P.O.V. Hope.

Estou cansada de me esconder e não sou a única. Então, foda-se.

—Sobrenaturais de Cambridge! Eu peço a vocês que se unam a sua única e verdadeira salvadora! E ela vai, libertá-los da opressão!

Disse o meu querido e mais leal seguidor Henry. Eu queria que eles me vissem, então eu comecei a explodir coisas. Algumas lâmpadas.

—Hope! Hope! Garotinha, eu sei que pode me ouvir, você tem que parar.

—Não eu não tenho. E eu não sou mais garotinha. Você acha que pode me parar?! Mas, não pode.

Me doeu na alma ter que fazer aquilo.

—Eu sinto muito mãe. Mas, estamos aqui e eles vão ter que aceitar isso.

Quebrei o pescoço da minha mãe. Mas, deixei ela cair no chão estatelada. Coloquei-a no chão gentilmente com um feitiço de levitação. E é claro que um dos humanos chamou a polícia.

—Parada! Mãos pra cima.

—Eu acho que não. Não sou uma criminosa.

Eles apontaram as armas pra mim e cara, eu ri. Gargalhei.

—Vão em frente. Abram fogo. Eu não vou sentir nada mesmo. Não sou sua inimiga. 

—Mãos pra cima!

—Atira logo! Atira humano! Manda bala!

—Hope!

—Lucian!

E um deles puxou o gatilho. Mas, eu não senti nada, bem quase nada. Meio que fez cocegas.

—Lucian, leva a mãe pra casa. 

Ele olhou pra mim.

—Agora!

Meu irmão carregou a nossa mãe de volta pra casa.

—Então, agora que vocês perceberam que suas armas não vão funcionar... que tal termos uma conversa civilizada?

—O que você quer?!

—Primeiro que pare de gritar. Tenho audição sobrenatural. E segundo, que vocês saibam que isso não é um ataque. Sim, eu explodi alguns postes de luz, mas precisava chamar sua atenção.

—Bem, você tem.

—Vou ser bem clara. Vampiros, bruxas e lobisomens... existem. Não é metafórico, ou mitológico. É real. 

—E o que você é?

Eu ri.

—Eu sou Hope Genevieve Corvinos, a Tribrida da família Original. Sou bruxa, vampira e lobisomem. Como minha mãe e minha falecida tia. Minha mãe foi a primeira. E em nome de todas as facções, de todas as cidades do mundo eu digo... estamos aqui. Nós existimos e vocês vão ter que nos aceitar. Obrigado pela atenção.

Com um feitiço eu concertei as lâmpadas que explodi. E apaguei o fogo.

No dia seguinte já haviam vídeos de mim e os vídeos já tinham viralizado.

Minha mãe tava pistola.

—Faz alguma ideia do que fez?! Eu tenho contatos em todos os lugares, e como imagina o lugar tá lotado de vampiros e muitos deles nos odeiam.

—Mudanças são difíceis. Olha, mãe eu não decidi isso sozinha. Houve uma assembleia geral, uma votação. E a maioria decidiu que estava cansado de se esconder. Lobisomens estão cheios de terem seus territórios invadidos e devastados por indústrias e essas coisas. As bruxas estão cheias da ingratidão dos humanos com a natureza, com elas e os vampiros? O mesmo que os lobisomens. Queremos lançar feitiços, nos alimentar, viver sem ter que nos esconder. E é muito tarde, não tem mais volta agora.

P.O.V. Jeremy.

Ela destruiu os postes de iluminação na rua, os incendiou e depois os concertou. Os policiais atiraram nela e ela não sentiu nada.

E no dia seguinte ela veio á faculdade como se não fosse nada de mais.

Quando o professor a viu entrar na sala ele parou a aula.

—Lobisomens. Manda bala. Quero ver o que você preparou.

—Melhor, porque você não dá uma aula. Porque não nos ensina?

—Muito justo. E só para vocês saberem, a ignorância trás o caos, não o conhecimento.

Ela levantou e passou os slides que o professor iria passar, passou numa velocidade impressionante. E então desligou o projetor e acendeu a luz colocando os óculos escuros.

—Lobisomens. Origens. Há séculos cientistas submundanos tentam misturar as linhagens sanguíneas e há séculos eles fracassam, mas a natureza sempre encontra um caminho. Meu avô materno é Alec Volturi. Ele e sua gêmea são descendentes do primeiro vampiro do mundo. E este vampiro é meu pai, Marius Corvinos filho de Alexandre Corvinos um bruxo extremamente poderoso senhor da Guerra que chegou ao Poder no início do quinto século. Bem a tempo de ver a Macedônia ser devastada por uma praga terrível, ele foi o único sobrevivente. Nem mesmo sua mãe, Olímpia uma das bruxas mais poderosas do mundo sobreviveu. Mas, de algum jeito o corpo dele, seu sangue, seu sistema conseguiu adaptar a doença, moldá-la a seu benefício.

—Está falando de Alexandre, O Grande?

—Sim. Chocante, eu sei. E ele se tornou o primeiro verdadeiro imortal. Mas, a chave para misturar as linhagens sanguíneas foi encontrar um descendente direto de Alexandre. Alguns anos depois, Alexandre teve obviamente três filhos que herdaram este mesmo traço peculiar. Marius, meu pai mordido por um morcego enquanto caminhava na varanda. Mas, ao invés de ficar doente, contrair raiva ou morrer... suas células mudaram e ele se tornou o primeiro vampiro do mundo. E então, seu irmão caçula, gêmeo... meu tio Cassius foi mordido por um lobo durante uma caçada. A matilha atacou a ele e a sua comitiva, como seu pai ele foi o único sobrevivente e tornou-se o primeiro lobisomem do mundo. Ambas as espécies tem um ancestral em comum.

—E como você pode ser três coisas ao mesmo tempo?

—Minha vó é metade vampira, metade bruxa. Meu avô, é um vampiro, mas minha mãe é uma Tribrida como eu e meu irmão. Ela herdou de alguma forma o gene de lobisomem. E passou a diante. Eu sou filha de Marius, meu irmão é filho do tio Cassius. E nossas avós são bruxas o que nos torna Tribridos, híbridos de três criaturas diferentes. Somos a própria estirpe de Corvinos. Os Tribridos Originais.

—Nosso sangue, nossas células permitiram uma união tri-celular. Parte bruxos, parte lobisomens, parte vampiros porém mais fortes que os três. Bem vindas ao submundo crianças.

Disse sorrindo mostrando as presas. Todas as quatro. Duas de cada lado da boca.

Então, ela tapou os ouvidos bem a tempo do sinal do intervalo soar.

O som deixou ela meio atordoada. Mas, se recuperou rápido.

P.O.V. Doutora Carlton.

Saber que estas criaturas existem, saber que as histórias tem algumas verdades, é incrível. E também bastante assustador. Estas criaturas existem e estão por ai. Vampiros, bruxas, lobisomens e por Deus! Tribridos.