Resgate escrita por Tulipa


Capítulo 19
Dezenove


Notas iniciais do capítulo

Oi



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⎊ Pepper Potts ⎊



Eu nunca me senti tão exausta, mas também nunca me senti tão feliz, nem nos meus melhores sonhos imaginei ser tão amada assim. É claro que eu já chorei de desespero e medo de não dar conta, mas é reconfortante saber que as três pessoinhas são tão dependentes de mim, e mesmo se nada der certo eu ainda serei amada da mesma maneira.  Não planejei a gravidez de nenhum deles, eles apenas chegaram, e eu fui arrebatada, os três, em momentos diferentes chegaram pra me mostrar que o meu caminho vai além do que eu consigo enxergar. Se é pra falar de amor, preciso falar dos três.  

 

Morgan é amor da cabeça aos pés, uma criança com sensibilidade tão aguçada que me deu a força que eu precisava pra mudar a nossa história, que sentiu a chegada dos irmãos antes que eu revelasse qualquer suspeita. Mas agora ela tem perdido espaço na nossa cama, no sofá,  no colo e até no carro, porque chegaram mais dois, e nós, os pais, estamos fazendo o máximo pra nos dividir entre três pra que ela não sinta que está perdendo nada. 



Faz quase um mês que os nossos pequenos chegaram, e a minha pequenininha tem a sorte da mãe ser o equilíbrio entre os outros moradores dessa casa, afinal de contas quem os convenceu de que a decoração do quarto e as roupas que estavam guardadas há meses nos armários serviam pra ambos gêneros fui eu. Também tive que ser o equilíbrio quando meu marido insistia que a nossa maior não podia faltar na escola,  quando tudo o que ela queria era ser uma irmã mais velha em tempo integral, a fase durou uma semana e a psicóloga do colégio apoiou a minha decisão em incluí-la na rotina nos primeiros dias dos bebês. 

 

Quando criamos a nossa rotina eles deixaram de serem resmungões e agora são o melhor parzinho do mundo, está certo que eles me sugam o quanto podem, mas há noites em que  só acordam uma única vez durante toda a madrugada, são como dois ursinhos hibernando. Nesse momento estou sentada em minha cama, com a almofada de amamentação sobre o colo, um bebê em cada seio, uma garotinha que tagarelava até há pouco,  mas dormiu deitada agarrada às minhas pernas.

 

—Toda noite a mesma cena.— ele comenta ao sair do banho. 

 

—Bem, você sabe o que fazer.— eu digo, e então ele faz três viagens e leva um filho para o seu respectivo quarto de cada vez. Me levanto,  coloco a almofada de amamentação sobre a poltrona, vou ao toalete e me preparo para deitar. Achava que não daríamos conta, mas estamos nos virando bem sem babá, embora seja desgastante, no entanto,  ver o Tony usando sling pra carregar os nossos bebês é bem fofo. 

 

—Tudo bem, ninguém acordou no meio do caminho hoje.— ele diz ao voltar, então ocupa o seu lugar em nossa cama, o cheiro de bebês se dissipa e fica no ar um cheiro que é só dele, me aconchego em seu peito. 

 

—Hummm— murmuro inalando o seu aroma. 

 

—Dois.— ele brinca —Baby, o que a gente pode fazer amanhã? 

 

—Amanhã?— eu bocejo —Acordar, amamentar, arrumar criança pra ir pra escola, fralda suja, amamentar…

 

Não me lembro em que ponto da nossa tentativa de conversa eu apaguei, mas o meu dia é exatamente como descrevi, na verdade não há como planejar um dia além de como tem sido. Quando acordo, Tony já não está mais na cama, peço pra Sexta-feira informações sobre as crianças, descubro que as meninas já estão acordadas,  mas o pequeno ainda dorme, arrisco uma ducha rápida antes de descer. Parece que ele adivinha, Valentin começa a chorar no instante em que estou me vestindo, visto uma blusa de alças finas, calço os chinelos e vou ao quarto deles. O choro cessa quando troco sua fralda, e então tudo o que ele quer é mamar.

 

—Você tá aí, né?— Morgan diz ao surgir na porta do quarto —A gente tá tomando sol, mas o  papai não consegue mais controlar a minha irmã.

 

—Ela está com fome, já vou descer.— aviso. 

 

—Tá  bom.— ela se vira pra sair.

 

—Ei, mocinha, e o meu bom dia?— pergunto, ela volta beija a mim e ao irmão antes de sair.

 

—Vamos descer pra dar bom dia, garotinho?— eu brinco com Valentin —Afinal eu não sou exclusividade sua.— me levanto, o coloco no bebê-conforto e desço —Bom dia.— digo pro outro homem da minha vida. 

 

—Bom dia.— ele me beija castamente —Vamos trocar?— ele pega o Valentin, eu pego a Alice e me sento na poltrona na varanda, então ela gruda no meu outro seio. Eva surge trazendo uma bandeja, e a coloca na mesinha ao meu lado.

 

—Bom dia, Sra Stark.— ela sorri.  

 

—Bom dia, você é um anjo, sério,  obrigada.— agradeço, afinal ela tem sido mesmo espetacular. Eva foi blipada, e quando voltou havia perdido o emprego, às vezes,  sendo bem egoísta eu penso "que sorte a nossa", mas quando bate a insegurança penso que ela é uma linda latina de cerca de 40 anos sob o mesmo teto que eu,  durante o puerpério, e meu cobiçado marido. 

 

—Saco vazio não pára em pé.— ela sorri, até seu sorriso é bonito, e a minha Morgan também adora ela, é quase impossível não  me sentir ameaçada pela presença dela, mas eu sempre tento mudar meu modo de pensar. Fome. Estou com fome, a primeira coisa que me atrai é uma salada de frutas e está deliciosa. E assim eu tomo café,  enquanto Alice toma café. 

 

Depois do almoço,  Tony levou a Morgan pra escola, só que diferente dos outros dias ele demorou um pouco mais pra voltar. Não sei se ele sente o mesmo a meu respeito, mas eu sinto saudade dele, de nós,  casal, às vezes é como se a rotina me consumisse fazendo com que eu perca a noção do tempo. Do meu tempo, no caso, porque tudo o que diz respeito aos pequenos tornou-se prioridade. Ele finalmente chega,  e ao me ver saindo percebo que ele desiste de tirar algo do carro. 

 

—Não sei de onde saiu tanto carro hoje, mas...— não o deixo terminar de justificar, faz parecer que ele estava fazendo algo errado e eu não quero pensar nisso, então eu o beijo de maneira urgente. 

 

—O que foi?— ele pergunta confuso. 

 

—Não esquece que eu te amo.— respondo. 

 

—Sempre vou me lembrar, se você lembrar.— ele diz, de maneira impassível, e então entra em direção a cozinha, eu até estava indo atrás dele, mas um dos bebês acorda e eu mudo a rota em direção à escada. 

 

Hoje foi um dia daqueles. Não foi fácil, mas ninguém disse que todos os dias seriam tranquilos. Morgan chegou da escola pedindo por atenção,  mas parece que hoje todos eles estavam implorando atenção, inclusive o meu marido. São nove e pouco da noite e eu já estou sentada em minha cama, não fiz nada além  de cuidar deles, há três crianças, uma delas cantarolante, que parecem que não vão dormir tão cedo, em volta de mim. 

 

—Mamãe,  se eu tenho o cabelo da cor do papai, e o Tim-tim tem o cabelo da sua cor, o cabelo da Alice vai ser de qual cor?— Morgan pergunta enquanto brinca com os irmãos. 

 

—Acho que castanho-claro.—  respondo, até porque a minha bebê não é completamente careca como a irmã dela insiste em dizer. 

 

—Mas essa cor é de quem?

 

—Uma mistura da minha família com a família do papai, eu acho.— eu digo —Por falar nisso,  cadê seu pai? 

 

—Tá lavando a louça.— ela responde. 

 

—Porque se a Eva ainda esta aqui?

 

—Pra ajudar a Evinha, oras.— a espertinha responde uma insegurança que eu não deveria ter verbalizado —Você disse que com os nenéns em casa a gente tinha que se ajudar, lembra? 

 

—Lembro.— respondo. 

 

—Mamãe, a gente é um arco-íris de filhos, né?— ela indaga e eu apenas a observo intrigada querendo entender o motivo da observação —Porque a gente tem um cabelo de cada cor.— ela ri, eu rio, agora entendi —Dá pra ter um bebê de cabelo rosa? 

 

—Naturalmente não.— respondo —Ninguém nasce de cabelos coloridos como um arco-íris de verdade,  tipo, azul, verde, roxo...

 

—Vi uma mulher de cabelo roxo uma vez.

 

—Porque ela pintou,  quando você for grande também vai poder pintar os cabelos.

 

—Mas eu sou grande.— ela contrapõe. 

 

—Grande com uns 15 anos, por enquanto você tem apenas 5.— eu digo, ela me lança uma carinha de como quem diz "Tudo bem" e então volta a cantarolar para os irmãos. De repente, olho pro celular e passa das dez da noite, não há louça que demore tanto pra ser lavada —Filhota, olha seus irmãos pra mamãe?  

 

—Tá.— ela diz distraidamente. 

 

—Já volto, está bem, não precisa mexer neles, ok?— eu morro de medo que  ela tente os pegar no colo sem mim por perto. Me levanto, e quando caminho até a porta, ouço barulho de carro lá fora, Eva finalmente foi embora, quando chego ao corredor dou de cara com o meu marido. 

 

—Aonde você vai?— ele me pergunta.  

 

—Ia ver se vocês precisavam de ajuda, porque a demora?

 

—A torneira espanou e estava pingando,  tive que mexer nela, não dava pra desperdiçar água a noite toda,  não é?— ele justifica, cheira a desculpa esfarrapada como o trânsito de hoje à tarde —Por falar em água,  preciso de um banho.— ele não me beija, e entra no quarto —Eita, todo mundo acordado ainda, que beleza. 

 

—Vou dormir só amanhã.

 

—Vou vender os seus brinquedos.— ele retruca ironicamente. 

 

—Mamãe?— ela choraminga pra que eu intervenha.

 

—Ele está brincando.— eu digo —Mas já está na hora, quer que a mamãe conte uma história?  

 

—Quero.— ela diz —Ok, só vou trocar a fralda do bebês,  e enquanto a mamãe amamenta você curte uma história.— informo. E assim eu fiz, logo estava com uma cria em cada peito, e outra deitada agarrada em minhas pernas. 

 

Como sempre ele demora no banho, porque fazer a barba que era um hábito matutino transformou-se num hábito noturno, ultimamente,  à noite temos mais tempo. Quando Tony volta ainda não há ninguém dormindo. 

 

—Cabem cinco nessa cama?—Tony pergunta ao ocupar o espaço vago, então a Morgan para de prestar atenção na história e eu a perco pra ele —Você ama fazer isso, não é?— ele pergunta enquanto ela acaricia o cavanhaque dele. 

 

—Você é cheiroso.— ela diz, sim ele é —E fez doce.

 

—Não fiz, não.

 

—Eu vi o doce que você fez, sujou  um monte de coisa.— ela diz —Queria um pouco. 

 

—Doce?—eu pergunto.  

 

—Eva deixou a sobremesa do almoço de amanhã pronta, foi isso o que ela viu.— ele explica —Você vai comer amanhã.

 

—Queria hoje.

 

—Você devia querer dormir hoje.— ele diz —Como os seus irmãos,  olha como eles são lindos dormindo. 

 

—Eles não estão dormindo, estão mamando.— ela diz. 

 

—Na verdade, a mocinha já parou de sugar, mas o esfomeadinho ainda não.— informo —Amor, pega ela aqui.— eu peço, ele prontamente se levanta. 

 

—Já está no País das Maravilhas a menina Alice.— ele comenta ao pegá-la, parece estar impaciente com a falta de sono das crianças —Posso levá-la?— aquiesço. 

 

—O que tá acontecendo com o papai?— Morgan pergunta, até  ela percebeu. 

 

—Não sei.— respondo —Mas está mesmo na hora da Srta dormir, nisso eu concordo.

 

—Mais alguém?— Tony pergunta ao voltar, percebo que Morgan imediatamente fecha os olhos —Tem mais alguém dormindo?— ele faz cócegas nela, ela se encolhe,  chega a rir, mas mantém os olhos fechados. 

 

—Valentin acaba de me soltar,  mas ainda está acordado, quer tentar  fazê-lo dormir enquanto eu tomo banho?— eu pergunto, e o pai prontamente pega o nosso garotinho —Quer ajudar o papai a cantar pra ele,  Maguna?

 

—Quero.— ela responde,  e quando caminho pro banheiro a ouço cantando Somewhere over the rainbow. 

 

Desde que eu me tornei mãe esse se transformou no meu momento, mesmo que às vezes não seja só meu, mas é no banho que me permito relaxar, por mais que algumas vezes ele dure bem pouco. Eu apenas relaxo, aceito as minhas limitações e dificuldades, assim tudo fica mais leve, não mais fácil, apenas mais leve. É nessa hora me dou conta de que, eu gerei dois seres de uma só  vez, ainda assim a armadura de super-heroína não me pertence mais. Me doo, me divido e me reinvento porque estou tentando acertar, e lido com o meu corpo que, depois de ser casa de três crianças, nunca mais voltará a ser o mesmo. 

 

Quando o meu momento acaba não há mais ninguém em minha cama, vou ao closet, visto uma camisola, vou ao quarto das crianças, e cada uma está em seu lugar, mas nenhum sinal do pai delas. Decido ir à cozinha, mas  simplesmente paro ao ver meu marido sentado ao sofá, em meio a nova decoração da sala, há balões dourados presos ao teto, seis balões, e em suas fitas há cartões pendurados.

 

—O que é isso? 

 

—Mesmo que você se esqueça,  eu não me esqueço.— ele me diz, então me aproximo dos balões e percebo que os cartões são fotos, e no primeiro há uma foto minha. Me lembro exatamente do dia em que usei esse vestido, mas nunca soube da existência dessa imagem —Eu tenho a nítida lembrança de todas as vezes em que me vi perdidamente apaixonado por alguém,  essa foi a primeira, e eu nunca gostei de azul.— ele diz. 

 

—Mas foi um presente seu, lembra?— pergunto ao me sentar ao lado dele. 

 

—Indiretamente.— ele diz, porque ele, enquanto meu chefe, nunca soube o que me dar, então sempre dizia "Compre o seu presente, sou péssimo com isso" —Mas eu me tornei muito melhor com presentes e surpresas, não foi? 

 

—Sim, amei essa surpresa, mas…

 

—Mas?— ele pergunta, não quero frustrá-lo, porque ele se dedicou tanto, agora entendo a pressa em fazer as crianças dormirem, e as desculpas durante o dia —Baby?

 

—Acha mesmo que eu esqueceria nosso aniversário?

 

—Você esqueceu.— ele acusa, parece até ressentido. 

 

—Claro que não.— eu digo —Nos casamos em 14 de maio, na primavera,  faltam dez dias.— e é impossível que eu esteja errada. 

 

—Não foi 04?— ele pergunta confuso.  

 

—04 é a data do segundo casamento,  04 outubro, comecinho do outono.— eu digo.

 

—Sério?— agora ele parece incrédulo e confuso. 

 

—Bem, nós casamos duas vezes, é fácil confundir.— eu digo —Já disse que amei?  

 

—Já.

 

—Já disse que eu te amo?— eu me sento em seu colo e o beijo. No começo ele é  carinhoso, e então o beijo se torna exigente, quente, eu conheço essa sensação de querer mais e então ele me deita sobre o sofá,  seu corpo sobre o meu parece maior e mais pesado, as mãos dele estão em brasa ou talvez seja eu, meu corpo respondendo ao seu toque, falta fôlego e eu recobro o pouco de sanidade que me resta —Eu te amo demais.— reforço —Mas estamos na sala…

 

—Eu sei, mas era só um amasso.— ele diz. 

 

—Que fatalmente evoluiria, e estamos de resguardo.— não sei se falo pra recordar a ele ou a mim, ajeito os meus cabelos e olho ao redor. Adoro o fato dele me desejar tanto, amo que ele tenha me feito essa surpresa, ainda que na data errada.  

 

—Ok, prometo não avançar o sinal.— ele diz e eu rio —O que foi? 

 

—Você se expressou como se fosse um cara muito mais velho e eu a sua namoradinha inocente.

 

—Só  que você não tem nada de inocente.— ele me beija —Não vou avançar,  mas não posso garantir que não vá te beijar, ou tocar.— ele diz —Posso te tocar? 

 

—Claro.— respondo —Quero que você me toque sempre, nunca vou deixar de querer isso. Quero você perto, mesmo se não for algo sexual.— o beijo de volta, feliz de ainda sermos nós, por falar em nós, me levanto pra ver os outros cartões. Ele vem pra perto de mim, no segundo há uma foto nossa, na mansão em Malibu, talvez seja a nossa primeira foto como casal. O terceiro cartão é do dia do nosso casamento, o primeiro. O quarto cartão é a nossa primeira foto em família,  eu, ele e ela. No quinto cartão nós estamos nos casando de novo. E no sexto somos cinco. Ele tem razão, se tornou muito melhor com presentes e surpresas.

 

—Eu queria encher essa sala com todas as nossas lembranças.— ele diz ao me abraçar.

 

—Tenha certeza de que sinto ela assim agora,  não só desses seis anos oficiais, mas dos anteriores também.— garanto a ele —Obrigada por lembrar, mesmo que eu não tenha esquecido.— Tony ri contra o meu pescoço. 

 

—Ainda tem mais.— ele informa e vai até a cozinha —Li que no aniversário de seis anos se comemoram Bodas de Açúcar, então fiz seu doce favorito. 

 

—Mentira? 

 

—A Eva me ajudou, claro.

 

—Por isso ela ficou até tarde?— pergunto. 

 

—Sim e não.— ele responde —A sua filha me viu fazendo…

 

—Minha filha?— ele assente —Achei que fosse nossa?

 

—Hoje ela foi só sua, a desconfiança em pessoa.— ele diz —Eva me ajudou e só ficou pra fazer mais pra "Moranguinha".— Tony esclarece. 

 

 —Me sinto idiota pelo ciúme.— penso alto. 

 

—Nunca haverá ninguém além de você.— ele me pega pela cintura —Quer dizer...— Tony me lança o sorriso lateral que sempre me encantou. 

 

—Tem mais duas.— eu sorrio —Você me fez Tiramisù, eu me casaria novamente com você agora.— eu o beijo. 

 

—Acho uma afirmação arriscada, afinal pode não estar tão bom.— ele diz apreensivo, me sento no sofá com a taça de doce em minhas mãos e na primeira colherada vou ao céu e volto.

 

—Huuummm, amor! Que delícia!— eu digo, ele está me olhando como se quisesse me devorar e eu gosto disso —Que cara é essa? 

 

—Você gemeu como quando nós estamos...— ele engole em seco, talvez porque me prometeu não avançar o sinal, ainda assim toma o doce das minhas mãos e me toma de novo, o nosso beijo agora tem mais sabor. Poderia ter sido um beijo mais longo,  mais quente, mas fomos interrompidos.

 

—Quem tá fazendo aniversário?

 

—Vou vender os brinquedos dela, é sério.— ele diz antes de virar em direção a escada —Morgan H. Stark, nós tínhamos um acordo. 

 

—Eu contei os carneirinhos.— ela diz, manhosa —Só que eu ainda não sei muitos números.— eu só consigo rir, porque ele amolece diante da doçura dela, estico os braços pra que ela venha até mim  —Posso comer um pouquinho?

 

—Pode.— ele diz ao entregar a taça pra ela, que imediatamente se delicia, ainda bem que estávamos bastante comportados, tenho certeza que ela não viu nada demais.  

 

—Quem tá fazendo aniversário?— ela pergunta novamente.

 

—Ninguém.— Tony responde. 

 

—Então é  uma festa de desaniversário?— aquiesço —Como no livro da Alice, né? 

 

—Exatamente.— afirmo. 

 

Ficamos os três sentados na sala como antigamente, expliquei pra ela o porque dos balões, das fotos e da sobremesa, e embora houvesse um pouco de café na receita, após ouvir a nossa história ela apagou. 

 

—Vamos subir?— ele me pergunta —Antes que mais alguém acorde.

 

—Vamos.— concordo —Mas antes...— eu o chamo com o indicador e ele se aproxima —...Feliz desaniversário pra nós. 



—Feliz desaniversário.— ele sorri contra os meus lábios.

 


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Notas finais do capítulo

Estamos realmente chegando ao fim, temos mais 05 capítulos, ok?

Até mais ♥



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