— Vamos pro salão principal? – Lyra disse assim que saiu do banheiro.

— Vamos.

— Está tudo bem? – Lyra perguntou me analisando.

— Sim. Só estou ficando mais apreensiva na medida que se aproxima da hora de falar com seu pai amanhã.

— Vai dar tudo certo Rose.

Confirmei com a cabeça e saímos em direção ao salão principal. Quando chegamos lá os meninos já estavam sentados na mesa deles. Fomos em direção a lá e eu me sentei ao lado do Scorp enquanto a Lyra sentou ao lado do Al.

— Cadê o Anthony e a Lilyan? – perguntei assim que me sentei.

— Eles devem estar escondidos em algum canto. – Al disse enquanto abraçava a Lyra.

— Está tudo bem ruiva? – Scorp perguntou me analisando.

— Esta sim.

Dei um selinho casto nele.

— Então o que vamos fazer hoje depois do jantar? – perguntei sorrindo.

— Tenho monitoria hoje – ele disse triste.

— Que pena. Mas não tem problema, amanhã ficamos juntos.

Ele sorriu e me beijou. Ficamos ali conversando amenidades e rindo a hora passou rápido e logo chegou o horário do jantar, o Anthony e a Lilyan se juntaram a nós. Estávamos todos comendo tranquilamente quando uma coruja entrou o salão em um voo rasante.

— Não é hora de correio – eu disse confusa.

— Meu pai nunca respeita regras – Anthony disse sério – as coisas sempre precisam ser do jeito dele.

Então a coruja largou uma carta na mão dele e saiu. Ele abriu o envelope e leu em silencio a carta, vi que a Lilyan lia junto o que estava escrito e colocou a mão na boca.

— O que diz? – Scorp perguntou preocupado.

Anthony passou a carta ao amigo.

— Pode ler a todos. – ele disse olhando a Lilyan.

— Anthony imagino a sua surpresa ao receber minha carta. Saiba que não é prazer algum fazer isto e se o faço é em forma de aviso. Por motivos incompreendidos a Diretora Minerva me chamou para ministrar uma aula na escola sobre a guerra bruxa. Apesar de tentar negar o convite eu infelizmente irei. Por isto estou te escrevendo, nestes anos todos em que me envergonha por você ser amigo desses sangues ruins eu nunca precisei presenciar tal amizade, então informo que você não é bem-vindo na minha aula quinta-feira, espero que respeite minha decisão caso contrário te expulsarei da sala e a quem tentar te defender. Se puder evitar olhar na sua cara durante a minha presença ai ficarei extremamente feliz. Assinado Blasio Zambini.

— Ele não tem o direito de exigir isso – falei irritada.

— Você não conhece meu pai Rose. – ele disse me olhando – ele se acha o Deus do mundo. Por isto ele e o tio Draco romperam. Infelizmente meu pai ainda tem esse preconceito por causa do sangue e acredito que ele nunca mudará.

— O que ele fará quando souber de nós? – Lilyan perguntou assustada.

— Não me importo com o que ele fará. Desde que meu padrinho me aceite novamente na casa dele eu não abaixarei a cabeça ao senhor Zambini jamais.

— Tenho certeza que as portas da mansão Malfoy sempre estará abertas pra você Anthony.

— Obrigada Lyra.

— Amanhã cedo já conversamos com o meu pai sobre isso – Scorp falou.

Anthony assentiu. Ninguém sabia o que dizer o clima da mesa estava totalmente tenso.

— Eu perdi a fome – Anthony disse se levando – vou para o meu dormitório.

— Eu vou com você – Lilyan disse se levantando.

— Não precisa Ly, não poderemos ficar juntos mesmo.

Ele se virou para sair mas ela segurou a mão dele.

— Larga de ser besta Anthony – ela disse quando ele se virou – eu não vou te deixar sozinho agora mesmo que pra isso todo o colégio precise saber que estamos juntos.

Então surpreendendo todo mundo ela o beijou na frente de toda a escola. Eu olhei pro Al que olhava espantando aquela cena. Então eu escutei um assovio e alguém começou a bater palmas, em questão de minutos todos da mesa da grifinoria aplaudia e assoviava vendo os dois.

— Por que o nosso não teve essa comoção toda? – Al perguntou olhando os primos.

— Larga de ser invejoso Al – Fred disse rindo.

Quando os dois se separaram a Lilyan estava vermelha da cor de seus cabelos. O Anthony sorria como eu nunca tinha visto na vida.

— Vamos para o salão comunal – Lilyan falou arrastando o Anthony para fora.

— Pelo menos algo bom aconteceu para o nosso amigo – Al disse olhando para o Scorp.

— Ainda bem. Pois prevejo muita turbulência daqui pra frente.

Terminamos de jantar em silencio cada um perdido em seus medos e pensamentos.

— Você quer que eu peça pro monitor chefe me substituir hoje? – Scorp perguntou me observando.

— Não precisa Scorp. Vou aproveitar e vou terminar um trabalho.

— Tem certeza? – ele estava preocupado.

— Tenho sim.

Dei um beijo nele e me levantei.

— Vejo vocês amanhã.

— Rose fica conosco. – Lyra pediu.

— Não. Aproveitem vocês dois. Eu vou terminar alguns trabalhos.

Ela assentiu e então eu fui para o meu dormitório. Quando cheguei lá me joguei na cama e fiquei pensando em tudo o que tinha acontecido nos últimos dias e tudo o que provavelmente irá acontecer. Eu preciso estar preparada para o pior, mesmo assim não estarei pronta pra tudo que meu pai fará. Não sei quando mas acabei pegando no sono. Acordei com o meu despertador e corri para o banheiro. Quando sai a Lyra entrou eu fiquei esperando. Cinco minutos depois ela saiu do banheiro pronta.

— Vamos.

Eu apenas assenti e a acompanhei.

— Está nervosa? – ela perguntou quando saímos do salão comunal.

— Extremamente.

— Calma vai dar certo Rose. Tenho certeza que meu pai vai apoiar vocês dois.

— Se ele não apoiar Lyra. Tudo começara dar errado já hoje.

— Não vai dar. Calma.

Chegamos no salao principal e os demais já estavam sentados na mesa tomando café.

— Bom dia – falei me sentando ao lado do Scorp.

— Bom dia Ruiva – ele sorriu e me deu um selinho – dormiu bem?

— Mais o menos. E você.

— Não foi a melhor noite de sono, mas tudo bem.

Ele sorriu. Todos estavam comendo tranquilamente mas eu simplesmente não conseguia encostar na comida. Meu estomago estava revirado.

— Senhor Malfoy e senhorita Malfoy – o professor Neville chegou falando – o pai de vocês está na sala de História da Magia. A professora Minerva achou que vocês gostariam de conversar com ele antes da aula.

— Obrigada professor. – Scorp falou ficando em pé. – Vamos.

Al, Lyra, Anthony e Lilyan se levantaram comigo e fomos em direção a sala. Quando chegamos lá os quatro entraram na sala e o Scorp parou na entrada da porta avaliando o que estava acontecendo.

— Você não vai entrar? – perguntei baixinho.

— Vamos deixar que eles conversem primeiro com o meu pai.

Eu assenti e parei ao lado dele. E fiquei observando, o senhor Malfoy havia abraçado a Lyra e estava cumprimentando o Anthony, quando soltou o afilhado apertou a mão do Al e da Lilyan e então olhou pra porta e nós viu.

— Essas caras solenes – ele olhou os demais – o que vocês querem me contar. – ele olhou mais uma vez pra cada um de nós – vamos lá quem vai começar? – ele riu – vamos por você Anthony.

O Anthony respirou fundo antes de dizer.

— Padrinho eu posso voltar a morar na sua casa?

— Claro que pode. Você e sempre bem-vindo lá. Mas o que aconteceu dessa vez? Porque seu pai te expulsou?

— Ele ainda não me expulsou de casa, mas o fará quando souber que estou namorando a Lilyan.

O senhor Malfoy assentiu.

— Entendo. Bom você e bem-vindo a minha casa Anthony. Você também Potter – ele falou olhando pra Lilyan.

Ela sorriu e o Anthony o abraçou.

— Agora vocês dois – o senhor Malfoy apontou pro Al e pra Lyra.

— Eu e a Lyra estamos namorando tio Draco – o Al disse na maior naturalidade. – o senhor não vai ser contra o nosso namoro.

— Apesar de achar que minha filha merece alguém melhor – o senhor Malfoy riu – não vou ser contra, podem ficar tranquilos.

A Lyra sorriu e abraçou o pai.

— Bom se minha intuição está certa, acredito que seja molher vocês quatro irem para que eu converse a sós com aqueles dois.

Ele acenou com a cabeça pra mim e o Scorp. Os demais assentiram e foram saído.

— Boa sorte – Lyra disse ao passar por nós.

Eu apenas sorri.

— Acho melhor vocês entrarem e fecharem a porta para podermos conversar. – ele disse serio.