Daddy's Day escrita por Yume


Capítulo 1
Dia do Papai


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Aqui estou eu novamente com uma ONE Gruvia, bem fofinha!
Eu sei que ando HIPER atrasada com as outras fics, mas prometo postar, estou com os cap prontos e na vdd estou trabalhando em mais duas outras fics! Fora algumas ones hehe
Enfim, espero que gostem.
Boa Leitura!



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Hoje era o “Dia do Papai” como Juvia gostava de chamar. Mas na verdade, era apenas um título bobo para que o pequeno Yuki não fique triste quando a mãe sai em missão e ele tem de ficar com o pai. Gray, amava ficar com o filho de apenas seis anos, mas isso não significava que ele não ficasse assustado sempre que deveria sozinho com a criança. Yuki, era a junção perfeita sua e de Juvia, a personalidade doce da maga de água e o jeitão soturno do Devil Slayer faziam do garoto um menino calmo e fácil de lidar, Gray só tinha medo de não saber cuidar bem do filho, Juvia era tão carinhosa e cuidadosa em todo momento, nunca esquecia o horário para refeições, o cuidado com a higiene e segurança, se ele deveria se agasalhar mais, ou então trocar a roupa para algo mais confortável, sabia repreende-lo quando necessário, Gray apenas a apoiava e ajudava quando possível.

Ter um filho nunca esteve nos planos do mago, mas era de se esperar que as escapadas que ele e Juvia davam vez ou outra, fosse acabar nisso e foi uma enorme surpresa quando a mulher chegou aos prantos e com um teste de gravidez em mãos. Cada mês foi uma surpresa atrás da outra, Juvia havia ficado ainda mais emotiva e possessiva durante a gravidez, foram os meses mais longos que Gray já enfrentara. Mas a alegria que sentiu no exato momento que escutou o choro agudo do filho assim que nasceu, fez tudo o que já viveu ter valido a pena, sentiu uma gratidão tão grande pela mulher que o olhava com os olhos marejados e o maior sorriso que já havia visto ela dar.

Em meio a tantos pensamento Gray não notara a esposa parada na frente da mesa e acenando freneticamente em seu rosto – Gray! – Deu um pulo ao escutar o grito e então bufou encarando a mulher.

— Diga – Endireitou-se na cadeira, notou que já estava sem a camisa, tentou lembrar quando havia tirado.

— Vou sair agora, deixei tudo arrumado em casa e também ajeitei algumas mudas de roupas para Yuki caso precise trocá-lo, está frio lá fora – Ela sorriu e aproximou-se do marido, sentando em seu colo – Não faça essa cara de emburrado – Acariciou o rosto carrancudo de Gray – Eu volto em no máximo dois dias.

— Não gosto quando vai em missões sozinha.

— Não estarei sozinha, Lucy vai comigo – Ela deu selinho demorado no homem e sorriu.

— Ainda sim.

Juvia levantou e segurou o rosto de Gray com as duas mãos, aproximou o rosto e ficou séria – Deixe de ser controlador, além do mais, precisa passar mais tempo com seu filho.

— Eu passo tempo com ele! – Falou indignado.

— Quase nunca sozinho – Juvia olhou para o corredor, na direção dos quartos – Ele está crescendo e outro dia me falou que quer aprender sua magia de criação de gelo, mas que achava que você não queria ensiná-lo – Ela o encarou com repreensão no olhar – Você é o herói dele e Yuki só quer passar o máximo de tempo possível junto.

Gray suspirou e puxou a mulher novamente para o colo a abraçando e escondendo o rosto na curva do pescoço, sussurrou – Você sabe cuidar dele melhor que eu – Juvia riu e acariciou os cabelos escuros e desgrenhados do marido.

— Meu Gray é um ótimo pai, assim como um ótimo marido – Lhe beijou a testa – É carinhoso – Beijou a bochecha – Divertido – Beijou a outra bochecha – Extremamente sexy – Piscou e deu um beijo demorado na boca – Sei que me ama tanto quanto ama Yuki e é isso que importa – Voltou a abraça-lo e Gray riu acariciando as costas de Juvia.

— Você tem muita confiança em mim.

— É claro Gray-sama— Falou o honorífico que apenas usava para provoca-lo, depois de tantos anos – Juvia ama o Gray-sama— Gray riu e a apertou mais contra si.

— Está certo – A soltou e levantou – Vai se atrasar para missão. Quer que eu leve você até a estação?

— Não precisa, vou me encontrar com um Lucy no lago e vamos juntas.

Gray acenou e a seguiu até o quarto do filho, ele estava brincando com blocos de montar e parecia concentrado, Juvia aproximou-se e o abraçou com força lhe enchendo de beijinhos o que o fez rir alto e pedir para mãe parar, Gray sorriu, era sempre bom ver a interação entre os dois.

— Que dia é hoje querido? – Juvia encarava o menino com atenção e imediatamente Yuki sorriu com os olhos brilhando.

— Dia do Papai!

— Isso mesmo! – Juvia o abraçou e o colocou no colo, ainda sentada no chão – A mamãe vai sair com a tia Lucy em uma missão muito legal e você e seu pai vão ficar o dia todo juntos – Ela o encarou com mais seriedade – Quero que se comporte e obedeça ao papai – Yuki escutava tudo com atenção e acenava com a cabeça – Vou voltar em pouco tempo e prometo trazer um presente.

Yuki pulou nos braços da mãe a abraçando com força – Vou sentir saudades mamãe.

— Eu também meu pequeno floquinho – Juvia o acarinhou mais um pouco antes de larga-lo e levantar.

Gray ainda estava parado na porta, apenas observando, Juvia foi em sua direção e lhe deu um beijo casto nos lábios, antes de pegar a bolsa e sair. O homem encarava o filho, ainda em dúvida do que faria no restante do dia, Yuki estava ansioso e também o olhava em expectativa.

— O quer fazer hoje garoto?

— Não vamos para guilda papai?

Gray pensou um pouco, estava perto do horário de almoço, seria mais seguro comer lá, do que tentar esquentar ou fazer algo sozinho – Vamos sim, vou pegar seu casaco e saímos daqui a pouco.

— Você está sem camisa papai – Yuki falando rindo e Gray também sorriu meneando a cabeça, pegou uma camisa jogada sobre a cama e também o casaco de Yuki.

Colocou o garoto sentado sobre os ombros e saíram em direção a guilda. Nevava um pouco e as ruas estava todas brancas, Yuki brincava com os flocos de neve que caiam em sua mão e cabelos, enchendo Gray de perguntas, como sempre fazia e incrivelmente, Gray respondia todas com toda paciência do mundo.

Logo chegaram no grande prédio, já barulhento e acalorado. Gray abriu a grande porta, poucos magos notaram sua presença, colocou Yuki no chão e o pequeno segurou sua mão, ele gostava da guilda, mas era tímido e bastante apegado aos pais, principalmente Juvia, como ela não estava ali, ele segurava-se em Gray. Andaram até o bar, Mira trabalhava com eficiência, mesmo que tivesse um bebê pendurado nas costas, o pequeno ser de cabelos loiros, dormia tranquilo, diferente da garotinha que corria pelos cantos gritando e rindo.

— Olá Gray – Mira veio em sua direção e sorriu – Como está Yuki?

— Hoje é o dia do papai – O garoto falou sorrindo e encarando o pai – Vamos nos divertir bastante hoje!

— Oh, é mesmo? Fico feliz em ouvir isso – Mira bagunçou os cabelos negros do menino – Por que não vai brincar com Nora e Nashi enquanto eu preparo algo para você e seu pai comerem?

Yuki encarou o pai – Posso papai?

— Sim, apenas me dê seu casaco e tenha cuidado – Gray o ajudou a tirar a jaqueta e logo o menino foi em direção as duas meninas que brincavam de correr.

— Juvia saiu em missão com Lucy, certo? – Mira perguntou enquanto começava a cortar alguns ingredientes.

— Sim, saíram no meio da manhã.

— Natsu também apareceu aqui, praticamente desesperado porque Nashi estava chorando querendo bolo – A albina riu – Não importa a idade que ele tenha, ainda vai ser uma criança.

Gray riu concordando – Acho que Nashi é mais madura que ele.

— O que está falando da minha filha, cubo de gelo? – Natsu sentou no banco ao lado e jogou os braços sobre a mesa resmungando – Lucy vai ficar dois dias fora e ela sabe que tenho medo de ficar com Nashi.

— Deixe de ser um fresco, ela é só uma criança de cinco anos, como pode ficar assustado com isso?

— Olha quem falando! Você chega a estar tremendo e está branco – Natsu riu debochando – Yuki é fácil de cuidar, ele obedece e fica comportado, Nashi é manhosa e uma pimentinha.

— Nem imagino a quem tenha puxado – Gray riu alto e recebeu um soco, estava pronto para levantar e descer o braço em Natsu, mas foi impedido por duas crianças que os encaravam confusos.

— Papai! – Nashi pulou nos braços de Natsu e até então o clima de ódio virou um sorriso bobo e envergonhado – Não é que você me prometeu que ia mostrar como aprender a magia de fogo?

— Sim princesa, você vai ser uma maga muito forte – Natsu falou orgulhoso.

— Viu só Yuki! – Nashi falou animada para o garoto que permanecia quieto – Por que não pede para o seu pai ensinar a mexer com gelo?

Yuki encarou o pai rapidamente e então abaixou a cabeça e murmurou algo incompreensível. Gray lembrou do que Juvia havia falado mais cedo e sentiu o peito doer, pegou o filho nos braços e lhe deu um beijo carinhoso nos cabelos.

— Eu vou ensinar você a criar qualquer coisa que queira com gelo – O menino abriu um sorriso enorme, os olhos brilhavam em expectativa.

— Quando papai? – Ele já pulava no colo de Gray, extremamente empolgado.

— Podemos ir até a montanha hoje e eu mostro um pouquinho para você.

— Vamos agora!

Gray segurou um sorriso e o encarou sério – Agora não, primeiro vamos almoçar e você precisa tirar uma soneca também – Yuki murchou e desceu do colo do pai – Não fique assim, vá brincar com Nashi e os outros, eu chamo você quando formos almoçar – Yuki concordou e seguiu Nashi que falava empolgada o quanto achava a magia do pai incrível, logo o menino também falava animado.

— Cara, eu não achava que ter filhos era tão difícil – Natsu falou e suspirou alto jogando-se contra o balcão.

— Está dizendo isso porque o bebê de Lucy ainda não nasceu – Mirajane falou com uma colher nas mãos – Quero ver como vai lidar com uma criança pequena e um recém-nascido ao mesmo tempo.

— Ahh – Natsu resmungou e atirou-se no chão – Não fale assim Mira! – Colocou os braços sobre a cabeça e exagerou um choro – Lucy está me enlouquecendo com coisas para arrumar, aumentar a casa, pintar o quarto, montar o berço – O Dragon Slayer ergueu o tronco e encarou os amigos com a cara assustada – Ela não está nem com três meses e eu já estou sofrendo, não quero pensar o que será o restante dessa gravidez.

Gray riu e meneou a cabeça – Considere a opção de uma castração Natsu.

— Ei cubo de gelo! É uma boa ideia! – Levantou e bateu a mão na outra em um soco – Não quer congelar minhas bolas?

— O que está falando seu idiota? – Gray levantou e deu um soco no meio do nariz do rosado – Era uma brincadeira!

— Quer morrer olhos puxados? – Natsu se colocou em posição de luta e estava prestes a jogar uma chama em Gray, quando foi arremessado para o outro lado da guilda.

Erza estava com uma aura mortal em volta de si e caminhava a passos pesados em direção ao bar, Gray se encolheu e voltou a atenção a uma caneca de bebida em sua frente.

— Mira! – Erza gritou ao sentar em uma das banquetas – Quero uma torta de queijo com morango e muito chantili! – Encarou Gray e o segurou pela orelha – Por que estava brigando com Natsu na hora do almoço?

— Erza... – O mago sussurrou, sentindo a orelha latejar – Vai arrancar minha orelha – A ruiva o largou, o derrubando no chão.

Ela acariciou a barriga já bem protuberante – Essa barriga está me matando, minhas costas doem, nenhuma das minhas armaduras servem e eu tenho tido um desejo insano por tortas e doces.

— Desejo por doces você sempre teve – Gray falou baixo, mas ficou quieto no momento que a ruiva o encarou com os olhos cerrados – Desculpe.

— Logo ele nasce Erza e você vai sentir falta da barriga – Mira falou a entregando o tão esperado pedaço de torta.

— Duvido – Erza não falou mais nada e passou a comer o enorme pedaço de torta com afinco.

Depois de alguns minutos, Gray buscou Yuki para almoçar, cuidou para que o garoto comesse tudo, incluindo os legumes e o suco. Ele e Juvia estavam tentando ensinar o pequeno a limpar-se sozinho, então Gray teve todo o cuidado de mostrar como segurar o guardanapo e limpar os restos de comida. Saíram da guilda e voltaram para casa, já não nevava mais, mas o sol ainda estava escondido atrás das nuvens brancas.

Apesar de não gostar de cochilar à tarde, Yuki já estava bocejando e coçando os olhos no caminho de casa, ele estava bastante empolgado em sair com o pai mais tarde para treinar, mas lutava com o sono. Gray sorriu e pegou o filho nos braços, o fazendo dormir no mesmo instante. Assim que chegou na casa o colocou na cama, retirou os sapatos e o cobriu com uma coberta quentinha.

Juvia havia deixado a casa limpa, mas Gray resolver varrer as folhas que haviam entrado com o vento, apenas para passar o tempo. A casa ficava tão silenciosa sem Juvia por perto, sorriu com o pensamento, ela era a cor e alegria em sua vida, imaginou o que a maga estaria fazendo agora, encarou um porta-retratos sobre a cômoda, ele, Juvia e um Yuki muito pequeno, no casamento dos dois, Gray a pediu em casamento assim que o filho nasceu e três meses depois eles casaram, parecia ridículo o tempo que havia perdido antes de tomar Juvia como sua. Agora, ambos tinham uma vida e família juntos, Juvia e ele haviam melhorado como pessoas, Juvia havia parado de falar em terceira pessoa, não queria que o filho pegasse o hábito e sofresse o que ela sofreu na infância, Gray diminuiu um pouco o costume de tirar as roupas a todo momento, ainda ficava com frequência sem camisa, mas menos que antes e dificilmente ficava nu em público, salvo as vezes que se envolvia em uma briga com Natsu, algo que também havia diminuído. Tudo para que Yuki crescesse com os melhores exemplos possíveis como pais.

Depois de alguns minutos encarou o relógio, poderia acordar Yuki agora, mas antes separou alguns biscoitos e leite, faria o filho comer antes de sair, Juvia sempre falava da importância de comer antes fazer qualquer tipo de atividade. Depois de arrumar tudo em uma bandeja, levou até o quarto do filho que dormia tranquilo, sentou na ponta da cama e passou a mão pelos cabelos e costas do menino.

— Vamos Yuki, está na hora de acordar – Falou suave enquanto ainda acariciava as costas do filho, que aos poucos acordou, coçando os olhos e bocejando.

— Vamos treinar papai? – Falou ainda sonolento, mas com os olhos brilhando e um sorriso.

— Sim garoto, mas antes, coma alguns biscoitos e tome seu leite – Gray colocou a bandeja em frente ao filho e Yuki passou a comer.

Não demoraram muito para sair, Gray garantiu que Yuki estava muito bem vestido, pois iriam para a montanha e lá estava nevando, também colocou mais roupas que o normal, pois sabia que se colocasse menos o filho também iria querer. Pegou alguns suprimentos, como água e mais uma blusa de frio.

Yuki foi o caminho todo andando na frente do pai, falando sobre o quão empolgado estava em aprender sobre a magia de gelo, iria mostrar para Nashi que era mais forte que ela. Gray apenas ria caminhando com calma, ele realmente sentia falta desses momentos pai e filho, por vezes lembrava às poucas vezes que saiu com seu pai para fazerem algo juntos.

Chegaram ao topo da montanha, Gray normalmente subiria até o topo para treinar, mas como estava com Yuki, subiu até a primeira plataforma que considerou segura. Largou a mochila em um canto e segurou a vontade de retirar as roupas, pois não queria que Yuki também quisesse tirar e acabasse se resfriando.

— Tudo bem – Esfregou uma mão na outra e encarou o céu, nevava fraco – A primeira coisa que quero que faça é fechar os olhos – Yuki fez como o pai mandou – Agora escute o som da neve caindo, do vento, do barulho do gelo se formando – Gray andou para perto do filho – Erga as mãos para frente – Ele ajudou Yuki, esticando os dois braços para frente, esperou alguns minutos e quando encarou que o filho estava concentrando, e continuou – Agora canalize tudo o que está sentindo na ponta dos dedos – Yuki respirou fundo e apertou os olhos, uma leve rajada de gelo saiu por suas mãos – Isso mesmo! – Gray comemorou e tocou no ombro do filho – Abra os olhos – O menino abriu os olhos e encarou o pai.

— Eu consegui?

— Quase. Precisa de um pouco mais de concentração e treino, mas estamos aqui para isso – Sorriu encorajando o filho – Veja como eu faço – Colocou-se em posição – Ice Make Lance – Lançou algumas lanças em direção a uma rocha próxima, Yuki encarou tudo encantado – Vamos continuar tentando está bem?

— Sim papai! – O garoto concordou empolgado.

O restante da tarde passou rápido, no fim, Yuki já conseguia criar pequenos blocos de gelo e um escudo, muito pequeno, mas era um escudo. Gray não poderia estar mais orgulhoso, seu filho queria aprender sua magia e estava se saindo muito bem, é claro que com o tempo, conversaria com Juvia e talvez ela também pudesse mostrar um pouco sobre magia de água, afinal de contas, o garoto teria grandes chances de conseguir dominar ambas magias com maestria, pois os pais eram experientes.

Na verdade, quando o menino nasceu, Juvia teve medo que ele nascesse com a mesma “maldição” que ela e vivesse cercado pela chuva, no dia que deu à luz ao filho, choveu muito em Magnólia, o que a deixou aflita, mas após algumas horas, o tempo frio acalmou-se e uma fina neve caiu pela cidade. Yuki era o fruto da água e gelo juntos, daí veio o nome, “Neve”.

Estava escurecendo quando voltaram para casa, Gray passou na guilda antes e pegou um pouco de comida para ele e o filho jantarem. Yuki estava cansado, mas corria na neve e lançava pequenos pedaços de gelo por onde passava, ele estava elétrico, Gray suspirou, seria difícil fazer ele dormir.

— Papai! – Assim que entraram em casa, Yuki parou em frente ao pai e o puxou pela manga da blusa – Podemos ir treinar amanhã também?

— Se não nevar muito, vamos sim.

— Legal! – O garoto pulou e abraçou o pai – Quando a mamãe volta?

— Acredito que amanhã.

— Quero dar um presente para ela.

Gray largou as sacolas com comida sobre a bancada – O que tem em mente?

— Será que eu consigo fazer um coração de gelo? – Perguntou envergonhado, mexendo uma mão na outra.

— Acredito que sim, se você se concentrar bastante.

— Certo! Eu vou tentar! – Yuki falou sério e Gray sorriu se aproximando e acariciando os cabelos do filho.

— Vamos tomar um banho e depois comer.

Gray levou o garoto até o banheiro e o ajudou com o banho, apesar do menino dizer que já crescido o bastante para tomar banho sozinho. Secou o cabelo do filho com cuidado e colocou um pijama quente, deixou que ele ficasse brincando no quarto e também foi tomar banho, não quis demorar muito, pois não gostava de deixar a criança sozinha. Quando saiu do banheiro foi surpreendido por um Yuki enérgico vindo em sua direção com algo em mãos.   

— Olha pai! Eu consegui! – Ergueu as mãos e entre elas estava um pequeno coração de gelo, meio torto, mas ainda sim um coração – Será que a mamãe vai gostar?

— É claro que vai! Está muito bonito Yuki, você conseguiu fazer um sozinho – Gray falou orgulhoso – Sua mãe vai amar o presente.

— Mas não vai derreter até ela chegar? – Perguntou preocupado.

— Podemos colocar no congelador até que ela chegue.

— Está bem – Yuki sorriu de orelha a orelha – Vamos colocar logo!

— Certo, só me deixe trocar de roupa.

Gray colocou com cuidado o coração de gelo dentro do freezer, ele poderia muito bem revestir o coração com seu gelo de Devil Slayer, para que não derretesse, mas sabia que Yuki queria entregar algo que ele fez sozinho para Juvia, então preferiu deixar assim.

Jantaram conversando animados, Yuki o ajudou a lavar e secar a louça e terminar de arrumar cozinha, Gray estava satisfeito com dia que teve, tudo aconteceu muito bem, passou um dia incrível com o filho e sentia-se mais próximo dele.

Na hora de dormir, Yuki pediu para dormir com o pai, o que Gray atendeu contente. Yuki pegou um ursinho de pelúcia que sempre dormia junto e foi para a cama do pai. Gray dormiu com um pijama, diferente das outras noites em que apenas deitava de cueca ou simplesmente nu. Yuki aconchegou-se no pai e logo pegou no sono, Gray ficou o observando por um tempo, enquanto acariciava os cabelos negros e macios, era incrível como ter um filho havia mudado tudo em sua vida, era maravilhoso ter alguém que era um pedacinho seu e que estava ali para ser cuidado e amado sem limites, era um sentimento único e com certeza a maior demonstração de amor e magia que poderia existir.

Gray acabou pegando no sono e não ouviu quando uma maga entrou sorrateira na casa no meio da madrugada. Juvia chegou perto do amanhecer, a missão com Lucy havia acabado bem antes do esperado e ambas as magas preferiram viajar à noite para voltar para casa, ansiosas para ficar com suas famílias.

Juvia entrou na casa escura, encarou tudo a volta e estava impecavelmente limpo, viu louça na secadora e sorriu, andou devagar até o corredor dos quartos, primeiro passou no de Yuki, estranhou não ver o filho dormindo na cama arrumada, seguiu até a última porta, abriu devagar e sorriu encantada com a cena, Gray e Yuki dormiam próximos, o menino estava abraçado no pai que carinhosamente mantinha a mão sobre a cabeça do filho. Juvia aproximou-se com cuidado e passou a mão pelo rosto do marido que se mexeu lentamente antes de abrir os olhos e a encarar surpreso.

— Juvia? – Gray evitou se mexer para não acordar o filho.

— Voltamos mais cedo que o esperado – Juvia sussurrou – Amanhã conto os detalhes.

— Que bom que voltou – Com cuidado aproximou-se e deu um beijo castos nos lábios da esposa.

— Ele quis dormir com você?

— Sim, não vi mal nisso – Gray passou a mão pelos cabelos do filho que ainda ressonava.

— Ele sempre dorme comigo quando você sai em missão – Juvia sorriu doce para o filho – Estou cansada – Fechou os olhos e apoiou a cabeça no braço do marido.

Gray lhe deu um beijo na ponta da cabeça – Tome um banho e venha dormir – Juvia acenou e saiu do quarto.

Gray estava quase dormindo novamente quando a maga retornou e com cuidado deitou do outro lado da cama, aproximando-se do filho e marido, abraçando os dois, dando um suspiro satisfeita, Yuki resmungou algo e inconscientemente virou-se para mãe a abraçando, Juvia sorriu e o acarinhou, o amava tanto e era tão bom voltar para casa e ter esse conforto que jamais imaginou ter.

{...}

De manhã, já era tarde quando Gray e Juvia acordaram, os dois levantaram e deixaram o filho dormir tranquilo na cama de casal. Ajeitaram-se como se costume e foram para cozinha, Gray apenas sentou e observou Juvia começar a preparar o café, esqueceu de dizer que ela não deveria abrir o congelador, só lembrou quando a maga abriu a porta e surpreendeu-se com a peça de gelo em forma de coração.

— O que é isso? – Ela estava com o coração na mão e o analisava de perto.

— Yuki fez para você – Gray suspirou e apoiou a cabeça na mão – Era para ser uma surpresa, esqueci de esconder melhor.

Juvia parecia surpresa – Yuki fez?

— Sim, ontem à tarde fomos treinar na montanha e eu o ensinei alguma coisa, ele fez esse coração de noite, enquanto eu tomava banho, queria dar um presente para você.

Juvia estava emocionada e quase chorava, enquanto segurava o objeto, com cuidado colocou de volta no congelador e foi em direção ao marido, sentando em seu colo e lhe dando um abraço apertado.

— Eu amo tanto vocês dois – Sussurrou com a cabeça escondida no pescoço de Gray.

— Também amamos você – Gray riu – Por favor, finja surpresa quando ele for dar o coração para você – Sorriu sem graça e passou a mão atrás da cabeça – Eu não achei que voltaria tão cedo e acabei acabando com a surpresa dele.

— Não se preocupe querido, vou fingir que não sei de nada quando ele me entregar – Juvia o beijou carinhosa antes de se afastar.

Antes que o café da manhã ficasse pronto, Yuki levantou e foi ainda sonolento para cozinha, estava escutando a voz da mãe e abriu um largo sorriso ao ver a azulada cozinhar enquanto falava com o marido, o menino correu a agarrou-se nas pernas da mãe.

— Mamãe! – Gritou a encarando – Você voltou! Eu estava com saudades!

Juvia abaixou-se e o pegou no colo o enchendo de beijos, o que o fez gargalhar – Eu também meu floquinho – Encarou o menino séria – Se comportou com seu pai?

— Sim! – Yuki remexeu-se e Juvia o colocou no chão, ele correu até o pai e sussurrou algo no ouvido do mais velho que sorriu e levantou indo em direção da geladeira – Mamãe, eu fiz algo para você – Falou envergonhado e pegou o que Gray o entregou, indo até a mulher e estendendo as mãozinhas – Espero que você goste, eu sei que está feio, mas o papai disse que você ia amar – Encarou o pai que acenou o dando apoio.

Juvia pegou o coração de gelo das mãos pequenas e segurou as lágrimas – Está lindo meu amor – Abraçou o filho com força – Eu amei, de verdade, você que fez?

— Sim! – Falou empolgado – Papai me ensinou magia e eu já consigo fazer algumas coisas, ainda sou muito fraco, mas logo vou ser um mago tão forte quanto vocês.

— Com certeza floquinho – Juvia o acarinhou novamente – Por que não pede para o papai revestir isso com o gelo dele, para que não derreta.

— É verdade – Pegou o coração de gelo e entregou novamente para o pai – Pode fazer isso papai?

— Claro -  Gray sorriu e envolveu a peça nas mãos, logo a devolvendo – Agora não vai mais derreter.

— Obrigado papai – Yuki entregou para a mãe – Agora pode guardar para sempre!

— E eu vou – Juvia segurou o coração contra o peito – Muito obrigada – Voltou a abraçar o filho – Vamos tomar café e depois podemos ir para guilda, o que acha?

— Sim!

Tomaram café conversando sobre a missão de Juvia e Yuki contou animado sobre o dia que passou com o pai, Juvia arrumou a cozinha e quando foi arrumar o filho para saírem, ficou surpresa ao ver que Gray já havia tomado a iniciativa e já tinha feito o garoto colocar as roupas de inverno, sorriu, parece que o dia do papai havia sido de alguma ajuda.

Juvia e Gray andavam de mãos dadas até a guilda, Yuki ia na frente, brincando com sua magia de gelo e fazendo questão de mostrar tudo para mãe que sorri doce. Juvia estava mais feliz do que nunca, encarou Gray que sorria distraído encarando o filho, apertou a mão do marido e o fez encará-la.

— Você se saiu muito bem ontem.

— Você acha? – Gray parecia inseguro, Juvia riu, abraçando a cintura do homem.

— Não acho, tenho certeza, até começou a treinar Yuki, cuidou para que ele ficasse bem agasalhado hoje cedo e ele não podia estar mais feliz – Juvia o encarou carinhosa – É pai maravilhoso.

Gray riu sem graça – Nunca imaginei que seria – Respirou fundo e a abraçou mais próxima de si – Obrigada por me dar uma família.

— É uma família pequena... – Falou misteriosa e desviou o olhar do rosto do homem.

— O que quer dizer?

— O que acharia de ter mais alguém para treinar daqui algum tempo? – Ela ainda não o encarava, mas sorria, pegou a mão direita do marido e direcionou para seu ventre, sobre a sua.

Gray arregalou os olhos e sentiu os olhos ficarem úmidos, um calor descomunal tomou conta de seu peito e ele estava mais feliz do que jamais imaginou estar.

— Você está grávida! – Falou animado e pegou a esposa nos braços a rodando no ar, arrancando risadas gostosas da mulher – Juvia! Isso é maravilhoso!

— O que foi papai? Por que está segurando a mamãe assim? – Yuki os encarava confuso.

Gray soltou Juvia e o pegou no colo o colocando sobre os ombros, logo começando a correr pela neve, Yuki ria com vontade – Porque a mamãe está carregando algo muito importante.

— O que ela está carregando?

— Um pacotinho de amor – Juvia se aproximou dos dois, beijou a perna do filho que estava pendurada no ombro do pai.

— Pacotinho? – Yuki encara os pais completamente confuso e alheio.

— Sim, não falou que queria alguém para brincar? – Gray ergueu a cabeça e o encarou, ainda sem conseguir segurar o sorriso, Yuki acenou – Então, a mamãe está carregando um irmãozinho para você, dentro da barriga dela.

— Que nem a tia Erza?

— Isso mesmo.

Yuki arregalou os olhos – E você vai ficar tão brava quanto ela mamãe? – Encarou a mãe assustado.

Juvia riu e o puxou para seu próprio colo – Não meu amor, a mamãe não vai ficar que nem a tia Erza, mas você e o papai vão ter que me ajudar enquanto eu faço o seu irmãozinho crescer aqui dentro – Apontou para barriga e levou a mão de Yuki até ali, ele acariciou meio inseguro.

— Está bem – O menino encostou a cabeça no peito da mãe, ainda com a mão sobre a barriga dela – Eu e o papai vamos cuidar de você e te dar doces. Você vai também vai querer doces? A Nashi disse que a mãe dela também está com um irmãozinho na barriga, e que ela tem comido muitos doces.

— Oh sim, os doces eu vou querer – Juvia encarou Gray que riu.

E assim, a família seguiu pelas ruas frias de Magnólia, de mãos dadas, com os corações aquecidos. Gray sabia que o Dia do Papai havia valido a pena e que esse seria apenas mais um de muitos que teria com o filho e agora estava na expectativa de ter mais um bebê para chamar de seu e amar incondicionalmente, porque afinal de contas, era isso que os pais faziam.

FIM


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Notas finais do capítulo

Se gostarem, estou pensando em fazer uma semelhante, só que com o lado da Juvia.
Até logo!



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