Back To Neverland escrita por nahinthesky, annab


Capítulo 3
A Visita Dos Trevans


Notas iniciais do capítulo

oeei :}



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Eu estava sentada em minha penteadeira, tentando achar um modo confortável de respirar, ou me mover usando o espartilho apertado.

De modo nenhum eu queria ter de usar algo como isso durante os anos que se seguiriam.

Crescer parecia (e era) um pesadelo.

E se casar com Jonh Trevans era o ápice dele.

 

- Lily? – A voz tão infantil e fofa de meu irmão, Michel, ecoou pelo quarto. – Eles chegaram.

 

Eu sorri falsamente me virando para ele, que continuou a falar.

 

- Eu tenho medo de Jonh. – Ele falou baixinho, me olhando com os olhos pidões por colo e carinho.

 

Eu andava até a porta quando Michel correu até onde eu estava, me abraçando com os braços pequenos de criança.

Me abaixei para pega-lo no colo, ainda lutando levemente contra o terrível e apertado espartilho que mamãe havia me obrigado a usar.

 

- Eu também tenho medo dele Michel, – Baguncei o cabelo castanho avermelhado dele com a mão livre. – mas se você não olhar nos olhos dele pode ajudar. – Eu sorri para ele um pouco mais verdadeiramente, tentando passar confiança.

 

- Está bem. – Ele assentiu, franzindo a sobrancelha, como se fosse complicado de lembrar de minha fala.

 

Retomei o ar, droga de espartilho! Nunca iria me acostumar a algo como isso.

Ainda com Michel no colo, sai pelo corredor da casa, descendo as escadas antigas e rústicas logo mais, logo atravessando a sala a caminho do jardim, onde eu escutava a voz do Sr. E da Sra. Trevans conversando com meus pais.

Mesmo morando no centro de Londres, o nosso jardim parecia maior do que os das outras casas, mamãe insistia em manter o jardim florido, bem cuidado, com a grama verde e a mesa que em dias como o de hoje, extremamente ensolarados, era trazida para o jardim, onde passaríamos a tarde conversando, comendo e fazendo coisas extremamente entediantes também.

Argh como eu odiava toda essa formalidade e bla bla bla.

 

- Ah, que bom que já esta pronta Lilian! – O Sr. Trevan sorriu para mim, eu o conhecia desde pequena, e ao contrario do filho tinha os olhos azuis calorosos, apesar de ser um completo obsessivo por horários, contas, e achar que paixão era algo apenas carnal, no fundo, era um bom cara. (N/N: Cartas para Julieta *-*) – Então, tem estado tudo bem? – Ele perguntava.

 

- Ah... sim. – Eu sorri minimamente, não me sentia a vontade quando estava sobre o olhar pesado e frio tanto de Jonh quando da Sra. Trevans.

 

- Ótimo, ótimo. – Ele falava calorosamente, segurando o ombro do filho, e a cintura da mulher, parecendo serem uma família perfeita. Mudou sua atenção para Michel que ainda estava no meu colo. – Como esta você pequeno homenzinho? – Ele soltou do ombro do filho acenando para Michel que sorriu para o padrinho.

 

Minha família e a família dos Trevans era levemente entrelaçada, Sr. Trevans era padrinho de Michel junto de sua esposa, mas agora, para meus pais, isso já não era mais o suficiente, eles queriam me casar com Jonh, o único filho dos Trevans.

Mas eu acreditava que Peter me salvaria daquele destino, ou pelo menos eu teria minha resposta naquela noite.

Voltei minha atenção a “bela família Trevans”, a Sra. Trevans com sua cara de cavalo mal amado e pessimamente cuidado, os cabelos escuros e longos, escorridos, sem forma, os olhos de um tom cinza tão claro que pareciam não existir, apenas a pupila preta...

Ela me dava tanto medo quando o filho.

Agora eu mudava minha atenção para o filho, Jonh, os cabelos pretos penteados para trás, tão horrivelmente certinho para uma criança que chegava a me enjoar.

A pele pálida, não muito corada, com algumas sardinhas mínimas pelo rosto.

E agora, o pior, que sempre me dava medo, os olhos dele.

Os olhos tão azuis quando o mar ou o céu, mas tão frios quando... neve.

Não aquela neve legal em que podemos sair para fazer bonecos de neve, mas sim, aquela neve cruel que te deixa pressa dentro de casa, que deixa seu pai louco pensando no dia de amanha.

Michel assentiu, murmurando um “tudo bem” qualquer.

Meus pais chamaram os Trevans para se sentar a mesa, cada um em seus lugares, Jonh, fingindo ser cavaleiro puxou a cadeira para mim.

MEU DEUS, SERA QUE ESSE GAROTO NÃO SABIA TER 14 ANOS? Não sabia apenas curtir o resto de infância que nos era tirado?

Ah sim, esqueci, ele não teve ter infância.

Como eu o odeio.

E o ódio era um dos sentimentos mais... nojentos que eu tinha, de verdade, o ódio parecia ser uma palavra muito forte, mas não, eu não podia simplesmente fala “ah, eu não gosto do Jonh”, ia ser muito fraco para a realidade.

O ódio em si é um sentimento nojento, te faz sentir nojenta da cabeça ao pés, porque te faz sentir raiva.

Eu sabia que a tarde seria assim, eu teria de aturar aquele garoto chato, medonho, sem infância, com os olhos cruéis sobre mim, eu sabia que teria de agüenta-lo durante boa parte daquela semana.

E o pior, eu sabia que teria de me casar com ele, eu não tinha escolha.

Bem, ter eu tinha, mas, apenas Peter poderia me dizer e levar para a Terra do Nunca, onde eu nunca cresceria, onde eu nunca teria de me casar, onde eu nunca teria de viver o meu atual futuro, onde eu nunca seria obrigada a ver novamente os olhos cruéis daquele garoto.

E então, eu seria a primeira Menina Perdida.

 

- Meu Deus Roger, você realmente tinha razão! Os dois ficam belos juntos. – Levantei meus olhos para encontrar o sorriso terno do Sr. Trevans olhando para mim e para a pessoa ao meu lado, no caso (infelizmente) era Jonh.

 

- Sim, sim! É como eu disse, dariam um belo casal. – Papai piscou para mim.

 

- Sim, - Sra. Trevans poucas vezes dirigia a palavra a mim, ao menos que ela estivesse necessitado de favores e coisas do tipo, e quanto falava tinha um certo desgosto. Essa mulher me dá nojo também. – é o casal mais belo que vejo para Jonh. – E deu um sorriso orgulhoso para o filho, que mantinha o rosto sem expressão.

 

Comecei a ficar desconfortável, procurei a pulseira que antes era de mamãe, e ela havia me dado, mas ela não estava lá.

Definitivamente ser uma Trevans não estava em meus planos, nunca estaria. NUNCA.

 

- Combinam visivelmente. – Mamãe concordou com um aceno de cabeça.

 

E eu não podia mais agüentar aquilo, o que mamãe dissera apenas piora tudo, era quase uma traição, eu esperava que ela me salvasse ou mantive-se calada, mas não, ela apoiou.

Sem resposta eu me levantei da cadeira murmurando algo como “Já volto” e andando em direção a arvore em que brincava desde pequena, ela ficava um pouco escondida por outras arvores, mas esse era o mágico de ficar ali.

Quando Wendy se casou com meu pai a classe de nossa família subiu automaticamente, meu avó soube a quem entrega - lá.

A classe de nossa família aumentaria se me casa-se com Jonh, poderíamos comprar o terreno ao lado, aumentando nosso quintal e...

Não, me repreendi, Você não vai se casar com Jonh, Peter te salvará, acredite, lembre-se daquela frase “Sonhos são como Deuses, se você não acretida neles, eles não existem”.

Fiquei repetindo aquela frase mentalmente, ela tinha que se manter fixa em minha mente.

Não foi muito tempo depois em que ele apareceu.

Ele parecia me perseguir em algumas horas.

Se sentou ao meu lado, segurou meu rosto com o as mãos frias, e puxou-o para encontro do dele.

Com agressividade que eu sabia que ele tinha quase naturalmente.

Juntou nossos lábios com uma força dolorida, eu me mantive parada dentro do possível, tentando fazer com que ele percebesse que me machucava, que eu o odiava, mas nada, quanto mais eu resistia, mas ele apenas intensificava aquele maldito beijo.

Sua íngua pediu passagem, e eu fui forçada a dar, alguns minutos depois em que seu beijo era correspondido por mim, coisa que fiz apenas tentando acabar com aquilo o mais rápido o possível, ele parou o beijo, se afastando um pouco de mim.

 

- Você me pertence. – Ele murmurou baixinho, tanto para mim quanto para ele, apenas para nos, e isso me deu um medo terrível.

Corra. Disse para mim mesma.

Meus pés obedeceram a ordem de correr tão rápido que nem mesmo me dei conta.

 

- Não, eu não pertenço a ninguém. – Murmurei para mim mesma enquanto corria em direção a casa.

 


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Notas finais do capítulo

Reeeviews?
Amores, a gente já ta começando o quarto capitulo, mas a Ana só vai conseguir acabar depois de amanha, porque ela precisa do livro qe ta comigo, qe eu vou levar amanha qando eu for ver ela (L) o capitulo cinco tá mais da metade escrito, porque eu to ansiosa para fazer P.O.V Jonh *ooo*
Mas enfim, espero qe gostem e reviewzem ♥



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