Honra escrita por Tisbe


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu sei que eu disse dois capítulos apenas, mas divaguei tanto que ele ficou enorme e nem consegui chegar no ponto principal (Jonsa). Bom, espero que aproveitem esse lado do Jon. Erros e afins perdoem o horário e a falta de habilidade.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/778125/chapter/2

Verme Cinzento entrou no Salão no exato memento em que Drogon buscava com suas garras o corpo sem vida da rainha. Gruindo estrondosamente, o animal voou para fora do lugar levando consigo aquela que lhe dera a vida. Ao lado daquela cena, o imaculado percebeu a adaga ensanguentada na destra de Jon Snow. – Você matou nossa rainha! Traidor! – Com sua lança nas mãos, o soldado correu em sua direção. Atrás dele vinham outros três guerreiros.

Puxando Garralonga de seu cinturão, Jon conseguiu apartar o primeiro golpe dado pelo imaculado, em seguida, os dois homens passaram a se atacar. O Lobo tentava o máximo que podia se defender da fúria do guerreiro. Próximo de onde estavam, os outros três ergueram suas armas em posição de ataque, prontos para liquidá-lo, casso fosse necessário.

— Traidor! – Verme Cinzento gritou e investiu com a lança na cabeça de seu oponente.

Abaixando-se, Jon conseguiu desviar do ataque, mas acabou tendo o braço esquerdo atingido de raspão. Levantando-se rapidamente, girou a espada e acertou em cheio o abdome do guerreiro.

— Ela era minha rainha... era a sua também! – O imaculado caiu ajoelhado.

— Uma genocida, foi nisso que ela se transformou... – Ofegante, Jon baixou Garralonga e se afastou do homem ferido de morte.

— Jon!

Quando se virou, o lobo viu a irmã. De alguma forma, a menina fora capaz de dar fim na vida dos três guerreiros sem que ele notasse. - Arya?

— O que houve aqui? – A menina caminhou até ele.

— Eu matei a rainha. Sua sede por poder foi maior que a própria sanidade. Ela estava enfurecida, pronta para subir em seu dragão e queimar viva sua irmã. Mas eu a impedi.

— Há Dotrakis e Imaculados por todos os cantos. O que vamos fazer?

— Preciso encontrar o Tyrion. Reúna nossos homens e os faça entrar em formação. Me encontre na escadaria da fortaleza, não deixe que ninguém entre no castelo. – Jon não tinha um plano de fato e sua única certeza naquele momento era contar com a ajuda daquele que o metera em toda aquela confusão. Até ali, o moreno fora guiado apenas por seus instintos militares. Para ele, assim que a guerra acabasse e Cersei fosse liquidada, Daenerys teria muito com o que se preocupar e o acabaria deixando de lado. Nem em um milhão de anos o rapaz imaginou que seria ele o responsável pela morte da conquistadora. Pela morte de sua própria tia... sua própria amante. Correndo por pátios e vielas carbonizadas, o rapaz maldizia sua herança familiar, maldizia a insanidade dos dragões, seus desejos de sangue e principalmente, o dia em que sua mãe encontrara seu pai. Nada daquela loucura estaria acontecendo caso o dragão não tivesse roubado a loba do cervo, se não tivesse desviado Lyanna Stark de seu destino.

Já era noite quando Jon finalmente chegou ao portão das masmorras. Um imaculado que fazia guarda no local o guiou pela entrada do lugar. Com um archote mal-arranjado, os dois homens atravessaram a pequena antessala que separava a vida no mundo externo do esquecimento total. Assim que o rapaz entrou no primeiro túnel do lugar, seus pés afundaram numa água escura e poluída, e o cheiro forte de urina e dejetos passou a queimar suas narinas por dentro. No começo do caminho, os gritos dos prisioneiros largados naquele lugar eram altos e afiados, depois, foram se transformando em lamúrias quase inaudíveis conforme iam adentrando mais e mais para o interior do túnel. Numa bifurcação à direita, o imaculado apontou para a cela em que o prisioneiro da rainha fora acomodado. “Um aposento digno de um traidor”.  Foi a primeira coisa que o anão disse ao avistar o nortenho na sua frente.

Jon apenas o olhou, esperando que o imaculado fechasse a porta atrás de si para lhes dar privacidade.

— Eu conheço essa cidade com a palma das minhas mãos; já estive em cada colina, cada esquina e escadaria... conheço cada bordel deste maravilhoso reino, desde o mais luxuoso, até o mais imundo e barato, onde as mulheres te recebem com uma criança nos braços e perebas entre as pernas. Eu conheço cada mercearia e casa de ópio, mas em toda minha vida, nunca tive o prazer de conhecer este lugar, o “traseiro de Porto Real”. Agora, meu bom senhor, me diga, veio me buscar para que finalmente eu também conheça a morte? – Mesmo com um nó de angústia preso na garganta, o anão ainda tentava soar inteligente e engraçado.

— Cale-se. – Jon usou o archote para acender duas tochas que pendiam em paredes opostas.

Tyrion o olhou com espanto.

—  A rainha está morta. – Ele falou enquanto terminava de iluminar o lugar. – Era isso que você queria, não é mesmo? Que eu desse fim no incêndio que você ajudou a alimentar.

Assustado com o que acabara de escutar, o Lannister se levantou do amontoado de palha que lhe servia de cama. – Você o fez? – Num misto de choque e alívio, o homem respirou fundo, desejando que naquele momento um garrafão de vinho aparecesse como mágica na sua frente.

— Eu preciso de sua ajuda. Os imaculados e dotrakis ainda não sabem que aconteceu. Minha irmã está reunindo nossos homens para guardar a fortaleza. Agora precisamos de um plano antes que se rebelem e terminem de destruir o que restou da cidade.

— Sim, é claro, mas antes me diga, como aconteceu? – Tyrion precisava saber. - Que coisa terrível deve ter sido... - Foi só o que o homem conseguiu dizer depois de ouvir a forma com que Daenerys perdera sua vida. Apesar de todas as atrocidades cometidas pela rainha, ele a estimava, e caso se permitisse confessar, diria até mesmo que a amava. 

Sem muita dificuldade, Jon fez com que o mesmo imaculado que o guiou para dentro da masmorra, também o ajudasse a sair de lá acompanhado de Tyrion.

Durante o trajeto de volta à fortaleza, o Lobo pensou em toda sua jornada até ali; de bastardo a patrulheiro, de comandante a traidor. Morte e renascimento. Reinado e ruína. Jon já havia vivido coisas demais em tão pouco tempo. Era velho e ainda assim tão jovem, tinha o peso do mundo nas costas, o peso de uma história que ele não pedira. E o que ele realmente pedira? Ser aceito como um Stark? Ser melhor que Robb um dia fora? Ter o amor de uma mulher, seu corpo e sua devoção? O que ele realmente queria?  Um filho em seus braços? Ou um reinado a seus pés? Em seus desejos escusos de menino, o que Jon Snow realmente queria? Com seus pensamentos indo e vindo nas mesmas perguntas, o Lobo finalmente conseguiu aceitar seus mais íntimos anseios, que foram cultivados e suprimidos do consciente durante toda a vida. Agora, tudo se fazia claro em sua mente, ele aceitaria seu destino; seria respeitado, valoroso e piedoso como o homem que o criara. Ele deixaria de ser uma sombra com aço nas mãos, seria o herdeiro de duas grandes casas, seria o homem que nascera para ser.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai? Tá sonso ainda, ou tá bom assim? Sempre quis que o Jon da série acordasse pra vida e aceitasse quem ele é. Poxa, tanto mistério em torno do R+L e nada de nada pra nós a respeito. Lá em cima eu disse que seriam dois capítulos, mas vou tentar fechar a história em três. Um beijo pra quem leu!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Honra" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.