Consequências da Vida escrita por Lucas Thialy


Capítulo 15
XIII- A essencial resiliência à vida - Parte I




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Dentre a lista de itens importantes realizada por Christopher há muitos anos atrás, estavam: concluir o ensino médio, ingressar em uma boa faculdade, entrar nas forças armadas, conseguir um emprego, conhecer uma pessoa bacana, tirar a carteira de habilitação, comprar uma casa, um carro, casar-se, e ter filhos. Jurou tentar executar essa lista sem ser necessariamente nessa ordem. Faltava apenas um item da lista, e o mais temido de todos por si.

Durante uma sequência de dias, após estarem morando em seu próprio lar, Christopher percebeu uma coisa estranha em Ashley; passava o dia fora de casa, e ela também, mas ao chegar, notara que ela estava se sentindo enjoada, e que também estava tomando alguns remédios para dor de cabeça e cólica há algum tempo. Ficou preocupado e foi conversar com ela:

— Amor, o que houve? Reparei que está tomando muitos medicamentos e está cansada, com enjoou. E não me diga que não é nada, que isso é normal, porque não é. — Apreensivo, continuou. — Por acaso... Você está grávida? — Questionou-lhe finalmente.

— Bem, acho que estou... Todos esses sintomas que venho sentindo há alguns dias são sintomas de gravidez. Estou pensando em fazer o teste de farmácia, e caso dê positivo, o exame de sangue para confirmar. — Respondeu-lhe Ashley.

— Qual a probabilidade de dar positivo? — Começou a ficar tenso. — ME DIZ! — Bradou começando a lacrimejar.

— 99% de chances. Mas Chris, não estou entendo, não está feliz?

— E deveria? Um filho, Ashley. Um filho!

— Sim, um filho, que é uma dádiva de Deus. Vamos cuidar dele muito bem. Sei que estamos pagando o carro e a casa ainda, e essas pertences demoram a se pagar. Mas um filho é algo que eu sempre quis ter.

— Eu também sempre quis ter um filho, mas não agora. Ainda temos um mundo há desbravar juntos. Um filho, atrapalharia todas as nossas vidas. Já pensou em tantas coisas ruins que irão se suceder caso seja verdade?! Nunca imaginei estar passando por toda essa situação. Nunca! Meu Deus, onde foi que errei? — Exclamou com muita angústia.

— Não importa o que vier, dará tudo certo meu amor, vamos enfrentar essa juntos.

— Não sei não Ashley. — Emitiu Christopher.

Ashley foi à farmácia e comprou o teste, nunca tinha visto o amor da sua vida dessa forma. Então, decidiu apenas dizer-lhe o resultado; desejando dar negativo, compreendendo toda a situação em que estava. Fez o teste ao chegar em casa, e contou a Christopher:

— No começo eu estava animada com a ideia de ser mãe, e de você ser um bom pai. Porém, percebi que não gostara do ocorrido, então desejei que o exame desse negativo, mas infelizmente as coisas acontecem quando menos esperamos. Diante do que expus, sim, estou grávida.

— Ah meu Deus. — Começou a chorar. — Diga-me, de quem foi a culpa? Minha? Usei preservativo, será que furou? Mas e você? Usou mesmo o anticoncepcional? — Indagou-lhe.

— Calma, Chris. Não importa de quem foi a culpa, existem inúmeras possibilidades para isso ter ocorrido. — Disse, consolando-o.

— Precisamos ter certeza. É para isso que serve o exame de sangue, não é?

— Sim, mas as chances de dar negativo são unânimes. Raros são os casos em que o exame de sangue não condiz com o teste de farmácia. — Expressou-se Ashley, sendo bem realista.

— Não importa, vamos fazer amanhã mesmo. — Avisou-lhe, em um tom grosseiro.

— Conforme-se Christopher. Você será pai! — Disse Ashley, começando a ficar irritada.

— Isso é o que veremos. — Deu de ombros e foi para o quarto.

No dia seguinte, foram fazer o exame. Christopher inconformado com a situação, e Ashley, feliz e preocupada com ele. Após a coleta de sangue, esperaram um bom tempo pelo resultado, um do lado do outro, sem falar absolutamente nada. O médico pediu para que entrassem em sua respectiva sala, e disse-lhes:

— Parabéns Srta. Ashley Bethany, você está grávida.

Ashley saltitou de alegria. O Doutor apertou a mão de Christopher e disse:

— Anime-se rapaz, você será pai. E tenho certeza de que um bom pai.

Essa última frase ficou marcada em seu mente. Nunca tinha sido pai. Já teve um, foi criado por ele, mesmo não estando muito presente, mas estar em seu lugar é totalmente diferente. Teria que assumir várias responsabilidades dali em diante; inúmeras dentre tantas outras que já havia enfrentado. Contudo, a sua mente estava passando por um longo processo de aceitação. Sua vida estava afável, bastante aprazível, em um elevado grau de equilíbrio que jamais havia pensado estar. As Janelas Light ou saudáveis de sua mente estavam aos poucos se indo perante toda a situação exposta.

Um erro, uma escolha, traz consequências imagináveis e inesperáveis. O vento com toda a sua aura emerge à superfície, trazendo uma sintonia suave consigo; quando o vento oscila, é porque algo de ruim está pairando no ar. O seu domínio é extremamente incontestável. Quando está bravo, deprecia toda a superfície com seu poderio. E assim o fazia na vida de Christopher, que estava criando várias Janelas Killer (traumáticas) em sua mente, que são as responsáveis pelo registro de experiências fóbicas, relacionadas a perdas, frustrações, privações, ao sentimento de culpa e etc, evidentemente, não matando o corpo físico, mas acorrentando o consciente, impedindo-o de ser o maior gestor de sua vida.

Continua...

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