E...Se... escrita por IdeaLady


Capítulo 2
Retornando




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EM ALGUM LUGAR NO ESPAÇO

 

 

“Vinte e dois dias desde aquele fatídico dia. Eu não sei o que é pior, ter morrido ou sobrevivido à batalha com o sentimento de culpa e frustração. Sabe Pep, eu...eu perdi o garoto, nos meus braços (Tony embargou a voz e olhou para o espaço). Mas eu espero que você esteja bem, meu amor. Queria lhe fazer uma última surpresa e olha o que fiz (Tony riu), ainda bem que você é a única que me conhece melhor que ninguém. Se você ouvir essa mensagem, não a transmita para nenhum canal de TV, não quero causar um alvoroço mundial. Estamos ficando sem comida, água e...oxigênio. Não conseguimos consertar a nave, eu e minha nova amiga azul. Você iria gostar dela, às vezes ela é meio sádica, mas pelo menos tenho com quem falar. Creio que mais dois dias e tudo se acabará. Por incrível que pareça eu não estou nervoso,nem com medo, quero que você saiba, Senhorita Potts que estou bem! Quando eu vier a adormecer, eu peço que eu sonhe com você. Sempre foi você Pep. Sempre.”

Tony sorriu para o capacete que estava no chão, gravando tudo o que ele falava. Bateu a mão no mesmo e o desligou. Olhou novamente para o espaço, como era bonito, imenso e ao mesmo tempo tenebroso. Não sabiam em que lugar estavam, pois com o estralar dos dedos de Thanos, as coisas haviam se modificado. Planetas haviam sumidos, estrelas e como a nave estava deteriorada, não tinham um computador de bordo para se localizarem. Estavam à deriva.

—Servida? –Tony deu o pacote de ração para Nebula.

—Pode comer Stark. Eu sou mais robô do que você, não preciso tanto de alimento assim. –Tony acenou para ela.

—É isso então. –Tony disse amassando o pacote. –Minha última refeição. Foi um prazer trabalhar com você minha amiga azul. –Nebula o olhou secamente, sem entender a ironia, fazendo Tony virar os olhos, mas acenou a cabeça para ele como um sim. –Eu vou descansar.

Tony sentou-se no banco da nave, observando as estrelas, como era bonita a vista. Pensou no dia que voltou daquela caverna e Pepper o recebeu com os olhos marejados. Riu sozinho. E acabou pegando no sono. Como estava cochilando, sentiu um clarão se aproximar do seu rosto, como reflexo levantou a mão no rosto e tentou abrir os olhos. Aquela luz que parecia um sol estava bem na frente dele. Tony olhou assustado e pensou “Morri”, mas quando a luz foi tomando forma, apareceu uma mulher. Tony piscou algumas vezes não acreditando no que via. A mulher sorriu para ele.

 

 

(...)

 

 

 

—As coisas que ele tem feito, Natasha...-Rhodes disse para ela.

—Você sabe onde ele está?

—Nat, não acho uma boa ideia, até eu estou com medo de encontrá-lo. –Os olhos dela se encheram de lágrimas.

—Só o ache para mim, ok? Deixa que eu faço o resto. –Rhodes acenou para ela, suspendendo a ligação.

Natasha abaixou a cabeça e chorou.

—Se eu não visse com meus próprios olhos, eu não acreditaria. –Steve disse encostado no batente. Natasha limpou o rosto e deu um sorriso tímido.

—O que está fazendo aqui?

—Vim visitar uma amiga, e pelo visto ela estava precisando de mim. –Natasha riu.

Steve sentou-se à mesa na frente dela. Ela cortou o sanduíche no meio e ofereceu um pedaço a ele, sem tocar no outro. Ficaram se olhando por um tempo até ele falar.

—Eu fico tentando ajudar as pessoas, dizendo que temos que seguir em frente, que temos que continuar a viver... Mas eu não consigo. Nós não conseguimos.

Ela aquiesceu.

—Rhodes soube o paradeiro de Clint. Vou tentar falar com ele. –Steve fez sim com a cabeça.

—Alguma notícia de Tony? –ele perguntou com olhar triste olhando para a mesa.

—Não. Acho que a única coisa que teremos dele, é o pedacinho de gente que Pepper está carregando. –Steve olhou para ela, abaixou a cabeça e saiu da sala.

Naquela noite, Pepper estava sentada na sacada do quarto, olhava as estrelas, sempre com a esperança de que Tony fosse aparecer voando.

—Olha bebê, seu pai está lá em cima, em algum lugar. –ela colocou a mão na barriga e sorriu.

De repente o prédio começou a tremer. O copo que estava na mesa do lado de Pepper caiu no chão e ela se levantou assustada, segurando na sacada do prédio. Quando ela olhou para cima, uma nave se aproximava do quartel general dos Vingadores. Ela saiu correndo para o gramado, sendo seguida por Capitão, Natasha e Happy. Capitã Marvel pousou a nave, e sorriu para eles.

—Temos tripulantes que precisam de cuidados.

O coração de Pepper batia tão forte, que parecia que ia sair do peito. Quando a Capitã Marvel abriu a porta da nave, de dentro apareceram Nebula segurando Tony. Pepper colocou a mão na boca e chorou. Ela ficou parada, não acreditando no que via. Tony estava muito abatido, magro, mal conseguia andar. Steve foi ao encontro deles, segurando Tony, que ao vê-lo soltou angustiado:

—Nós perdemos. Ele ganhou.

—Eu sei Tony, nós também perdemos. –Tony olhou para ele puto e sério.

—Eu perdi o Garoto! O GAROTO. Você mentiu para mim, você disse que sempre estaria perto pra ajudar, onde você estava? Você disse que perderíamos juntos? O que você perdeu? O QUE VOCÊ FEZ? –Tony disse alterado e só se calou quando Pepper percebendo que ele estava se sentindo culpado, pulou na frente dos dois.

—Tony! Graças a Deus.

—Pep... –ele a abraçou com a força que restava. Dando um beijo no rosto dela.

—Vem, você precisa de cuidados. –ela disse o tirando de perto do Steve. Tony o olhava com ódio.

Tony foi levado para a enfermaria da base e lá medicado. Estava muito abaixo do seu peso e desidratado. Mas o pior de tudo era a culpa que ele carregava por não ter conseguido salvar seus amigos e Pepper percebeu isso. Ele estava agitado e mesmo ela falando para ele repousar ele foi até a sala onde todos estavam reunidos. Queria saber o que iam fazer. Tony ouvia o que todos falavam, até se exaltar de novo.

—Você não estava lá, o cara apenas jogou um planeta em mim, e vocês querem ir derrotá-lo? Se tivessem me ouvido antes quando eu disse para fazer uma proteção na Terra, todos acharam que eu era louco, e agora? Não dá pra trazer de volta as pessoas que se foram né?! –Tony disse aos berros, e dizendo isso ele tombou. Steve o segurou.

—Estou bem, estou... –Tony caiu ao chão. Carregaram-no para o quarto e Bruce deu um calmante para ele.

Pepper agradeceu Bruce e fechou a porta do quarto, deitando-se ao lado dele. Tony havia apagado, ela observava o corte na sua barriga que ainda cicatrizava alguns cortes no supercílio e a cara abatida, barba por fazer. O soro gotejava devagar. Ela sabia que ele ia dar trabalho para cicatrizar o que mais o afligia, o fracasso.

Tony dormiu um dia inteiro. Pepper sempre preocupada, mas os médicos diziam que ele estava se restabelecendo, e que era normal. Ela não arredava o pé do lado dele nem por um minuto. Queria estar ali quando ele abrisse os olhos. Happy brigava com ela, pois ela tinha que se alimentar por causa do bebê, e que não podia ficar tão nervosa assim, mas era uma luta árdua para ela.

No segundo dia, Tony abriu os olhos. Pepper dormia ao seu lado. Ele a olhou e sorriu, ainda não acreditava que estava ali do lado dela. Ficou um bom tempo a olhando, e como dizem que é só alguém olhar para você que sentimos, Pepper acabou abrindo os olhos. Ambos ficaram se olhando sem uma palavra, até ele falar.

—Pep, me desculpa. Tive tanto medo em te perder... Eu prometo que não vou mais entrar em nenhuma nave... –ele encheu os olhos de lágrimas e falou com voz embargada- Acabou. Sem armaduras, sem herói. Eu te prometo. –ele passou a mão no rosto dela.

—Tudo bem Tony. Você sabe que não é isso que eu quero, nunca te pedi isso, mas eu vou respeitar o seu desejo, se é o que você quer, eu te apoiarei. –ele fez sim com a cabeça a puxando para perto dele.

Pepper deitou no peito dele.

—Sabe do que mais tive medo no espaço? –ela fez não com a cabeça. – De nunca mais sentir isso, ter você em meus braços. –Pepper o olhou e deu o sorriso que ele amava. O beijou com carinho, aumentando a vontade de beijá-lo mais e querer mais do que ele podia dar naquele momento.

—OK... –ela se afastou. –O Senhor tem que repousar. –Ela disse se afastando dele, rindo da cara de insatisfação dele. –Vai ter o momento para isso... –Ele riu. –Vou tomar café e trazer algo para o Senhor. –Ele fez cara de quem não queria comer. –Vai comer sim. Ou você se alimenta direito ou isso que estávamos pra fazer agora pouco nunca vai acontecer. –Tony olhou bravo para ela.

—Está me subornando, Senhorita Potts? –disse colocando o braço atrás da cabeça.

—Não, estou ameaçando. –Tony sorriu. –Amo te ver sorrir. –Ela disse e saiu do quarto.

Pepper foi para a cozinha do quartel. Encontrando Happy lá.

—Ele acordou! –ela disse sorrindo.

—Que bom! Vou subir e vê-lo. Não é bom deixá-lo sozinho nesse momento.

—Vou levar tudo o que ele gosta, pra comer. –Pepper virou para a cozinheira e falou. –Por favor, tem como vocês fazerem um Cheeseburguer? –a cozinheira sorriu e fez sim para Pepper.

—Você contou a ele? –Pepper abaixou a cabeça.

—Não Happy, ele precisa se restabelecer primeiro, física e psicologicamente. Vamos dar mais um tempo a ele. Ele vai falar do Peter para você. –Happy fez um joia pra ela saindo da cozinha indo em direção ao quarto de Tony.


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Notas finais do capítulo

Para ficar mais emocionante o capítulo, ler ouvindo essa música. Calma que logo Tony vai saber que será Papai.

https://www.youtube.com/watch?v=ShZ978fBl6Y



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