Amor & Ódio escrita por Querida Paolla
CAPÍTULO 01
Personagens deste capítulo:
AMARÍLYS
BATISTA
FERNANDO
ISABELLA
MATILDE
OLAVO
THOMAZ
LICURGO
FÁTIMA
MALVINA
QUINZÉ
Participações especiais no capítulo:
DELEGADO
JOVEM PROSTITUTA
SAULO CABRAL
CENA 01. RIO DE JANEIRO. EXT. NOITE
Stock-shots. Cristo Redentor iluminado. A orla de Copacabana. Maracanã. Ao som de .
Corta para:
CENA 02. ESCRITÓRIO MULTINACIONAL. INT. NOITE.
Olavo olha à vista panorâmica das luzes da cidade maravilhosa. Som de notificação do computador. O empresário se vira para a mesa. Ele se aproxima e senta-se à mesa.
OLAVO: Pronto! Transferência concluída. Agora toda minha grana está definitivamente na Suíça! Que todos vão à merda. Filhos, esposa, empresa, Lava-Jato! (risos) Bando de otários, fúteis! Só banana pro Brasil, mesmo!
O vilão se levanta, admira novamente a cidade, mas com um olhar debochado e dá uma banana.
Corta para:
CENA 03. VARA CRIMINAL DO RJ. INT. NOITE.
Um político de nome Saulo Cabral dando depoimento. Delegado o interrogando. A conversa já está em andamento.
DELEGADO: Conte-nos mais, Senhor Saulo Cabral.
SAULO CABRAL: É isto que estou dizendo: Vim para falar a verdade, somente a verdade. Conheci Olavo Novais na campanha de 2006 e a partir daí começamos a negociar propinas. Eu distribuía em 20%, 15 pra mim e 15 pra ele. Esse foi meu erro de postura, apego ao poder, dinheiro... Isso é viciante, Delegado!
DELEGADO: Mas por que, qual a razão de você contar tudo isso agora, Cabral?
SAULO CABRAL: Decidi falar a verdade para ficar de bem comigo mesmo. Hoje estou me sentindo tão aliviado, doutor.
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CENA 04. QUARTO DE MOTEL. INT. NOITE.
Clima quente. Um casal entra explosivo no quarto. Beijos ardentes, pegadas calientes pelo corpo. A jovem moça joga o engravatado na cama. Ele vai tirando sua roupa. está suando frio.
OLAVO: Vem quente que estou fervendo...
A jovem se aproxima do empresário sensualizando. Ele a agarra e a coloca com agressividade contra a cama, mas logo sente uma pontada e leva a mão ao coração e acaba tendo uma parada cardíaca. Ele desfalece ali mesmo.
JOVEM PROSTITUTA: Ih, o boy velho não resistiu à pressão...
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INTERVALO COMERCIAL
CENA 05. LAGOA RODRIGO DE FREITAS. EXT. DIA.
Plano Geral. Muitos transeuntes fazendo caminhada, outros andando de bicicleta. Ao som de...
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CENA 06. COPA/COZINHA MANSÃO NOVAIS. INT. DIA.
Batista já adentra com jornal em mãos. Ele está em êxtase.
BATISTA: É hoje que essa casa cai, Matilde!
A empregada já vai tirando o jornal das mãos do motorista. Ela lê na capa: “Olavo Novais acusado por Cabral!”.
MATILDE: Misericórdia! Jesus Cristinho! (faz sinal da cruz) É hoje que a porca torce o rabo! Então Doutor Olavo é um “corruptão” de marca maior, eita lasqueira!
Amarílys irritada vem da sala. Matilde tenta esconder o jornal.
AMARÍLYS: Ai Matilde. Cadê meu suco de melão? Tô esperando faz tempo! (ela percebe a empregada tentando esconder o jornal): Ei. Ei. O que esconde aí?
MATILDE: Nada Dona Amarílys! Nada não. Pode ficar sossegada!
Amarílys pega o jornal e vê a capa. Surpresa, ela solta um grito, que a faz desmaiar.
Enquanto, Matilde e Batista acodem a dondoca. Isabella aparece meio assustada.
ISABELLA: O que está... Mãe! O que houve com ela, gente?
Batista lhe entrega o jornal. Isabella fica atônita.
ISABELLA: Então meu pai tá sendo acusado nessa roubalheira toda do Cabral?
BATISTA: Acusado não, ele foi desmascarado mesmo!
ISABELLA: Que loucura em minha mente, aqui! Que bafo horroroso, Brasil!
Isabella atônita.
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CENA 07. ARREDORES DA FAZENDA. EXT. DIA.
Ao som de “Bruto, rústico e sistemático – João Carreiro e Capataz”. Tempo. Fernando cavalga oponente em seu cavalo. Ele desbrava as terras. Toca o pequeno gado.
Corta para:
CENA 08. ARREDORES DA FAZENDA. EXT. DIA.
Em outra parte da fazenda, Prefeito Licurgo está por ali. Ele contempla o horizonte.
LICURGO: Essas terras um dia serão minhas!
Ao se virar, o vilão tropeça em uma pedra brilhante.
LICURGO: Droga de pedra! (estranha): Eu hein!? Que pedra mais brilhante...
Fernando chega em seu cavalo.
FERNANDO: Senhor Prefeito, você por aqui? O que deseja?
Licurgo fica surpreso, larga a pedra escondendo-a debaixo de seus pés. Fernando não presta muito atenção.
LICURGO: Vim admirar a beleza do local, sô! Não acha que nossas terras não são belas?
FERNANDO: Acho sim, mas o senhor parece achar demais...
LICURGO: Estou pensando em um novo empreendimento aqui por essas bandas. Uma pousada, algo assim.
FERNANDO: Deixa eu ir que tenho que roçar o pasto. Passar bem, Prefeito!
Fernando sai. Licurgo pega a pedra novamente e fica a observar.
Corta para:
CENA 09. COZINHA/ SALA. FAZENDA. INT. DIA.
Fogão à lenha aceso. Panelas ao fogo. Enquanto Fátima mexe em uma das panelas e Malvina lava as louças, Quinzé entra apressado vindo da sala.
FÁTIMA: Que pressa é essa, menino?
QUINZÉ: Ocê nem acredita quem tá aí!
MALVINA: Ai moleque desembucha logo! Não temos tempo pra ocê, uai.
FÁTIMA: Quem Quinzé?
QUINZÉ: O Doutor Prefeito!
MALVINA: O Prefeito aqui? O que será que ele quer?
QUINZÉ: Falou que quer ter uma conversa com Padrinho Vitorino.
FÁTIMA: Deixa eu ver isso direitinho!
Fátima limpa as mãos no avental e segue para a sala. Licurgo observa a casa, enojado.
FÁTIMA: Bom dia, Prefeito!
LICURGO: Fátima. Eu preciso falar com meu tio.
FÁTIMA: Qual é a tua?
LICURGO: Não vim falar com você! Trate de chamar logo meu tio, serviçal!
Fátima se mostra durona, mas segue até o quarto de Vitorino.
Corta para:
CENA 10. SALA DE ESTAR/ MANSÃO NOVAIS. INT. DIA.
Clima de luto. Amarílys, Isabella, Thomaz, Matilde e Batista chegam de luto, calados. Enquanto, Thomaz se joga no sofá. Batista se dirige para a cozinha. Matilde fica por ali.
Em primeiro plano, Amarílys observa a decoração da casa, desolada. Isabella se aproxima e lhe abraça. Thomaz decide quebrar o silêncio.
THOMAZ: Querida Matildinha, você poderia fazer aquele sanduba delicioso, né?
MATILDE: Ai. Bem que eu queria, Thomaz. Não temos muitas coisas na despensa! Só sobrou um pote de nutella.
Corte rápido. Matilde volta da cozinha com o pote de nutella. Amarílys pega o mantimento.
AMARÍLYS exagerando: Ó Olavo! Olhe o que me sobrou, Olavo: Um pote de nutella que você comeria na mesma fatia de pão! Olavo safado! Miserável! Filho da Mãe!
Isabella, Thomaz e Matilde apenas observam até que Isabella se aproxima da mãe e pega o pote.
ISABELLA: Pare de sofrer, mãe! Isso não é câncer. O jeito é comer!
Isabella ameaça abrir o pote, mas Amarílys tenta pegar. As duas ficam fazendo um cabo de guerra com o pote de nutella. “Isso é meu!, solta, larga” são frases que elas disparam na pequena briga.
MATILDE grita: Chega!
No momento, o pote escapa das mãos dela.
A cena congela no pote voando.
CONTINUA...
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