Caroline se revirava na cama de um lado para o outro, seu sono estava agitado, seu corpo estava cansado, e ela pedia secretamente a Deus para que a noite anterior fosse um terrível pesadelo, que toda a confusão com Tyler não passasse de um sonho maluco que ela tivera. A loira despertou de vez com um certo amigo sentado na cama ao lado a observando.

— Me fala que ontem foi um pesadelo, que ontem não houve nenhuma briga entre eu e o Tyler? – Caroline pediu manhosa.

— Queria muito lhe afirmar isso, porém infelizmente aconteceu. – Stefan disse com pesar analisando o estado de sua amiga.

— Você acha que hoje ele vai querer falar comigo? – Caroline questionou incerta.

— Hoje eu acho que não, porém creio que logo, logo vocês vão ter a oportunidade de conversar e se resolverem. – Stefan ressaltou.

— Cadê a Elena? – Caroline perguntou já buscando com os olhos sua amiga por todo o quarto.

— Ela está no banheiro. Agora levanta e se arruma para irmos tomar café na cafeteria que você adora lá da 5º Av. – Stefan dizia já retirando as cobertas de Caroline.

— Só ficando na bad pra vocês me pagarem um café de lá né? Vou te falar. – Caroline dizia se fazendo de decepcionada com o rapaz. Stefan sorria ajudando a loira a organizar a cama.

Elena saiu do banheiro e Caroline ao vê – lá lhe lançou um sorriso sem muito entusiasmo.

— Como você está? – Elena perguntou preocupada.

— Péssima, chateada, me sentindo a pior namorada do mundo. – Caroline se sentia tão culpada, não por ter dormido com Klaus, porque ela estava solteira na época, mas pela forma com que Tyler havia descoberto, por causar tamanha decepção nele.

— Ei, não fica assim. – Stefan sentou - se ao lado da loira. – Todo mundo erra, isso é ser humano.

— Vamos tomar café e enquanto estivermos lá bolaremos um plano para vocês se acertarem, tá bom?! – Elena prometeu tentando tranquilizar Caroline.

— Tá, vamos. Deixa eu trocar de roupa e escovar os dentes rapidinho.

Após alguns minutos o trio de amigos saiu do dormitório e se encaminharam para o carro de Stefan, pois a cafeteria ficava um pouquinho afastada do campus. Chegando lá Caroline já pediu seu combo favorito enquanto Elena e Stefan tentavam escolher um combo que agradasse o dois para ambos dividirem. Aquele café da manhã demorou mais do que o de costume, porém Caroline estava precisando conversar, desabafar e arquitetar um plano para recuperar seu namorado de volta. Entre alguns goles de café e mordidas de donuts a conversa rolava entre os amigos:

— E vocês dois estão puro love né?! – Caroline observou o clima entre Elena e Stefan. O casal se olharam e sorriram.

— Estamos juntos novamente, então isso faz todo sentindo. – Elena disse tendo os braços de Stefan envolvendo seus ombros. Stefan beijava entre sorrisos os cabelos de Elena.

— Fico tão feliz por vocês enfim se acertarem, vocês são tão... – Antes que Caroline terminasse a frase Elena e Stefan completaram com uma sonora palavra: - EPICO!

Aquele adjetivo era o mais usado por Caroline para se referir ao amor do casal, e tanto Elena quanto Stefan já haviam ouvido muito aquela palavra. Caroline riu dos amigos e o casal também riu.

Elena avistou uma amiga de curso e resolveu ir até a mesa dela para cumprimenta – lá, enquanto isso Caroline continuou conversando com Stefan:

— Acha que ele vai me perdoar? – Caroline perguntou numa voz triste.

— Claro que sim, se ele te ama de verdade nada disso vai importar, claro que no início ele vai ficar puto de raiva, mas no fim com quem você ficou na ausência dele não vai ser o mais importante, o que vai importar é ter você ao lado dele, saber que você escolheu ficar com ele.

— Foi assim que você se sentiu com a Elena? – Caroline questionou vendo a forma como Stefan falava.

— Sim, mas acho que meu caso é um pouco mais delicado, porque o Damon é meu irmão, me machuca um pouco está com ela sabendo que ele também gosta dela, já no caso do Tyler ele pode querer brigar com o Klaus sem nenhum empecilho, Klaus não é nada pra ele.

— Maldita hora que eu fui me envolver com esse seu amigo ai. – Caroline agora não estava mais triste, e sim furiosa. – Mentiroso, traidor, mulherengo... nem sei mais quais “qualidades” listar. – Caroline falava bufando.

— Car. sobre o Klaus eu preciso lhe contar uma coisa. – Stefan anunciou meio receoso. Caroline se mostrou surpresa e balançou a cabeça para que Stefan continuasse.

— Naquela manhã que vocês brigaram ocorreu um pequeno mal entendido. – Caroline franzia as sobrancelhas esbouçando sua falta de compreensão.

— O Klaus já foi casado, ele não é mais.

— Como não Stefan? O advogado da mulher dele ligou, eu que atendi.

— Eu sei, você me contou, porém acontece que o advogado estava ligando justamente para finalizar o divórcio.

— Mas o Klaus nem tinha o número do indivíduo, se estivesse passando por uma separação ele teria o contato do advogado da sua ex não?! – Caroline indagou com cara de poucos amigos.

— Pelo o que eu entendi houve um conflito de interesses, o advogado era um ex-namorado dela e o advogado do Klaus descobriu, então ela deve que contratar outro advogado, por isso o Klaus não tinha o número dele salvo.

Caroline estava estática, tentando pensar se aquilo que Stefan estava lhe contando fazia algum sentido.

— Car. eu vou resumi pra você: O Klaus casou mais ou menos há uns 2 anos, o casamento foi tão rápido que nem durou um ano direito, eles pediram o divórcio em comum acordo, acho que são amigos ainda, sei lá. A questão é que ele não mentiu pra você.

— E quem te contou tudo isso? Por acaso seu irmão que é amiguinho dele? – Caroline estreitou o olhar para Stefan, como se não estivesse acreditando muito naquela historinha.

— Foi o Damon sim Car., porém Klaus pediu pra ele não se meter nisso, eu só estou lhe contando porque é minha amiga, e sei que se um dia descobrisse e soubesse que eu já sabia você iria ficar chateada.

— Então quer dizer que todas aquelas coisas que eu disse pra ele não tinha nada a ver? Eu julguei ele à toa, é isso? – Definitivamente aquele final de semana estava acabando com Caroline, primeiro arrumou uma briga feia com seu namorado por causa da sua falta de honestidade, agora estava sabendo que julgou Klaus indevidamente e que talvez tudo o que o britânico tinha lhe falado desde o começo era pura verdade.

— Caroline o Klaus pode ser mulherengo, safado, e até malandro ás vezes, porém uma coisa que eu sempre admirei nele foi a honestidade, por mais difícil que seja ou até mesmo “feia” ele sempre diz a verdade, sempre gostou de ser transparente com tudo, seja com amigos, família, trabalho e relacionamentos.

— Meu final de semana não para de ficar mais interessante. – Caroline disse forçando um sorriso debochado.

— O que eu perdi? – Elena chegou se acomodando ao lado de Stefan.

— Contei pra ela sobre o Klaus. – Stefan explicou.

— Você sabia? – Caroline perguntou indignada.

— Sabia Car., Stefan me contou no dia em que fomos jantar na casa dele, mas ele que tinha que lhe contar sobre isso, e também aconselhei ele a esperar um pouco, afinal você e o Tyler tinham acabado de voltarem. – Elena explicou pegando na mão de sua amiga para talvez lhe passar confiança.

— Mas isso também não interessa mais, Klaus é um britânico arrogante que se acha, não vou perder meu tempo se desculpando com ele, e aliás ele nem deve se lembrar de mim ou daquela noite... digo daquela manhã, ele deve estar rodeado de francesas assanhadas. – Caroline visivelmente tinha ficado irritada, era só tocar no nome de Klaus que a garota ficava assim. Era como se aquele nome ao ser proferido fosse um gatilho para toda raiva da loira aflorar, ele mexia com ela, ele sacudia toda a estrutura emocional perfeitamente arquitetada de Caroline, e talvez fosse por isso que ela se armasse contra ele, porque ela não conseguia compreender o que sentia por Klaus, porque aquele sentimento era novo pra ela e ela tinha medo do desconhecido.

— Só achei que você deveria saber. – Stefan finalizou.

Eles ficaram conversando mais um pouco, até Stefan lembrar que havia combinado de buscar seu pai no aeroporto e convidar as garotas para irem com ele, assim Caroline poderia se distrair um pouco.

(...)

Elena assim que saiu da aula resolveu ir até a casa de Tyler. Caroline havia tentado falar com ele, porém ele parecia não estar muito afim de conversar, então a loira decidiu lhe dar um tempo, mas Tyler também era amigo de Elena, ela sentia uma ligação forte com ele, um carinho de irmão, ela precisava saber como ele estava, e sabendo que não conseguiria sucesso com ligação resolveu ir direto na casa do rapaz.

— Olá Gertrudes, tudo bem? O Tyler está por ai?

— Olá Elena, está sim, entre. – Elena foi acompanhando a senhora que trabalhava na casa de Tyler até o quarto do rapaz. Elena bateu suavemente na porta.

— Gertrudes não vou almoçar agora, mas tarde eu desço e como alguma coisa. – Tyler gritou de dentro do quarto. Elena atreveu – se a abrir a porta sorrateiramente.

— Mas eu estou com fome. – Elena disse fazendo uma careta pra o amigo. Tyler ficou surpreso ao ver Elena ali, e correu para abraça – lá.

— Milagre você por aqui, como vai? – Tyler perguntou já imaginando o porquê da morena estar ali.

— Estou bem, mas agora eu quero saber de você, como você está?

— Bem. – Tyler mentiu descaradamente.

— Tyler eu te conheço, vamos sou sua amiga. – Elena disse com um certo jeitinho. Tyler abriu espaço para a amiga se sentar na ponta de sua cama.

— Estou magoado né Elena. Estou decepcionado, com raiva, puto, nem sei mais os termos para usar.

— Tyler não fica assim. – Elena pediu calma.

— Não fica assim? Caralho Elena ela dormiu com outro, e não foi qualquer um, foi o Niklaus, o cara que sempre esteve interessado nela, o cara que é todo solicito, que é requintado, viajado... Enfim, o cara de sotaque irresistível. – Tyler finalizou. Elena podia ver o olhar de Tyler queimar de ódio, os dentes dele ranger forte enquanto pronunciava o nome de Klaus.

— Eu sei o que você está sentindo, imagino que seja parecido com o que o Stefan sentiu em relação a mim e o Damon, sei que é uma decepção horrível, uma tristeza, porém vocês não estavam juntos Tyler, não foi propriamente uma traição.

Tyler respirou fundo e tentou se acalmar, afinal Elena era sua amiga, não tinha culpa de nada daquilo, mesmo ela já sabendo o que havia acontecido entre sua namorada e Klaus.

— Ok Elena, sei que não foi uma traição propriamente dita, mas para mim foi, ela traiu minha confiança, feriu meu ego, ela podia ter ficado com qualquer outro cara, mas ele Elena? Logo ele? – Tyler se sentava na cadeira em frente a Elena, ele estava tão magoado.

— Sei que é muito lhe pedir para falar com ela agora, sei que você precisa do seu tempo para colocar a cabeça no lugar e pensar, porém eu te peço como sua amiga, como amiga dela, como uma pessoa que enxerga o bem que vocês fazem um para o outro: Não faça nada de cabeça quente, não tome decisões precipitadas, pense em tudo o que vocês já viveram, em tudo o que podem viver ainda, ouça seu coração Ty. – Elena pediu tocando a mão de Tyler. Tyler correspondeu o toque da amiga apertando forte.

— Eu amo ela Elena, mas não posso simplesmente deixar isso pra lá, não sou o Stefan. – Tyler falou sem pensar e percebeu que Elena recuou.

— Me desculpe, não queria dizer isso.

— Não tudo bem, eu entendo que você não é o Stefan, e que talvez leve mais tempo para vocês se acertarem, mais do que eu e ele levamos, mas deixe seu coração falar mais alto, deixe o amor prevalecer.

— A questão é que eu odeio esse cara, Stefan e Damon são irmãos, querendo ou não eles se amam, agora esse cara eu odeio ele, se eu pudesse eu o matava. – Tyler disse expressando toda sua raiva.

— Ei, não fale essas coisas, não vai lhe fazer bem.

— Eu só queria que ela nunca tivesse conhecido ele. – Tyler disse cabisbaixo. Elena o abraçou. Tyler se agarrou naquele abraço e pela primeira vez deixou algumas lágrimas brotarem. Elena de alguma forma lhe transmitia segurança, ele sabia que podia confiar nela, e sabia que o carinho entre eles era sincero.

— Sabe o que vamos fazer? Vou passar o dia inteiro aqui com você, vou te animar e até de irritar. – Elena disse já pulando da cama e vendo o que tinha no quarto de Tyler.

— Ok. Primeira missão: Irmos na cozinha prepararmos alguma coisa para comer. – Elena obedeceu Tyler e foi o seguindo até a cozinha.

Na imensa cozinha Elena e Tyler procuravam por alimentos fáceis de preparar. Elena e Tyler foram surpreendidos por Richard que falava com alguém no celular.

— Elena esse é meu pai, Richard Lockwood. – Tyler apresentava a amiga ao pai.

— Oi, prazer. – Richard terminou a ligação e tratou de cumprimentar Elena.

— Acho que já te vi nas minhas “andanças” por aqui, porém nunca paramos pra nos cumprimentar. – Elena disse correspondendo ao aperto de mão do homem elegante.

— E ai você é a nova namorada? – Richard perguntou sem pudor algum. Elena se assustou com a pergunta.

— Pai! – Tyler falou alto. – Elena é minha amiga, praticamente minha irmã. – Tyler disse não acreditando no constrangimento que seu pai estava fazendo o passar.

— Me desculpa, é que eu vi vocês tão íntimos que pensei que eram algo a mais.

— Somos íntimos porque somo amigos. – Elena respondeu um pouco séria. Caroline já havia comentado sobre o jeito do pai de seu namorado, meio arrogante, autoritário, machão, porém ela pensou que a amiga estava exagerando.

— Enfim, só pensei errado mesmo. Vou deixar vocês terminarem o que vocês estão fazendo. – Richard deu uma piscadinha para Tyler e subiu apressado.

— Sério que ele está pensando que nós temos algo? – Elena perguntou incrédula, ela sentiu a maldade nas palavras de Richard, ainda mais na piscadinha que ele deu a Tyler.

— Não liga pra ele, meu pai as vezes sabe ser chato, enfim só não dê atenção pra ele. – Tyler pediu não ligando muito para o comportamento de seu pai. Elena respirou fundo e continuou cortando algumas folhas para fazer a salada do almoço.

— Elena seu celular está tocando. – Tyler avisou.

— Quem é?

— Sua amiga Hayley, é vídeo chamada.

— Minhas mãos estão molhadas das folhas, atende pra mim por favor e posiciona o celular? – Tyler se surpreendeu com a beleza de Hayley ao atender o celular. Uma beleza simples, porém acentuada, exótica, uma morena com olhos esverdeados, cabelos presos num coque bagunçado, bem espontânea.

“Oi.” – Tyler disse timidamente.

“Liguei pro número errado? Esse ai é o celular da Elena Gilbert né?!” – Hayley perguntou confusa.

“Sim, é que ela está um pouco ocupada, só um momento que ela vai atender.” – Tyler saiu e deixou as duas amigas a vontade para conversarem.

“Ei, oie gatinha, tudo bem?” – Elena atendeu animada.

“Oi gatona, tudo bem sim e contigo?” – As duas amigas se tratavam por apelidos carinhosos.

“Estou ótima, tenho tanta coisa pra lhe contar.” – Elena falava com um sorriso no rosto, ela ainda não havia contado sobre a reconciliação com Stefan.

“Pode começar me falando o nome do bonitão que atendeu o celular.” – Hayley dizia com um sorriso travesso.

“É o Tyler, ele é meu amigo.”

“Hum, interessante, pode já providenciar um encontro entre eu e ele.”

“Ele é comprometido doida, e é com a minha amiga Caroline.”

“Você sabe que eu não sou ciumenta né?!”

“Sua cachorra!” – Elena falava rindo da amiga.

“E providencia esse encontro rápido, porque mês que vem estou ai.”

“Mal posso esperar pra ter você aqui.” – Elena confessava para sua amiga de infância.

Elena ficou mais alguns minutos conversando com Hayley até se dar conta de que o macarrão que ela e Tyler tinha deixado no forno havia queimado. Os dois correram para tentar salvarem a refeição, porém não tiveram muito sucesso, o jeito foi os dois saírem e almoçarem no restaurante mais próximo. Como o prometido Elena passou aquele resto do dia com Tyler, o casal de amigos andou pelo parque, conversaram mais sobre Caroline e sobre como estava a relação de Elena e Stefan, foram ao mercado para desta vez fazerem uma janta digna... Quando Elena chegou em seu dormitório Caroline já estava dormindo, aparentemente exausta, Elena decidiu não acorda – lá e contar sobre seu dia com Tyler na manhã seguinte, ela sabia que de alguma forma falar sobre Tyler iria confortar Caroline.

(...)

Naquela noite de sábado Elena terminava de se arrumar para jantar na casa de Stefan.

— Car. por que você não quer ir comigo? – Elena questionava não entendo a recusa de sua amiga.

— Porque estou cansada de ficar de vela. – Caroline fazia uma careta engraçada para Elena.

— Para de bobagem, a Lily está lá também e você sabe que adoramos sair com você.

— Eu sei amiga, mas essa semana inteira praticamente eu sai junto com vocês: Café da manhã, shopping, cinema, teatro, almoços, o Stefan até me ajudou a finalizar a redação que eu entreguei ontem. – Caroline falava enquanto se afundava mais e mais num pote de sorvete.

— E o que tem isso? Eu já fui vela por um bom tempo, agora é sua vez de ser.

— Engraçadinha.

— Tem certeza que vai ficar bem sozinha? – Elena perguntou mais uma vez para amiga.

— Tenho, aproveite a noite e namore bastante, depois de tanto tempo separados vocês merecem. – Caroline piscou para Elena.

— Qualquer coisa me liga. – Elena se despediu dando um beijo amoroso nos cabelos da loira.

(...)

Elena ao chegar na mansão dos Salvatores já foi entrando e indo para cozinha.

— Oie amor. – Elena disse já cumprimentando Stefan com um breve selinho.

— Oie amor, cadê a Caroline?

— Não consegui fazer ela mudar de ideia, disse que não queria ficar de vela. – Elena explicava sentando – se em uma das banquetas que ficavam em volta da ilha da cozinha.

— Que boba, fala pra ela que minha mãe também está aqui em casa, não tem nada a ver. – Stefan falava enquanto retirava alguma coisa do forno.

— Eu disse, porém ela tem as paranoias dela.

— Bom, espero que ela fique bem.

— Ela disse que vai ficar, qualquer coisa pedi que ela ligasse, mas agora o que o Sr. está preparando? – Elena olhava curiosa para a travessa que Stefan decorava.

— Escondidinho de carne seca com bastante queijo.

— Eu adoro escondidinho de carne seca, minha tia Jo ama fazer esse prato aos domingos. – Elena já servia um copo de vinho para ela mesma.

— A Srta. pode me ajudar a colocar a mesa? – Stefan perguntou lhe estendendo três pratos.

— Claro que sim, e cadê a Lily?

— Terminando de se arrumar no quarto, acabou de chegar de uma reunião com compradores.

Elena ficou ajudando Stefan a colocar as louças e as comidas na mesa até que Lily apareceu e arrastou Elena até a sala de visitas para lhe mostrar algumas fotos da viagem e entregar algumas lembrancinhas que ela havia trago para a garota e suas amigas, desde que chegou de viagem Lily ainda não havia encontrado Elena e queria poder matar as saudades de sua linda menina. Após a conversa das duas amigas, elas se juntaram a Stefan para degustarem do jantar preparado pelo Salvatore mais novo. A refeição estava sublime, o jantar todo feito no capricho, a conversa agradável, a sobremesa também estava divinamente saborosa, porém essa quem havia feito fora Lily.

Depois da janta Elena e Lily ajudaram Stefan a retirar as coisas da mesa e como nos finais de semana Lily dispensava a moça que ajudava nos afazeres da casa (exceto quando havia alguma festa programada) ela e Elena ficaram encarregadas de arrumarem a cozinha, enquanto Stefan ajeitava algo no quintal. Assim que finalizaram, Lily se despediu do casal e subiu para descansar, Elena e Stefan ficaram na sala mais um tempo, conversando e assistindo alguns episódios de série.

— Quer deixar pra assistir o resto amanhã? – Stefan perguntou já vendo que Elena estava com sono.

— Acho que sim, hoje acordei cedo, estou com um soninho. – Elena disse fazendo bico para Stefan.

— Tá bom dorminhoca, então continuaremos amanhã. – Stefan tratou de desligar a TV e Elena arrumou a manta que ficava no sofá e já foi caminhando para subir as escadas.

— Elena. – Stefan chamou e Elena o olhou. – Vem aqui, quero te mostrar uma coisa.

Elena retornou para sala e ficou olhando o rapaz curiosa.

— Mas antes, com licença. – Stefan pediu colocando sobre os olhos de Elena uma venda.

— Stefan o que você está aprontado? – Elena perguntou com um misto de medo e curiosidade.

— Confia em mim? – Stefan perguntou antes de vendar a garota totalmente.

— Claro que sim, de olhos fechados, literalmente. – Elena brincou.

Stefan então conduziu a garota em passos lentos até a parte de trás da casa, até o quintal. Elena sentia suas pernas tremendo, seu coração batendo desenfreado. Chegando em certo ponto Stefan parou e segurou um pouco os ombros da morena.

— Mantenha os olhos fechados. – Stefan pronunciou no ouvido da garota. Elena assentiu com a cabeça. Stefan delicadamente retirou a venda de Elena e se afastou um pouco.

— Pode abrir. – Stefan pediu.

Ao abrir os olhos Elena se surpreendeu com o cenário que estava diante de seus olhos. Stefan havia preparado um acampamento em seu próprio quintal, com uma cabana de tamanho confortável, tapetes e almofadas ao redor, várias lanternas com velas espalhadas pelo gramado, tudo perfeitamente decorado, tudo bem elaborado, e além das velas o quintal era iluminado por luzes que estavam penduradas como numa espécie de varal pelo ambiente, e claro as estrelas. Estava tudo lindo, tão delicado, elegante, Elena observava cada canto com os olhos brilhando, era nítido que Stefan havia acertado e muito.

— Stefan ficou lindo. – Elena falava enquanto ainda olhava cada detalhe.

— Você gostou? – Stefan perguntou já sendo bem evidente a resposta.

— Eu amei. – Elena disse dessa vez andando até Stefan. – É perfeito! – Elena se aproximou do rapaz e acariciou seu rosto.

— Eu quero recomeçar do zero com você, assim como já conversamos sei que não vamos ter e nem ser o que era antes, porém quero deixar tudo pra trás e começar a nossa história daqui pra frente. – Stefan abria seu coração.

— Podemos não ser o que éramos antes, porém podemos ser melhor, para ambos, para nós mesmos. – Elena também abria o seu coração para o rapaz.

— Você é a pessoa que mais me dá forças, pra qualquer que seja a situação, mesmo tendo seus momentos de egoísmo eu sei que você nunca desistiu de mim, você viu esperança quando eu não a enxergava mais. – Stefan agora acariciava o rosto um pouco gelado, por conta do anoitecer, de Elena.

— Sei que agi muito errado contigo, que te magoei, porém nunca deixei de te amar e sempre acreditei, mesmo que lá no fundo, que algum dia você ainda iria voltar pra mim... Eu sempre soube que o nosso amor não tinha acabado.

— O amor que eu sinto por ti eu tenho certeza que nunca vou sentir por nenhuma outra mulher... Eu te amo Elena!

— Amo você Stefan Salvatore. – Elena pronunciou colando seus lábios nos de Stefan. Um beijo de amor, de paixão, de renuncias, de perdão. Stefan suavemente posicionou suas mãos no rosto de Elena, sentindo sua pele em delicados toques, enquanto sua língua se enroscava com a da garota num ritmo romântico, sem presa, sem necessidade alguma, apenas dois namorados apaixonados.

— Algo me diz que essa noite será melhor do que a primeira vez. – Elena disse entre os beijos.

— Essa é a ideia. – Stefan sorriu entre os beijos.

— Posso dormir essa noite com você Srta. Gilbert? – Stefan perguntou cessando os beijos e olhando para Elena.

— O Sr. quer apenas dormir comigo? – Elena perguntou estreitando o olhar, recriando as falas da primeira noite que passou com o rapaz.

— Ai é a Srta. que decide, você quer que eu apenas durma contigo? – Stefan questionou lançando um olhar provocativo para a morena.

— Eu quero que você me ame, como nunca me amou antes. – Elena confessou aproximando mais seu corpo do de Stefan.

— Prometo que hoje será melhor do que a nossa primeira noite. – Stefan rapidamente pegou pela cintura e pelas pernas de Elena, assim tendo ela no colo.

— Já está sendo. – Elena balançou seus pés para que suas sandálias caíssem e Stefan começou a esfregar um pé no outro, assim retirando seus sapatos. Elena depositou mais um beijo apaixonado nos lábios do rapaz enquanto ele a conduzia pra dentro da cabana perfeitamente confortável.

Stefan deitou a garota sobre o chão coberto de colchões e colchas, definitivamente aquela cabana era bem melhor do que a outra, pensava Elena.

Stefan continuava a conduzir o beijo apaixonado, embalados de promessas, de paixão... Tanto Stefan quanto Elena não sabiam explicar, mas sentiam que aqueles beijos eram diferentes, tinham mais conexão, mais vontade, mais saciedade. Stefan se ajoelhou e Elena imitou o movimento do rapaz. Elena começou a desabotoar a camisa de seu namorado em movimentos lentos, precisos, enquanto não tirava seus olhos dos de Stefan, aqueles olhos misteriosos que tanto lhe atraiam. Stefan deixou que Elena retirasse sua camisa revelando seu peitoral nu, depois foi a vez dele despir sua garota, Elena se virou e Stefan começou a percorre um caminho de beijos perigosos que iam do ombro da garota até sua nuca, Stefan beijava cada extensão, cada parte da pele exposta, e aos poucos ia colocando para o lado os belos cabelos castanhos de sua namorada. Stefan segurou firme o zíper e foi o abaixando com sua boca. Elena retirou as mangas do vestido, fazendo com que o mesmo caísse até seus joelhos. Stefan agora beijava toda a parte de trás do corpo da garota, suas pernas, coxas, nádegas, costas, ombros, com suas mãos hábil ele aproveitou para abrir o sutiã de Elena e se livrou da peça. Elena se virou para o rapaz e iniciou um beijo caloroso, ela suplicava passagem com sua língua e Stefan facilmente dava, sem interromper o beijo Stefan foi deitando Elena, aos poucos as mãos da garota já estava desbotoando a calça do rapaz. Stefan terminou de retirar sua calça enquanto Elena explorava todo seu peitoral com os lábios, aqueles beijos, aqueles toques tão específicos, tão avassaladores em sua pele, era tudo o que ele desejava há tempos. Stefan retirou sua peça intima e Elena também fez o mesmo. Stefan deitou por cima da garota que retornou os beijos para a boca tão satisfatória do rapaz. O casal ficou longos minutos ali, esfregando seus corpos um contra o outro, trocando beijos quentes, porém apaixonados, beijos de tirar o folego, que continham faíscas flamejantes. Stefan começou a descer os beijos pelo pescoço da morena, fazendo um pequeno caminho até chegar aos maravilhosos seios da garota, ali Stefan ficou mais algum tempo, era aquela parte do corpo dela que ele venerava, que era a tentação dele, Elena arqueava o corpo mais e mais, a cada toque da boca dele em seus seios, a cada respiração quente contra sua pele... Stefan continuou traçando seu caminho de beijos pela pele levemente bronzeada de Elena até chegar em sua intimidade, ali Stefan pode sentir o gosto sem igual, o sabor incrivelmente inebriante do sexo da garota. Conforme Stefan brincava com sua língua por toda extensão sexual da morena, Elena gemia e afundava suas mãos nos cabelos castanhos de Stefan. Stefan se levantou e pegou num canto uma pequena embalagem, Elena observava com certo fascínio seu namorado colocar o preservativo.

Stefan se posicionou por cima de Elena e ficou a admirando.

— Você é tudo pra mim. – Stefan se declarou antes de penetrar a garota.

Elena sentiu uma pequena dor suportável que logo foi desaparecendo e abrindo espaço para o prazer, a cada movimento de Stefan o prazer ia tomando conta do corpo da garota, ela ia se agarrando mais e mais no rapaz, seus corpos se enroscavam com facilidade, como numa dança sensual, peles suadas, respiração falha, ofegante... Stefan já estava chegando ao seu limite, ele observava cada expressão de Elena, cada gemido, ela era tão intensa, perfeitamente sensual, Stefan entrelaçou uma de suas mãos com a de Elena e com a outra tocou em seu rosto.

— Me promete que desta vez será pra sempre. – Stefan sussurrou bem perto dos lábios de Elena.

— Eu irei te amar para sempre. – Elena prometeu olhando nos olhos de seu amado.

Stefan sentiu o orgasmo chegando e explodiu dentro da sua garota, Elena o beijou profundamente, também sentindo uma gostosa sensação lhe invadindo.

— Te amo, te amo. – Stefan falava esfregando seu nariz contra o de Elena. Elena sorria com os olhos ainda fechados.

Stefan se levantou e descartou o preservativo, em seguida pegou uma manta e deitou ao lado de Elena, cobrindo os dois.

— Tem mais uma coisa. – Stefan disse observando Elena.

— O que? – Elena perguntou desconfiada. Stefan se deslocou um pouco e desamarrou algo, ao olhar para cima Elena viu parte da cabana se abrir, e um céu estrelado aparecer.

— Uau! É tão lindo que parece até uma pintura. – Elena falava admirada. Stefan estava tão feliz com a felicidade dela.

— Prometo que vou dar o meu máximo para darmos certo, porque tudo o que eu quero é estar ao seu lado. – Elena beijou carinhosamente o nariz de Stefan, o rapaz riu daquele gesto. Elena repousou sua cabeça no peito de Stefan e ficou admirando as estrelas, até que adormeceu, Stefan demorou um pouco mais, ficou agradecendo mentalmente a Deus por ter a garota novamente em seus braços e por mais uma vez ter se permitido viver esse amor.

Elena acordou entre braços fortes a abraçando, a garota sorriu ao se lembrar da noite anterior, de todo o clima de romance que pairava sobre o ar, de todas as palavras que foram proferidas. Elena se virou calmamente para não acordar Stefan e ficou admirando o rapaz num sono profundo. Elena ficou longos minutos acariciando o belo rosto do rapaz, ficou relembrando por tudo o que eles haviam passado durante os últimos meses, por tudo que eles tinham trilhado para estarem aonde estavam. Aos poucos Stefan foi acordando e retomando a consciência.

— Bom dia! – Elena lhe desejou num largo sorriso assim que os olhos do rapaz foram de encontro aos seus.

— Bom dia meu amor. – Stefan correspondeu depositando um beijo delicado nos lábios da garota.

— Stefan, ontem foi incrível, obrigada por me proporcionar uma noite mágica. – Elena agradeceu ainda tocando cada parte da face de Stefan.

— Não tem o que agradecer, eu que tenho que agradecer por ter sorte de ter uma mulher incrível ao meu lado. – Stefan se derretia todo fazendo carinho nos cabelos da moça.

O domingo para o casal foi de puro chamego, após fazerem amor mais uma vez na cabana, resolveram levantar e tomar café, logo após Elena ajudou Stefan a arrumar o quintal. Aquele domingo o casal resolveu passar em família com Lily e claro que não poderia faltar as melhores amigas de Elena: Caroline e Bonnie. O grupo almoçaram juntos, assistiram dois longos filmes, brincaram de alguns jogos e Caroline ainda fez Lily preparar os seus irresistíveis cookies de chocolate, pois ela estava se aproveitando da sua atual situação para ser bastante mimada.

(...)

Era sexta – feira depois da aula e Elena corria para ir até a casa de Tyler almoçar com ele. Tyler estava evitando Caroline e por isso não aparecia as aulas presenciais no campus, então cabia a Elena levar algumas anotações de seus colegas para Tyler, e ela também aproveitava para conversar com o amigo, já que até das redes sociais ele tinha “dado um tempo”.

Elena já chegou faminta na casa de Tyler, sorte dela que ele já havia preparado uma deliciosa lasanha para a garota.

— Agora fala sério, você vai mesmo me fazer lavar toda essa louça? – Elena perguntava indignada com a bagunça que Tyler havia feito na cozinha.

— Essa é a regra: Quem cozinha não lava a louça. – Tyler lhe explicava enquanto guardava as sobras da massa na geladeira.

Elena pegou a esponja e o detergente para começar a dá um jeito naquela louça quando sentiu um mal estar forte. Tyler percebeu a amiga se segurar na pia e fechar fortemente os olhos.

— Ei, você está bem? – Tyler perguntou preocupado já perto de Elena.

— De repente me deu um mal estar, um calor.

— Será que não foi sua pressão que abaixou?

— Não sei, meu estomago está esquisito. – Assim que terminou a frase a garota saiu correndo pro banheiro e Tyler foi atrás bastante preocupado.

Elena vomitou todo o almoço, ela se sentia fraca e saiu em passos curtos do banheiro todo decorado da mansão dos Lockwood.

— Elena você não está bem. – Tyler observou. – Foi minha comida que lhe fez mal?

— Acho que não, na verdade já tem dias que meu estomago está ruim, minha gastrite deve estar muito atacada.

— Quer ir ao médico?

— Acho melhor, eu sempre fico adiando, mas hoje acho que estou pior do que o normal.

— Então vamos, vou te acompanhar. – Tyler já foi pegando sua carteira e chaves do carro, ele estava super preocupado com Elena, e parte dele se culpava por ter preparado uma refeição bem calórica sabendo dos problemas de saúde de sua amiga.

Ao chegar no hospital Elena estava um pouco melhor, o vento fresco no rosto durante o trajeto havia lhe feito bem. Pacientemente Elena preencheu uma ficha e esperou com Tyler até que fosse chamada. Elena relatou que sua gastrite era nervosa e que já sofria com aquela doença há algum tempo. O médico mesmo depois de ter ouvido todo o histórico da garota achou melhor pedir um exame de sangue e lhe deu um encaminhamento para realização de uma endoscopia. Tyler acompanhou a amiga até a sala de coleta de sangue e depois os dois foram até a lanchonete do hospital para que Elena tentasse comer algo, já que aparentava estar fraca.

Depois de algumas horas Elena foi chamada novamente pelo médico e desta vez Tyler insistiu para entrar com a amiga. 

— E ai Dr., meus exames estão bom? – Elena perguntou um pouco nervosa.

— Estão ótimos. – O Dr. disse com um sorriso escancarado que provocou um certo medo em Elena.

— Então é só eu continuar tomando os remédios da gastrite?

— Na verdade vamos suspender eles por um tempo, vou lhe receitar umas vitaminas e pedir mais alguns exames. – O médico explicava preenchendo várias fichas.

Elena olhou confusa para Tyler.

— Mas Dr. pra quê mais exames? – Tyler atreveu - se a perguntar.

— Porque ela vai precisar fazer periodicamente devido a situação dela. – O Dr. parou e olhou para a o rapaz e a garota e percebeu que eles ainda não estavam entendendo.

— Parabéns, vocês serão papais! – O médico anunciou bastante empolgado.

Tyler olhou para Elena bastante surpreso e Elena ficou estática, com os olhos vidrados nos do médico.