— Você já imaginou que um dia estaríamos, tipo, na China? – Nino questionou a namorada, que estava usando o celular para resolver algumas coisas no seu blog.

— Não. Isso tudo é uma grande loucura!

— Às vezes eu me pergunto quais as decisões que eu tomei que me trouxeram até esse momento. – Alya levantou o olhar, encarando o moreno.

— Pra começar, namorar comigo. – eles riram. – Mas falando sério, eu entendi o que você quis dizer e às vezes eu penso nisso também. Quando vi Ladybug pela primeira vez e decidi fazer o meu blog, nunca imaginaria que me tornaria uma super-heroína também.

— E eu? Sinceramente, você ainda tem um perfil heroico. Mas eu... O que eu tenho de especial? – Alya deixou o celular de lado e sentou ao lado de Nino na cama em que dividiam.

— Não fala isso, você é tão especial quanto eu!

— Sou?

— Claro que sim, Nino! Não lembra do que a Marinette disse? Nós somos heróis com ou sem a máscara. E ela não estava falando só em competências físicas, mas sim nosso caráter. – se aproximou do namorado e deitou a cabeça no ombro dele – Você sempre foi uma pessoa incrível, muito antes de ser o Tortue! – o garoto sorriu, sentindo-se confortado pelas palavras de Alya.

— Obrigado, Alya. Você também sempre foi incrível!

***

— E por aqui, vocês vão encontrar tudo sobre os kwamis. – Quon indicou a última seção de livros que faltava ser mostrada.

A biblioteca não era gigante, mas era grande o suficiente para abrigar grandes coleções de livros, que com certeza continham muito conhecimento.

— Muito obrigada, Quon! – a líder do grupo agradeceu – Já podemos ficar por aqui?

— Sim. Eu só preciso que escrevam seus nomes no livro de entrada da biblioteca, Haylin prefere ter o controle de quem entra e sai. – Marinette revirou os olhos – Mas pode ser apenas uma pessoa para escrever o nome de todo mundo.

— Eu vou. – Chloé sorriu para e equipe e seguiu Quon até a entrada – Eu posso te fazer uma pergunta?

— Hã... É claro. – disse por ter sido pego de surpresa.

— Você não é muito novo? Digo, Mestre Fu falou que aqui moravam alguns dos portadores antigos dos Miraculous e pelo que vi, você já foi o Portador do Miraculous do Chat Noir. Mas parece mais novo que os outros, então eu fiquei curiosa. – a loira explicou, tentando não parecer muito enxerida.

— Tudo bem. – ele riu de leve – Eu fui o Chat Noir apenas por dois anos. Fiz um intercâmbio em Paris e o Mestre acabou me confiando o Miraculous na época que tinha um ladrão de bancos muito perigoso à solta. Ninguém conseguia pegá-lo, ele não deixava nem um rastro. Então o Mestre acabou confiando o Miraculous a mim e antes que eu voltasse para a China, consegui captura-lo.

— E você simplesmente desistiu de ser o Chat Noir?

— Quando tinha quinze anos, me apaixonei por uma menina aqui na China. Depois fui para Paris e dois anos depois retornei e desisti de ser o Chat Noir porque ainda pensava nela. Mas acontece que ela tinha seguido em frente eu não pude fazer nada.

— Ah, sinto muito!  - lamentou e começou a escrever os nomes no livro, onde Quon tinha indicado.

— Tudo bem, eu já me conformei. – sorriu – Depois da minha desilusão, aceitei o convite do Mestre para me mudar para Qiji. Trouxe a minha família comigo e hoje eles moram nas casas do vilarejo, enquanto moro aqui com os membros do Conselho.

— Entendi. E se não for muita indiscrição, quantos anos você tem agora?

— Vinte e cinco. – a Bourgeois se surpreendeu com a resposta.

— Nossa! Então tudo isso que aconteceu com você não faz tanto tempo assim.

— É, tecnicamente não. Mas eu sinto que sim, pois a minha mudança foi bem... Brusca. – Chloé sorriu.

— Se tem alguém que entende sobre mudanças bruscas, essa sou eu. – disse, lembrando da reviravolta que foi a sua vida depois que virou a Queen Bee – Ser a Queen Bee me permitiu enxergar o mundo de uma forma completamente diferente. E por mais que agora eu não seja mais ela, vou levar comigo todas essas mudanças boas. – Quon deu um sorriso de lado.

— É bom que tenha esse pensamento, senhorita Bourgeois.

— Chloé. Pode me chamar de Chloé. – retribuiu o sorriso – Bom, eu vou indo. Obrigada por isso.

— Não há de quê, Chloé. – a loira se dirigiu até onde o grupo de amigos estava e os viu concentrados no meio de vários livros.

— É tanta informação que a minha mente está explodindo! – Nino brincou, fazendo um gesto engraçado.

— Encontraram informações úteis? – perguntou, sentando ao lado de Marinette, que parecia meio nervosa, com a cabeça em outro lugar.

— Na verdade, tudo que tem aqui é útil. – disse Lila. – Tem muita coisa sobre a história dos Miraculous e dos kwamis.

— Está tudo bem? – sussurrou para a azulada, que balançou a cabeça, acordando do transe.

— Aham, está sim.

— Certeza? – Marinette suspirou e encarou Adrien, que tinha seu olhar atento nas duas garotas.

— Na verdade... Bem... Eu e Adrien temos uma coisa pra falar. – todos pararam o que estavam fazendo e concentraram sua atenção nos líderes, imaginando que falariam algo sobre a guerra que iriam enfrentar.

Chloé por um momento ficou com medo que um dos dois quisesse voltar atrás ou contrariasse alguma decisão que foi tomada pela equipe até agora. Afinal, as lembranças sobre isso não era lá muito boas. No entanto, não era nem perto do que a dupla estava prestes a dizer.

— Nós... Hã... Estávamos pensando... Sabe, essas coisas... – Marinette e Adrien ficaram de pé, e a azulada segurou o braço do namorado involuntariamente, como se pedisse a sua ajuda.

— Nós decidimos que vamos nos casar. – Adrien disse de uma vez, deixando todos sem reação por alguns segundos.

— Isso é...

— Incrível! – Alya foi a primeira a levantar e pular sobre o casal – Mas por quê? Como? Quando?

— Porque achamos que seria inútil esperar. Decidimos conversando. Ontem à noite. – Adrien respondeu todas as perguntas.

— Isso é demais, parabéns cara! – ele e Nino trocaram um cumprimento e logo todos deram os parabéns ao casal.

— E como foi o pedido? – Chloé escorou o rosto nas mão, encarando animada o casal.

— Na verdade, a gente meio que só decidiu que ia casar. – Marinette respondeu.

— Sério isso? – Alya revirou os olhos – Está esperando o quê, Agreste? – Adrien arregalou os olhos.

— Mas eu nem tenho um anel ainda. – a morena foi até a amiga e tirou o anel de namoro de sua mão e colocar sobre a de Adrien.

— Pronto, agora tem.