Laços de Sangue escrita por Mel Dobrev


Capítulo 25
Você ainda me ama?


Notas iniciais do capítulo

Oiee lindezaas... mais um capítulo. Ótima leitura. :)



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 “ Porque ele descobriu que eu e ele somos irmãos”, essas palavras estavam latejando na cabeça de Elena e ela permanecia imóvel na frente de Damon olhando fixamente na imensidão azul que era os olhos daquele moreno. Caroline nada discreta já queria saber como isso poderia ser possível:

— Não! Você está de brincadeira com a nossa cara? Fala sério? Hoje é o dia da mentira por acaso? – Caroline estava incrédula.

— Você acha que eu ia brincar com uma coisa dessas? Pirou? – Damon olhou brevemente para Caroline e voltou seu olhar para Elena. – Agora você entende porque eu tenho a maior parcela de culpa?

— Eu não consigo entender. – Elena apenas sussurrou essas palavras. A mente dela estava confusa demais e abalada para tentar pensar em como aquilo tinha acontecido.

— Damon mas você é Grey e não Salvatore, essa história está dando um nó na minha cabeça. – Caroline também estava tentando entender como aquilo tinha acontecido.

— Isso porque você é loira. – Damon deu uma piscadinha para Caroline debochando dela.

— Idiota. – Caroline retrucou.

— Vou resumir para vocês a história, vamos lá: Lily na adolescência teve um namorico, foi bem precoce e engravidou resultando no belo moço aqui. – Damon fazia gestos com a mão para si. – O pai dela era militar, muito rígido e blá, blá, blá... Naquela época ela foi a vergonha da família então para abafarem o caso resolveram me dar para a irmã da Lily que na verdade era minha tia. O nome dela era Katie, ela não podia ter filhos e tinha acabado de se casar, assim fui criado como seu filho, mais tarde o marido dela soube de toda a verdade e nos abandonou, com isso Katie se entregou as bebidas e num belo dia quando estávamos indo visitar a Lily e sua família sofremos um acidente e a Katie morreu e eu sobrevive. – Damon deu uma pausa para tomar fôlego, voltar a toda aquelas lembranças estava lhe fazendo mal, porém ele não podia demonstrar isso para Elena e Caroline, principalmente naquela situação. Ele tentou ser mais breve e cortar todos os detalhes.

— Lily na época já estava casada com Giuseppe Salvatore, daí o sobrenome Caroline, o meu vem do meu pai “adotivo”. Lily e Giuseppe ainda não tinham o Stefan e me pegaram para criar, alguns meses depois Lily ficou grávida assim dando a luz ao Stefan e nos criando como irmãos/primos. – Damon continuou.

— Nossa que história. – Caroline estava de boca aberta, ainda assimilando tudo o que Damon havia acabado de contar.

— E você sabia que era irmão do Stefan quando nós... – Elena não sabia como perguntar, ou qual palavra usar.

— Quando nós ficamos? – Damon completou.

— Na verdade eu ia falar quando nós nos conhecemos. – Elena falou tentando evitar o contato direto com os olhos de Damon.

— Não. Eu descobrir que era irmão dele no dia que vi as fotografias na casa de Hamptons. – Damon recordava.

— Por isso você e a Lily discutiram naquela noite, porque você a confrontou. – Elena agora tinha solucionado o mistério que a tanto tempo pairava sobre a noite da briga entre Damon e a Sr. Salvatore.

— Exato! – Damon voltou a se sentar na cama de Elena.

— Gente pensem comigo: Se eu e você Elena ficamos assim abaladas com essa notícia imagina como deve estar a cabeça do Stefan? – Caroline indagou.

— Ele deve estar em choque. – Elena se sentou ao lado de Caroline na cama da loira e ficou pensativa.

— Agora vocês entende a urgência de achar ele? O Stefan nunca ficou um dia sem falar com a Lily, nem que seja por mensagem. – Damon explicou.

O celular de Caroline começou a tocar e Damon e Elena a olharam apreensivos.

— Calma, é o Tyler. Acho que ele já está aqui, vou descer para almoçarmos juntos e vou fazer uma busca com ele pela cidade. – Caroline estava muito disposta a ajudar.

— Obrigada Barbie. – Damon agradeceu.

— Desde quando você me chama de Barbie? – Caroline estranhou.

— Desde quando eu reconheci que você é linda. – Damon sorriu maliciosamente para Caroline.

— Idiota. – Caroline revirou os olhos e saiu para pegar sua bolsa.

— Elena vou demorar, vai ficar bem aqui com o lobo mau? – Caroline se referiu a Damon.

— O que? – Damon se fez de ofendido. – Desde quando você me chama de lobo mau?

— Desde sempre. – Caroline fez uma careta para Damon.

— Vocês dois parecem crianças. – Agora foi a vez de Elena fazer uma careta. – Car. qualquer notícia me liga.

— Pode deixar. Beijos. – Caroline saiu fechando a porta.

Um breve silêncio se instalou entre Damon e Elena. Damon examinou cada canto do quarto e avistou a mala ainda aberta logo na cabeceira da cama de Elena.

— Vai viajar? – Ele questionou.

— Sim, vou passar as festas de final de ano com a minha tia na Geórgia. – Elena respondeu mexendo no celular, procurando alguma mensagem ou notícia de Stefan.

— Elena... – Damon tocou no joelho de Elena o que fez com que ela se assustasse com o toque e olhasse para ele. – Sei que não tenho o direito de lhe pedir nada, mas por favor não vá viajar, especialmente agora que o Stefan está sumido.

Elena ficou surpresa, ela jamais imaginaria que Damon lhe pediria aquilo e ainda não para si, mas como um ato de altruísmo.

— Depois disso tudo eu realmente não sei se quero ir. – Elena disse.

— Não vá. Não sei por onde ele anda, ou o que esta fazendo, mas se tem uma pessoa que ele vai escutar essa pessoa é você, então por isso eu te peço fique. – Por dentro Damon estava se quebrando toda vez que pedia para Elena ficar, não que ele não quisesse que ela ficasse, claro que sim, mas ele sabia que ela estaria ficando pelo seu irmão, para tentar acertar as coisas com ele, e só a imagem deles dois juntos novamente na cabeça dele o fazia querer fugir dali o mais rápido possível, mas ele não podia, ele devia isso ao seu irmão.

— Você acha mesmo que ele ainda vai querer falar comigo? – Elena não conseguiu se conter e sentiu seus olhos se encherem de lágrimas.

— Eu sei que ele está magoado, mas quando amamos uma pessoa não importa o quanto ela nos magoe, ela sempre será digna de uma segunda chance.

— Você será um grande irmão para ele. – Elena disse olhando fixamente nos olhos de Damon.

— Será? Acho que vou querer bater nele de vez em quando, mas isso é normal entre irmãos né? – Damon agora tentou fazer uma piadinha para descontrair o clima. Elena riu e Damon não deixou de apreciar o belo sorriso da garota. Os dois foram interrompidos por batidas na porta.

— Entra. – Elena gritou.

— Licença, Elena. – Lily foi entrando e já indo em direção a Elena lhe envolvendo em um afetuoso abraço. Damon se levantou e se afastou um pouco.

— Sra. Salvatore como você está? – Elena perguntou.

— Pare com isso, Sra. não, Lily. Eu estou tão aflita por noticias do Stefan, por acaso você sabe dele? – Lily estava bastante preocupada.

— Infelizmente não Lily. – Elena respondeu cabisbaixa.

— Damon e você como está? – Lily segurou o rosto de Damon observando seu rosto para vê se os machucados estavam melhorando.

— Eu estou bem Lily. – Damon tentou esconder o incomodo de ter Lily o tocando.

— Eu já vou indo, vou tentar alguns contatos para vê se sabem de alguma coisa. – Damon disse.

— Qualquer coisa me liga por favor. – Elena pediu.

— Pode deixar. – Damon acenou com a cabeça para Elena e Lily e saiu do quarto.

— Então o Damon já deve ter de contado a história toda? – Lily perguntou a Elena um pouco constrangida.

— Ele contou resumidamente, mas Lily se a Sra... se você não quiser falar nesse assunto tudo bem, eu te entendo, é a sua vida. – Elena pegou nas mãos de Lily.

— Não minha querida, eu preciso desabafar com alguém, preciso contar tudo o que guardo todos esses anos aqui no meu coração. Você tem algumas horas livres? – Lily perguntou.

— Claro que sim, se você quiser podemos ir para outro lugar.

— Não, aqui está ótimo, e também qualquer noticias que alguém tiver do Stefan vai lhe procurar aqui não é? – Lily foi se acomodando na poltrona perto da cama de Caroline e Elena se sentou com as pernas cruzadas na cama de sua amiga.

Lily contou a Elena toda a sua história de vida, como ela era uma menina estudiosa que ao se apaixonar perdidamente pelo seu primeiro namoradinho de colégio se entregou por completa a ele e com isso acabou engravidando de Damon, contou como foi difícil passar pela gestação sendo mantida “escondida” do vínculo familiar por ter sido considerada uma vergonha naquela época para a sua família, como foi insuportável sair de sua cidade natal sem dar nenhuma explicação para o homem de sua vida, sem ao menos poder contar que em seu ventre ela carregava o fruto do amor deles. Lily falou para Elena qual foi a sensação de dar a luz a Damon e a dor de se separar dele ainda bebê, mas o que lhe confortava era que ele seria criado por sua irmã. Depois Lily terminou os estudos e se esforçou para conseguir um bom casamento, porque naquela época era isso que importava para seu pai, Lily se casou com Giuseppe Salvatore um homem mais velho, bom, porém Lily nunca o amou que nem o seu primeiro namorado, depois de casada Lily visitava Damon e sua irmã frequentemente até que a trágica morte de sua irmã assombrou sua vida, naquele momento a única luz foi Damon que ao vim morar com ela lhe devolveu a vontade de viver. Lily contou que depois de alguns meses engravidou de Stefan e que ela não queria, porém Giuseppe queria um herdeiro e ela fez seu gosto, mas quando viu Stefan se apaixonou instantaneamente, ela contou a Elena alguns detalhes da infância de Stefan e Damon, de como eles gostavam de brincar juntos, de como Damon sempre defendia Stefan na escola, de como em toda manhã de Natal Damon escondia o presente de Stefan e fazia ele acreditar que era o Papai Noel que havia deixado. Lily estava tão nostálgica, tão emotiva que a cada lembrança sentia as lágrimas rolar em seu rosto, mas não eram lágrimas de tristezas e sim de alegria, alegria de ter vivido uma época incrível onde seus dois filhos eram completamente felizes, onde ela podia protege – lós de toda dor, de toda tristeza que podia existir no mundo. Lily confidenciou a Elena seus tempos difíceis no casamento quando Giuseppe descobriu a verdade sobre Damon e a partir daí inúmeros contratempos aconteceu: Giuseppe começou a sair com várias mulheres e para se vingar ela começou a ter um caso com um dos colegas de seu marido o que resultou em outra gravidez indesejada. Lily se sentia tão triste em contar sobre esse capitulo de sua vida, pois ela sabia que era uma menina, o sonho dela era ter uma bonequinha, porém a criança nasceu morta e Lily teve complicações tendo que retirar o útero, esse era um segredo que ela guardava consigo, nem mesmo Stefan sabia que havia tido uma irmãzinha. Lily chorava como uma criança ao se lembrar de toda sua trajetória. Lily percebeu que Elena também estava chorando e a abraçou. As duas permaneceram ali alguns minutos chorando uma no ombro da outra, Elena precisava desabar e não estava mais conseguindo se segurar e Lily também sentia essa necessidade.

— Minha doce Elena, minha história está te deixando triste não é? – Lily enxugava as lágrimas de Elena.

— Não. Na verdade sou eu mesma. Lily você está sendo tão sincera comigo que eu também tenho que ser contigo. – Elena falava entre soluços. Lily assentiu positivamente com a cabeça para Elena.

— Toda essa briga deles é por minha causa. – Elena olhou para Lily com os olhos avermelhados de tanto chorar.

— Eu sei meu bem. – Lily continuou secando as lágrimas de Elena.

— Sabe? – Elena ficou assustada.

— Claro que sim, eu sou a mãe deles e eu percebi que você abalaria a relação deles no momento em que vi você, o Damon e o Stefan juntos, naquele dia em que você foi jantar em casa e conheceu todos nós. – Lily falava calmamente.

— Lily você não sabe a história toda, tem tanta coisa, eu preciso te contar, mas tenho tanto medo de você me julgar. – Elena estava se sentindo tão bem com sua sogra, estava vendo em Lily a mãe que ela precisava nesse exato momento.

— Eu te julgar? Você ouviu a história que eu acabei de lhe contar? Eu sou a última pessoa do mundo que pode julgar alguém, vamos me conte. – Lily encorajou Elena e ela começou a contar toda a história desde o dia em que conheceu Stefan.

Elena e Lily ficaram praticamente a tarde toda conversando, chorando e se consolando.

— Eu sinto tanto Lily, mas tanto. – Elena já não tinha mais lágrimas, só soluçava.

— Eu sei que sim Elena, sei que você não escolheu nada disso.

— Se eu pudesse voltar no tempo eu jamais teria me envolvido com o Damon, eu amo o Stefan. – Elena afirmava.

— Eu sei Elena, eu sei meu anjo, mas as coisas são como deve ser. Levei muito tempo para aprender isso. Tudo tem um porquê. – Lily acariciava a cabeça de Elena que estava deitada em seu colo.

— Eu tenho tanto medo do Stefan não querer mais falar comigo. – Elena admitiu.

— Ele não irá fazer isso, meu filho tem um coração enorme, claro que ele está magoado e se sentindo traído, e eu como mãe dele não tiro a sua razão, mas ele te ama e vai acabar te dando outra chance. – Lily tentava confortar Elena.

— Foi isso o que o Damon disse.

— Damon lhe disse isso? – Lily parecia surpresa.

— Sim, por que? – Elena se levantou e ficou cara a cara com Lily.

— Porque eu acho que agora sim posso falar que tenho dois filhos homens, maduros. – Lily estava orgulhosa da atitude de Damon, ela sabia que no fundo ele gostava de Elena, não sabia se era amor, mas sabia que ele nutria um sentimento forte por Elena e sabia também que deveria ter doído nele falar aquelas palavras para a garota do seu irmão, mas mesmo assim ele o fez só para ela ter uma esperança.

— Como assim? – Elena não tinha entendido.

— Elena meus dois filhos podem ter muitos defeitos, porém as qualidades deles são infinitas. - Lily deu um sorriso de ponta a ponta para Elena. – Menina já são quase cinco horas da tarde e nós nem almoçamos. – Lily advertiu.

— Nem lembrei de comida, mas agora que você falou meu estômago até roncou. – Elena riu.

— Vou te levar em um restaurante lindo aqui pertinho, comemos e ai conversamos mais um pouco. – Lily sugeriu. Elena acatou e as duas foram para o restaurante.

(...)

Já se passavam das 8h da noite quando Lily deixou Elena no campus, elas comeram e Lily convenceu Elena a ajuda – lá a escolher algumas louças para o jantar de Natal que seria no dia seguinte.

— Elena muito obrigada por me ouvir e me emprestar o seu ombro para eu chorar. – Lily abraçou Elena.

— Obrigada a Sra... você por confiar em mim para contar toda a sua história e me ouvir sem me julgar. – Elena estava se sentindo tão acolhida.

— Eu te falei que tudo acontece como tem que ser certo? Então eu sou muito grata pelo o universo ter colocado você no meu caminho, eu tenho você como uma filha. – Lily começou a se emocionar.

— Aaah. – Elena a abraçou novamente. – Saiba que hoje eu me senti como se estivesse conversando com minha mãe sobre garotos, eu sempre serei grata pela nossa amizade. As duas ficaram abraçadas mais alguns minutos e se despediram, Lily esperou até que Elena entrasse para dar permissão ao seu motorista para dar partida no carro.

Elena chegou no dormitório, e já foi checar se alguém havia vindo procura – lá para lhe informar sobre Stefan, porém sem nenhuma novidade, em seu celular também não havia nenhuma ligação ou mensagem de Caroline, Tyler ou Damon. Elena resolveu tomar um banho e desarrumar sua mala, ela iria seguir o conselho de Damon, ela ficaria as festas de final de ano em Nova York para ficar ao lado de Stefan, por mais que ele não quisesse, era o que ela devia fazer e era o que ela queria.

Assim que terminou de desfazer as malas Elena ligou para sua tia para lhe explicar que não iria mais visita – lá e o motivo, sua tia Jo não ficou muito feliz, mas entendeu. Logo sem seguida ela ligou para sua amiga Hayley que não foi tão receptiva como sua tia e não encarou bem a notícia, disse que Elena estava se esquecendo dela e que agora só tinha tempo para os amigos de Nova York, Elena até achava engraçado aquele ciúmes de sua amiga, mas as vezes a chateava Hayley não se colocar em seu lugar e compreender a situação. As horas foram se passando e Elena resolveu ligar para Caroline, porém só caia na caixa postal, com Tyler a mesma coisa e para Damon ela não se atreveu a ligar. Elena pensou por alguns minutos se ligava ou não para Stefan, pois a maneira como ele a olhou e falou com ela da última vez tinha deixado bem claro que não queria conversar com ela tão cedo, Elena respirou fundo e discou o número de Stefan, porém caiu direto na caixa postal, ela sabia que não tinha muito o que fazer se não esperar pela chegada de Caroline com notícias. Ela se preparou para assistir um filme e ficou tentando não dormir, pois estava com a sensação de que alguma coisa ruim tinha acontecido, então ela queria estar acordada quando Caroline chegasse.

Elena ouviu bem lá no fundo um barulho e algumas vozes “Caroline eu não quero dormir aqui, eu vou para outro lugar.” “Cala a boca, você não está em condições de discutir, você vai dormir aqui e ponto final.” Elena abriu os olhos com um pouco de dificuldade por causa do clarão que vinha da luz da lâmpada que Caroline ascendeu assim que entrou no quarto, Elena se sentou na cama e pode perceber que as vozes se tratavam de Caroline acompanhada de Stefan. Elena ao ver Stefan deu um pulo da cama e foi em sua direção.

— Graças a Deus você está bem. – Elena o abraçou forte, tão forte que quem estava de fora era capaz de jurar que ela iria esmagar ele, porém Stefan permaneceu imóvel, não a abraçou. Elena percebeu a frieza de Stefan e se afastou. Ela ficou olhando em seus olhos e viu o quanto ele estava machucado, era o mesmo Stefan que tinha saído de seu quarto a duas noites atrás, porém em seu olhar tinha menos raiva e mais tristeza. Stefan permaneceu calado, não disse nada, apenas ficou encarando Elena e tentando segurar as lágrimas que enchiam seus olhos.

— Stefan deita na minha cama, pega umas cobertas no baú. – Caroline foi indicando a Stefan. – Elena pode vim aqui por favor? – Caroline pegou na mão de Elena e a levou para fora do quarto.

— Aonde vocês encontraram ele? – Elena perguntou.

— Nós o encontramos no meio da estrada Elena, ele estava parecendo um pedinte. – Caroline estava bastante preocupada. – Demoramos porque foi um sacrifício colocar ele dentro do carro, porque ele não queria de jeito algum vim conosco, fora que deve ter bebido horrores e não tomou banho esses dias, pois estava fedendo mais que um gambá.

— Caroline eu não acredito nisso, mas ele nunca foi de beber tanto. – Elena estava boquiaberta com tudo que Caroline estava lhe contando.

— Eu sei, por isso está tudo muito estranho. Aí pensamos em leva - ló para casa do Tyler, mas como amanhã é véspera de Natal tem um monte de gente da família dele hospedada lá e o pai dele iria ficar uma fera se visse o Stefan do jeito que estava, então trouxemos ele para cá, tivemos que forçar ele a tomar banho no vestiário masculino, ainda bem que o Tyler tinha essa calça de moletom e essa camiseta no armário e emprestou para ele porque as que ele estava já até joguei fora. – Caroline fazia uma cara de nojo ao se lembrar.

— Será que ele comeu alguma coisa? O que será que ele fez nesses dois dias? – Elena indagava andando de um lado para o outro.

— Comer comeu, compramos um lanche para ele aqui no campus e suco e pelo apetite dele eu acho que ele não comia ao um bom tempo, agora o que ele fez eu não sei, porque ele ainda não quer falar comigo, estamos nos comunicando aos troncos e barrancos, mas não como era antes. – Caroline estava visivelmente triste com tudo isso.

— Car. vocês vão voltar a ser amigos, foi eu que ferrei com a vida dele, não você.

— No momento ele precisa de uma boa noite de sono e paz Elena. Vou deixar ele dormir ai na minha cama e você dorme na sua, nada de querer dormir junto ouviu?

— Claro que não, ele nem me abraçou quanto mais dormir junto comigo. Eu só queria conversar com ele, saber que está tudo bem.

— Elena dê tempo ao tempo, ele está muito magoado ainda.

— Car, você vai dormir aqui também né? – Elena perguntou com um pouco de receio.

— Ia dormir no Tyler, ele está esperando lá embaixo, por que?

— Porque eu acho que ele vai se sentir mais confortável se você também dormir aqui, por favor? – Elena pediu com uma cara de tristeza para sua amiga.

— Mas aonde eu vou dormir se só tem duas camas no quarto?

— Junto comigo. – Elena sorriu para Caroline.

— Sério? Você se mexe demais.

— Me mexo nada, vai por favor?

— Tá bom. Mas se você me empurrar durante a noite eu vou te empurrar e você vai ficar no chão. – Caroline ameaçou.

— Tá chata. – Elena fez uma careta para Caroline. As duas se olharam e riram.

— Vou avisar o Tyler. – Caroline desceu e Elena entrou no quarto. Elena flagrou Stefan em pé em frente a sua penteadeira observando um porta retrato que comportava uma foto deles dois logo no começo do namoro. Ao perceber Elena no mesmo ambiente Stefan tirou sua atenção da fotografia e encarou Elena.

— Caroline disse que tinha cobertas no baú, mas não tem. – Stefan disse numa voz firme.

— Acho que ela ainda não as trouxe, ela deixou elas na semana passada na casa da mãe dela para serem lavadas. – Elena explicou meia sem jeito. Stefan fez um gesto positivo com a cabeça e caminhou até a cama de Caroline e se sentou.

— Eu tenho uma aqui de reserva, pode pegar. – Elena foi tirando a coberta do baú.

— Não precisa. – Stefan respondeu ríspido.

— Stefan já está frio e a temperatura vai cair ainda mais. – Elena o lembrou.

— Não importa. – Stefan começou a arrumar os travesseiros para se deitar.

— Para com isso Stefan. – Elena foi até ele e colocou a coberta em cima da cama de Caroline. Stefan apenas ficou a observando. Elena se sentou na sua cama de frente para ele e ficou o olhando, Stefan também ficou parado de frente com a garota que tinha quebrado o seu coração, porém ele não conseguia olhar nos olhos de Elena, ele não queria sentir toda a dor novamente, não queria chorar na frente dela.

— Stefan conversa comigo. – Elena pediu. Stefan continuou com sua cabeça baixa sem pronunciar nada.

— Stefan eu fiquei tão preocupada com você, eu só quero saber se você está bem só isso. – Elena levou sua mão até o rosto de Stefan e levantou até a altura do dela. Era como se o corpo todo de Stefan estivesse sendo consumido por uma corrente elétrica ao ser tocado por Elena, aquele toque ele jamais iria se esquecer, como ele podia ser tão vulnerável a ela? Stefan percebeu que poderia correr o risco de desabar e então rapidamente tirou a mão de Elena de seu rosto e se levantou indo em direção a janela.

— Stefan por favor fala comigo. – Elena pediu mais uma vez, porém dessa vez ela não conseguiu se conter e deixou cair algumas lágrimas. Stefan se virou para Elena e enfim disse:

— Você quer saber se eu estou bem? Não eu não estou bem Elena. – Stefan respondeu com uma voz fria.

— Eu sei que você não quer conversar sobre nós, mas se você quiser conversar sobre sua mãe eu estou aqui. – Elena disse permanecendo no mesmo lugar.

— Então você já sabe da novidade? Já sabe que eu e o Damon somos irmãos?

— Sei, sua mãe esteve hoje aqui. – Elena pensou que poderia contar que Damon havia contado, porém quanto menos tocasse no nome dele seria melhor.

— Que bela virada minha vida deu não é mesmo? – Stefan se questionava olhando para a janela.

— Stefan sua mãe estava muito preocupada com você. Falar nisso eu vou mandar uma mensagem para ela avisando que você está aqui. – Elena se levantou para pegar o celular.

— Não Elena. – Stefan pediu.

— Stefan ele está preocupada, ela só quer saber...

— QUE PORRA ELENA EU JÁ FALEI QUE NÃO. – Stefan alterou o ton de voz e gritou com Elena. Elena ficou estática, ela não estava acreditando que ele estava agindo dessa forma. Stefan percebeu que exagerou, que não deveria ter gritado com Elena, ele então fechou os olhos, respirou fundo e se permitiu falar:

— Elena me desculpe, eu só te peço: Por favor não manda nada para minha mãe, se não ela vai vim na mesma hora para cá e eu não estou com cabeça para conversar com ela. – Stefan pediu agora numa voz um pouco mais calma.

— Tudo bem. – Elena retornou o celular na mesinha entre sua cama e a de Caroline.

— Você quer conversar? Nós vamos conversar, mas hoje não. Eu preciso dormir, preciso descansar, amanhã vai ser outro dia e ai sim poderemos conversar. Eu preciso disso. – Stefan pediu caminhando novamente até a cama e se sentando.

— Você tem razão. Então dorme bem, e se precisar de qualquer coisa eu e a Caroline iremos estar aqui.

— Caroline vai dormir aqui também?

— Vai, ela deve estar voltando já. Sabe que ela gosta muito de você né?

— Eu sei, amanhã converso com ela também. – Stefan foi se deitando e se ajeitando na cama. Elena se pôs a fazer o mesmo e ficou virada de frente para Stefan.

— Boa noite Stefan. – Elena disse apagando o abajur.

— Boa noite. Elena? – Stefan chamou.

— Oie.

— Posso te fazer uma pergunta?

— Claro.

— Você ainda me ama?

— Sim, eu só amo você. – Elena respondeu e o quarto ficou num silêncio assustador. Elena queria vê o rosto de Stefan, mas o quarto estava muito escuro, ela só conseguia ouvir a respiração ofegante de Stefan.

— Boa noite Elena. – Stefan disse se virando para o outro lado.

 

 


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Notas finais do capítulo

E ai o que acharam do capítulo de hoje? Altas revelações né? Como será que vai ficar o relacionamento de Stelena? Até o próximo capítulo. Xoxo.

— Músicas:

— Lily e Elena conversando (Marron 5 – Superman (Five For Fighting cover)

— Elena falando com Stefan (X Ambassadors – Unsteady)



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