P.O.V. Rosalice.

Desde o ataque, e do uso da agulha... a anciã Alice ficou mais calma. Mas, ela tomou uma bela surra.

E ainda assim, os ânimos estão exaltados. E para tentar remediar as coisas com as bruxas fizemos uma festa por conta dum feriado local pagão, os vampiros também foram convidados.

Como a última coisa em que consigo pensar agora são em fazer compras, usei o mesmo vestido e o mesmo penteado da última festa em que fui. O aniversário da Emily. 

Felizmente o meu vestido estica. A festa estava indo bem até eu ouvir os tambores.

—Merda. 

—O que?

—Diga para as pessoas correrem. É uma armadilha.

E foi a mesma coisa da última vez. Um absoluto massacre. Salvei o máximo de pessoas que eu consegui.

P.O.V. Cassius.

Os homens se cortaram e os vampiros começaram a perder o controle.

—Se controlem! Isso é um truque vulgar! Nós não violamos, os nossos acordos.

Tarde demais. As luzes apagaram num súbito e o ataque começou. Os vampiros começaram a atacar as pessoas, as bruxas, os humanos. Foi uma loucura.

—Rosalice!

Pessoas correndo, algumas sendo pisoteadas.

Quando as luzes voltaram a se acender, fiquei aliviado de saber que ela estava bem.

—Cassius?

Ajudei-a a se levantar e ela gemeu. Aparentemente estava desorientada.

P.O.V. Marius.

Assim que o ataque se findou, consegui vê-la, ela estava viva, não muito ferida. Levantou-se devagar e a primeira coisa que saiu da boca dela foi:

—Cassius?

—Rosalice. Está tudo bem. Você está bem.

Disse meu amado irmão para ela. Ajudando-a a se levantar, amparando-a.

—Meu Deus! 

Então ela viu um cadáver em específico.

—Geni? 

Ela foi até o cadáver da irmã e a chacoalhou.

—Geni! Geni acorda, Geni. Vamos, por favor. 

Abraçou o corpo de sua gêmea.

—Genevieve.

—Sinto muito.

—Só... por favor, me deixa. Me deixa sozinha com ela.

—Tudo bem.

Puxei o meu irmão para outra sala.

P.O.V. Cassius.

Meu irmão começou a dar mais um de seus escândalos.

—Casualmente você despreza dez mil anos de lealdade para com você.

—E agora que eu encontrei os remanescentes da nossa outra família, devo ignorar esta situação? Pensei que apoiaria o meu desejo de ajudá-los e consequentemente ajudar, Rosalice e a criança.

—Você não questione minha lealdade em se tratando desta criança.

—Oh, eu suponho que sua afeição por Rosalice não tenha nada á ver com sua dedicação incansável! Sim, eu vi o quanto se importou com ela esta noite. Como gritou desesperadamente o nome dela na escuridão. O zelo com o qual você destrói aqueles que a feririam.

—Você jamais considerou os da minha espécie como sua família! Você sempre caçou as minhas crias, chamou-os de bestes!

Agarrei o pescoço de Marius.

—Eu neguei cada mísero impulso que já tive por aquela mulher, por respeito, por intenções que você nem mesmo possui ou compreende.

—Estou lhe avisando...

Empurrei-o.

—Eu estou lhe avisando Marius! Eu tenho perdoado você, ficado ao seu lado por dez mil anos, eu abandonei todo e cada um de meus desejos em nome de sua... ridícula redenção. Também fui trancado numa tumba! Deixado para morrer de fome e apodrecer! Não mais.  Se eu quiser alguma coisa, eu tomarei. E nada, nada, absolutamente nada vai me impedir ou ficar no meu caminho desta vez. Pela primeira vez em dez mil anos... eu tenho o direito de ser egoísta! E é a sua vez de ser altruísta.

Então, sai antes que fizesse uma besteira.

P.O.V. Rosie.

Eu estava abraçando o cadáver ainda quente da minha gêmea e cantando. Uma música que nossa mãe cantava para nós quando éramos crianças. Bird, da Billie Marten.

—Eu lamento muito.

—Eu também. Tenho que... ligar... para minha... mãe. Talvez possamos tentar trazê-la de volta. Genevieve era... inconsequente, descabeçada, egoísta, boca suja, falava um monte de besteira. Era impulsiva, mas ela era minha irmã. Minha gêmea.

—Marius e eu também somos gêmeos. Fraternos, obviamente. Mas, somos gêmeos.

P.O.V. Renesmee.

O telefone tocou e quando atendi, recebi a pior e mais dolorosa notícia que uma mãe pode receber.

—Não. Não, meu bebê.

—Sinto muito mãe. Eu deveria ter feito alguma coisa, eu sei lá, qualquer coisa.

—Não. Não foi sua culpa querida. Não pode se culpar. Foi um ataque, orquestrado por alguém que tem ódio no coração e se quer tem a coragem de mostrar a cara.

Fui até Portland e temos realizar um feitiço para trazer Genevieve de volta, mas não funcionou.

—Não há mais nada que possamos tentar?

—A outra opção é arriscada de mais. Eu já perdi uma filha, não vou perder outra.

—O que é a outra opção?

—Um ritual, mas é magia demoníaca. Pior que magia negra. Teria que sacrificar treze discípulos virtuosos e eu faria com prazer. Mas, é apenas uma parte do ritual.

—E qual é a outra parte?

—Partes.

—Quais são?

—Teria que pegar um pedaço do seu pai. E então, emprestar seu coração.

—Emprestar meu coração?

—O coração não é o que você pensa. Sua irmã precisaria dividir sua força vital para poder respirar novamente, mas há um risco muito alto. Fusão.

P.O.V. Rosalice.

Fusão. É quando um feitiço de divisão de energia dá errado e duas mentes viram uma só, duas pessoas viram uma só. O que implica que uma das duas, a mente mais fraca, morre.

—Saquei.

—Você tem a sua filha a considerar.

Eu podia ver nos olhos da minha mãe a dor profunda que ela tentava esconder. Quando viu o corpo da Geni, ela chorou desesperada, deprimida. E quando o feitiço não funcionou... foi decepção total.

Sei como funciona. Nós invocamos o espírito, mas ele tem que fazer o caminho de volta sozinho, muitos não são fortes o suficiente.

—Temos que enterrá-la. Quero enterrá-la em Forks, ao lado de seu bisavó. Charlie.

—Certo. Muito justo.

E pela segunda vez esta semana, tive que organizar e ir a um funeral.

—Você jamais olhará para mim da maneira que olha para Cassius, não é?

—Não. Nunca. Mas, podemos ser amigos. Parceiros. O que acha?

—Parceiros, então.