Honra escrita por Tisbe


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, voltei mais rápido que o reinado da Daenerys. Esse deu trabalho, mas fiz o Jon pensar numa estratégia para resolver o maior problema que ele tinha; os soldadinhos da Dany. Espero que gostem.



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— Por que vieram até aqui?

— Para lutar por nossa rainha. Para devolver o que lhe era de direito.

— E o que ela lhes deu em troca?

— Liberdade.

— Entendo, ela lhes deu liberdade... interessante, agora me diga, qual foi a última vez que você deixou de usar seu uniforme?

 - Nunca deixei.

— Já tirou algum dia de folga para fazer o que bem entendesse? Almoçou ou jantou na hora que bem quisesse?

— Nunca.

— Você e seus homens foram pagos por cada uma das conquistas da rainha? Receberam alguma moeda, terras ou qualquer tipo de benefício por seus préstimos? Por seu sangue e suor?

— Nunca.

— Você já fez algo que não fosse treinar, lutar e matar?

— Não.

— Certo... agora me responda novamente, você era um homem livre? – Tyrion fez sua última pergunta e deu tempo para que o jovem imaculado pensasse com cuidado em sua resposta.

— Eu não sei.

— Sim, você sabe, meu rapaz, vocês nunca foram livres de verdade. Daenerys retirou as correntes de seus pescoços, mas amordaçou seus corações. Ela lhes encheu de promessas vazias. Cidade atrás de cidade, guerra atrás de guerra. Conquista atrás de conquista. Vocês deram tudo o que tinham a ela e não receberam nada em troca. – Tyrion caminhou até um amontoado de tijolos e os revolveu, com as duas mãos, juntou um punhado de poeira e fuligem. – Tome. – Ele esticou sua destra e entregou para o soldado todo o conteúdo que segurava. – Tome o pagamento por seus serviços. Há o bastante para todos vocês.

Sem fazer ideia do que aquilo significava, o imaculado o olhou com impaciência. Ele não sabia o motivo daquela conversa, e nem mesmo o porquê de terem o chamado até a fortaleza. Verme Cinzento deveria estar em seu lugar, deveria estar respondendo perguntas difíceis como aquelas.

— Foi por isso que vocês vieram até aqui? Para queimar crianças vivas? Para aniquilar mães e pais? Para deixar órfãos mutilados e desfigurados? Vieram para salvar uma nação ou para serem sua ruína? – Tyrion o olhou no fundo dos olhos.

— Eu não queria que nada disso tivesse acontecido.

— Eu sei que não, um órfão mutilado não quer que sua tragédia se repita.

— O que quer de mim? – O Imaculado falou num tom urgente, ele já estava irritado e desconfiando de que algo muito errado estava acontecendo ali, pois desde o último discurso dado pela rainha, nem ela e nem Verme Cinzento os procurara com novas ordens. Durante o dia, ele ajudou seus companheiros a montar acampamento numa área sem escombros e depois, no final da tarde, notou os soldados nortenhos cercando a fortaleza. – Diga, o que quer? Por que mandou me chamar? Por que não faz essas mesmas perguntas para Torgo Nudho, ele é nosso comandante. Eu sou apenas um soldado.

— Por que ele está morto, assim como sua rainha. – O Lannister falou e se afastou alguns passos do soldado, que mesmo estando desarmado, poderia de alguma forma tentar atacá-lo. – Não há nada que você possa fazer, meu rapaz, nem você, ou seus companheiros. A rainha destruiu essa cidade sem nenhum motivo, vocês já tinham derrotado todos seus inimigos. Ela não precisava matar milhares de pessoas, pessoas essas que ela prometeu libertar de uma tirania. Daenerys enganou a todos nós, ela enganou a si própria. Ela não ia parar por aqui, todos nós sabemos disso. Muito em breve, vocês estariam novamente em formação para aniquilar qualquer um que a questionasse. Todas as vidas que vocês ajudaram a salvar em Winterfell seriam destruídas por um capricho da rainha, porque ela não concordava com Lady Stark.

— E por que Torgo Nudho foi morto?

— Porque ele também estava consumido pelo ódio. Ele ia deixar a rainha assim que esta batalha fosse ganha e levaria Missandei consigo para viver sua própria liberdade. Ele não lutaria mais nenhuma guerra por Daenerys, mas, ele perdeu sua razão de viver e com ela, também se foi seu juízo. Verme Cinzento quis vingar a morte da rainha e perdeu.

Pensativo, o imaculado não conseguia encontrar palavras para expressar o que achava daquilo tudo. Tyrion se aproveitou de sua incerteza para tentar selar um acordo.

— Não há mais o que ser vingado. A rainha morreu em sua própria guerra, assim como seu comandante. Aquele que derrotou Torgo Nhudo irá comandar este reino, ele impediu que Daenerys continuasse com a morte e destruição. E é ele quem trará a restauração para todo este lugar.

— E quanto a nós? E quanto aos imaculados que serviam a rainha? Não podemos aceitar um novo líder que não fez nada por nós.

— Não, ele não fez, mas dou minha palavra que ele fará. Jon Snow é o verdadeiro herdeiro deste continente. Ele cumprirá todas as promessas feitas por nossa rainha. Vocês terão suas liberdades, terão onde morar e receberão por seus serviços caso queiram permanecer em Porto Real. Farão parte da guarda real caso desejem, se não, receberão terras e patrocínio para viverem suas vidas como quiserem. Ou se decidirem, terão navios para partirem para qualquer lugar. Agora, a única coisa que ele jamais permitirá é que mais inocentes morram por suas lanças e espadas. – Pense, pense muito bem em tudo o que te falei e converse com seus homens. Volte aqui com sua resposta. E lembre-se, acima de tudo, que a partir de hoje, a guerra está terminada.

Não foi difícil para Jon encontrar os guerreiros Dothraki. No meio da praça principal de Porto Real, os estrangeiros dançavam e comemoravam sua vitória sobre os guerreiros de armaduras. Com fogueiras espalhadas pelo lugar, assavam cordeiro e bebiam cerveja saqueada. Ao lado da irmã e seguido por três centena de soldados nortenhos, o rapaz pediu que aquele que falasse a língua comum viesse até ele para conversar.

Jhaqo, filho de Jhago, foi o escolhido. O jovem tinha os olhos atentos no “montador de dragão" e tentava ao máximo compreender as palavras vindas dele.

— Você e seus homens lutaram bravamente no Norte, e hoje, mostraram sua devoção à rainha Targaryen. Eu sei que vocês são conquistadores, mas este não é o lugar certo para vocês. Sua Khaleesi está morta. Ela perdeu sua batalha quando ameaçou destruir o resto deste país. Vim até aqui para selar um acordo com seu povo. Ela os retirou de suas terras e os jogou num mundo a qual vocês não pertencem. O mar os afasta de seu verdadeiro lar e de suas tradições. Eu lhes darei ouro e navios para que vocês retornem para Essos. Ou se preferirem viver pacificamente, farei com que recebam terras e auxílio até que se estabeleçam. Mas, eu não permitirei que abusem ainda mais do povo nascido aqui. Vocês não assediarão as mulheres, nem matarão os homens. Não farão saques, ou conturbarão a reconstrução deste lugar. – Jon pausou sua proposta e olhou para a irmã, depois, se voltou novamente para o rapaz. – Vá, diga a seu povo exatamente o que te falei. Diga-os que eu, Jon Snow, sou o verdadeiro herdeiro deste continente e que não permitirei qualquer crime, ou violência. – O lobo terminou sua fala e viu o jovem se afastando, para então se reunir com o resto de seu grupo.

De longe, Jon e Arya viam as diversas expressões dos guerreiros reunidos. Depois de ouvirem Jhaqo, alguns deles passaram a falar alto em sua língua natal e a gesticular uns para os outros. Gritando e batendo no próprio peito, o mais forte deles ergueu seu arakh e partiu na direção do nortenho. Mesmo não entendendo uma palavra do que ele dizia, Jon sabia que vingança era o que o homem queria.

 Antes mesmo que o lobo pudesse puxar sua espada para se defender, Arya saltou na sua frente e correu sua agulha pela garganta do agressor. Todo o sangue do homem jorrou livre pela abertura em sua jugular.

— Jhaqo, o que foi decidido? – Sem mostrar qualquer sinal de abalo pelo ocorrido, Jon olhou para o rapaz. – O que seu povo irá fazer? Eu preciso de uma resposta.

— Muito assustado, o jovem Dothraki olhou para seus companheiros de sangue e aguardou a ordem daquele que parecia ser o mais velho entre eles. – Nós partiremos. Nos dê o que foi prometido e nós deixaremos suas terras para trás.

— Assim que possível, vocês terão navios suficiente para levá-los de volta. Ouro e suprimentos também estarão à disposição.


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Notas finais do capítulo

Acho que os produtores não sabiam o que fazer com os imaculados, nem Dothrakis, por isso largaram eles lá, bem avulsos em Porto Real. Minha solução pode não ter sido uma das melhores, mas eu tentei fazer o Jon mais politico e negociador pra resolver esse enrosco. Acho que não ia ter condições de ter uma batalha. Daí, ele teve que contar com a ajuda do Tyrion, pq a culpa de tudo isso foi dele e nada mais justo do que ele limpar a sujeira da Dany.
Bom, ainda não acabou mas, pelo menos, tudo está organizado!
Beijos pra quem leu!



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