Was Once What Could Be! escrita por Claymore


Capítulo 1
Capítulo 1 - Tempo e Espaço!




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Era como estar dentro de um turbilhão de água, podia sentir apenas a palma da mão de quem segurava a minha, forte para que não se perdesse nesse tornado de água. Eu sabia que para meus companheiros de viagem a sensação da água é terrível, como água gelada do tipo que você sente que está cortando sua pele. E é claro que a pessoa se perderia para sempre caso me soltasse, sua sobrevivência e da pessoa que segurava a sua mão e assim por diante dependia disso. Uma corrente que segura uns aos outros. Uma corrente de sangue e amor que não podia ser quebrada. Caso nos soltássemos eu não teria esse problema. Eu não me perderia por toda a eternidade no tempo e espaço. Eu controlo o tempo e espaço, eu sou a senhora de tudo isso e o comando como eu bem entendo. Quando ser poderosa me tornou tão solitária?

Quase tão rápido como as ideias podem se perder na mente, acabou. Sinto o chão maciço sobre meus pês e o ar soprar meu cabelo no meu rosto. Olho para cima e o sol reflete raios brilhantes e quentes sobre nossas cabeças, diferente de casa que era noite quando partimos. Mas isso não faz diferença agora. Só existe o aqui e agora por hora. Em casa tudo permanecerá congelado e estático como eu deixei até minha volta.

Olho para o lado para verificar meus companheiros de viagem, tudo parece em ordem.  Robin estava aparentemente bem, ela solta minha mão e seus olhos verdes percorrem o lugar que estamos. Vejo o quanto ela está maravilhada em estar de volta. Arvores, grama e o campo parecem combinar perfeitamente com seus olhos verdes, corpo pequeno, esguio como o de uma bailarina e seu cabelo loiro morango, assim como os de sua mãe, mas os olhos apesar de também verdes eram iguais aos de seu pai, assim ela não herdou apenas o nome dele. Eu nunca o conheci, mas é uma historia muito conhecida em casa.

Ao seu lado sem soltar sua mão está Neal, ele é duas cabeças maior que ela, isso o faz ser uma maior que eu. Nesse ângulo ele parece muito com seu pai, cabelo curto e loiro, onde os fios refletem os raios de sol como tricô no campo prestes a ser colhido. O mesmo acontece com a leve pelugem que surge em seu maxilar, ele sempre manteve a barba raspada, mas de alguns dias para cá tem mantido baixa como a grama do castelo, acho que o fato de estar chegando no final da adolescência o está modificando. Como se a barba baixa o tornasse mais homem, mais velho de alguma forma.  

E logo ao seu lado esta Henry, seus anos de diferença mostram-se agora, mais que antes. Mesmo sem barba, seu rosco e angular e sobressalente, demonstrando conhecimento e sabedoria. Duas coisas que demonstram muito bem sua personalidade. Mas seu cabelo preto está um pouco maior do que da ultima vez que nos vimos, isso demonstra o quanto ele estava ocupado, o que nos levou ate aqui. Ele retribui o olhar verificando os demais como eu.

— Ok, chegamos! É por aqui.

Mas antes que possamos pensar em seguir é ouvido um barulho de explosão, eu não penso, eu só reajo. Corro. Corro o máximo que posso e deixo meus companheiros para traz, o que me faz pensar que Neal deveria ser pelo menos capaz de me acompanhar, ele treina todo dia com o seu pai.

Quando chego a origem do barulho percebo de cara a confusão: uma figura feminina que é basicamente uma confusão de raios azuis, cabelo loiro e jaqueta de couro vermelha, em quanto luta com um homem de cartola grande e roupa roxa. Desconexo em duas realidades, dois tempos diferentes. Um pirata de jaqueta de couro preta lutando de espada com alguns soldados de traje vermelho.

Regina está amarrada junto a Branca de Neve e o príncipe encantado em uma arvore próxima. A corda tem um brilho purpura forte o que mostra que é encantada.

Meus amigos chegam ofegantes.

— Eles já chegaram? – Robin está surpresa, mas tudo parece ou assustar ou impressiona-la facilmente. Por isso ela deve andar sempre de mãos dadas com o príncipe Neal.

— Achava que eles iam esperar voltarmos para acabar com eles?

Henry dá alguns passos na minha direção com a espada em punho. – Vai esperar um convite formal? – segue os passos para a batalha, eu reviro os olhos só porque eu sei que ele odeia quando faço isso.

Em quanto ele ajuda o capitão Hook com os lacaios e suas espadas eu vou para a luta de verdade. Chego a tempo de ouvir Dr. Facilier gritar para Emma Swan:

— Onde está?

— Do que você está falando?

— Eu exijo que me dê ou vou mandar meus queridos amigos acabar com sua família.

Ele sempre foi tão dramático.  – Desculpe interromper seu discurso de ódio. – Digo em voz alta o que faz os dois pararem suas lutas e olharem para mim, mesmo que ele tente esconder sempre vejo essa fração de segundos no seu olhar negro onde ele demostra medo e reverencia. Mesmo que por uma fração de segundos eu posso ver, e isso é a pior coisa que ele poderia me demostrar, pois faz com que me sinta indestrutível.

— Eles não têm o que você quer Facilier, e mesmo que tivessem, você não tem poder o suficiente para usá-lo.

Seus olhos enchem de ódio e raiva, posso sentir sua vibração fétida em quanto ele levanta seu cajado e convoca seus vudus.

— Muito bem, se não esta com eles, você esta aqui por um motivo, vou tirar de você.

As sombras das arvores ganham formas de garras e dentes afiados. De repente a floresta parece mais sombria e mesmo sabendo que estamos no meio do dia de verão sinto um calafrio a minha espinha percorrer minha coluna até o topo da minha nuca. Odeio vudu, odeio magia negra, mesmo que parte da minha seja assim. Mesmo que ao ler vários livros sobre essa magia obscura e maligna eu tenha me sentido atraída. Eu odeio sentir esse frio e excitação que sinto logo quando minha pele toda e reconhece esse tipo de magia.

Seus monstros de sombra correm em minha direção, rastejam pelo chão entre pedras, grama e folhas como cobras, mas basta um movimento articulado dos meus dedos e eles desaparecem.

— Podemos fazer isso o dia todo, já fizemos antes- dou um paço para frente e ele já se foi.

Quando olho para o lado, Emma esta me encarando com aqueles olhos familiares, olhos verdes. Um segundo pode durar horas, é assim que me sinto quando mergulho em seus olhos, porque ela sempre soube meus segredos? Porque sempre busquei sua aprovação? Porque sua opinião sempre foi a mais importante? Eu não sei.

Quando abro minha boca para falar, minha voz não sai.

— H pode me ajudar aqui?

Levo alguns segundos para perceber que é comigo, sim “H”, foi assim que combinamos que eu me chamaria aqui. Minha identidade não pode ser descoberta. Alteraria tudo. Foi isso que eu disse para eles. Por isso todos nos temos que ser cuidadosos com o que fazer aqui.

Vou até a arvore onde os 3 estão amarrados, Henry chega logo com Hook ao seu lado. Robin esta com uma mão levantada e faíscas verdes saem de seus dedos.

—Como era mesmo? Nos.... stricta.... afrochem...

— Tudo bem “R”, eu faço dessa vez. – Robin realmente precisa se esforçar com os feitiços, eu fazia isso aos 3. Com um giro rápido das mãos faíscas prata saem dos meus dedos, transformando a corda brilhante e purpura em uma corda normal, pego a adaga que esta presa na minha bota e corto a corda. Eles se soltam e se levantam.

— Isso foi diferente. – Ao me virar me dou conta que existia mais alguém entre nós, um pré-adolescente, mas da minha altura, seus olhos são castanhos escuros assim como seu cabelo. Ele segue com um livro na mão que diz “ mitologia”.

— Quem são vocês? – Branca de Neve quer saber.

— Quem é você? – Emma se aproxima de mim e seus olhos não deixam os meus, é possível que ela saiba? É possível que ela sinta?

Henry toma a frente e guardando sua espada, endireita os ombros para falar, mas eu o alerto antes.

— Sói o necessário! – posso ver sua irritação que eu tenha o advertido antes, ele sempre tem esse olhar quando eu falo com ele assim. Mas eu sei como é difícil se confundir com os sentimentos. A missão não pode ser comprometida.

— Sou eu mãe, sou o Henry. Eu vim do futuro, preciso resolver uma coisas aqui, é importante. Mas como vocês sabem quando mexemos com o futuro e passado não podemos revelar muito. Não estaria revelando isso se não fosse muito importante ter a ajuda de vocês.

Me encosto em uma arvore ao lado, quanto menos for notada é melhor.

Todos parecem bem chocados com a revelação, mas bem descrentes. Serio? Como se essa família já não tivesse feito isso antes.

— Você sou eu? – O Henry adolescente dá alguns passos na direção do mais velho, com parte do rosto iluminado por se ver tão mais velho e em parte por curiosidade.

— Sim.

— Desculpe se eu não acredito de primeira mão em você- Regina toma a frente e segura os ombros do Henry adolescente – mas acabamos de ser atacados com uma fonte de magia negra de pessoas que não conhecíamos, como acreditar em você?

Henry mais velho dá alguns passos e se inclina no ouvido do seu eu mais novo. Ele diz algumas palavras com um sorriso no rosto, não da para saber exatamente o que foi dito, mas fez o Henry adolescente ruborizar.

— É verdade, sou eu. Bem-vindo a Storybook!


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