Enquanto isto, fora de Ciano, se aproximavam Sharkan e Storm, uma dupla com sorrisos maliciosos e interesseiros. Juntos, comandavam o Grand Circus Tiburón, um circo itinerante de tubarões, e pretendiam fazer pousada por lá.

O Rei Coração adorou a ideia. Havia tubarões amistosos que nadavam por perto, mas a chance de ver de perto espécies desconhecidas soava como uma possibilidade única e incrivelmente divertida para a pacata população de sereias e tritões. A Rainha Paixão, porém, não gostou nem um pouco. Não confiara nos visitantes de olhares gananciosos. Ela tinha um terrível pressentimento sobre essa história.

Ignorando os pedidos da esposa, Coração aceitou que o circo se instalasse, a atração certamente traria um pouco de contraste nas águas de Ciano. A vida era boa, mas não haviam muitas emoções ou novidades por lá.

Sharkan e Storm decidiram manter os tubarões escondidos até a grande inauguração. Abatiam peixes velhos e doentes perto dos corais e escassamente alimentavam o cardume em suas pequenas jaulas. Se espaço suficiente para nadas ou tocas em sua família, os grandes animas nutriam uma grande raiva da dupla, que os carregavam de lá para cá em busca de fama e fortuna.

Os peixes não eram suficiente, os tubarões não tinham força o bastante para lutar contra as grades. Para eles, não havia nenhum motivo para sorrir.