Olhei para frente e vi que Al e Lyra também se beijavam.

— Este colégio terá muito o que comentar hoje – Hugo disse ao lado do Scorpius.

— Não tanto quanto deveria – Anthony disse irritado se levantando da mesa.

Olhei para Lilyan e ela olhava triste por onde Anthony saia.

— Você decidiu não contar?

Ela assentiu.

— Por que?

— Meu pai vai me matar. E eu achei que você pensaria da mesma forma e não se assumiria.

— Lilyan meu pai não pode fazer nada enquanto eu estiver na escola. E duvido muito que chegue aos ouvidos dele o que eu faço em Hogwarts.

— Lilyan eu não quero me meter – Scorpius falou calmo – mas como amigo de infância do Anthony eu posso dizer que quem deveria estar mais preocupado no caso de vocês é ele e você sabe bem disso. O pai dele assim como o pai da Rose não aceitou a amizade dele e do Al.

— Eu sei – ela disse de cabeça baixa – o Al me contou.

— Você não sabe de tudo pimenta – Al falou olhando pra irmã – o pai do Anthony expulsou ele de casa naquele natal. E por dois anos ele morou na casa do Scorpius.

— Ele só voltou para casa dele por muita insistência da mãe dele. Mas mesmo assim os dois não voltaram a se falar até hoje. – Scorpius continuou

— Ele tem muito mais a perder que você Lilyan. – Al completou.

Ela levantou e saiu sem dizer nada.

— Não sabia que o pai do Anthony era igual o meu.

— O seu pelo menos não te expulsou de casa – Lyra brincou.

— Porque minha mãe não deixou. Mas bem que ele tentou. – Hugo falou comendo.

Lyra me olhou surpresa.

— Você nunca me contou isso.

— Nem eu sabia. – Al completou

— Não achei necessário contar. – olhei feio para o Hugo - Minha mãe reverteu as coisas rapidamente. Foi apenas um surto dele.

— Não tão rapidamente assim. Mas agora sabemos que se ela ameaçar ir embora ele volta atrás nas decisões dele – ele riu.

— Por que você não come e cala a boca.

— Porque até aonde eu sabia você contava tudo para esses dois. Então achei que eles soubessem. Já que você chegou até arrumar sua mala para ir pra casa da vovó.

Eu suspirei antes de contar.

— Foi depois que nossos pais brigaram Al, depois que meu pai saiu da sala e falou que ia embora minha mãe pegou eu e o Hugo e levou para casa. Quando chegamos lá ele surtou do por que eu tinha vindo junto. Se já que eu havia escolhido me aliar a comensais não era bem vinda na casa dele. Nós discutimos e eu fui para o meu quarto arrumar meu malão, quando desci com ele pronto meus pais brigavam na sala, quando minha mãe viu meu malão ela disse pra ele que se eu fosse embora ela iria junto e o Hugo também. E que nunca mais ele veria qualquer um de nós três. Então ele voltou atrás.

— Por que você não me contou?

— Por que fiquei com vergonha. Você tinha me mandado uma carta me dizendo que seu pai tinha aceitado nossa amizade e que eu era bem vinda na sua casa. Eu não podia dizer o mesmo.

— Até hoje meu pai não sabe das vezes que a Rose visita sua casa. Ele sempre acha que ela está na minha avó. – Hugo se meteu na conversa novamente.

— Mas eu vou na sua.

— Sim. porque ele acha que é melhor te receber em casa do que a Rose ir na sua. Sei lá o que ele pensa que iria acontecer se a Rose fosse lá – ele deu de ombros – seja o que for até hoje não aconteceu. – ele se levantou – foi bom te ajudar com seus segredos maninha.

E então saiu. Minha vontade era esgana-lo.

— Você tem vergonha de contar que vai na minha casa? -  Lyra perguntou triste.

— Claro que não Lyra. Você lembra que a primeira vez que eu ia na sua casa eu desapareci três dias? Então, no dia que eu ia na sua casa quando estava indo para a lareira para ir para sua casa encontrei meu pai na sala. Ele me perguntou aonde eu iria, quando eu falei ele me pegou pelo braço e me levou para o meu quarto me trancando. Eu só sai do quarto três dias depois quando minha mãe voltou de uma viagem do ministério. Eles tiveram outra briga feia. Ai depois disso achei melhor mentir do que passar vários dias trancada.

— Mas você ficou três dias sem comer? – Al perguntou surpreso.

— Claro que não. Meu pai e louco, mas nem tanto. Ele me levava as refeições, mas ficou me vigiando de perto.

Vi que o Scorp parecia pensativo mas não dizia nada.

— Nossa temos que ir – Lyra falou ficando em pé – temos o primeiro horário com a professora Sibila Trelawney. Se nós atrasarmos novamente teremos detenção.

— Nós vemos depois? – perguntei  ao Scorp mas ele parecia em outro mundo – Scorp – ele me olhou surpreso – nós vemos depois?

— Claro que sim ruiva – ele sorriu.

Dei um selinho nele e me levantei indo em direção a minha primeira aula.

— Você podia ter me contado essas coisas antes né Rose. – Lyra se queixou no caminho.

— Não queria te preocupar com isso.

— Agora eu entendo melhor ainda o seu medo de ficar com meu irmão.

— Por falar no seu irmão. Ele parecia meio aéreo agora que eu me despedi dele.

— Deve estar pensando em tudo que você contou.

— Você acha que ele vai desistir de mim por isso?

— Claro que não.

— Mas ele estava muito pensativo.

— Rose não coloca coisa na cabeça. Vocês estão bem juntos e agora a escola toda sabe, não vai surtar.

Chegamos na sala de adivinhações e a maioria dos outros alunos já estavam lá. Vi quando alguns cochicharam e olharam pra nós.

— Somos a mais nova fofoca da escola.

Lyra riu do meu comentário.

— Só espero que a Lilyan e o Anthony se acertem – Lyra falou quando estávamos na nossa mesa – ele merece ser feliz.

— Todos nós merecemos. Independente dos nossos pais. O que eles fizeram ou foram no passado não tem nada a ver com o nosso presente.

Ela sorriu e me deu um abraço fraternal, então a professora entrou na sala dando iniciou a aula.