Nem tudo é um conto de Fadas escrita por Kynhaaaa


Capítulo 26
Draco Malfoy


Notas iniciais do capítulo

Antes de lerem só quero deixar claro uma coisa. Eu me baseei em acontecimentos do livro para escrever este capítulo o que faz com que tenha alguma divergência em relação a personagens no que diz respeito ao filme.



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Assim que entramos na sala vi que nossos amigos estavam sentados na primeira fileira, ao lado da Lyra havia duas cadeiras vazias, então me encaminhei até lá sendo seguida pelo Scorp, deixei a cadeira ao lado da Lyra para que ele se sentasse e me sentei ao lado dele. Vi que assim que ele se sentou a Lyra se virou pra ele e sorriu. Ele não disse nada apenas olhou o seu pai, com a velha mascara Malfoy.

— Podemos dar início a nossa aula – o senhor Malfoy se direcionou a turma – bom o que muitos de vocês precisam saber é que a batalha de Hogwarts começou na minha vida muitos anos antes. Desde o meu nascimento eu fui criado para odiar mestiços e trouxas. Meu pai me ensinava que eles não prestavam e que de forma alguma deveriam conviver conosco, ele sempre me disse que Lord Voldemort voltaria e nós guiaria rumo a purificação da linhagem bruxa. Os anos foram passando e então eu vim pra Hogwarts. Quando eu cheguei nesta escola tudo que eu sabia sobre os trouxas e mestiços e que eles não prestavam e que eu não deviria me misturar com eles. Fui selecionado para a casa Sonserina assim como todos os meus antepassados Malfoys. E ali eu comecei minha trajetória de erros. Eu me achava superior a todos que não eram sangue puro e tentava a todo custo os diminuírem e humilha-los. – Ele deu um suspiro – naquele mesmo ano o trio de ouro entrou na escola indo direto para a Grifinoria, nossa inimizade se deu início antes mesmo da seleção da casa. Eu havia ouvido muitas histórias sobre o Potter e como ele havia derrotado o maior Lord de todos, e conhecia o ódio que meu pai tinha dos Weasleys, mas quem eu não conhecia era a sabichona Granger – ele riu – e foi ela com aquele jeito extremamente irritante de sabe tudo que começou a abrir os meus olhos para o que meu pai me dizia não era verdade. Mas eu não conseguia lidar e aceitar o quanto ela era boa, ela ia contra tudo o que meu pai havia me ensinado sobre os trouxas e então eu tentava a todo custo odiá-la e diminuí-la.

Ele parou por um segundo olhando diretamente aos filhos. Olhei para o Scorp e a Lyra e eles estavam de mãos dadas, a expressão do Scorp já havia mudado.

— Os anos foram se passado e cada vez mais eu sentia inveja do trio de ouro, pois eles tinham o que eu jamais tinha na vida. Amor, carinho e lealdade. Vocês devem se perguntar, mas você não tinha amigos? Não eu não tinha, eu tinha aliados que estavam comigo ou por medo ou por interesse em quem eu era. E então Lord Voldemort voltou e nesse momento eu conheci o que era o medo e o desespero. Desde o seu retorno no final do nosso quarto ano meu pai voltou a sua missão em ajuda-lo e ao final do meu quinto ano em Hogwarts meu pai foi preso. E foi então que eu virei um comensal da morte. Não por escolha, mas sim por medo. Assim que meu pai foi preso Voldemort veio até mim e disse que se eu não me unisse a ele e matasse o diretor Alvo Dumbledore ele mataria minha mãe, mas não antes dela sofrer bastante na minha frente. Passei todo o sexto ano procurando maneiras para matar o diretor, mas graças ao meu padrinho Severo Snape eu não cumpri a minha missão, ele havia feito um voto perpetuo com a minha mãe aonde ele se encarregava de matar o diretor caso eu não conseguisse. Mais tarde ao final da guerra descobriríamos que ele havia feito isso a pedido do próprio professor Dumbledore. Após a morte de Dumbledore, Voldemort começou a sua procura por aliados a fim de disseminar todos os trouxas e mestiços, ele havia providenciado a fuga do meu pai e da minha tia Bellatrix de Azkaban, com isso ele me deixou de lado e eu voltei a Hogwarts. Só o que quase ninguém sabe, apenas minha mulher e alguns aurores da época, e que durante aquele ano eu fui torturado por dias pelos comensais da morte que vigiavam a escola. Nem mesmo meu padrinho Snape sabia o que acontecia comigo durante aquele ano, eles deixavam bem claro que se eu contasse a alguém minha mãe morreria. E então no natal eu fui pra casa, eu não sabia o que era pior, ficar aqui e continuar a ser torturado ou voltar pra lá e ter que fazer parte dos planos de Lord Voldemort. Eu fui pela minha mãe, ela era o único motivo para que eu continuasse passando por tudo aquilo. Então para minha maior surpresa o trio de ouro foi levado até lá por alguns sequestradores. É claro que eu reconheci o Potter de cara, mas eu não queria participar daquilo. Não queria chamar Voldemort e muito menos presenciar o quer que ele fizesse com eles. Mas graças a Merlim eles escaparam e naquela noite quando Voldemort chegou à mansão e descobriu o que havia acontecido ele torturou minha mãe na minha frente para punir eu e meu pai. Depois disso eu retornei a Hogwarts e a tortura só aumentou, até que chegou à batalha. Eu fui atras do Potter até a sala precisa para recuperar minha varinha que ele havia roubado de mim durante sua estada na Mansão Malfoy, Crabbe e Goyle que sempre me seguiam foram comigo. E então Crabbe colocou fogo na sala precisa, era uma magia antiga que ele não dominava completamente e tudo saiu do controle. Eu só sai daquela sala graças ao Potter e ao Weasley, mas Crabbe não teve tanta sorte, ele morreu ali dentro com o fogo que havia criado. Em toda a batalha este foi o único momento em que eu realmente me envolvi. Após isto eu voltei as masmorras com a intenção de me esconder, neste momento encontrei um dos meus aliados, Blasio Zambini ele lutava com uma aluna da Corvinal – o senhor Malfoy olhou o afilhado por um instante – ele também havia se tornado um comensal da morte no ano anterior, mas por vontade própria. Blasio, porém nunca havia sido bom em duelos e era visível que ele estava perdendo eu sabia que se ele continuasse ali ele acabaria morto e por me sentir culpado eu intervi. Eu o acertei com um feitiço e o deixei desacordado. Assim que ele caiu a menina me olhou com a varinha em punho como se esperasse que eu a atacasse. Mas eu não o fiz, pedi que ela deixasse que eu o tirasse dali e que nós escondêssemos, ela me olhou surpresa, mas deixou. Quando o Blasio acordou horas após ele apenas soube que eu havia o salvado. Nunca contei a ele o que realmente tinha acontecido ali, mas ele passou a acreditar que devia a vida a mim. Quando Voldemort chegou na escola com o Potter aparentemente morto eu fui até meus pais, quando minha mãe me abraçou ela disse em meu ouvido, o Potter está vivo, prepare-se para fugir. E assim o fizemos, assim que o Potter mostrou ao Lord que estava vivo eu e meus pais aparatamos dali. Bom e este o meu lado da história. Alguém tem alguma pergunta.

O senhor Malfoy parecia exausto e triste por ter compartilhado toda a sua história. Vi quando uma aluna da Lufa-lufa ergueu o braço.

— Diga.

— O senhor ainda tem a marca negra?

— Não – ele ergueu a manga mostrando o braço esquerdo – depois de dois anos de muito trabalho eu consegui me livrar dela.

Eu levantei o braço.

— Weasley.

Vi que o Scorp e a Lyra me olharam confusos.

— Para onde vocês foram quando fugiram de Hogwarts? E como o senhor conseguiu provar sua inocência?

— Fomos para Paris, e mesmo contra a vontade do meu pai começamos a viver como trouxas, três anos após a batalha eu trabalhava em uma fábrica para conseguir dinheiro para nos sustentar já que havíamos fugido sem nada, depois de um longo dia de trabalho eu passei em um café trouxa, eu estava ali tomando meu café quando uma conhecida dos tempos de Hogwarts apareceu – ele sorriu – Astoria Greengrass, ela estudava em Hogwarts na mesma época que eu, era dois anos mais nova e durante o quinto ano eu havia ficado com ela algumas vezes, porém quando me tornei um comensal eu sabia que deveria me afastar dela. Eu havia a magoado de proposito para que ela me odiasse e assim se afastasse de mim. Então fazia anos que não conversávamos, mas quando ela me viu ali sentado naquele café ela sorriu e se aproximou de mim. Ela disse que me procurava desde que ela havia se formado em Hogwarts e foi naquele momento em que eu e Astoria retomamos nosso relacionamento, depois de alguns meses juntos ela passou a tentar me convencer a voltar a Londres e provar minha inocência, porém eu não podia fazer aquilo, pois se eu o fizesse teria que abandonar meus pais e naquela altura meu pai já havia enlouquecido, então mais do que nunca eles precisavam de mim. Mas sem que eu soubesse ela estava articulando para provar minha inocência. E então durante um surto mental do meu pai ele fugiu para a Londres e assim que retornou ele foi preso pelos aurores. Só descobri o paradeiro do meu pai dois dias após o seu sumiço, através de Astoria. Uma amiga dela de Hogwarts a informou o que estava acontecendo. Então eu e minha mãe retornamos. Viemos direto ao ministério nos entregar e naquele momento eu acreditava que seria jogado em Azkaban e nunca mais sairia de lá. Mas assim que eu cheguei fui levado a sala dos aurores, aonde Harry Potter me esperava junto com Gina Weasley e Astoria. Gina e Astoria haviam sido amigas em Hogwarts e ela quem estava ajudando na tentativa de limpar meu nome. Eu passei por uma serie de interrogatórios, precisei mostrar todas as cicatrizes que tinha devido as torturas que havia passado e que eu já não possuía mais a marca negra. Eu fui inocentada junto com a minha mãe. Porém meu pai ficou internado em um hospital psiquiátrica até o fim de sua vida. Assim que consegui provar minha inocência voltamos a Londres eu, minha mãe e Astoria. Foi nesta época em que nós casamos e por tudo isso muitas pessoas ainda falam que eu casei com ela apenas por interesse. Mas isso nunca me afetou pois eu e minha esposa sabemos o que realmente sentimos um pelo outro e pra mim é isso que importa. Hoje eu sou formado em advocacia trouxa e bruxa, porém a maior parte dos meus clientes são os trouxas.  

Ele olhou mais uma vez para turma, mas como ninguém se manifestou ele voltou a falar.

— Eu não sei porque Merlim me deu um presente tão maravilhoso como a Astoria na minha vida. Mas ela me ensinou a viver, a ser feliz e principalmente a amar e ser amado. Foi ela que me deu os maiores amores da minha vida, meus filhos e por eles eu daria minha vida – ele olhou diretamente o Scorp – e eu sempre prometi a mim mesmo que faria o possível para que meus filhos realizassem todos os seus sonhos e que fossem felizes. Eu sempre incentivei para que eles lutassem pelos seus objetivos e que jamais deixassem que outras pessoas dissessem o que eles deveriam ou não fazer. Hoje mais cedo eu quebrei uma promessa e ao ouvir isso eu me senti como se fosse meu pai. E isso me doeu, por um momento eu achei que se eu simplesmente não me envolvesse neste assunto seria o melhor a ser feito. Mas isto não é verdade meu filho jamais deve pagar pelos meus erros do passado e independente de qual for sua escolha eu o apoiarei mesmo sabendo que ele poderá sofrer na busca disso eu estarei ao seu lado.

Então o Scorpius se levantou e foi até o pai e o abraçou.


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam?
Acho que mereço um comentário depois desse big capítulo.... diga ai o que vocês esperam do próximo capitulo. Lembrando que Hermione Granger será a próxima a dar aula



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