“Às vezes tudo que precisamos é de um incentivo. Eu sempre fui a filha perfeita que o meu pai queria que eu fosse e até que funcionou bem por um tempo. Até isso estourar na minha cara. Não vou mais ser a priminha nerd do James muito menos a garota dispensável de um babaca qualquer. Algumas pessoas precisam de anos pra mudar de vida. Me dê um dia e veja o que eu posso fazer com isso.”

Rose Weasley.

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Rose Weasley levantou junto com o sol. Era o primeiro dia de aula do 6º ano e o dia de mostrar ao mundo sua mudança. Finalmente daria o primeiro passo da sua vingança. O dormitório estava silencioso e as garotas dormiam profundamente enquanto a jovem ruiva vestia o novo uniforme, que era um palmo mais curto do que o que as grifinórias normalmente usavam. Ela planejou tudo detalhadamente e garantiria que Jackson Wood recebesse o que merecia.

Aproveitando o silêncio do castelo, a ruiva se esgueirou para o corujal, se tudo corresse como o planejado até o café da manhã todas as pessoas que interessam iam receber uma linda foto do Jackson nu e saberiam quão pequeno o amiguinho dele era.

Saindo do corujal com um sorriso estranho, que alguns chamariam de perverso, algo que não combinava com a doce Rose Weasley, nesse momento era fácil perceber que ela não era mais a ruiva bonitinha orgulho da família Weasley. Apesar de que conhecendo os jovens Weasleys, prestar é como um desgosto. Nenhum deles vale nada. Rose Weasley agora sorria maldosamente e contava as horas para o café da manhã. E se quer saber minha opinião, ela fica bem melhor assim. Pena que ninguém estava lá para ver e quando ela terminasse sua vingança os jovens de hogwarts nem saberiam o que os atingiu.

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Scorpius Malfoy acordou mais nervosinho que o normal. Talvez porque hoje era o dia de escolher o novo capitão de quadribol da Sonserina e ele mal podia esperar pra saber o resultado. Claro que tinha certeza que seria o escolhido, afinal era o reizinho da Sonserina, mas como sua amiga Alice não cansava de dizer, o trono da sonserina era de gelo e ele sabia como ninguém que esse gelo facilmente poderia sucumbir, sempre tem algum secundário querendo a coroa. Apesar de que se Scorpius Malfoy caísse ele garantiria que toda Sonserina caísse com ele. Mas do jeito que as coisas estão, talvez isso não fosse tão ruim assim, a realeza sonserina sempre fica muito melhor depois de um desastre.

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James Sirius Potter ficou bastante surpreso quando viu sua priminha Rose se esgueirar pela saída da sala comunal tão cedo e decidiu verificar, afinal o rei da grifinória precisa se manter informado. Puxando a capa e o mapa rapidamente o moreno acompanhou os passos silenciosos da prima e assim que a menina saiu do corujal ele correu e encontrou uma coruja se preparando para voar. Seria cômico se alguém tivesse visto a ansiedade do jovem maroto ao puxar o envelope grosso, e acredito que seria mais cômico ainda se vissem o que este sutil envelope continha. James Potter foi surpreendido pela prima novamente e parece que isso viraria um hábito.

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O café da manhã do primeiro dia de aula não poderia ser mais agitado. Talvez fosse o calor do fim de verão ou talvez fosse essa sensação geral de que algo está pra acontecer. Seja o que for ninguém conseguia ficar parado.

Na mesa da Sonserina nossa ilustre realeza estava ainda mais agitada que o normal.

—De que horas vão dizer o nome do novo capitão? - Alice Rowle, mais conhecida como Cinderela malvada perguntou aos meninos. Albus, Scorpius e Michael não paravam de falar disso desde que saíram das masmorras e ela não aguentava mais.

—Espero que logo, não aguento mais ouvir sobre isso. - Giulia Flint, a princesinha da Sonserina, disse suspirando. Pena que nós sabemos que ela está mesmo irritada por causa dos olhares do nosso querido Mike para uma quartanista qualquer.

—Só na hora do almoço. - Albus disse enquanto fazia uma montanha de panquecas no prato.

—Já planejou a festa de comemoração, Scorp? - Alice perguntou animada, uma festa sempre era a melhor forma de começar o ano letivo.

—Na verdade estou contando com você pra isso. - Ele respondeu com o sorriso de lado que enquanto observava o salão.

—É bom que essa festa seja boa, Lice. - Giulia disse emburrada. Mike havia saído discretamente de perto deles e agora sentava ao lado da quartanista.

—Quem vocês acham que vai ser o capitão da Corvinal? - Albus perguntou olhando pra mesa da corvinal que estava bastante quieta, aparentemente não era só na Sonserina que estavam todos apreensivos.

—Não faço a menor ideia, mas já sei como vou ganhar deles. - Scorpius disse com um sorrisinho de lado.

—Cuidado, Scorp, quanto maior a expectativa maior é a queda. - Albus disse piscando maroto e o loiro revirou os olhos. Mais um dia normal com as implicâncias de Albus e de Scorpius. Até chegarem as corujas, é claro.

Eles continuaram conversando amenidades sem saber que hoje iria ser o dia que mudaria a vida deles. Há quem diga que foi o dia que tudo desabou, mas se quer saber a minha opinião, um pouco de caos não faz mal a ninguém. Ou como dizia Shakespeare “inquieta é a cabeça que usa a coroa”.

Mas na mesa da grifinória James Sirius Potter não podia estar mais sorridente e não aguentava mais esperar as malditas corujas.

—Porque está sorrindo tanto, JS? - Fred Weasley, a outra metade de James Sirius perguntou levantando as sobrancelhas. Eram melhores amigos desde sempre e apesar de James ser o líder e o chamado rei da Grifinória, Fred não ficava muito atrás. E o segundo lugar servia perfeitamente para ele.

—Você vai descobrir jajá. - James viu a saraivada de corujas se aproximando e sorriu mais. Bem feito, Wood. É isso que dá mexer com uma Weasley. Ele pensou bebericando o suco de abóbora batizado que era seu ritual de toda manhã mas mal sabia ele que essa Weasley em questão estava apenas começando.

Do outro lado da mesa Rose e Roxie observavam o salão em silêncio, a famosa calmaria antes da tempestade. Mas apenas Rose sabia exatamente o que ia acontecer, já que ela preferiu surpreender a melhor amiga. Só o que a morena havia entendido é que algo grande estava vindo e ela mal podia esperar. Quando as corujas chegaram Rose abriu um sorrisinho e se posicionou melhor para assistir a cena.

Até que se deparou com seu primo, James Sirius, o rei da grifinória, a encarando sorridente. No mesmo instante Rose soube que ele sabia. E que ele estava orgulhoso dela. Ele levantou o copo de suco de abóbora em saudação e ela fez o mesmo, sorrindo e piscando pra ele. O veneno pode até ser características das cobras mas as más línguas dizem que a pequena Rose Weasley tem de sobra. Talvez JS não estivesse tão sorridente se soubesse o que ela planejava, afinal o plano dela não é só derrubar Jackson Wood. Ela não quer mais ser só a priminha nerd, nem se contentar em ser só da realeza como Roxie e Fred fazem. Ela quer ser a rainha e não apenas da grifinória. E ela não vai parar até conseguir.

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Enquanto as pessoas abriam suas correspondências e exclamavam surpresas Scorpius Malfoy observava seu inimigo declarado, James Sirius, mas este não lhe deu um pingo de atenção, estava muito ocupado encarando alguém na ponta da mesa. Seguindo seu olhar o loiro avistou a priminha nerd de James, Rose Weasley, que estava muito sorridente para alguém que a última aparição pública foi uma humilhação imensa na frente da escola toda. O que você está aprontando, Weasley?

O jovem Malfoy foi arrancado de suas observações quando Giulia deu um grito de surpresa.

—Mas que diabos, G? - Albus perguntou tomando o papel das mãos dela e se engasgou com o suco enquanto começava a gargalhar. Uma comoção tomava conta do café da manhã e as pessoas começaram a levantar e conversar sobre as fotos que tinham acabado de chegar.

—Não acredito que seja tão pequeno! - A princesinha comentou rindo enquanto observava a imagem que claramente havia sido tirada com uma ótima câmera devido à resolução quase perfeita.

—Não sei não, esses caras machões sempre tem o amiguinho pequeno… - Alice disse e se virou pra Scorpius rindo, esperando que ele reclamasse com ela já que ele era o “machão” do grupo, porém Scorpius estava ocupado encarando fixamente Rose Weasley que continuava com um ar de riso porém agora bem mais discreto. Nosso reizinho não perde tempo e parece que já descobriu a culpada. Ela, diferente de todo mundo, mal reagiu quando as fotos foram entregues, ficou apenas observando o movimento no Salão Principal como um maestro observa sua orquestra, com um sorrisinho de lado e um olhar que Scorpius não conhecia.

Roxanne havia se levantado para discutir a foto com Fred e a ruiva decidiu que não iria esperar, não sabia exatamente o que dizer para a melhor amiga. Saiu discretamente do salão e só então se permitiu verdadeiramente sorrir. Um sorriso que teria sido deslocado no rosto da antiga Rose Weasley, mas que nessa ficava perfeito. Um sorriso tão maldoso quanto ela.

Rose não queria que ninguém soubesse o que ela estava fazendo agora, precisava que acreditassem que ainda era a doce e inocente priminha do James para que confiassem nela e assim o plano sairia exatamente como planejado. Seu único erro foi subestimar Scorpius Malfoy e esquecer que nada acontece nessa escola sem que ele esteja sabendo.

Assim que dobrou o corredor uma mão forte agarrou seu pulso e foi puxada para uma sala vazia paralela ao Salão. Estava tudo escuro e ela se não conseguia ver nada mas sabia que quem a havia puxado não estava a mais de dois metros e pela força era um menino.

—O que você quer? - Ela perguntou séria vendo que ele não ia falar nada.

—Eu sei o que você fez, Weasley. - Scorpius falou com sua típica voz arrastada que ele havia herdado do pai.

—Malfoy… - Ela suspirou, de todos que poderiam descobrir tinha que ser logo seu maior inimigo? O que, infelizmente, seria mais difícil de destruir. - Não faço ideia do que você está falando.

Scorpius Malfoy se afastou e abriu uma janela, com o brilho suave da manhã parecia uma cópia do pai: alto, branquelo e com os cabelos loiros platinados, mas diferente do pai que era todo quieto e recluso, Scorpius aprendeu cedo que as portas se abrem bem mais facilmente para pessoas que tem um certo charme e depois da Guerra foi preciso muito charme da mãe dele para fazer a família Malfoy voltar ao topo. E felizmente para ele o loiro herdou tanto o jeito manipulador dos Malfoy quanto o charme misterioso dos Greengrass.

—Então não foi você quem espalhou as fotos do Wood? - Ele perguntou escorado na janela com um sorrisinho de lado e a ruiva apertou os próprios dedos com força embaixo da roupa, não podia demonstrar fraqueza. Essa Rose Weasley não fraqueja! Ela pensou se aproximando do Malfoy. Dizem que palavras tem poderes e pelo bem de Rose Weasley, espero que tenham.

—Você sabe que eu não faria isso, Malfoy. - Ela disse o mais casualmente possível mas Scorpius sabia ler as pessoas e reparou numa falha rápida na fala dela. Peguei você! Ele pensou dando seu sorriso afetado.

—Mas diferente de mim, Weasley, você tem motivos. - Ele disse sabendo que estava certo e que tinha ganhado. - Acho que você não esqueceria nem tão cedo toda a humilhação do último dia de aula.

—Não vivo no passado e caso não saiba tenho um coração de ouro, pergunte a qualquer um. - Ela disse mas sabia que não podia convencê-lo. Ele havia pegado-a no flagra. Decidiu mudar a abordagem, poderia tentar fazer um acordo ou algo assim. Pobre Weasley, não sabe ainda que nada bom acontece quando fazemos um pacto com um diabo. OPS, quer dizer, um acordo com um Malfoy.

—Sei que você está aprontando alguma e vou descobrir qual é. - Scorpius disse debochado. - Tome cuidado, Weasley, se eu descobri outros também podem… Se vai jogar esse jogo tem que jogar direito.

—Eu sei o que estou fazendo, Malfoy. Seria muito melhor se você simplesmente fosse cuidar da sua vida. - Rose estava furiosa. No primeiro dia já havia sido descoberta! Mas ela iria dar a volta por cima e fazer Malfoy engolir as próprias palavras.

—Não parece… mas vou te dar um conselho… - Scorpius disse enquanto se encaminhando para a porta. - Tome muito cuidado com o que faz, a realeza não é tão reconhecida a toa.

Antes que Rose pudesse responder ele já havia saído. Maldito Malfoy! Rose pensava mas no fundo sabia que ele estava certo. Ia subir pro quarto e revisar todo o plano, não poderia ter mais falhas.

—Você não perde por esperar, Doninha.

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Aimee Dousseau não poderia estar mais perdida. Havia acabado de chegar em Hogwarts e apesar de ter adorado o castelo e ter achado tudo muito bonito, não fazia a menor ideia de onde deveria ir. Estava tudo muito silencioso então imaginou que os alunos já estivessem em aula, respirou fundo, arrumou as vestes recém adquiridas e rumou para a entrada do castelo lembrando da carta de Domi que ela entregaria para alguém da família, secretamente esperando que isso ajudasse a fazer amizades. Era melhor Domi ter mandando uma armadura porque a aluna nova chegou no começo de uma guerra.

E assim que Aimee entrou na escola duas crianças correram para avisar aos seus “chefes”. Uma menininha da Sonserina estava sentada lendo quando viu uma aluna nova com vestes de Hogwarts chegar atrasada enquanto o garotinho da grifinória estava procurando algo interessante pra fazer quando viu a recém chegada e um pouco além reconheceu uma menina da Sonserina. Sabia que tinha que correr e contar ao James antes que ela conte ao Malfoy, afinal até as crianças entendem que conhecimento é poder.