Amor Perfeito XIII escrita por Lola


Capítulo 33
Apaixonada?


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura ♥



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— Pode dizer, estou aqui. – olhei em seus olhos.

— Lembra que Sophia ficou com Yuri para se vingar de Murilo e de mim? Sei lá o que passou na cabeça daquela idiota, queria provar que estava bem, dar a volta por cima, enfim... Você lembra disso né?

— Claro. Não faz tanto tempo assim.

— Acontece que ela está gostando dele.

— Não fala o que eu estou pensando. – passei a mão no rosto.

— Ela fica vermelha quando ele está perto, repara. Quando ele fala com ela, ela simplesmente diz coisas idiotas, são vários sintomas. Sophia está apaixonada por Yuri. – suspirei.

— Tá bom Larissa, mas vai direto ao assunto.

— É... Ele está dando em cima de mim. – fechei os olhos. Era uma sina dessas duas não era possível. – Já tentei achar que era ilusão. Não é. Ele faz piadinhas quando ninguém está prestando atenção e elas são bem diretas.

— E você? Tá afim também né?

— Essa é a segunda coisa que quero te dizer. – pela sua respiração e tensão vi que não seria fácil. – O Yuri é lindo, qualquer uma o desejaria... Mas estou com o pensamento em alguém... Sou a pessoa mais suja do mundo.

— CARALHO LARISSA! – me levantei e coloquei a mão na cabeça. – Giovana é sonsa, mas é ciumenta. E ela já implicou com vocês dois. – falei baixo.

— Eu o quero tanto. Já reparou que ele é o mais engraçado do pessoal? Que faz todo mundo rir até nos piores momentos? E fora isso, ele é inteligente. Ele conhece várias obras que eu gosto e ele enrola tanto para fazer o serviço que estamos fazendo que me leva crer que quer passar o mais tempo possível ao meu lado.

— E a parte que ele namora há vários meses? E essa namorada é nossa amiga de infância? Acorda Larissa!

— Eu sei disso. É errado, não vou em frente. Só queria verbalizar para tirar isso de dentro de mim. Estava me sufocando. – ela suspirou. – Vou trocar de roupa, faça o mesmo, temos que ir almoçar, daqui a pouco estará frio.

— Exatamente. A gente se vê lá, louca. – sorri brevemente.

Depois do almoço não jogaram nenhuma bomba em meu colo, felizmente. Descansei um pouco e fui encarar meu primeiro dia de trabalho ao lado de Arthur. Sabia que não seria fácil, mas Murilo e Fabiana tornaram tudo ainda pior. Nos confrontamos e discutimos, isso é horrível, porque quanto mais mexíamos nessa história mais dor e sofrimento surgia.

A minha conclusão sobre odiar Arthur foi algo realmente revelador e assustador ao mesmo tempo. Era claro que se eu podia odiá-lo e eu sabia que o odiava eu podia ama-lo. Isso mudava tudo. A primeira coisa que faria ao sair daqui era consultar, eu precisava que minha médica confirmasse isso, minha tia Luna tinha que saber, ela tinha que ao menos parar de interferir... O que eu estava pensando? Eu e esse idiota não existíamos e nunca existiríamos mais, então o que a mãe dele fizesse daqui pra frente pouco me importava.

— Alice.- Fabiana me chamou assim que sai da estufa. – Espera você está andando muito rápido! Alice, para! – ela puxou o meu braço e quando viu que eu estava chorando me abraçou. – Desculpa, eu não sabia que vocês dois iam ficar assim. A gente só quis ajudar.

— Vocês acharam que era só prender nós dois e tudo seria resolvido? – me separei dela e a olhei.

— É um desperdício de sentimento. Tinha que ser simples.

— Justamente por nos gostarmos demais magoamos muito um ao outro, não tentem fazer isso de novo. – a deixei sozinha e fui até o dormitório que eu ficava, peguei toalha e roupas e fui tomar banho. Prometi a mim mesma que tudo que eu tivesse que chorar iria ser naquele momento. Quando sai enrolei um pouco para ir jantar. Não estava com cabeça para os dramas de todo mundo. Não depois dessa conversa.

— Como você está? – Murilo perguntou chegando até a mim.

— Bem. Estou bem.

— Você nunca soube mentir né? – ele se sentou ao meu lado. – Desculpa por termos feito aquilo. Mesmo que as intenções tenham sido boas não justifica.

— Ah, esquece isso.

— É que é tão inacreditável... Vocês dois são muito ligados um ao outro, sempre foram. A gente não consegue imaginar vocês sem estarem fazendo carinho ou abraçados. Pensei que a amizade poderia prevalecer.- ele respirou fundo. – E quando você me contou que estava apaixonada por ele eu temi que isso acontecesse.

— Não quero mais falar disso.

— Aê. – Rafael apareceu na porta e andou até minha cama que era uma das últimas. – Fabiana tá te chamando, ela disse que era importante.

— Vai lá. – falei para o meu irmão e Rafael saiu. – Murilo... – chamei antes que ele fosse. – Arthur está sendo influenciado por esse garoto e... Ele realmente está no fundo do poço. Tenho certeza do que estou dizendo, não é nada que me falaram, eu vi. Então se você gosta dele tenta ajudar enquanto é tempo.

— Tá. – ele saiu sem contestar.  Depois do jantar fiquei com o pessoal no mesmo lugar de ontem, pelo visto esse seria mesmo o nosso novo costume.

— Alguém pode, por favor, me proteger do gorila que vem em nossa direção? – Kevin perguntou ao ver Arthur vindo com Alícia e Rafael.

— Cadê Fabiana e Murilo? – Aline perguntou com certeza com ciúme.

— Em um canto... Fazendo você sabe o que.

— Alice será que podemos conversar? – Arthur perguntou me olhando, ele só podia estar de brincadeira.

— Não, ela não pode. – Kevin respondeu por mim. Ele o ignorou e continuou me olhando.

— No século que estamos a mulher responde por si. – Otávia interveio.

— Por que a Otávia sempre toma partido em tudo? Ela quer opinar em cada coisinha que acontece! Que menina insuportável. – Ryan falou, com certeza a deixando bastante chateada.

— Achava que a implicância de vocês dois era brincadeira, pelo visto é real. Mas vocês até riam. – Gio comentou confusa. Arthur continuava com os olhos fixos em mim. Eu sabia que Otávia iria responder Ryan assim que se recuperasse e aquilo iria virar mais uma daquelas discussões comuns, então andei um pouco para longe deles e ele entendeu o recado chegando rapidamente ao meu lado.

— O que você quer Arthur? Acho que não temos mais nada para falar.

— Nós temos uma história e sempre vou ser seu amigo. Estamos magoados um com o outro, mas eu precisava te dizer isso.

— Posso ir agora? – perguntei evitando olhar para ele.

— Você nunca vai me perdoar, né?

— Por concluir que eu transei com Kevin, por me chamar de vadia, por se drogar e extrapolar comigo, por quebrar a cara dele por minha causa, pelo que?

— Não podemos simplesmente ser amigos?

— Não podemos simplesmente ignorar a existência um do outro?

— Não Alice! Somos primos. E somos amigos desde a infância.

— Isso foi antes. As coisas mudam. Você mesmo disse isso, lembra?

— Acho que não soube lidar com a transição do seu distúrbio, você ficou mais forte e independente. Claro que morri de ciúme de Kevin e odiei ver aquelas cenas de vocês dois juntos e conclui coisas horríveis sobre você, mas a raiz do problema é sua evolução. Não só porque agora não sou mais o seu herói, até porque talvez mesmo com o seu problema você nunca precisasse de um, mas também por saber que se você pode sentir algo por mim, pode sentir por ele. E eu sei que sente. E você no fundo também sabe.

— Quando eu e ele estivermos juntos vou lembrar-me de te agradecer por ter ajudado bastante. – dei um sorriso amarelo e voltei para perto do pessoal.

— Cadê o Kevin? – perguntei ao ver que ele não estava mais ali.

— Saiu injuriado. – Rafael respondeu e eu estava começando a ter ranço daquele garoto. Fui atrás dele e o encontrei no outro lado do jardim.

— O que está fazendo? – perguntei chegando ao seu lado.

— Pensando na minha mãe... – ele me olhou. – Ela melhor que ninguém sabe o quanto eu e meu pai somos defeituosos e nunca desistiu da gente, eu me pergunto o que leva uma pessoa a fazer isso.

— O amor né? – perguntei e entrelacei nossos braços e encostei minha cabeça nele. – Por que está pensando nisso?

— Na verdade eu não sei. – ele deu uma risadinha. – Talvez eu esteja tentando me distrair do fato de que você e o... – ele deixou subentendido.

— Ele só queria pedir para sermos amigos.

— E você aceitou, não é mesmo?

— Não. – ele me olhou bem surpreso. – Faz sentido eu ser amiga de alguém que me faz mal? – perguntei um pouco nervosa.

— Calma. Não disse nada. Nem quero que seja amiga dele.

— Você não quer?

— Não quero. – ele se virou de frente para mim. – E você?

— Eu o que? – o olhei nos olhos.

— Você sabe o que quer. E você me quer. Só porque você tem medo de falar não quer dizer que seja menos verdadeiro.

— Você está intenso hoje. - desconversei. Ele chegou mais perto e segurou meu rosto. - Por favor, não faz isso, não começa tudo de novo.

— Não começar o que? – ele perguntou baixinho próximo demais. – Beijar você? – não tentei lutar contra aquilo. Sei muito bem o que minha mãe diria sobre isso: eu estava fugindo do meu real sentimento, correndo para uma distração. Mas e se eu realmente sentisse algo por Kevin? Agora essa teoria fazia ainda mais sentido porque o beijo dele me fazia esquecer as coisas por pelo menos uns instantes.

— Por que você sumiu ontem a noite? – Lari perguntou assim que sai da sala. O tom de voz dela era de uma cobrança absurda.

— Não te devo satisfações. Agora que meus pais estão distraídos inventando a cidade em uma cúpula e eu posso enfim respirar em paz você vai me encher o saco? – vi que todos nossos amigos haviam se aproximado e me olhavam assustados.

— Amiga usa um remedinho para a TPM. – Sophia recomendou e foi andando com  a maioria.

— Perguntei, pois preciso de você para me ajudar naquele problema. – Lari se explicou. – E por que ele ainda está aqui? – ela apontou para Kevin.

— Porque sou o motivo dela ter sumido ontem a noite e serei o motivo dela sumir agora. – ele pegou minha mão e mandou beijo para ela.

— ALICE O QUE É ISSO? – ela gritou espantada.

— Cansei dos dramas de vocês amiga. – respondi e sorri debochadamente. Depois de almoçarmos juntos e rápido e praticamente escondidos fomos para o dormitório dele e ficamos deitados até dar a hora de eu ir cuidar das plantas.

— Pelo menos a surra que levei me livrou de qualquer função. – ele afirmou e sorriu. – E você não vai ficar ao lado de Arthur por muito tempo, já conversei com meu pai e Luna também não quer, eles vão convencer Gustavo e Vinicius de coloca-lo em outro castigo.

— Agradeço por isso. – selei nossos lábios.

— Você é perfeita demais. – ele me apertou e deu um sorriso grande.

— Ah pronto! Ouvi rumores, mas tive que ver com meus próprios olhos. – Murilo disse ao chegar. – Isso é o que? Uma espécie de namoro? Vocês estavam grudados demais, mas não acham que estão indo muito rápido?

— Adoro o seu cheiro. – ignorei completamente meu irmão e afundei meu rosto no pescoço do Kevin.

— Sua irmã está apaixonada Murilo, eu ainda carrego as marcas no rosto dessa paixão. – ele disse e riu.

— Apaixonada? Conversaremos sobre isso Kevin. – ele disse de forma bem séria e saiu.

— Ninguém da sua família vai me aceitar. Principalmente o seu pai.

— Ainda não temos nada sério, calma. Não é hora de bater de frente com eles.

— Você está esperando um pedido grande e expressivo de namoro?  - nos olhamos.

— Não espero nada. Deixa rolar vai, não força.

— Jamais. – ele sorriu e me beijou. Enrolei um pouco, mas precisava ir para mais uma tarde de trabalho justamente ainda ao lado de Arthur.


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