normal, mas seus olhos negros e sem vida mesmo a quilômetros de mim, pareciam engolir tudo em volta.

Uma desalmada.

A ruiva então olhou para mim, nos encaramos por um segundo, então ela desviou o olhar para a casa dos Cullens, depois voltou a olhar para mim e sorriu, gelei, ela pensava, mais que um desalmado sem mestre teria, nem um deles sorriam, ou esperavam, pois a única coisa que eles pensavam era se alimentar das pessoas.

Aquilo só podia significar que a mulher a minha frente tinha um mestre, alguém que comandava seus movimentos, que conseguia trazer uma linha de razão no caos que era a mente dela.

— Entrem na casa. – pedi, sem me virar para eles – Por favor.

Não sabia se aquilo era mais perigoso ou não, nunca tinha matado um desalmado que tivesse um mestre antes, não era a primeira que eu via, mas era a primeira que eu deixava chegar tão perto de conseguir o que tanto ansiava.

Sua presença era um furo tão grande que normalmente eu conseguia perceber sua aproximação a quilômetros de distância.

E se eu não conseguisse impedi-la?

— Apareça. – pedi – Sei que está observando, posso ouvi-la muito bem da onde você está.

Felizmente vi a mesma abrir a boca para dizer algo, mas a voz dela não saiu. Eu esperei, sabendo agora que o mestre dela iria se comunicar, se ele usasse o corpo dela por muito tempo, morreria. Um corpo humano não conseguia suportar o que eles faziam.

Se ao menos eu conseguisse ganhar tempo o suficiente.

— Por que está protegendo um bando de vampiros? – sua voz saiu rouca, como se não a usasse a muito tempo – Ou melhor, por que uma caída está protegendo quando ela mesma não se protege?

— Isso não é dá sua conta! Mande sua subordinada ir embora agora!

— Eu quero... – a mulher se contorceu gritando de dor enquanto lagrimas saíam de seus olhos – Saber... O que está fazendo aqui, Isabella.

Me senti gelar quando a mesma disse o meu nome.

Como ele sabia?

— Como sabe o meu nome?

— Essa não é pergunta certa – ela riu - Você tem que aprender a fazê-las.

— Não sei do que está falando.

— Como o que eu vou fazer agora que sei onde você está, o que me impede de vir e te matar?

— Não precisa ser assim. – falei.

— Quer se juntar a nós então? – ela sorriu ignorando o que eu havia dito

— Não foi o que eu disse.

— Claro que não – sua voz piorou, como a voz rasgasse a garganta - Podemos fazer um trato se assim quiser, ofereço proteção à aqueles que você deseja se vir comigo.

Fechei minhas mãos em punhos.

Se deixe viver um pouco Bella”

— Não posso aceitar isso.

— Achei que era uma protetora. – ela sorriu – O que você é afinal?

— Sou humana. – falei por fim – Ou quero ser.

— Já ouvi esse discurso antes, se fosse outra pessoa eu podia até me compadecer com essa sua historia. Podíamos conversar até esse corpo se desfazer em nada e você ficar aqui com seus brinquedinhos sendo humana, mas não com você Isabella – senti um calafrio passar pelo meu corpo – Acabe com essa para mim, eu quero ver o que te ensinaram.

— Não, espere... – falei, mas era tarde demais a mulher a minha frente tirou a mão da garganta, sua face ficando impassível, sem sentimento algum.

Dei um passo a frente, querendo ter feito algo diferente. Mas agora que o mesmo havia parado de controlá-la, não havia nada que podia fazê-la ir embora.

Seu olhar foi além de mim, como se eu nem ao menos estivesse ali, e para sua mente faminta eu não devia estar mesmo, ela queria algo melhor, mais chamativo.

Algo que não houvesse Água-Light.

Olhei para trás, percebendo agora que Jasper e Emmet ainda estavam ali, e não apenas eles, Edward estava ali, perto de mim, nossos olhares se encontraram por um momento.

Ele estava confuso, mas mesmo assim queria me ajudar.

O mesmo viu o pânico em meu olhar e voltou a se aproximar. Mas era exatamente isso que fez o medo piorar, eles eram os que corriam mais perigo ali. Eles deviam ter ido embora quando eu havia pedido, mas agora o tempo havia se esgotado.

— Vá embora – pedi, me virando novamente para ela, mesmo sabendo que era inútil – Por favor, você não precisa fazer isso.

Mas a mesma não me escutou, eles nunca escutavam.

Tudo o que ocorreu depois disso foi muito rápido, a desalmada veio em minha direção, eu estava pronta para seu ataque, mas senti mãos me impedirem de avançar, as mãos de Edward, tentei me livrar, mas o mesmo não me soltava, Emmet e Jasper se posicionaram a nossa frente, tomando posições de ataque.

Mordi o lábio com força fazendo com o gosto do sangue preenchesse minha boca.

— Edward! – gritei me agitando em seu aperto, o mesmo só me trouxe para mais perto.

A desalmada já estava perto, ela iria entrar em algum dos dois, bem na minha frente, eu nunca iria permitir isso, parei de me debater, como anjo não tinha como eu escapar de um vampiro, mas ao sentir minha garganta queimar, me concentrando em criar um escudo invisível em torno de mim e dos três Cullens inconsequentes ali.

Com um grande estrondo, meu escudo parou seu ataque novamente, a mesma ficou tonta pelo baque, mas não havia tempo para isso, me soltei de Edward rapidamente, seu aperto agora era extremamente fraco para o meu lado Vampiro, o empurrei com toda a força fazendo o voar até a casa, ouvindo o estrondo de onde o mesmo havia caído.

Me virei para Emmet e Jasper que agora estavam se virando para ver o que havia acontecido com o irmão.

Fui primeiro em Jasper, ele reagiu assim que me aproximei, percebendo que agora eu também estava o atacando, mas ao mesmo tentar se afastar de mim consegui pegar em seu braço.

E como Edward eu o lancei para trás.

Emmet por sua vez não tentou se defender de mim, ele levantou os braços em um gesto de rendição, e isso me fez recuar, mesmo fosse necessário mantê-los longe daquela luta, não me agradava a forma que aquilo estava acontecendo.

— Ei, estamos do mesmo lado aqui .

— Essa luta é minha. – falei – Por favor, Emmet.

— Boa sorte, então. – ele suspirou correndo para sua família.

Olhei mais uma vez para a casa, eles estavam longe o suficiente agora para não ser um perigo tão grande.

Mesmo que todos tivessem saído para apreciar o show que estava acontecendo ali.

Ignorei essa fato naquele momento, não podia pensar nas consequências naquele momento.

Coloquei meu escudo em torno da casa, o que os impediriam de entrarem na luta em qualquer momento e também de serem atingidos.

Avancei contra a desalmada a jogando no chão, a imobilizado momentaneamente. Ela revidou, se agitando e desaparecendo em fumaça, escapando entre meus dedos, reaparecendo atrás de mim.

Mas ela não era mais rápida que um vampiro.

Me virei a pegando pela cabeça enquanto a enterrava no chão, senti ele afundar perante minha força, sua face se contorceu de dor, mas eu continuei batendo tão rápido e tão forte quanto eu conseguia, se ela saísse dali não conseguiria pegá-la novamente, apenas parei quando senti que todos os ossos de seu crânio estavam quebrados.

O ódio inflou dentro de mim, tanto ela quanto eu sabíamos que aquilo não duraria tanto tempo.

Eu não tinha como lutar contra ela nessa forma, por que ela nunca seria morta, já não havia o que matar ali, apenas uma casca que houve um dia, e dor nenhuma iria pará-la.

Tinha minutos para voltar a minha forma normal já ouvia sua regeneração acelerada os ossos estalando e sua respiração normalizando.

Concentrei-me fazendo os ventos se atirarem, desse modo ela não se atreveria a virar fumaça, instantaneamente minha garganta se aliviou e o escudo que estava mantendo caiu por terra.

Segurei seu pescoço e a prendi em uma árvore, levantando até seus pés não tocarem mais o chão, com dificuldade agora, já que nesse momento meu lado vampiro estava totalmente preso pela Água-Light.

Ela começou a arfar, como se precisasse de ar para viver, mas aquilo era apenas um teatro.

Senti sua mão em meu ombro, e senti o frio se apossar do meu corpo, arfei enquanto a soltava, meu corpo estava gelado, comecei a tremer, o suar desceu pelo meu rosto.

Quanto ela havia passado pelo meu bloqueio?

Tão fraca”— ouvi Klaus dizer em minha mente – “Tão covarde”

“Quantos tem que morrer para entender o quão ruim você é?”

— Não! – gritei – Saia da minha mente!

“Vou pegar o seu vampiro primeiro”

“Nada disso é real” – comecei a repetir comigo mesma tentando pará-la.

Senti sua mão em meu rosto, fazendo mais força para dentro de mim, mas a puxei para mim enquanto diferia golpes em sua direção, senti sua carne, mas não adiantava, ela ria enquanto cuspia sangue.

“Você é minha” – Klaus gritou dentro de mim

De repente tinha 8 anos de idade, arfando em frente a um campo, o suor descia pelo meu rosto, mas eu sorria como não sorria a anos.

Olhava para a construção a minha frente sem crer que de fato conseguira chegar ali.

Tinha aprendido que por ser tão pequena era fácil me espreitar entre as frestas, sair e entrar no complexo da Redoma havia se tornado um hobby e depois de ter começado o treinamento há dois anos tinha se tornado algo a mais.

Algo como uma fuga.

Mas eu tinha um plano, havia começado a pensar nele a meses, cada dia implementava algo, uma possibilidade do que eu podia fazer.

Mas o destino era o mesmo.

O complexo de treinamento.

E era o que estava em minha frente agora.

Nunca tinha vindo para esse lado da ilha, mas era daqui que as risadas vinham, eu conseguia ver algumas crianças se fosse alto bastante no prédio onde morava.

No final não havia sido tão complicado chegar até ali, se eu atrasasse o suficiente Klaus ele atrasaria Helena, com o relatório semanal deles, aquela conversa ridícula sobre meu desempenho que nunca era bom o bastante para nenhuma das partes.

Mas naquele momento era bom, por que me dava uma janela de 30 minutos. Não muito, mas suficiente.

Ainda estava contando em minha cabeça, não tinha como não ser pega, havia demorado 15 min para chegar ali, mesmo se eu voltasse agora, ainda teria o tempo de eu conseguir entrar de volta para casa

Isso tinha que valer a pena.

O problema era que eu não sabia o que fazer agora.

Porem não tinha tempo para indecisão.

— Menina – a voz de uma outra criança me sobressaltou – Você está indo para o lado errado, vai ser pega se for por aí.

Quando me virei percebi que ela estava muito perto, ela era alta e mais velha que eu, provavelmente tinha 3 ou 4 anos a mais.

— Por que? – falei tentando me soltar da menina que continuava a me arrastar

Ela era mais velha que eu, em dois anos provavelmente,

— Mestre Drian gosta de fazer sua caminhada matinal por aquele lado, se ele te ver vai contar para o seu mestre.

— Obrigada – falei, desistindo de me soltar já que ela era bem mais forte que eu. Ela parou junto a outra criança, um menino dessa vez.

Ele era bem parecido com menina, mesmo que sua idade diferenciasse da outra, talvez 1 ou 2 anos mais velho que ela, era alto e forte provavelmente tudo o que Helena e Klaus esperavam de mim.

Tinha os mesmos cabelos loiros e olhos azuis que a menina, mas diferente da outra tinha um ar mais sério, até um pouco selvagem se reparasse em seus olhos.

— Nunca vimos você antes. – notou o garoto estreitando os olhos

— Eu sou uma especial – Menti – Hoje é o meu primeiro dia.

— Sou Vanessa e esse é o Leandro – a menina voltou a dizer ainda mais animada como –e eu fosse um brinquedo novo que havia caído em sua frente – E você?

Não posso dizer meu nome”

— O que é isso? – pontei para a mão do garoto que segurava um objeto redondo que nunca tinha visto antes, o mesmo percebendo que eu havia visto o objeto tentou guardar em seu bolso, mas Vanessa pegou em seu braço antes que o mesmo conseguisse.

— Mostra para ela também – pediu a menina – Talvez ela saiba como se usa.

O menino, Leandro, suspirou irritado enquanto a contra gosto se aproximou colocando em minha mão.

— Paguei isso no mundo mortal – Olhei para o objeto, ele era redondo, havia algum tipo de corda enrolado nele diversas vezes, passei a mão pela parte lisa, onde um sol estava desenhado – Estava com uma criança, mas não sabemos exatamente como se usa, você consegue se lembrar?

— Ele acha que eles também podem fazer coisas – disse a menina com desdém – Acha que esse negócio consegue flutuar

— Eu vi acontecer – insistiu se virando para Vanessa – Ele se afastava e voltava no ar.

— Humanos não são como nós. – falei lembrando das palavras de Helena tentando puxar a corda eu estava presa enrolada em si mesma – Humanos não são nada.

— Mas você já foi humana. – lembrou-me o menino – Isso também se aplicava a você?

— Foi o que o meu mestre me disse. – dei de ombros – Nunca vi um, achava que era proibido descer até lá.

— Para quem vai ser um protetor não é.

— O que é um protetor? – perguntei fazendo as duas crianças se entreolharem

— Você não... – eles se entreolharam retirando o objeto da minha mão e voltando a guardá-lo – Você é mesmo uma especial?

— Isabella.

Virei me deparando com Helena, seu rosto estava impassível como sempre, mas sua voz não, estava carregada de ódio, o que era comum para a mesma, pelo menos enquanto se tratava de mim.

Ela parou perto de mim, me ignorando enquanto analisava as duas crianças a minha frente.

Como ela havia chegado ali tão rápido? Ainda não havia passado meus 30 min, e mesmo que ela tivesse notado minha fuga ela ainda teria que descobrir para onde eu iria.

Mordi o lábio com força.

— Onde está o treinador de vocês? – ela perguntou

— Estamos indo embora, senhora. – a menina disse se adiantando – Nós sentimos muito.

— Eu perguntei onde ele está.

— Não sabemos. – disse o menino

— Então me diga seu nome. – ela voltou a insistir.

Os dois permaneceram quietos enquanto se entreolhavam, com medo de Helena e do que podia fazer ao saber o nome do mestre deles.

Impaciente Helena se adiantou pegando no braço do garoto, ele tentou se soltar dela, mas ela era mais forte, ele gritou colocando a mão em sua cabeça, mas era tarde demais.

Ela já estava dentro.

— Mestre Joseph. – vi a menina lançar-me um olhar raivoso – Saiam daqui agora e se desfaçam desse brinquedo, ou a punição que receberam será bem maior.

— Esperem... – pedi, mas eles já tinham saído correndo de volta para o complexo menor, sem nenhuma vez olhar para trás.

— Vamos. – disse Helena começando a voltar para casa

Hesitei por um momento, temendo segui-la, sempre achara que quando conseguisse chegar até ali algo mudaria.

Mas estava tudo igual.

Ou talvez até um pouco pior.

— O que é um brinquedo? – perguntei, sem segui-la.

— Nada que te interesse. – Sua fala veio com um romper de fúria enquanto a mesma pegava meu braço com força e tentava me fazer segui-la

— E se eu quiser que me interesse? – falei tentando evitar que ela me puxasse – Quero ir para o mundo humano.

Minha última frase fez a mesma parar de tentar me puxar, sua mão se soltou do meu braço e seu olhar veio a mim.

Cortante e frio.

— Você não vai para lá. – respondeu sua voz saindo calma e vazia, como se não estivesse de fato ali.

Esse fato apenas piorou meu medo.

Helena nunca era calma

— Por que não? Isso faz parte do treinamento deles também... – voltei a tentar falar, mas minha voz se perdeu com seu sorriso.

— Para o que exatamente você iria lá? – perguntou

— O que espera encontrar lá garotinha? – ela se abaixou até minha altura, tremi quando seus olhos leitosos me encararam com intensidade – Sua mãe talvez...

— Eu não...

— Cala a boca. – senti sua mão se chocar contra meu rosto fazendo o local arder – Sua mãe morreu por que era uma humana fraca e nojenta, o que acha que ela iria fazer com você? Não vai torná-la melhor, muito menos feliz, eu já estive muitas vezes em sua cabecinha para saber o que é melhor para você e ser uma protetora não é o que você quer.

Dei um passo para trás temendo sua fúria repentina, era comum a raiva de Helena, mas sempre vinha com um ar distante, afinal a mesma não ligava o suficiente para tanto.

Dessa vez sua voz estava presente, tanto quando seus olhos, nunca a vira tão furiosa antes.

— Desculpe.

— Meu trabalho é ensiná-la, se fugir mais uma vez Isabella da próxima vez eu mato seus amiguinhos.

— Você entendeu? – assenti – Fale, quero ouvi-la dizer.

Pisquei e a imagem se desfez em minha mente.

Lancei-me contra ela, ignorando as vozes que gritavam em minha cabeça, precisava acabar com aquela luta rapidamente, não conseguiria durar para sempre não enquanto ela cavava cada vez mais dentro de mim, esperando achar uma forma de me devorar agora também.

Senti o ódio inflar dentro de mim, quando a chutei vi ela voar até o outro lado da clareira e um segundo depois estava ao seu lado.

Minha garganta voltou a queimar, mas ainda sentia o controle dos ventos, eu era tudo ao mesmo tempo, e não sabia como estava fazendo.

Mas o que importava era que aquilo ia salvar minha vida.

Segurei-a firmemente pela e primeira vez ela tentou se soltar, mas a empurrei contra a arvore, de novo e de novo, ela tentou sair virando fumaça, mas joguei os ventos contra ela.

Vi uma nova imagem tentar se formar em minha mente, mas parecia desfocada agora

Está com tanto medo de mim assim?”— perguntou Helena em minha mente, mas dessa vez foi minha vez de rir.

— Se eu ver outros dos seus desalmados por aqui, vou ir atrás de você. - então acabei logo com aquilo, segurei o rosto dela e a forcei a olhar para mim. Ela tentou lutar, mas continuei jogá-la contra a madeira, quando finalmente estava grogue demais para reagir. Desfiz o laço de vida que havia ali, logo seu corpo parou de se mexer, tudo ficou tão silencioso.

Frey” – Um ultima pensamento rebobinou dentro da mente dela, vindo até mim como se tivesse medo de se afogar dentro do corpo morto.

O que era aquilo?

Aquele último pensamento não fora como os outros, não tinha vindo de nenhuma memoria minha, muito menos de uma voz que eu conhecesse.

Tinha imaginado aquilo?

Olhei em seus olhos novamente, e não havia nada ali.

Apenas um buraco agora silencioso.

Não tinha mais como procurar resposta ali.

Levei alguns minutos tentando acalmar minha respiração acelerada, fiz os ventos voltarem ao normal e olhei para a casa dos Cullens soltando a desalmada.

Eles ainda estavam ali, na estrada da casa, tinha escutado durante a "luta" o som deles tentando sair do meu escudo, claro que eles não conseguiram, andei até estar de frente a frete com eles.

Não me lembrava de ter colocado ele novamente quando tinha voltado ao meu modo Vampiro, mas ele ainda estava ali.

Toquei na parede que havia criado, a desfazendo com facilidade.

Mas como se respondesse ao meu esforço, comecei a sentir uma dor vindo na minha cabeça, cada vez mais forte e agressiva.

— Desculpem por isso! - falei para Edward, Jasper que ainda estavam caídos, talvez muito chocados para reagir – Hum... vocês devem ter perguntas. - disse receosa, odiando o silêncio que estava estalado ali.

— O que é você?- perguntou Jasper, olhei em volta, não parecia um bom lugar para ter uma conversa tão seria, ainda conseguia sentir a desalmada caida metros de mim, apenas queria sair o mais rápido possível de seu corpo morto.

— Podemos entrar? Alguém pode nós ouvir, e isso não seria algo bom.

— Claro querida, entre.

Enquanto me guiavam para dentro da casa senti o cansaço me abater, sem a adrenalina, todo o esforço para usar tantos poderes ao mesmo tempo veio a tona, queria poder dormir por um longo tempo, mas agora não era possível, era até meio estranho saber que agora pela minha vampira eu não ficaria sem poderes, mas ficaria extremamente cansada.

Mas não podia me enganar que havia tido muita sorte, muitas coisas podiam ter dado erradas, eu não podia ter aguentado o esforço ou eu podia ter voltado do meu “modo vampiro”, ou pior podia ser mais que apenas um, isso sim seria extremante ruim, aquela luta apenas ganha pelo fato de ser apenas um, eu nunca conseguiria combater dois ao mesmo tempo, pelo menos não na minha condição atual.

— O que vocês... conhecem sobre anjos? – perguntei

— Meu pai era católico. – disse-me Carlisle

— Certo... bom, anjos existem. – falei sentindo meu coração disparar pelo nervosismo - Não são exatamente como as histórias contam, mas...

— Ha faça-me o favor! Acha mesmo que vamos acreditar nessa sua baboseira? Anjos não existem! - exclamou Rosalie sua voz era cortante tamanha raiva que ela sentia – Você é vampira e vem mentindo para nós há tempo, e ainda matou aquela mulher na frente da nossa casa..

— E-eu queria ajudar.

— Ajudar? Tem um cadáver na frente da nossa casa, e nós que vamos ter que cuidar dela.

— Rosalie. – Cortou Esme – Deixe-a falar.

— Sinto muito por trazer problemas para vocês. – Pedi – Mas não tinha outra escolha, aquela coisa não podia continuar viva.

— Era isso que eu era…um anjo. – Continuei – Antes de chegar em Forks.

— Era? - perguntou Calisle.

— Eu fui expulsa.

Abaixei o meu olhar enquanto o silêncio perdurava, novamente sem saber como provar aquilo, eles já tinham visto meus poderes pelo menos o que eu controlava melhor, mas controlar os ventos não era algo que ajudava muito nesse caso.

Se pelo menos não estivesse tão cansada no momento poderia mostrar-lhes minhas asas, mas naquele momento, isso era impossível.

Me levantei quando uma ideia me veio.

— Tinha um vaso aqui. – falei, apontando para o rack – Esme comprou ele na Grécia nos anos 60. Ele se quebrou há algumas semanas, simplesmente caiu, sem ninguém ao menos tocar nele.

— Como sabe disso? – perguntou Carlisle

— Rosalie socou essa parede a um mês atrás – continuei passando a mão pela parede a a minha direita - Quando ela e Emmet brigaram por... na verdade eu não me lembro muito bem, só que a parede é que levou o dano quando Emmet tentou desviar. O que não adiantou muito, por que depois disso Emmet teve que “dormir” na sala por uma semana.

— Você encontrou uma pena aqui. – apontei para o chão olhando para Edward – Depois os ventos ficaram fortes exatamente como eu fiz lá fora.

— Aquele dia na floresta... Quando árvore caiu. – ele disse

— Fui eu.. – sorri

— O que você é?

Engoli em seco abaixando meu olhar novamente.

— Acho que vocês conseguem entender...

— Isso não é prova suficiente. – disse Jasper se levantando

— Filho...

— Não. – voltou a falar – Você pode ter um poder parecido com Edward, como os Vulturis tem, se pudesse ler nossas mentes saberia de tudo isso.

— Não tenho como provar...

— Incrivelmente conveniente. – disse Rosalie

— Já chega. – Edward se levantou segurando com raiva o braço do irmão – Eu acredito nela.

— Como se pudéssemos considerar sua opinião nesse caso. – respondeu – Quando se trata dela, você não pensa muito bem.

— Não fale assim com seu irmão. – Disse Esme tentando apaziguar a situação

Fechei os olhos com força, querendo que aquilo não estivesse acontecendo, sabia que seria problemático contar a verdade, mas mesmo assim não queria trazer brigas para eles, isso era a ultima coisa que eu queria.

— Eu... - tentei dizer, mas as palavras foram abafadas, logo sentindo minhas pernas fraquejarem, iria cair, mas antes disso senti mãos geladas me apararem, quando olhei para cima vi duas orbes negras me olhando.

Edward por sua vez me colocou sentada no sofá, e se sentou ao meu lado, mas longe o suficiente para não nós tocarmos.

— Ela está falando a verdade. – disse Alice – Eu confio nela, Jazz.

Vi os dois se encararem por alguns minutos, enquanto Alice se mantinha firme em sua posição.

— Me desculpe. – disse ele, por fim, para mim

Ouvi um suspiro de raiva vindo de Rosalie percebendo que Jasper havia cedido.

— Não vou ficar aqui ouvindo mentiras. – disse Rosalie se virando para seu marido – Você vem?

Emmet por sua vez a olhou surpreso.

— Rose…

— Certo, então. – no segundo seguinte, ela já havia ido embora, correndo mata a dentro.

Fechei os punhos, enquanto tentava conter o choro.

Aquela situação estava saindo do meu controle de uma forma incrivelmente rapida.

— Você está bem? - perguntou Edward preocupado.

— Meu corpo humano não é acostumado com tanto esforço mental. – expliquei com a mão em cada lado da minha cabeça, já que estava sentindo uma dor de cabeça dilacerante.

— Quer um copo de água? - Sugeriu Esme, e eu apenas neguei com a com a cabeça.

— Eu só preciso descansar que ficarei bem. – falei – Então podem fazer a perguntas, vou tentar responder todas as perguntas que estiver ao meu alcance.

— Como sabe de tudo isso?

— Eu sempre estive aqui. – respondi – Minha função era protegê-los.

— Do que?

Olhei para a porta, lembrando da mulher, da frieza da sua pele e de como era ter ela em minha mente, de como fora destruí-la por dentro.

— O que era aquilo lá fora? - perguntou Jasper – Aquela mulher?

— Aquilo era um desalmado, são seres agressivos e sem alma, vivem com fome eterna.

— Fome de que?

— De almas, eu acho. Não temos muita certeza do que, mas quanto mais intenso for esse brilho, mas chama-se a atenção. – respondi – Desalmados são humanos que perderam suas almas para alguns anjos que vivem aqui, eles precisam absorver almas para sobreviver, é a única coisa que os fazem estar aqui, a fome de algo que eles nunca poderão ter novamente.

— Mas o que ela queria aqui, o que queria conosco? – Perguntou Edward

— Ela veio se alimentar de vocês. – respondi escutando alguns deles arfarem, mas não olhei para eles para ver quem tinha feito, apenas continuei a olhar Edward.

— Não pode ser, somos vampiros, não temos almas. – respondeu bruscamente.

— Isso não importa… – respirei fundo, incrivelmente cansada – Nunca importou. Ela não é a primeira Desalmada que eu tive que matar para que vocês não fossem afetados.

Eles ficaram em silencio depois disso, provalmente tentando entender tudo o que eu havia dito.

O quão estranho era saber daquilo tudo dessa forma?

E eu esperei tentando dar o espaço que eles precisavam.

— Que legal! – exclamou Emmet quebrando o silencio, com os olhos brilhando olhando em volta, como uma verdadeira criança – Isso quer dizer que todos nós temos um?

Nesse momento queria poder falar que sim, que todos estavam seguros, mas eu não podia dar sentimentos de segurança para eles enquanto o veneno estava atrás de mim.

— Não Emmet – falei sorrindo tristemente – Eu era a única

— Poderia nós dizer o por que? – perguntou Carlisle, seu tom demostrava toda sua curiosidade contida – É apenas um anjo por família?

Parei por um momento antes de responder, por que negar naquele momento, seguiria mais uma avalanche de perguntas.

Não seria uma problema, mas Elisabeth era um assunto muito sensível para contar daquela forma.

Além do mais sentia que precisava contar aquilo primeiro para Edward e ele decidiria se contaria a verdade para sua família ou não.

— Sim. – menti – Mas vocês não podem se apegar a isso, não mais.

— Por que? – perguntou-me Edward sua preocupação assumindo toda a sua confusão.

— Não era estar eu estar aqui, foi uma sorte o fato de você ter me trazido aqui logo hoje .

— Ou uma coincidência muito grande... - notou Jasper – Já que ela conhecia você.

— Mas eu nunca vi ela antes, eu juro que não trouxe essa coisa para cá.

— Ele não está te acusando. – explicou Edward – Ele pode ter vindo aqui exatamente por que você estava aqui.

— Eu não sei o por que dele saber meu nome. – encolhi os ombros – Mas eu tenho certeza que não foi por isso que ela veio.

— Acho que nós podíamos ter ajudado.. – disse Emmet – Não precisava ter tirado a gente da luta.

— Vocês não podem lutar contra eles, é perigoso demais.

— Aquela mulher não parecia tão forte assim para mim – riu Emmet.

— Eles não atacam com músculos. – expliquei – A morte é um alívio para o que eles podem fazer com uma pessoa. Eles entram em você, fazem seu pior lado aflorar e se alimentam de cada parte de você, até não sobrar mais nada e você virar igual a eles.

— É verdade – disse Alice – Por um momento, vocês dois tinham sumido de qualquer futuro meu, mesmo os mais longes e certos que fossem.

— Podia ser o fim. Nunca mais vocês se recuperariam, eu não sei se conseguiria fazer vocês voltarem, por isso vocês não podem lutar com eles. – Continuei, olhando para Jasper e Emmet

— Tudo bem, querida. – disse Esme – Eu sei que você está preocupada conosco, e agradecemos o que fez hoje, mas o que acha de continuarmos com isso outro dia? Você realmente não parece bem.

Suas mãos cobriram as minhas e eu assenti. Nem ao menos havia percebido que estava tremendo tanto. Minha cabeça latejava e meu corpo estava tão cansado que sentia que poderia desmaiar a qualquer momento.

— Obrigada... – me encostei nela, fechando os olhos. Escutei ao longe uma conversa, mas ao fechar os olhos, o sono já estava me tomando. Me senti sendo erguida e logo a escuridão me tomou por completo.

Fim do Capítulo 17.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentem ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Juntos por uma Eternidade" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.