POV Bella

- Ai minha vidinha! Sempre fui uma pessoa muito solitária, mesmo vivendo sempre com meus pais, e recebendo todo o carinho possível. Na verdade era uma criança meio, tipo assim... Deixa pra lá 8D
Sempre fui muito inteligente, sempre tirando boas notas, mesmo sentando com aquela velha galera no fundo da sala, tive uma adolescência normal. Éh apesar de eu não ser tão normal assim, a propósito eu me chamo Isabella Swan, só Bella é melhor, mais confortável sabe?
Nunca fui uma pessoa difícil de lidar, mesmo com o meu gênio forte. Adorava conversar. Lembro do meu primeiro dia numa escola nova, entrei no meio do semestre; porque tinha acabado de me mudar por causa de uma oportunidade de emprego que o meu pai recebeu. A minha primeira amiga e única foi a Ângela Weber, ela era sensacional, uma das melhores pessoas que eu conheci. Ela era tão simples e educada, sempre me compreendia com um simples olhar e eu amava isso nela. Já fazia uns quatro anos que eu fazia dança sempre depois das aulas, fazia balé clássico, era a minha vida, na dança eu podia expressar tudo que sentia eu dançava com a alma. Nunca fui desengonçada e era muito boa no que fazia.

... Eu já estava no segundo ano, faltava apenas um ano para a Faculdade, foi quando os meus pais morreram, foi num acidente de carro, era como se o mundo desabasse aos meus pés. Charlie e Renée eram tudo que eu tinha, eu fazia balé porque minha foi uma grande bailarina, no fundo eu queria ser como ela. Eu estava sozinha como nunca estive. A Ângela me fazia sempre companhia, estava sempre me apoiando junto com o Bem, o Tyler e a Jessica. Eles foram um porto seguro pra mim naquela época, foi com a ajuda deles que eu compreendi tudo que havia acontecido e dei uma guinada na minha vida. Eu nunca fui rica, só tinha ficado com a casa e mais um dinheiro na poupança que era pra manter meus estudos, acho que só cobriria as despesas de um semestre de Faculdade, portanto eu precisava de um emprego, eu tinha uma bolsa na escola de balé umas das melhores de Seattle, mais ainda tinha que manter as despesas de casa. Então comecei a procurar emprego, foi quando achei vaga em uma loja de artigos esportivos, era uma loja de renome, era da família Newton. Foi lá que conheci Mike Newton, um garoto muito bonito, tinha uma pele clara, olhos azuis e um cabelo de um loiro acinzentado; porém o que tinha de bonito tinha de prepotente e arrogante, chegava a ser nauseante. Mas eu suportava a presença dele e suas cantadas baratas, aquelas do tipo: “Gatinha! Você tem doce de goiaba na barriga? Porque você é um sonho”. Aquelas cantadas eram a treva.

... Já estava chegando o fim do meu terceiro ano na escola, estavam todos planejando o baile de formatura, eu tinha sido aceita em três ótimas Universidades, a Harvard University, a Yale University e a Dartmouth, estava muito feliz com tudo isso, fazia planos para as aulas, o campus que eu iria ficar. A Ângela estava namorando o Bem e eu estava radiante, porque amava aquele dois juntos. Fazia um dia frio, faltava um dia para o baile; por isso estava indo a escola para resolver os últimos detalhes. Eu fazia parte do grêmio estudantil. Hoje eu teria uma audição para solista de uma coreografia de uma Cia de Dança importantíssima. Saí da escola e fui direto para a aula de balé, fiz uma apresentação maravilhosa, tinha dançado com tanta maestria, posso até dizer que foi a melhor apresentação de toda minha vida e pra minha surpresa fui escolhida para solista. Estava tão feliz, que não cabia em mim tanta felicidade, fui parabenizada por todos e eu estava radiante, saí da escola e resolvi ir andando para casa. Liguei meu ipod e sai cantando, estava distraída ouvindo uma das minhas musicas preferidas “Iris” da banda goo goo dolls.

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De repente um homem apareceu em minha frente, ele era lindo, mas tinha um olhar cruel, recuei instantaneamente fazendo minha bolsa cair no chão. Ele se aproximou com um sorriso nos lábios e eu sentia que devia sair de dali. Recuei mais um passo e gritei para ele.
 
- Não encosta em mim.

Bastou eu dizer isso e seu sorriso aumentou, era como se ele sentisse prazer em me causar medo, fui tomada por um pânico terrível, me desvencilhei de suas mãos que já estavam próximas aos meus ombros e corri, mas em fração de segundos ele já estava parado em minha frente, sentir minhas pulsações aumentarem e era possível sentir o medo exalando pelos meus poros. Ele sorriu e disse.

- Estou sem paciência para joguinhos. Apesar de ser extremamente prazeroso lhe causar tanto medo. Mas já chega, cansei.

Eu me afastei mais uma vez procurando espaço para uma nova fuga, mas ele foi mais rápido do que eu e me parou puxando-me pelo braço. Ele tinha as mãos frias como gelo e já começava a queimar a minha pele, ele havia puxado com tanta força que eu sentia o meu ombro sendo deslocado, no meu pulso havia uma fratura exposta. Soltei um grito de dor e agonia, senti ele se aproximar mais, causando-me ainda mais pânico, não consegui falar nada coerente, os meus músculos estavam paralisados de tanta dor. Ele abaixou e eu senti uma forte dor na minha perna direita, sentia os ossos sendo quebrados, era uma dor insuportável. Ele tinha um olhar de satisfação e aquilo me deixava aflita, fechei os olhos bem apertados e sentia como se ele fosse me matar naquele instante. Foi nessa hora que eu ouvi a voz mais linda que já alcançou os meus ouvidos, era carregada de amor, era ao mesmo tempo grave e suave, acalmava meu coração, a minha alma. Ele tinha no falar a canção mais bela que já se ouviu.

- Nãaaoooo – Ele gritou para o homem que me machucava.

Senti eu corpo sendo lançado a quatro metros, cai com muita força em cima de galhos de arvores quebrados, eu tentei me mexer, mas havia dor em cada célula do meu corpo, abri os olhos com dificuldade, havia um galho atravessando meu peito, eu estava sangrando muito e sentia que meu corpo seria tomado pela inconsciência a qualquer momento. Virei o rosto lentamente para o lado. Foi quando o vi pela primeira vez, era ele o dono daquela voz, ele tinha o olhar mais belo que já existiu, tinha uma intensidade tão grande. Ele me olhava com um misto de dor, preocupação, desespero, raiva e amor. Ele tinha os traços perfeitos, então era ele o anjo que veio me buscar. Era isso eu estava morrendo, atrás dele havia muito fogo e subia uma fumaça muito escura. Ele foi se aproximando como se sentisse dor, mas sustentava meu olhar.
Meu coração foi batendo cada vez mais lento e eu podia sentir a minha respiração pesada, então era assim que era morrer. Ele se ajoelhou próximo a mim com tanto cuidado, eu tentei esboçar um sorriso, mas acho que foi mais uma careta. Fechei meus olhos lentamente guardando aquele olhar no âmago do meu ser. E a ultima coisa que eu ouvi foi àquela voz dizendo.

- Vai ficar tudo bem. Eu prometo.