Uma Era de Krakens e Lobos escrita por L R Griwich


Capítulo 1
Prólogo




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    O dia estava claro e a maré estava baixa. Volantis vivia já há algum tempo dias normais, dias que sempre foram. Entre suas estreitas ruas, andavam escravos marcados, mercadores de todas as Cidades Livres e cavaleiros. O porto da cidade se enchia de mastros e velas, com uma variedade interessante de cores e símbolos que enfeitavam o horizonte de Volantis. Dentre a confusão das ruelas, Sor Arthur Rosby saía perfurando a multidão, com sua espada quase arrastando ao chão, e seu gibão prateado com detalhes em vermelho, cores de sua casa. Os Rosby das Terras da Coroa eram conhecidos pela doentia, pela fraqueza, mas Sor Arthur era o oposto disso. Talvez tenha sido um grande desperdício transformá-lo em cavaleiro, quando poderia ser o herdeiro mais robusto que a pequena vila de Rosby jamais conhecera. Estava a mando da Mão, a procura de navios que agradassem Porto Real, e também, quem sabe, descobrir navios já juramentados a outros reis, que não o Quebrado.

    Movia-se cada vez mais depressa entre as ruas, em direção ao porto. Que inferno de lugar. Quando lá chegou, seus olhos rodearam toda a baía a caça de informações e de senhores de escravos dispostos a dar-lhe meia centena de navios, era do que precisava. Desde que Euron Greyjoy lutara junto a Porto Real, 40 anos antes, contra a Rainha dos Dragões, a capital dos Seis Reinos carecia de uma frota. Toda a arrecadação e o dinheiro gasto foram para a reconstrução da cidade, desde a grande Fortaleza Vermelha à Baixada das Pulgas, e o Banco de Braavos já batia na porta pedindo pelo pagamento do empréstimo.

— Não tem nenhum navio à venda nesse lugar? – Perguntou Sor Arthur Rosby a um mercante qualquer. O homem riu.

— Veja bem, meu Lorde – começou o mercante – se quiser navios, dracares ou o que quer que seja, talvez devesse procurar 1000 milhas ao norte. Não vendo navios, ninguém aqui vende, mas se quiser escravos, será um prazer satisfazê-lo.

— Sete infernos – resmungou Rosby – pelo menos saberia me dizer se estandartes de Westeros são vistos aqui com muita frequência?

— Todo dia, meu Lorde.

— Sabe identificá-los?

— Ah, existe um que sempre está por aqui – o mercante deu uma leve coçada na cabeça – um polvo dourado num fundo negro é recorrente.

— Kraken.

— Perdoe-me? – perguntou o homem.

— É um kraken dourado, não um polvo – respondeu Sor Arthur, virando o olhar a redor.

— E qual é a diferença, meu Lorde?

Sor Arthur deixou o mercante a falar sozinho e seguiu caminho. Saindo da cidade, encontrara seu escudeiro a sua espera. Harlo Rivers vestia uma vestimenta bem fina, e um gibão nada elegante por cima. Entregou o cavalo a Arthur e os dois seguiram viagem.

— Seguirá para Myr – disse Arthur à Harlo.

— Quando?

— Agora.

— Sozinho? Às vezes aparenta esquecer que sou um mero escudeiro.

— Já é meu escudeiro há algum tempo, espero que já tenha aprendido alguma coisa. Homens da coroa te esperarão no caminho e seguirão juntos para Myr – disse Arthur.

Aos arredores de Volantis, Arthur Rosby observava pequenos fidalgos e camponeses cuidando de suas pastagens e suas ovelhas, quando um som de tambor veio do alto.

— Corram, corram! – gritava um homem, perdendo o fôlego de tanto correr.

Quando o cavalo de Rosby se virou, uma imensa sombra cobriu grande parte da cidade, em uma espécie de teia negra que se movimentava no céu. Sor Arthur estava trêmulo demais para soltar alguma palavra, e muito nervoso para pensar em algo, nunca se sentira assim antes, só pensou em fugir. Quando o cavalo iniciou o trote, camponeses e homens comuns gritavam ajuda aos deuses, seja R’hllor, os Sete, ou qualquer outro que por ventura viria a existir. Suplicavam de joelhos e choravam por misericórdia. Foi quando a sombra pousou, e tudo o que Sor Arthur Rosby viu foi fogo. Fogo e sangue.


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