V E N U S - Origin escrita por badgalkel


Capítulo 18
1.17 Sequestro




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— Quando isso aconteceu? – Steve indagou, sorrindo abertamente enquanto olhava o anel com uma pedra da cor vermelha no anelar da amiga.

 

 

— A menos de três horas, portanto, por favor, vamos comemorar. – Disse Barnes animadamente, agitando ainda mais o bar repleto de soldados americanos.

— Eu pago a primeira rodada então. – Anunciou Steve. – Aos noivos.

Os três brindaram e viraram as canecas boca adentro. Quando finalizada Harriet notou uma figura desconcertada andar pelo lugar.

— Peggy! – A jovem comemorou, chamando-lhe a atenção: – Peggy, venha cá!

A agente localizou-a instantaneamente e sorriu ao aproximar-se.

— Harriet. Capitão. Sargento Barnes. – Ela cumprimentou-os, adiantando-se em abraçar a jovem amiga. – Parabéns pelo noivado!

— Obrigada. – Sorriu.

— Estará em condições de apresentar o equipamento junto de seu irmão pela manhã? – A agente indagou indicando a caneca nas mãos da outra.

— Claro, - respondeu prontamente. – Howard não vai ficar com a diversão só para ele.

— Falando nele, não deveria estar por aqui? – Questionou olhando ao seu redor, procurando pelo amigo.

— Depois que ele nos deu a benção disse que viria mais tarde pois tinha alguns relatórios para fazer. Típico. – Harriet entortou o nariz.

— Não se preocupe, tenho certeza que ele está feliz por você. – Garantiu Peggy, antes de se direcionar à Steve: - Vejo que seu superpelotão está se preparando, Capitão.

Os soldados encontravam-se espalhados pelo bar, arriscando movimentos inusitados de dança, e rindo à toa com canecas de cerveja em mãos.

— Gosta de música? – Indagou Steve.

— Eu gosto, sim. Quando tudo isso acabar, acho até que vou dançar.

— Então o que estamos esperando, afinal, isto é uma comemoração. – Disse o sargento, puxando a noiva pela mão.

— O parceiro certo. – Carter murmurou antes de se retirar, deixando um Steve pensativo para trás.

No dia seguinte prontamente às seis da manhã Harriet já se encontrava no laboratório junto ao irmão, analisando amostras retiradas das armas quais os soldados trouxeram diretamente da HIDRA.

— Sinto muito não ter ido à comemoração, mas quero parabeniza-la pelo noivado. Ele parece fazê-la muito feliz e é tudo o que eu desejo. – Relevou, aproveitando o momento a sós com a irmã.

— Obrigada Howee. Mas entendo que tinha coisas mais importantes a fazer. – Ela disse educadamente. – Eu mesma não teria ido se tivesse me avisado sobre isto.

Os dois miraram a pequena partícula de luz de fonte desconhecida cintilar em sua cor azul flamejante.

Estavam ambos em um dos laboratórios da divisão estrategista explorando resíduos de energia retirados das armas nazistas.

— Fascinante, não é? – Howard soltou animado.

— Completamente. – Concordou conduzindo os braços de metal qual seguravam a pequena partícula. Apesar de parecer inofensiva, tinha um poder imenso dentro de si.

— Sinal de transmissão incomum. – Howard informou. – Raios alfa e beta são neutros.

— Acha que essa particularidade tem alguma semelhança com o meu tipo de energia? – Indagou, recordando-se das faíscas que já não surgiam mais inesperadamente.

Howard mirou da irmã até o núcleo azul.

— Poderia. – Deu de ombros. – Os testes que fiz na madrugada mostraram que ele é completamente instável e igualmente poderoso. Mas, para concretizar a teoria, teríamos que arrumar uma forma de colocar suas faíscas em um núcleo como este e fazer testes.

— Como Erskine trabalhou com Johann por um tempo, o núcleo pode ter sido desenvolvido a partir da fragmentação das ideias de ambos.

— Ou ser um tipo de energia completamente diferente.

— Isso também. – Ela deu de ombros, deixando a máquina de lado e virando-se para o irmão.

— Acha que consegue reter sua energia em um núcleo? – Indagou Howard, curioso.

— Eu não sei controlar essas coisas completamente, apesar de que ultimamente elas têm se mostrado cada vez mais obedientes à comandos simples.

— Está tornando-se estável. – Relatou. – Está se adequando ao seu sistema, o que é um bom sinal.

— Não acha que consegue fazê-las sumir, acha? – Ela indagou, mirando as palmas das mãos.

— Depois de uma análise, talvez. – Informou. – Mas, se elas se adequarem ao seu sistema e condizerem com seus comandos, ainda sentiria a necessidade de se livrar delas?

Harriet massageou às mãos e refletiu.

— Eu teria que contar à James. – Relevou. – Sei que ele seria compreensível o suficiente, mas não estou certa de que quero mudar a visão que ele tem de mim. Essas coisas... – agitou as mãos -  me deixam poderosa ou extremamente fragilizada. E eu não sei qual dessas características pode se tornar a dominante.

— Estou certo de que tomará a decisão certa. – O mais velho se aproximou, pousando as mãos sob as da irmã. – Se você se sente tão incomodada com elas ou elas forem prejudiciais à sua saúde, pesquisarei a melhor forma de tirá-las de você. Mas se você se sentir poderosa, de um modo positivo, não tente reprimir esse poder porque acha que afastará as pessoas de você. Quem realmente te ama aceitará sua grandeza da forma que ela é.

— Sr. e Srta. Stark, o Coronel Philips os aguarda para a apresentação dos equipamentos. – Declarou um dos engenheiros qual Harriet nunca guardava o nome, chegando de supetão ao laboratório.

— Claro, já estamos indo.

—x-

Em um pequeno café de aparência aconchegante e acolhedora, afastado do centro de cidade, estavam duas senhoritas sentadas em uma mesa ao canto do salão. Elas tomavam duas xícaras de café enquanto papeavam e desfrutavam de biscoitos de gotas de chocolate.

— Mais açúcar? – Indagou uma à outra.

— Não tente me enrolar, eu lhe fiz uma pergunta. – Peggy respondeu convicta.

Harriet respirou fundo e murmurou em seguida: - Ele ainda não sabe.

— Como assim ele ainda não sabe? – A outra esbravejou.

— Não tive a oportunidade ainda. – Deu de ombros.

— Já se passaram duas semanas desde que noivaram. Ele vai partir amanhã e você não vai conta-lo?

— Talvez Howard encontre uma forma de acabar com isso.

— Até mesmo seu metabolismo avançado? – Questionou – Acha que Barnes não vai perceber que você não envelhece?

— É uma recém descoberta, Howard vai tratar disso também. – Harriet deu de ombros - Aliás, se não tiver tratamento, James irá demorar anos para perceber.

— Harriet, não me venha com essas desculpas...

— Eu sei, tá legal?! – A jovem rendeu-se. – Eu sei. – Respirou fundo e tomou um gole de seu café antes de admitir: - Não sei se estou preparada para revelar que eu não tenho como progredir, que ele estará casado com esse rosto jovial para o resto da vida.

— Ele te ama. – Peggy lembrou-a. – Ele compreenderá.

— Além do fato que ele já terá de aceitar que sou um poste de eletricidade ambulante. – Caçoou - Sei que ele aceitará. – E finalizou aos murmúrios: - Só eu que ainda não aceito.

A garçonete chegou repentinamente, impedindo-as de prosseguirem com a conversa, retirando o prato com farelos de biscoitos e questionando se elas iriam querer algo mais.

— Não, obrigada. Aliás, pode fechar a conta que já estamos de saída. – Peggy anunciou à funcionária.

— Preciso usar a toalete, - anunciou Harriet se levantando. – Pode me informar onde é?

— A senhorita entra por esta porta e segue o corredor até o final, virar à direita e entrar na segunda porta. – Explicou apontando-lhe o caminho.

Harriet agradeceu e seguiu pelo caminho. Após atravessar a porta notou o corredor completamente escuro e procurou pelo interruptor de luz.

Como não encontrou, estalou os dedos e uma singela faísca iluminou parcialmente o lugar. Seguiu até o final do corredor.

Assim que virou à direita chocou seu corpo com o de uma pessoa duas vezes o seu tamanho. Imediatamente apagou seu ponto de luz.

— Me desculpe.

— Me perdoe. – Disseram simultaneamente.

— Achei que não fosse necessário ligar o interruptor, - pronunciou a voz masculina, que Harriet notou ser conhecida. – Já que é um caminho tão curto. – E de repente Alex estava à sua frente, com a mão no interruptor à parede.

— Alex! – Ela esbravejou, abraçando-o. – Que surpresa vê-lo.

— Eu quem o diga. – Ele riu, afastando-a e olhando-a de cima à baixo. – Olha só para você... está tão... Você!

Harriet sorriu constrangida antes de dizer: - Você também não está nada mal.

— Claro, não fui eu quem foi eletrocutado. – Rebateu.

Harriet umedeceu os lábios, sem saber o que dizer.

— Não acreditaria se não a visse com os meus próprios olhos. – Ele continuou. – Vê-la naquelas situações no hospital me deixou angustiado... deprimente. – Alex estava com um sorriso estranho no rosto, Harriet procurou se afastar minimamente. – Você sempre fora muito significante em minha vida. Mas eu não sabia o que fazer para ajudar. Nem Howard. Só o que ele tinha era esperança, mas, quem poderia culpa-lo? Era só um irmão depressivo e sem os conhecimentos adequados.

— O que quer dizer com isso, Alex? – Ela perguntou cuidadosamente.

— Tive que fazer isso, Harrie. – Respondeu com os olhos perdidos e marejados. – Eu não queria te perder para sempre.

— Não perdeu Alex, estou bem aqui! – Disse segurando as laterais do rosto do rapaz.

— Está, - ele fixou seus olhos nos dela. – E eu sinto muito que tenha sido desta maneira. Espero que me perdoe.

— Do que...

Antes que a jovem pudesse finalizar, homens vestidos inteiramente de preto saíram de uma das portas e andaram em sua direção. Homens com máscaras iguais às do assassino que tentara matar a ela e James em Oxford.

— Alex! – Ela esbravejou quando os homens puxaram-na pelos braços.

— Desculpe, Harrie. – Ele soltou entre lágrimas. – Ele disse que a faria melhorar. Ele fez! E agora você tem que ir com eles.

— Do que está falando? – Indagou em choque o suficiente para lembrar-se que tinha poder de fogo literalmente em mãos.

— Schmidt. – Murmurou amargamente.

Os homens impediram que o grito de Harriet fosse expandido quando puderam um saco preto em sua cabeça e aplicaram-na uma dose cavalar de sedativo.

 

 

 


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