Orquestra escrita por Cor das palavras


Capítulo 1
CAPÍTULO 1




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PREFÁCIL

A vida é como uma orquestra. Vários instrumentos trabalhando juntos para formar uma só coisa...

Música.

CAPÍTULO 1

— Meu nome é Bianca,e agora vou apresentar uma música para vocês... Não!

         - Eu sou Bianca, e vou apresentar uma música que eu...

         - Bem vindos todos! Sou Bianca e vou apresentar uma de minhas músicas favoritas para vocês. AHHHHHH!- Gritei por fim, completamente frustrada com meu terrível talento com o público. Se não conseguia nem me apresentar para meu próprio reflexo, como conseguiria me apresentar para mais de 500 pessoas?

         Hoje, a diretora da escola ligou para minha mãe, e perguntou a ela se eu teria interesse em participar do show de talentos que há todo final de bimestre.Acho que a diretora já descobriu que eu tenho um certo dom com instrumentos musicais. Sim. Não posso negar que tenho uma certa aptidão em coisas que são relacionadas a músicas, porém, me apresentar em público definitivamente não faz parte delas. Sou um completo desastre.

         Resolvi parar um pouco com a árdua tarefa de tentar perder a timidez treinando com o espelho. Isso cansa.

         Me levantei da cama e saí de meu quarto. Meu próximo destino seria a selva, também conhecida como quarto de meu irmão.

          Empurrei a porta desejando com todas as minhas forças que ele não estivesse pelado.

         Tá bom que ficamos espremidos durante nove meses dentro de um pequeno útero compartilhando oxigênio e fluidos corporais, isso tudo completamente nus, mas pense bem, isso foi a 16 anos atrás.

         - O que deseja? - perguntou.

         - Te incomodar. - Respondi.

         - Porque não estou surpreso? - Retrucou com a voz banhada em sarcasmo. Ignorei seu tão maravilhoso humor e me joguei ao seu lado na cama.

         - Você não é bem vinda, linda irmã.

         -Também te amo, lindo irmão. - Disse enquanto passava meus braços por sua cintura e o apertava. Percebi logo de cara que ele apagou a tela do celular, para deixá-la fora do alcance de meus olhos.

          Fiquei mais alguns segundos desfrutando dos calor de meu gêmeo babaca, antes de catar seu celular e sair correndo.

         - Perdeu! - Berrei enquanto corria pelo corredor, logo descendo as escadas  indo em direção a cozinha. Não demorou muito para eu começar a escutar seus passos atrás de mim. Claro que ele era mais rápido que eu. Babaca.

         - Bianca.

         - Bernardo.

         - Bibi... Sabe que eu te amo...

         - Oh Bebê, sei que você é um canalha sem coração.

         - Poxa... - Resmungou, projetando o lábio inferior para frente, fazendo um grande beiço. Apenas sorri para todo aquele teatro. E esperei. Sabia que ele seria o primeiro a desistir. Conhecia bem aquela peça. Não demorou nem 15 segundos.

         - Estou conversando com a galera do futebol no grupo do whatsapp. Sabe que é uma coisa confidencial dos homens. Você não pode ler. - Disse tentando me convencer de sua terrível mentira.

         - Acho bonitinho o jeito que você sobe e desce as sombrancelhas quando mente.

         - Não estou mentindo. - Retrucou.

         - Mas é claro que não. Justamente por isso, por você estar falando a verdade, não vai se importar de eu dar um olhadinha em seu celular.

         - Mas... - tentou argumentar

         - Prometo que não olho o grupo dos "homens". - Falei fazendo aspas com os dedos no homens

         — Por que fez aspas com os dedos? - perguntou.

         - Porque seus pelos da canela começaram a nascer na semana passada. Acha mesmo que é um grupo de homens? - Vi ele me encarar com um olhar mortal.

         - Veja logo o celular, garota insuportável. E para sua informação, não tenho apenas pelos nas canelas, como tenho debaixo dos braços, no rosto, e em outro lugar também.

         - Eca, Bernardo! - Berrei. Tem certos detalhes que são completamente desnecessário. Completamente. Escutei apenas sua risada como resposta.

         Usei a digital que eu tinha programado a pouco tempo para desbloquear o celular.

         Assim que consegui, fui direto para o whatsapp. Confesso que quando vi o grupo dos "homens" de que ele tanto falava, senti uma vontade enorme de entrar e ver o que eles tanto falavam ali, mas pensei melhor. Posso perder completamente minha inocência se tiver algo errado. O que é claro que tem.Tinha bastante coisas sobre Bernardo que eu não sabia. Coisas que com certeza fazem parte de sua vida agora.

         Mamãe e papai se separaram quando eu tinha por volta de meus 10 anos. Meu irmão e eu ficamos arrasados, porém, essa nem foi a pior parte.

         Meus pais sabiam que eu era fascinada em música já naquela época, e por causa disso, meu pai que estava se mudando, resolveu me levar junto, já que na cidade que ele iria morar, tinha uma escola que tinha como foco principal a música. Ele me levou junto com ele.

         Morei pacificamente junto de meu progenitor durante 5 anos. Nossa maravilhosa relação pai e filha foi completamente destruída quando ele conheceu Clara. A mulher era uma víbora, e obviamente não gostava de mim, por isso, quando recebi a notícia de que eles iriam se casar, liguei para minha mãe e avisei que voltaria para casa, mesmo sem ter me formado na escola dos sonhos.

         E, aqui estou, tentando me distrair do meu nervosismo mexendo no celular do Bernardo.

         Descobri que mexer nas coisas de meu irmão não tem nenhuma graça. O que eu poderia fazer para acabar com o meu tédio seria obviamente encher o saco dele.

         Subi as escadas correndo novamente e entrei no quarto dele. Assim que cheguei ele bateu a tela do notebook com força.

         - Isso daqui você não vai querer bisbilhotar. - Disse enquanto tirava os fones de ouvido e ia para o banheiro. Ninguém merece.

         Larguei seu celular na cama e fui para o meu quarto. Dormir cedo para não acordar com a cara amassada na manhã seguinte definitivamente seria a melhor coisa. Assim que apaguei as luzes, dormi.

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         - Bernardo, por favor, dê atenção a sua irmã e a ajude a se enturmar. Se eu souber que você se meteu em alguma confusão, o bicho vai pegar para o seu lado.

         - Ta bom, mãe, mas... Por que não  fala para a Bianca não se meter em confusões também? - Perguntou quase indignado.

         - Porque você é um caso perdido, e sua irmã é um anjo.

         - Pfff... Um anjo, claro. Um anjo. - Debochou ele.

         - E sou mesmo. Só porque somos gêmeos e você é um encrenqueiro, não significa que eu seja como você - Falei.

— Senti tanta falta dessas brigas bobas de vocês dois... - Minha mãe disse com um sorriso nostálgico no rosto.

         Eu e meu irmão nos olhamos ao mesmo tempo e sorrimos. Eu estava com muita saudade.


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Notas finais do capítulo

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