Primeiras Vezes escrita por Stephany15


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oi oi, gente! Num mundo onde só se fala de Ultimato, só quero dizer que nessa fanfic não tem absolutamente nada sobre esse filme (por motivos de: Ainda não assisti), então, se você tá meio paranoico com spoilers, que nem eu, relaxa!

Mais uma estória sobre esse casal que eu sou completamente apaixonada, porque não quero shippar sozinha. Eu realmente espero que vocês gostem!

Boa Leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/777230/chapter/1

A primeira vez que Clint abraçou Wanda Maximoff foi num dia que ela certamente gostaria de esquecer – e, francamente, ele também –, então talvez a memória não estivesse muito clara: Fora no enterro de seu irmão.

Mesmo com os ânimos ainda abalados e a animosidade em nível máximo com Wanda, todos os Vingadores estavam presentes ali, e ninguém precisou falsificar uma tristeza. Ela existia realmente, como uma grande nuvem negra pesando sobre seus ombros. Afinal, Pietro fora um Vingador por algumas horas e morreu por uma criança e por um de seus colegas.

E era exatamente isso que não deixava Clint em paz sequer por um segundo. Em um momento, o arqueiro estava lá, bastante ciente de que, para salvar aquele menino em seus braços, ele teria que se sacrificar; e isso é algo que todos os heróis colocam em primeiro lugar: O bem das pessoas que confiam suas vidas a eles. Claro, não tornava menos doloroso ou mais fácil, mas era sua missão. E então, quando já estava esperando pela dor desgraçada das balas – porque sim, não era como nos filmes; aquilo doía muito –, tudo pareceu parar. Quando o silêncio se instalou, Clint deu de cara com o garoto Maximoff, servindo-lhe praticamente como um escudo humano.

“Não me viu chegar?”, foi a última coisa que ele disse antes de cair sem vida no chão. Aquela piadinha sem graça que sempre o deixava um pouco irritado, naquele momento deixou-o eternamente grato e profundamente triste. Só não foi mais triste do que o grito de dor de Wanda, que embalou a cena. Por um segundo, Clint acreditou que ela perderia o controle de seus poderes e desabaria ali mesmo, mas não foi isso que aconteceu, e sua admiração por ela cresceu um pouquinho mais – o que não era complicado, uma vez que sua estima pela garota estava consideravelmente baixa, dado os acontecimentos anteriores.

Mas, se por um lado ela conseguiu ajudar a derrotar Ultron, por outro, quando a poeira abaixou, Wanda estava devastada, sentada ao lado do corpo do irmão, sem parar de chorar por um segundo sequer. Era quase difícil dizer quem estava morto, ali, porque ela parecia tudo, menos viva, mas ninguém julgara, obviamente. Até Natasha sentiu compaixão e não lançou em momento nenhum à bruxa um olhar hostil, muito pelo contrário. E Clint, bem, pela primeira vez não teve coragem de fazer algo, então ele apenas ficou quieto e longe dos gêmeos. Afinal, o arqueiro não sabia qual seria a reação da garota, e não queria pagar para ver.

A posição de covarde, no entanto, nunca lhe pertencera, e ele não podia simplesmente nunca falar com Wanda, por inúmeros motivos, embora apenas um importasse: Seu irmão morreu para que ele sobrevivesse. Por mais que Clint não soubesse o que falar, precisava fazê-lo. Ele sabia que a bruxa o culparia eternamente e que talvez eles nunca viessem a ter uma relação saudável enquanto colegas de trabalho, mas era o certo a se fazer, mesmo que ela fosse quase como uma bomba relógio e pudesse explodir contra ele a qualquer momento.

A cerimônia já havia se encerrado quando os Vingadores entraram no consenso de que seria melhor deixar a garota sozinha, se despedindo do irmão sem a interferência de ninguém, mas já fazia uns bons quarenta minutos que ela estava ajoelhada ao lado da lápide, e não emitia nenhum movimento que indicasse que ela sairia dali; e, embora Tony tenha bufado, com um pouco de impaciência – porque eles continuariam ali até que Wanda decidisse ir embora, e o tempo já estava começando a fechar – nem ele ousou fazer algum tipo de comentário sarcástico.

Ainda em silêncio, Clint deu um passo para frente, sentindo logo em seguida a mão de Natasha em seu braço. Ela não estava parando-o, obviamente; apenas advertindo-o. O arqueiro assentiu, e continuou andando em direção a Wanda. Quanto mais se aproximava, mais pisava em ovos, sentindo o terreno e montando em sua cabeça algo para lhe dizer, até que estava perto o suficiente para ouvi-la murmurando coisas em sua língua natal, como se estivesse conversando com o irmão.

Devagar, Clint se agachou ao lado dela, apoiando um dos joelhos no chão. Ele enviou mentalmente uma mensagem respeitosa a Pietro, agradecendo-o pelo sacrifício, antes de dirigir-se à Wanda.

— Eu sinto muito – conseguiu dizer, achando quase no mesmo instante que aquela havia sido uma péssima maneira de começar.

A única coisa indicando que Wanda o ouvira fora o fato de ela ter parado com seu monólogo.

— Imagino que sinta – sussurrou em um tom de voz que era frio, obviamente, mas não hostil ou rancoroso. Ela não estava encarando-o, mas também não o atacou, o que era um bom sinal. Clint limpou a garganta, desconfortável.

— Eu não o vi chegar – era quase como um pedido de desculpas, algo que estava lhe entregando para que ela soubesse que Clint nunca pensaria em usar o irmão dela como escudo propositadamente.

— Eu também não – dessa vez, sua fala foi quase inaudível; tanto que o arqueiro teve que se inclinar um pouco para frente para continuar ouvindo. – Eu poderia ter parado os tiros, e ninguém teria... – Wanda baixou a cabeça, sendo interrompida por uma nova onda de lágrimas.

Era quase doloroso demais ver aquela cena. Talvez fosse o cenário em si, ou toda a força de seu sentimento, mas foram raros os momentos em que Clint sentira-se tão abalado. Era provável que ele nunca se livrasse da culpa, por completo. Receoso, levou a mão ao ombro dela e, por mais que tenha ficado um pouco tensa, não o expulsou. Era um calor reconfortante, e ela estava precisando de algum conforto naquele momento, mas ele não ultrapassaria nenhum limite.

— Não podemos salvar todo mundo, Wanda – o próprio arqueiro detestava aquela frase, mas era a verdade, e quanto mais cedo ela fosse aceita, melhor seria. – Não conseguimos estar em todos os lugares ao mesmo tempo, ou impedir todas as tragédias, porque não somos máquinas – as palavras, embora afiadas, eram ditas de forma calma e quase acalentadora, o que não reduzia a força delas, porém ajudava a não parecerem hostis; e não eram apenas para ela. Clint precisava ouvi-las, também. – Mas seu irmão chegou bem próximo disso. Pietro foi um grande herói, e você precisa ter sempre isso em mente.

Ouvir isso não diminuiu seu sofrimento, e prova disso eram as lágrimas que continuavam escorrendo por seu rosto, mas certamente foi um alívio para seu coração. Apesar de o meio externo os virem como monstros que deveriam ser contidos, Wanda sabia que seu irmão era um grande homem, com um senso de proteção bastante aguçado – principalmente com ela. Pietro morreu pelo que achava que era certo, e ela deveria estar orgulhosa por ele – talvez ficasse, quando o impacto da dor diminuísse.

— Obrigada – embora as circunstâncias tenham feito com que a palavra saísse abafada e imprecisa, não era menos verdadeira.

Wanda não sabia se culpava ou não o arqueiro pela morte de seu irmão e, sinceramente, ela não estava com energia para pensar naquilo, e talvez nem quisesse, porque Clint Barton fora o único naquele dia que tratou os Maximoff como pessoas normais – ou algo bem próximo disso –, e isso era tão difícil de acontecer, porque todos temem aquilo que não entendem, e “compreensíveis” não era bem uma palavra que definia os gêmeos.

Antes de considerar a hipótese totalmente, porém fazendo o que considerava correto, Clint envolveu seus ombros da forma mais acolhedora que conseguiu, e Wanda se deixou ser acolhida, sentando no chão e encostando a cabeça em seu peito. Ela estava exausta, sem dormir havia dias e sem seu irmão; era seu inferno particular, e ter alguém se importando minimamente era algo bem-vindo.

A chuva, que antes era apenas alguns pingos ignoráveis, começou a cair com mais força, selando sua despedida com seu irmão, embora ela soubesse que isso nunca seria possível. Ele estava em seu coração, independente de tudo e, por mais que nunca mais pudesse dar um abraço nele, Pietro ainda estava com ela.

— Acho melhor irmos – murmurou.

Com alguma resistência, Wanda assentiu, passando a mão pela lápide de Pietro uma última vez – pelo menos naquele dia –, e Clint ajudou-a a levantar-se, com os braços trancados em seus ombros o tempo todo. Seus joelhos estavam machucados, mas o arqueiro duvidou que ela estivesse sentindo isso. Mantendo um ritmo lento, levou-a em direção ao restante dos Vingadores, pessoas desconhecidas que se tornariam sua nova família. O futuro ali parecia terrivelmente apavorante e Wanda se assustou um pouco ao perceber que não conseguia se preocupar o suficiente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

É isso pessoal! Se você chegou até aqui, obrigada, de coração! Eu espero que tenha gostado!
Por favor, comentem, pois isso incentiva muito o autor e, assim, eu posso saber se vocês estão gostando ou não, para poder ter uma noção do rumo da estória.

Críticas construtivas são muito bem-vindas!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Primeiras Vezes" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.