Tom chegou em casa rapidamente almaldiçoando-se mentalmente por sempre estar metido nas roubadas em que o irmão se metia. Era problema de Bill esse triângulo formado por ele, Juliet e Anna, Tom não tinha nada que ter entrado no meio, mas eles eram irmãos gêmeos, maldita a ligação que havia entre ambos que metia os dois sempre nas mesmas roubadas.Nem sinal de Bill; Simone e Gordon estavam conversando na cozinha quando o mais velho entrou e Simone atreveu-se a dar um simpático oi ao filho que marchava em direção ao quarto.
 -- Posso saber o porque de você marchar deste jeito Tom Kaulitz?  -- perguntou Simone séria
 -- Mãe é sério, você sabe onde o Bill está? -- Tom perguntou suplicante apesar da raiva iminente -- Preciso muito falar com ele.
 -- Não sei, acho que ele ia ficar na casa da Anna de noite depois que fosse pra casa de uma colega. Mas por que a ideia de quase matar seu irmão?
 -- Eu tenho quase certeza de que ele aprontou uma muito feia -- o garoto resmungou -- Ele aprontou alguma que deixou a Anna magoada e eu encontrei com ela hoje e ela tava chorando e na hora que eu falei o nome do Bill ela ficou estranha então eu tenho certeza de que ele sabe de alguma coisa.
 -- Você está apaixonado por ela?
 -- Não! -- o Kaulitz mais velho exclamou -- O apaixonado por ela é o Bill só que ela é nossa amiga desde pequena e eu me importo com ela. Vocês sabem que nós três fomos praticamente criados juntos.
 -- Entendi, mas o que você acha que seja?
 -- Eu não sei. Mas seja o que for ela tá muito mal. E eu estou preocupado, eles são melhores amigos desde que se conhecem, tenho medo do que isso possa virar.
 -- Tom, pare de se preocupar, seu irmão tem 17 anos, sabe o que faz. E acho que por enquanto você deve ter algo para se preocupar no momento não é? Dê um tempo aos dois para eles se resolverem, só precisam se entender e do jeito que eles se gostam, com certeza vão se resolver. Garanto
                      Simone sorriu tentando acalmar o filho mais velho, ela geralmente acalmava-o assim ou pelo menos estava certa a respeito da parte de eles precisarem de um tempo, apesar de Tom não concordar com a ideia de que Bill sabia o que fazia, ele próprio conhecia o gêmeo melhor que ninguem e sabia que ele seria uma criança eterna. 
                      O garoto de dreads deixou-se cair na cama com uma lata de Coca Cola, bebendo-a como se fosse água. Apesar do que a mãe dissera ele ainda não acreditava que Bill fosse capaz de notar o quanto fizera sua melhor amiga de infancia sofrer, afinal, era tão de dificil de ele ver que ela era afim dele? Realmente a mãe dele estava certa em um quesito: ele tinha outras coisas a se importar e não podia ficar esquentando a cabeça com isso. Terminou com a lata de refrigerante minutos após começar e emaranhou-se no lençol pensando no assunto que mais envolvia sua mente, sua amada de cabelos negros com mechas vermelhas. Fechou os olhos e se deparou com a imagem de ela a sua frente, um carinho na bochecha e um selinho que se aprofundava virando um verdadeiro beijo, esse beijo se tornava em vários toques e esses toques viravam algo mais. Tudo se mantinha em uma sequencia cronicamente perfeita e luxuriante que deixava Tom mordendo os lábios, emaranhando-se no lençol e com seu corpo indo em direção ao êxtase. E foi em meio a este misto de sensações que ele finalmente adormeceu.
                     Aproximadamente meia hora mais tarde, Tom rolou mais uma vez na cama e sentiu um peso na ponta da mesma que impedia que seu corpo fosse de encontro com o chão. Deixou o braço pender e ouviu algo que o fez abrir os olhos preguiçosamente. No lento processo pelo o qual passou para ter os olhos completamente abertos, deparou-se com a imagem do irmão gêmeo o encarando com uma expressão levemente preocupada, murmurando palavras que ele ainda estava com dificuldade para associar.
 -- Tom? -- o garoto ouviu o irmão chamando após alguns segundos -- Tudo bem ai?
 -- Bill? -- ele chamou sonolento pelo garoto, que sorriu -- Você não ia pra casa da Anna? E que horas são?
 -- Então eu ia -- Bill projetou uma expressão indecifrável e contorceu os lábios com certo nervosismo --  Só que ela não tá atendendo o telefone, ai eu fui na casa dela e a mãe dela disse que ela precisava ficar sozinha um pouco e eu tentei escalar pelo telhado mas milagrosamente ela trancou a janela e não teve como eu entrar.
 -- Oh Mein Gott! -- Tom suspirou pesadamente -- Que lindo!
 -- Por quê? Você sabe o que aconteceu com ela? -- Bill sorriu com a possibilidade de que talvez o gêmeo pudesse explicar o que aconteceu -- Se souber por favor me diga
 -- Você aconteceu.
 -- O que foi que eu fiz?
 -- Você ficou com a Juliet não foi? Vocês foram pra casa dela depois da aula.
 -- Como você sabe?
 -- Bill eu te conheço. Conheço sua cara pós sexo, não adianta esconder. -- Tom rebateu sarcastico -- E a Anna tambem.
 -- Mas a gente não se viu desde que vocês sairam e... Scheisse! -- Bill começou a se xingar mentalmente, é claro, ele prometeu ligar pra ela e provavelmente ela passou na casa de Juliet para saber do paradeiro dele -- Scheisse!
 -- Já viu o tamanho da merda né? -- o de dreads finalmente levantou a cabeça para encarar o irmão
 -- Já -- o de cabelos espetados disse cabisbaixo -- Mas como você sabe disso?
 -- Encontrei ela hoje, lá no parque. Estava fumando e estava chorando e na hora em que eu mencionei o seu nome ela pareceu piorar. -- o garoto fez uma pausa antes de prosseguir -- Você tem que ir falar com ela. Já tá na hora de vocês se resolverem. Ah... -- o moreno ergueu os olhos -- todo mundo sabe que vocês são afins um do outro desde que se entendem por gente.
 -- Não posso. -- mais magro disse arrependido -- Não posso dizer isso pra ela.
 -- O que te impede?
 -- E-eu to n-na-namora-rando ... -- o garoto disse trêmulo
 -- VOCÊ ESTÁ NAMORANDO COM ELA?! -- Tom deu um salto que assustou o irmão -- COMO É QUE VOCÊ ESTÁ NAMORANDO A JULIET?!
 -- Só... aconteceu
 -- Não aconteceu não! -- o de dreads finalmente encontrou o tão desejado momento de repreender o irmão mais novo -- Você tem total controle sobre o seu pinto e sobre a sua cabeça! -- o garoto fez uma pausa e então compreendeu o plano do irmão -- Ah não... você não fez o que eu acho que você fez!
 -- Tom...
 -- Mein Gott Bill, mein gott... Como você é uma anta!!!
 -- Ok Tom, caralho, cala a boca! -- Bill se exaltou após ouvir as broncas do irmão -- Antes de ficar me dando bronca, me diz qual é a moral que você tem para falar isso. Cara, você dormiu com metade da escola, está afim de uma garota que eu realmente tenho dúvidas se quer ficar com você porque a prima, uma de suas "ex", ainda é afim de você e você vem me dar lição de que eu não posso dormir com qualquer garota estando afim da minha melhor amiga?!
 -- Ouve o que você acabou de falar. -- Tom manteve-se pacífico a situação enquanto Bill desabava na cama -- Dormir com qualquer garota estando afim da minha melhor amiga. Bill, meu querido irmãozinho acho que você não me conhece sabia? Eu nunca iria para cama com alguem que não fosse a garota pelo o qual estivesse apaixonado, como é o caso. E eu não sei se você sabe mas esses dias eu estive com a Cass, estavamos na clareira e ela me beijou.
 -- Tom e-eu... -- o moreno disse desconcertado, não devia ter dito tudo o que disse para o irmão
 -- Bill, vai lá pensar... -- Tom disse enquanto o irmão se levantava -- Passe um, dois, pense o tempo que quiser, mas eu já estarei te avisando como seu irmão, não demore muito para pensar, pode ser tarde de mais na hora em que você decidir dizer algo.
 -- É, talvez seja o melhor...
                      E assim o Kaulitz mais novo foi se deitar, esperando que alguma luz divina viesse a sua mente e lhe dissesse o que fazer. Ele não queria terminar com Juliet porque seria meio injusto e covarde começar um namoro e terminá-lo 24h depois, mas não se conformava com o fato de que fizera sua melhor amiga e sua pequena chorar. Ele estava em uma encruzilhada, uma encruzilhada que ele mesmo construira e que não sabia mais que caminho o traria de volta a seu porto seguro, sua melhor amiga. O mais velho voltara para a cama, precisava respirar, tentar colocar algo diferente na cabeça, que preferencialmente não envolvesse Cassandra, pela certeza de que se deixaria enlouquecer se a envolvesse.