Resgate escrita por Tulipa


Capítulo 18
Dezoito


Notas iniciais do capítulo

Se eu desse nome pros capítulos o nome desse seria Howard is a girl. Hahahaha.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/777832/chapter/18

⎊ Tony Stark ⎊




Cortar o cordão umbilical é desligar o bebê dela e liga-lo a mim,  sou eu quem o tem nos braços primeiro, sei que chorar é natural ao nascer, mas tudo o que eu quero é protegê-lo pra que ele nunca mais chore. Ele é meu,  meu filho, meu Valentin, e ao mesmo tempo é tão dela que é todo ela, ruivo como ela e não há como eu não me apaixonar à primeira vista. Estou completamente apaixonado por esse chorão.  E quando o entrego pra Pepper é a vez dela se derreter de amores por ele.  

 

Ficamos babando no Valentin até que a enfermeira vem pegá-lo. Pepper está exausta, mas ainda falta o pequeno Howard, as contrações retornam, porém ela parece não ter mais tanta força.

 

—Estamos quase lá, baby.— eu a beijo na têmpora enquanto ela  aperta a minha mão —A gente nunca desiste, você nunca desiste, então faz só mais um pouquinho de força.— eu a abraço, tentando lhe transmitir toda a força necessária, ela começa a chorar, e então faz força e morde o meu ombro,  acho que ela nem se dá conta. 

 

—Nasceu.— a Dra anuncia, mas Howard não chora como Valentin.  

 

—Porque ele não está chorando, Tony?— sua voz está aflita,  então eu a deixo pra ir até a Dra Paris, que também está calada, ela apenas olha pra nós,  pra ela, abre a boca, mas não articula qualquer palavra —O que está acontecendo?!— Pepper grita agoniada, não posso acreditar no que estou vendo,  corto o cordão, assim como fiz com Valentin, fico me perguntando o que é que nós víamos em todos aqueles exames —Tony?!— ela grita e eu saio do transe.  

 

—Baby, o Howard...— a Dra Geller me entrega o bebê. 

 

—Ele está bem, está respirando?— ela quer saber. Sim, ele,  ou melhor, ela está respirando, e resmungando, mas é quase inaudível.  É quase careca, mas ainda assim uma menina, não tenho qualquer dúvida, uma linda garotinha —Tony?!

 

—Howard é uma menina.— revelo. 

 

—Como menina?— ela está espantada. Eu ia entregar a bebê pra Pepper, mas o pediatra a pega  dos meus braços, o choro que nós não havíamos ouvido finalmente começa, seus pulmões parecem potentes —Me dá o meu bebê, ele está chorando.  Dra Geller, me deixa ver o meu bebê?— ela também começa a chorar.  

 

—Ela demorou um pouco pra chorar, então precisamos nos certificar de que está tudo bem.— a Dra Geller informa. 

 

—Mas ele, ela, está chorando agora, me deixa olhar pro meu bebê, por favor?— Pepper suplica, não demora o pediatra traz a bebê de volta. 

 

—Não foi necessário aspirar.— o pediatra informa —Ela está ótima.— ele garante e entrega a bebê para Pepper.   

 

—Oi.— ela diz ainda chorando —Oi, menininha, a irmã mais desejada do mundo, você brincou de esconde-esconde com ela por todo esse tempo, não foi?— ela pergunta correndo o nariz pelo rostinho da bebê, que gruda assim que Pepper se aproxima de sua boquinha —Acho que tem alguém com fome...— ela aproxima a bebê de seu peito —...Tem alguém com muita fome.— ela constata quando a menina mal dá tempo da mãe exibir o seio e já o abocanha. Valentin, que estava dormindo até então, começa a chorar. Talvez seja fome também, ou ele já deve ter sentido que não é mais o único —Me dá meu filho?— ela pede e a enfermeira o entrega, Valentin  é tão faminto quanto a irmã, e a mãe deles, a minha esposa, minha heroína, com certeza deve estar se sentindo plena nesse momento, apesar de exalar exaustão. 

 

—Eles são,  lindos, Virginia, parabéns,  mas lhes devo uma explicação, não é?— a Dra Geller se manifesta. 

 

—Na verdade...

 

—Sim.— digo sobre a fala da Pepper. 

 

—Bem.— a Dra começa —É comum confundir o sexo do bebê no início da gestação, o órgão genital ainda está em formação, é até mesmo o cordão umbilical pode atrapalhar…

 

—E nós só vimos o sexo de um deles, nitidamente,  no início da gravidez.— Pepper se lembra. 

 

—Nem tão nitidamente, né?— observo. 

 

—Sim, por isso sugeri o exame de sexagem fetal quando o bebê começou a se esconder, lembram-se?— a Dra questiona, é verdade, mas naquele dia do primeiro ultrassom a minha maior preocupação era me acertar com a Pepper e depois da nossa conversa,  da escolha do nome dos meninos, tudo pareceu tão certo que o exame de sexagem caiu no esquecimento. Fico pensando em como teria sido se soubéssemos, se a Morgan soubesse. 

 

—A Morgan vai pirar.— eu digo. 

 

—Ela vai sim.— Pepper sorri —Ela já pode vê-los?

 

—Assim que vocês estiverem no quarto.— a Dra avisa —Anthony, agora você precisa sair, nós vamos esperar os bebês terminarem a ceia.— ela brinca, olho no relógio e passa da 1h da manhã —Então vamos preparar mamãe e bebês para irem pro quarto.  

 

—Ok.— eu digo —Vou ver a nossa menina, nossa outra menina.— eu a beijo —Você foi incrível, obrigado por tudo, eu te amo demais. 

 

—Eu te amo mais.— ela devolve o meu beijo —Não conta pra ela ainda, tá?

 

—Tudo bem.— eu digo —Até daqui a pouco.  

 

Quando chego a sala de espera a única pessoa que encontro é a Natasha, que prontamente explica que mandou Happy levar a minha filha pra dormir no apartamento da May. 

 

—Peter estava numa poltrona com a Morgan, May em outra, e o Happy babava naquele sofá.—  a não tão fria espiã russa permaneceu acordada, ela é treinada pra encarar situações adversas afinal —E então, como eles estão,  está tudo bem, a Pepper está bem? 

 

—Está sim, ela foi uma guerreira, eles são lindos,  Howard é menina.— respondo. 

 

—É o quê?!— acho que essa pergunta vai surgir sempre que eu contar, explico —A Morgan vai amar, é tudo o que ela queria.— Natasha sorriu —Parabéns, Tony.— ela me abraça. 

 

—Obrigado.

 

—Que horas deve ser em Londres?— ela saca o celular e busca em seus contatos —Steve precisa saber que Howard Stark é uma garotinha, a vida é muito engraçada mesmo.— ela se afasta com o telefone em sua orelha —Steve,  você não vai acreditar...— e então a delatora some do meu campo de visão, procuro um lugar pra me sentar, também estou exausto.  



Howard é menina, irônico,  me vem à mente a lembrança de já ter  ouvido meu pai dizer à minha mãe uma vez que preferia uma menina,  estava guardado no meu inconsciente, talvez por isso eu também achasse que menina seria mais fácil. 

 

Ser referência, criar alguém,  menino ou menina, nunca será fácil, descobri isso há cinco anos.  Redescobri há alguns meses quando me sacrifiquei pra garantir um mundo melhor pra minha filha e teria feito o mesmo por um garoto, na verdade eu fiz. Faria novamente se precisasse, porém espero nunca mais precisar.

 

Eu nunca vou saber como foi o nosso encontro no passado, mas agradeço ao meu pai pelo legado,  porém meu plano agora é envelhecer ao lado da mulher que eu amo, e ver meus netos nascerem um dia, a vida me tornou menos Howard Stark e mais Steve Rogers. 

 

Quando a enfermeira vem avisar que Pepper e já está instalada no quarto sou eu quem está quase dormindo, chego ao apartamento e a minha esposa logo pergunta pela nossa primogênita.

 

—Deve estar dormindo com o irmão mais velho dela. Natasha disse que eles estavam capotados na sala de espera.— informo. 

 

—Foi demorado, não foi? O parto dela foi tão rápido, lembra?— Pepper esboça um sorriso —Eu nem precisei fazer força. 

 

—Falando nisso, você deve aproveitar que eles estão dormindo e descansar.— afago seus cabelos —Vou ficar aqui e amanhã cedo vou buscar a Morgan.

 

—Está bem.— ela pisca, suas pálpebras estão pesadas —Você viu o que a gente fez?— ela sorri —Eles são lindos, não são?  

 

—São perfeitos demais.— eu digo —Mas eu ainda estou bobo com essa menina. 

 

—Ela já gosta de entradas triunfais, chegar sem avisar, é bem o pai dela.— Pepper observa e eu rio. 

 

—E linda como a mãe dela.— replico —A minha  super-heroína, que foi fantástica hoje e agora precisa dormir.— volto a afagar seus cabelos, enquanto penso na sorte que tenho em tê-la e quão grato eu sou por tudo o que conquistamos juntos,  ela fecha os olhos. Os bebês estão nos bercinhos ao lado da cama, eles também dormem profundamente, me sento na poltrona e descanso até o primeiro choro duplo da madrugada. 

 

(...)

 

Quando amanheceu fui até em casa, tomei um banho, peguei algumas coisas e voltei à Nova York direto pro Queens. 

 

—Bom dia, Sr Stark.

 

—Bom dia, garoto.— eu o cumprimento ao entrar. 

 

—Papai!— ela sai correndo da mesa e pula no meu colo. 

 

—Bom dia, Maguna do papai,  que roupa é essa?  

 

—Uma camiseta do meu irmão, porque a tia May disse que eu não podia dormir de uniforme da escola.— ela responde —Você veio me buscar pra ver meus nenéns,  né? Vamos logo!

 

—Nós já vamos, mas não com essa roupa,  o papai trouxe outras, posso dar um banho nela, May? 

 

—Claro.— May  se levanta da mesa, eles tomavam café —Você quer que eu dê?  

 

—Você quer que a May te dê banho, Maguna?

 

—Pode ser.— ela diz,  entrego a bolsa pra May e então as duas somem apartamento adentro.  

 

—E então, Sr Stark,  como estão a Sra Stark e os meninos?— Peter pergunta.  

 

—Ótimos.— respondo —A Pepper foi fantástica,  Valentin é lindo, Howard é uma menininha linda. 

 

—Menina?!— Happy finalmente abandona seu café e se manifesta. 

 

—O que foi, Dindon?— a minha outra menina aparece apenas de calcinha no meio da sala. 

 

—Morgan?!

 

—O Dindon chamou menina.— ela diz sem graça, dou um sinal pra que Happy desconverse. 

 

—A menina  já foi pro banho, foi o que eu disse.— ele disfarça. 

 

—Vem, Morgan,  seu padrinho é maluco.— May a envolve na toalha e a leva de volta ao banheiro.  

 

—Não é pra ela  saber ainda!— digo entre dentes. 

 

—Me desculpe,  mas como isso é possível?— Hogan pergunta, e eu novamente explico. 

 

—Muito irado,  grava a carinha dela na hora que vocês forem contar?— Peter pede e eu prometo tentar. 

 

(...)

 

Passamos numa floricultura antes de irmos para o hospital,  Morgan foi tagarelando do Queens à Manhattan, eu nunca a vi tão ansiosa. Ela perguntou dezenas de vezes se eles são lindos. Se eles são cheirosos. Se eles são chorões. 

 

—Eu vou aguentar eles, tá papai, no meu colo, quero aguentar eles no meu colo.— ela diz quando descemos do carro no estacionamento da maternidade. 

 

—Você é muito pequena pra pegá-los no colo sozinha, mas a gente dá um jeito.— eu digo ao entrarmos no elevador.  

 

—Falta muito?— apenas faço sinal pra que ela se acalme, chegamos ao andar, ela reclama da quantidade de portas,  paro em frente à última —Chegamos?

 

—Você não vai saber se não bater.— eu digo e ela bate. 

 

—Meu amor!— Pepper a recepciona —A mamãe estava com tanta saudade de você.— ela agacha para abraçá-la, não sei se é recomendado,  mas não ouso intervir —Como foi dormir na casa do Peter?  

 

—Bom, mas ele faz barulhos enquanto está dormindo.— ela responde tentando ver o restante do quarto por cima do ombro da mãe, nós rimos.

 

—Você não ficou com medo?

 

—Não,  eu sou grande, né?— ela responde.  

 

—O que é que você está procurando, sua xereta?— Pepper ri. 

 

—Cadê os bebês? 

 

—Mamãe,  já vai apresentar você pra eles, só vou falar oi pro papai.— Pepper diz, eu a ajudo a levantar —Oi, amor.— ela me beija —Flores, obrigada. 

 

—Olha a ansiedade dela.— eu observo.  

 

—Eu percebi, fui completamente ignorada.— ela diz —Vamos pro seu encontro?— ela pergunta pra nossa filha.  Caminhamos até próximo a cama, os bebês estão no berço, ambos de macacãozinho branco, eles estão acordados. Saco o celular do bolso e começo a gravar.

 

—Ai, meu Deus,  um é quase careca que nem a minha boneca, e o outro tem o cabelo igual ao seu, mamãe.— ela diz —Oi, eu sou a Morgan.— ela afaga o rosto do Valentin.

 

—Esse é o Valentin.— Pepper diz.

 

—Own,  ele é igual você,  eu posso aguentar ele?

 

—Aguentar?  

 

—Peter disse que ela é pequena e não poderia segurá-los porque ela não aguentaria.— explico pra Pepper.  

 

—Você pode segurar ele sim.— Pepper afirma, então coloca a Morgan sentada na poltrona, ela estica os braços e a minha esposa coloca o bebê  no colo dela. 

 

—Oi, Valentin, Tim-tim, eu sou sua irmã.— ela diz, e ele responde com um resmungo —Ele quer falar, né?— ela ri —Você quer conversar comigo?

 

—É claro que quer, você já deu até um apelido pra ele.— Pepper comenta —Agora que você já é amiga do Tim-tim, vou te apresentar outra pessoa.— Pepper entrega o Valentin pra mim, se levanta, pega a bebê e senta novamente ao lado da Morgan. 

 

—O Howard, né?— ela pergunta, Pepper põe a bebê no colo dela —Oi, seu carequinha.  

 

—Você era quase careca assim, olha quanto cabelo tem na sua cabeça agora.— comento. 

 

—Howard, seu cabelo vai crescer, tá?— ela diz como consolo. 

 

—Filha, você não vai mais poder chamar por esse nome.

 

—Mas é  o nome dele, mamãe, é o nome feio pra homenagear o vovô.— ela diz, e Pepper imediatamente me olha como quem deseja pedir desculpas, talvez ela tenha sugerido o nome apenas pra me agradar, imagino as conversas que elas têm quando eu não estou por perto. 

 

—Doce,  o que você sempre quis, o que foi que você pediu no dia do seu aniversário?— Pepper pergunta.

 

—Uma irmã.— ela responde —Mas não tinha irmã dentro da sua barriga. 

 

—Na verdade tinha. E você está segurando ela agora— Pepper responde,  Morgan começa a chorar. 

 

—Howard é uma irmã?— ela pergunta.

 

—É sim, e a gente não pensou em nenhum nome de menina, então você vai ter que escolher o nome bem bonito pra ela.

 

—Primeiro quero ver se não tem pipi mesmo.— Morgan diz em meio a seu choro, depois do ultrassom explicamos pra ela a diferença entre meninos e meninas,  eu e Pepper rimos.

 

—Você  não acredita na mamãe?— Pepper questiona.

 

—Mas você disse que não tinha irmã e eu acreditei.— ela replica,  com razão, então Pepper e eu explicamos o ocorrido tentando não confundir ainda mais a cabecinha dela.

 

—Então dentro da barriga da mamãe havia o Valentin  e a sua irmã que brincava de esconde-esconde, e agora ela está sem nome.— eu digo.

 

—Ela pode se chamar Alice?— ela funga. 

 

—Acredita que eu estava pensando em Alice também?— Pepper indaga.

 

—Então será Alice.— eu decreto. 

 

A irmã mais velha mais babona do mundo passou o dia paparicando os irmão.  Num primeiro momento achamos que Valentin seria preterido, mas ela tentava se dividir igualmente entre os dois. O ciúme apareceu quando as visitas surgiram, Peter, May,  Happy, Natasha, até o Rhodey esteve aqui, e depois de uma dia inteiro a gente precisa ir. 

 

—Não quero ir embora, quero ficar com você e meus nenéns,  mamãe.— Morgan choraminga. 

 

—Não dá pra você ficar,  meu amor.— Pepper diz —Estamos num hospital, não num hotel. Amanhã você volta e vamos todos pra casa, ok?

 

—Tudo bem.— ela concorda —Mas você não vai ter medo de dormir sozinha? 

 

—Bem, a mamãe é grande.— a minha esposa responde —E não estou sozinha, tenho dois anjinhos comigo e você vai com o papai pra ser o anjinho dele essa noite, cuida dele pra mim?

 

—Tá bom.—ela diz condescendente. 

 

—Beija aqui o seu menino.— eu abaixo Valentin para ela dizer até logo e então o coloco no berço. 

 

—Agora a sua menina.— Pepper faz com Alice o mesmo que eu fiz —E um beijinho na mamãe.— Pepper pede. 

 

—Agora você beija o papai.— Morgan diz, não que ela precisasse pedir, claro que eu faria isso, mas é a minha ruiva quem se aproxima e me beija. 

 

—Até amanhã— digo contra os lábios dela.  

 

—Não esqueça de pôr as cadeirinhas no carro quando vier.— ela me instrui. 

 

No caminho de casa passamos num drive thru pra comprar o nosso jantar. Depois de comermos,  o banho foi como uma espécie de sonífero pra ela, talvez tenha sido muita emoção pra um dia só, me lembro da cena dela descobrindo que seu desejo foi atendido e sorrio sozinho, vou guardar aquele vídeo pra quando ela for adolescente e tiver vergonha de tudo.

 

Quando deito em minha cama sinto um  vazio, sei que amanhã ela já estará aqui, mas é impossível não sentir.  Uma noite sozinho e eu tenho essa sensação, fico pensando como deve ter sido pra ela durante os dias que eu não estava aqui, foi uma semana, mas seriam anos, não era pra eu estar aqui, e então seria a Pepper nessa cama vazia, Valentin e Alice não existiriam. Ainda bem que ela mudou tudo. Ainda bem. 



(...)

 

Quando chegamos ao hospital na manhã seguinte Pepper já estava de alta e os bebês também. 

 

—Podemos levar minha irmã e meu irmão pra casa?

 

—Podemos!— Pepper confirma. 

 

—Ajuda a gente?— eu pergunto.

 

—Eu levo a Alice no meu colo.— ela diz entusiasmada.  

 

—Na verdade, você vai levar as flores da mamãe, ela leva a Alice  e eu levo o Valentin.— eu digo e ela amarra a cara —Sem bico.  

 

Ela desemburrou quando,  no carro, se deu conta de que iria viajar entre a cadeirinha dos bebês. Bastaram alguns quilômetros na estrada pra que os três pequenos Stark estivessem dormido,  no rádio tocam as músicas delas e, através do retrovisor, a minha esposa não tira os olhos do banco de trás, e eu não tiro os olhos da cara de felicidade dela. Porém, quando estaciono diante de casa a Pepper começa a chorar. 

 

—Está tudo bem?— eu pergunto. 

 

—Há onze meses eu estava vivendo um pesadelo.— ela diz —Agora pareço dentro de sonho, é perfeito demais.

 

—Sim, é perfeito demais.— eu reitero —Só que não é sonho, é realidade e você é responsável por isso. Obrigado por me resgatar.— digo enxugando as suas lágrimas. Pepper solta o seu cinto de segurança,  se aproxima de mim e me beija. 

 

—Ah, sim, esse beijo foi bem real.— ela constata —Mas me deixa ver de novo.— ela inicia uma aproximação, porém Alice acorda  e logo choraminga.

 

 —A realidade nos chama.— eu digo, ela sorri. E do fundo do meu coração,  espero que ela nunca mais chore, porque eu sempre vou estar aqui. Ela me resgatou do passado, e nós podemos ter esse presente com a promessa de um lindo futuro.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu achei esse capítulo muito com cara de final da história, mas ainda tem mais um pouquinho, ta?

Até o próximo ;)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Resgate" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.