Lua do Corvo escrita por EllisSG


Capítulo 1
Capítulo Um




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CAPÍTULO UM

 

Sombria e solitária, a Lua descortinava-se atrás das nuvens que teimavam a esconder a sua pulcritude de tempos a tempos. Mesmo cheia, o seu luar era ténue ao longo da densa floresta de Compienha. A brisa fresca de Outono dançava com as copas das árvores, num ritmo tão brando que fazia invejar os amantes de Verão. Os pequenos animais selvagens, uns adormecidos e outros receosos de nunca mais acordarem, mantinham-se nos seus nichos esperando que a alvorada nascesse; esperança de que as Sombras não os levariam naquela noite.

Magdalene sabia bem o que aquela noite representava. A Lua dos Ventos estaria, outrora cheia de vida, onde dançaria apaixonada no céu junto com as estrelas. Onde daria a sua bênção através de um luar que iluminaria a mais escura das almas abaixo de si. Essa dança transformasse-ia em amor e esperança, nasceriam amantes para uma vida e mais tarde as sementes seriam distribuídas - mas não naquela noite. Naquela noite, por muito que alguém estivesse à procura de um amor, a única coisa que encontraria era desgraça e punição por tentar se divertir enquanto a Lua chorava.

A luz ténue das chamas que consumiam os troncos dentro da lareira, mal iluminava um terço do quarto. Pouco a pouco a luz dissipava-se, mas Magdalene manteve-se de olhos postos na Lua pelo mais longo dos tempos. Por momentos pensou que ela a ouviria, que sabia o que estava a sentir e que, naquela noite, partilhava da sua dor. Não sabia porque estava assim, mas o vazio no seu peito era de tal tamanho enorme que não consiga sequer suportar a sua alma.

Silêncio.

Magdalene suspirou, e pela primeira vez em horas, desviou a sua atenção da janela e olhou para o outro lado do quarto onde o fogo mal se aguentava. A noite ainda estava a começar e nem o fogo queria fazer parte dela. Magdalene resmungou entre dentes, enfadada pelo facto de ter de se levantar - se soubesse o mais simples dos truques podia dar um novo alento àquele fogo mesmo sentada na poltrona do outro lado do quarto. Decidiu que a manta com que se cobria e a poltrona que a abraçava, seriam suficientes por mais umas horas, mesmo que o fogo se extinguisse entretanto. Por entre os dedos brincava com algo pequeno e reluzente. Um anel dourado adornado de um pequeno cristal de um azul tão claro que invejava o céu mais quente. Misto de perguntas e sentimentos invadiam-na cada vez que tocava naquele objeto. Mas porquê?

Um leve bater na porta do quarto fez com que ela acordasse do transe. Olhou desconfiada na sua direção, como se estivesse só naquela mansão e tal intromissão fosse motivo para ficar em alerta. Quando voltou a si, rapidamente pousou o anel atrás das costas, entre o acolchoado da poltrona.

— Entre. - ditou num tom calmo.

A porta junto à lareira abriu e entrou uma mulher de silhueta alta. Mesmo com a luz a servir de pouca referência, Magdalene conseguiu perceber quem se tinha estanque à entrada do quarto.

— Minha querida, este fogo não te vai durar a noite toda.

A mulher entrou no quarto e fechou levemente a porta atrás de si. A sua figura, embora alta e frágil, transmitia uma perseverança indiscutível. Aproximou-se de Magdalene, o que fez com que esta se acomodasse para ouvir o que Marie lhe tivesse para dizer. Esta sentou-se na pequena poltrona em frente de Magdalene e perscrutou, com ar pesado, a Lua. Mesmo sinuoso, o luar fazia brilhar de forma invulgar os seus olhos cinzentos.

— Que se passa minha mãe? - perguntou finalmente após um longo e desconfortável silêncio.

Marie esboçou um sorriso triste e desviou o olhar para o chão. Magdalene tentou manter-se calma, mas algo lhe dizia que a conversa que a mãe estava a evitar até então não seria fácil de digerir.

Mãe.

Uma palavra tão simples mas que transportava tanto de sentido como sentimento. Naquele momento Magdalene não sabia o seu significado, não que Marie não a tratasse como uma filha com que fora abençoada nos mais sombrio dos tempos, mas porque Magdalene sabia que não era, de todo, filha biológica de Marie – como esta fazia parecer. Nunca a confrontara com tal questão, mesmo porque as memórias lhe falhavam e se atropelavam por outras que toda a gente lhe dizia que eram as verdadeiras. Então porque é que aqueles sonhos se tornavam mais realidade do que a própria realidade? Nunca questionou os pais, nem o faria. Não tinha o direito de lhes questionar o que quer que fosse. Fosse qual fosse a verdade, Marie e Jean-Jaques ofereceram a Magdalene um lar e uma família, amor e carinho. O que quer que tenha acontecido num passado questionável fez com que ela se encontrasse naquele presente, a viver aquela vida que não parecia ser a dela, mas que dava graças às Deusas por a ter e não ser mais uma infeliz esquecida nas ruas empoeiradas daquele país – se é que aquele era realmente o seu país. Mas porquê ela? O que é que ela tinha de tão especial para ser depositada no seio de uma família tão abonada, tão fidalga, tão diferente? Não tinha sonhos-que-se-tornavam-memórias suficientes para perceber, e, no fundo, tinha medo de pedir ao seu subconsciente por mais. Preferia ficar na ignorância, por agora.

— É lamentável que, numa noite como esta, a Lua esteja tão triste. - murmurou Marie.

Magdalene sabia que a mãe não estava ali para falar dos efeitos negativos da Lua naquela noite, já que ela tinha uma marido que muitas invejavam. Apaixonado, extremoso, um pouco temperamental, mas protetor. Magdalene, um dia por outro, dava por si a pensar que se se tivesse de apaixonar que fosse por um homem que tivesse tamanhas qualidades, mas isso não passava de uma fantasia. Nem todos teriam a sorte de se casar por amor como seus pais e ela estava bem ciente disso.

— Filha, daqui a um mês completarás 16 anos, a tempo da Lua das Sementes. - o seu sorriso era triste e Magdalene partilhava do mesmo sentimento. - Está na altura de encontrares alguém para partilhar uma vida, alguém que te estime e te dê aquilo a que tens direito. Sei que, por vontade minha, estarias sempre aqui, connosco, mas há regras a cumprir, cortes a fazer. Irá haver uma grande festa e apenas virão os amigos mais chegados da família, pessoas que sei que te providenciarão com o melhor. Nessa noite poderás escolher quem mais te agradar minha querida, e farei os possíveis para que nada te falte nessa aliança.
Magdalene escutou-a com um só nó no estômago. Ela sabia que o seu tempo estava a chegar, mas limitava-se a aproveitar um dia de cada vez e não pensar num futuro – não naquele pelo menos. Não queria ter de escolher ninguém. Por tudo o que é mais sagrado, não quero ninguém! Assentiu a tudo o que a mãe lhe dissera. Marie esperava que ela ripostasse de alguma forma, qualquer coisa que a fizesse repensar no que estava a propor à filha, mas isso não aconteceu.

— Minha querida...

— Está tudo bem. - a voz falhou, mas Magdalene continuou, olhando para a Lua que era todo o conforto que lhe restava – Todos sabíamos que este dia iria chegar, só rezo às Deusas para que haja um homem que me aceite.

Marie gracejou entre dentes, esboçando o primeiro sorriso sincero.

— Minha filha, homem que não te aceite não pode estar pleno das suas funções. - disse divertida.

As faces de Magdalene ganharam uma cor escarlate e o calor ferveu-lhe a cara. Desde muito cedo que se questionava o porquê dos olhares dos jovens rapazes dos estábulos, ou dos filhos dos criados que por lá ajudavam nos jardins, só mais tarde percebeu que lhe achavam uma certa graça, mas somente quando um dos rapazes mais velhos da cozinheira lhe fez a corte muito desajeitada. Magdalene na altura não sabia como agir, tinha apenas treze anos, o que não lhe dava qualquer experiência na matéria – e nem a podia ter, muito menos com filhos de criados – portanto decidiu inquirir a mãe mais tarde sobre os eventos desse dia. O rapaz foi repreendido e nunca mais voltou a trabalhar na propriedade. Pena foi de Magdalene por se ter engraçado com o rapaz dois anos mais velho que ela e de nunca lhe ter visto mal nas palavras inocentes. Foi doce e simpático e disse que gostava dela, apenas isso, portanto não sabia o porquê de tal repreenda - ao que parece, não se pode misturar sangue. Mas e se ela não conseguisse achar “graça” a nenhum dos homens que os pais lhe tinham escolhido? Lá por serem fidalgos não queria dizer que fossem especiais. Ela dissipou as dúvidas tão rápido enquanto surgiam.

Marie levantou-se, ajeitando o longo vestido azul de inverno onde um grande xaile de lã lhe cobria os ombros até a meio da cintura. Fitou Magdalene por longos momentos.

— Está tudo bem, prometo. - assegurou-a o melhor que conseguiu para que a mãe não lhe duvidasse da mentira.

Esta assentiu e dirigiu-se à porta. Com o leve aceno de mão junto à lareira, o fogo quase extinto ergueu-se, forte e robusto. Apreciando a sua dança destrutiva contra os troncos, Marie sorriu.

— Amanhã começamos com algumas lições básicas. Acho que está na hora de aprenderes mais do que simples história.

Magdalene quis repreender o entusiasmo com que o seu corpo recebeu aquela noticia. Lições de magia? Passado tanto tempo finalmente teria um pouco do gosto e êxtase de tamanha maravilha? Sorriu tão alegremente que a sua felicidade inundou o quarto, de tal forma que o espaço pareceu iluminar-se, mais do que pela lareira ou pelo luar. Marie saiu calmamente e o silêncio abateu-se novamente pela divisão. Não importava. O fogo que agora aquecia o quarto era o espelho da felicidade da jovem.

Seus pais eram ambos bruxos, não havia outro termo nem como o apaziguar. Embora aposentados das suas funções, eles eram reconhecidos em toda a França, e países vizinhos, pelas suas maravilhas, ou desgraças – as classes mais básicas não os compreendiam e temiam a sua presença, simplesmente por pura ignorância. Apesar de o pai, Jean-Jaques, ser um Bruxo das Artes Negras, e a mãe, Marie, uma Bruxa Branca, a união entre os dois nunca fora um problema e sempre foram respeitados dentro da Ordem pelo Poder que ambos representavam. Mas isso fazia de Magdalene o quê? Quem? Sabia não ser filha deles, portanto as chances de ter o Dom eram quase inexistentes. Por muita ambição e vontade interior que tivesse, não seria capaz de praticar qualquer tipo de magia sem ter o Dom, ou rastos d'Ele. Ela sabia disso, mas mesmo assim ficava contente pelos seus pais partilharem parte do seu talento, da sua alma, mas seria ela adequada para os receber? Desde que se lembrava que lhes pedia que a ensinassem, mas eles sempre respondiam querer o melhor e o mais normal possível para ela; que não queriam que ela suportasse o fardo de ser portadora do Dom, mas Magdalene só queria ser alguém... diferente. Eles sabiam que ela não teria o Dom, mas o que eles não sabiam é que ela sabia não ser filha deles para o receber.

Afundou-se na poltrona já esquecendo do anel que acabou por a ferir abaixo da coluna. Num salto de dor retirou rapidamente o anel enterrado no forro.

— Um dia ainda hás de me dizer porque é que não te consigo largar. - resmungou.

Sinceramente, Magdalene não sabia porque é que aquele anel lhe significava tanto e ao mesmo tempo nada. Fora com ele que começou a ter os primeiros sonhos-que-se-tornam-memórias, e desde então nunca mais o largara. Não porque estava à espera de mais respostas, não que quisesse perceber onde realmente ela pertencia e muito menos não porque queria encontrá-lo, a ele, àquele rapaz que só a visitava em sonhos e a fazia sentir viva. Estupidez. Ela ficava a olhá-lo, noite após noite, escondendo-o de tudo por um medo inexplicável de que lho roubassem. Queria protegê-lo e nunca o largar, essa era a verdadeira razão que não tinha qualquer explicação.

Tinha doze anos quando, no meio de tantas roupas esquecidas dentro de um baú, encontrou o anel, entrelaçado numa simples fita preta que servia de fio em jeitos de colar. Quem usaria um anel como colar? Um anel destes serviria sim para ser oferecido como promessa de um amor eterno no dedo certo, não para ficar pendurado ao pescoço e ser esquecido entre trapos.

Magdalene não estava à procura de nada em particular nesse dia, mas teve uma enorme curiosidade de rever as roupas e antiguidades que trouxera consigo de Inglaterra – uma viagem atribulada que jamais a esqueceria nos anos seguintes. Aquelas roupas pouco lhe diziam, talvez por só as ter utilizado naquela viagem - não achou estranho pois não seria a primeira vez que seus pais a presenteavam com roupas caras para só serem vestidas numa só ocasião, mas porquê só para aquela viagem de regresso a França? Encolheu os ombros. Sentada no chão, debruçada no baú, e enquanto retirava uma e outra peça de roupa um tilintar no chão de pedra chamou-lhe a atenção. Estava um dia bastante ensolarado e o calor era quase insuportável para quem se atrevesse a ficar em exposição direta ao sol por mais que o tempo necessário, por isso Magdalene sentia-se grata por ser uma das únicas a aguentar o Sol de Primavera que rompia pelas grandes janelas da casa - assim não tinha ninguém que a pudesse importunar.

Pegou no anel e mirou-o como um corvo que enche o olhar para algo reluzente. Um calor assombrou-a e um turbilhão de emoções encheram-lhe a alma, tanto queria rir como perder-se num chorar incontrolável, mas mesmo assim agarrou-o com as duas mãos e prometeu nunca mais o largar. Um segredo só dela. Quando olhou uma outra vez com a alma a pesar mais do que o normal, a sua visão toldou-se e assim a primeira visão foi-lhe oferecida. Ela diria visões, mas viriam a ser mais do que só sonhos e visões; viriam para ficar e nunca mais partirem, como se a ela pertencessem.

« - Não se afastem. O jantar está quase na mesa e a última coisa que quero é ter de perder tempo a ir à vossa procura.

Os campos dourados abriam os seus braços recebendo o calor faminto daquele dia de Verão. A brisa quente corria pelas colheitas de trigo como que de um galope de um cavalo se tratasse, elegante e macia. O calor era abrasador e pesado, o que deixava poucos animais selvagens com disposição para se vangloriarem por ali.

À sombra abafada de um carvalho meio nu, eles se sentavam ali. Ele, um jovem com não mais de vinte anos de aparência, e ela, uma criatura pequena enfezada de longos cabelos, lábios cheios e uma pele tão pálida quanto nuvens, com não mais de nove anos de idade.

Em frente do casebre de vista posta para as colheitas, recebiam ambos todo o amor que o dia lhes oferecia, quase indiferentes ao calor. Ela mantinha-se impacientemente sentada à frente do jovem definhado, de pernas cruzadas e de mãos nos joelhos – não fosse sucumbir à tentação de se levantar dali e começar a correr ao encontro dos campos que a chamavam consistentemente- enquanto ele lhe remexia nos cabelos negros, irremediavelmente selvagens, tentando fazer uma trança que não tardaria em ser desmanchada.

— Isto seria muito mais fácil se estivesses um pouco mais quieta.

A criança de faces cheias e rosadas voltou-se empertigada para o rapaz de cabelos ruivos, deixando que o pouco da trança já conquistada se desfizesse em questão de segundos. O rapaz suspirou, não de frustração, todavia a sua postura parecia de cansaço extremo. Ela sorriu, divertida por lhe ter arruinado o momento e levou as mãos aos cabelos ondulados agitando-as com tamanha convicção que acabou por desfazer os únicos indícios de uma trança inacabada.

— Não tens remédio, pois não? - resmungou.

A rapariga abanou a cabeça divertida. O rapaz sorriu - ou pelo menos pensava Magdalene que ele o teria feito. »

E essa foi a sua primeira visão. E como tantas poucas visões que no futuro viria a ter, estas provinham de simples gestos, momentos ou até mesmo cheiros, sem se anunciarem acabavam por a deixar atordoada o resto do dia. Quanto aos sonhos, esses deixavam-na completamente extasiada de felicidade e conforto quando acordava deles – sentimentos esses que rapidamente se dissipavam quando a realidade assentava.

Magdalene atirou o anel para o chão. Tentava controlar a sua respiração e o pânico que sentia. Aquela memoria não era dela; como podia ser? Mas era ela que a partilhava com aquele rapaz, era ela que estava ali. Mas como? Queria chorar, arrancar toda a ansiedade que se tinha apoderado dela.

Passos largos e apressados ouviram-se aproximar e só depois se lembrou do grito involuntário que dera quando a visão a abandonou com um choque elétrico. Apanhou rapidamente o anel do chão e meteu-o dentro do sapato - só desejava poder andar normalmente sem parecer uma tolinha. A porta escancarou-se contra a parede e a jovem deu um pulo no sitio. O homem alto de cabelos grisalhos correu para ela, e no seu olhar viu tanto desespero como frustração.

— Menina Beau Pre, quantas vezes já lhe disse que não pode deambular pela casa sozinha? - a repreenda veio numa voz doce e calma.

Magdalene cerrou os lábios e olhou para o chão em modo de arrependimento. Apesar de esta ser a sua casa, os seus pais não permitiam deixá-la muito tempo sozinha, o que obrigava os criados a andarem sempre atrás dela para onde quer que fosse. Havia alturas em que Magdalene se conseguia escapulir, o que fazia com eles se desesperassem por longos períodos de tempo à sua procura naquela vasta mansão.

Ela levantou-se com algum custo. O corpo ainda lhe tremia e tinha alguma dificuldade em manter as ideias controladas. Saltava de medo para incógnita, e mais tarde de admiração para sede do desconhecido.

Sob o olhar da Lua, Magdalene atou o fio preto ao pescoço, deixando que o anel frio lhe arrepiasse o peito.

Dirigiu-se para a cama, onde se enrolou nas mantas e aconchegou o corpo nas enormes almofadas. A imagem do rapaz era uma das poucas que a assombrava durante o dia, as suas feições nunca as conseguia definir com clareza, era uma imagem desfocada que, por mais que a tentasse reconstruir nunca chegava à conclusão que queria. Deduzia que era belo, mais belo do que qualquer outro homem que tinha encontrado nos seus quinze, quase dezasseis, anos de existência. Deduzia-o pelo calor que ele lhe transmitia, pela segurança, pelo...amor. Mas que tipo de amor era esse? Disso ela não sabia, pois por muito que quisesse que aqueles sonhos durassem até ao momento em que ele se pudesse tornar completo na sua imagem, eles rapidamente se dissipavam, deixando-a num vazio, numa tristeza quase impossível de controlar. Ela queria mais. Se ao menos conseguisse dar um rosto àquela voz que a conseguia aquecer até nos dias mais quentes.

Os seus dedos longos passaram sob a superfície delicada do anel uma ultima vez, desejando que, naquela noite, ele a viesse visitar em sonhos. Mas tanto quanto acontecera nos últimos dois meses, ele não viria.

 

 


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Notas finais do capítulo

Agradeço por terem lido este capítulo e espero que tenham gostado.
Qualquer dúvida ou sugestão é bem-vinda de modo a que consiga melhorar a minha escrita daqui em diante.



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